A memorização é uma fase integrante do processo de aprendizagem e, para que seja efetiva, ela deve se utilizar do mesmo percurso cognitivo da fase de compreensão, de forma a melhor fixar os padrões neurais criados. Hoje descobriremos uma das mais importantes técnicas de memorização e organização de ideias: os mapas mentais, que procuram guardar de maneira eficiente o conhecimento a partir de esquemas, fluxos, palavras e frases chave.
Ao final deste artigo, você será capaz de:
O termo mapa mental foi apresentado pela primeira vez pelo psicólogo inglês Tony Buzan em 1974, na rede de televisão BBC. O modelo apresentado na época foi o de árvore radial, o framework de mapa mental mais utilizado até hoje.
Em resumo, mapa mental é uma ferramenta gráfica utilizada para organizar ideias, normalmente de forma hierárquica, representando as relações lógicas entre as informações pertinentes a um mesmo tema.
Mapas mentais servem também para resumir ideias, podendo ser uma ferramenta útil durante uma sessão de brainstorming, por exemplo. Nesse aspecto, mapas mentais e resumos se aproximam, mas são ferramentas que não se confundem, como veremos à frente.
As semelhanças entre o mapa mental e o resumo são diversas, pois ambas as ferramentas se prestam ao mesmo objetivo: organizar ideias. O resumo tende a ser uma ferramenta mais analítica, enquanto o mapa mental costuma ser uma ferramenta mais sintética de organização das ideias, utilizando apenas palavras ou frases chaves, no lugar de parágrafos como normalmente acontece com os resumos.
No entanto, a diferença básica entre um mapa mental e um resumo consiste na sua estrutura. Enquanto os resumos são construídos de forma linear, em parágrafos que se sucedem junto com as ideias que são transcritas, os mapas mentais possuem estruturas multidirecionais e normalmente hierárquicas.
| Mapa mental | Resumo | |
| Objetivo | Gestão de ideias | Gestão de ideias |
| Conteúdo | Palavras ou frases chaves | Parágrafos |
| Estrutura | Fluxograma | Linear |
Um bom mapa mental é aquele que organiza as ideias nele contidas de maneira satisfatória. Assim, os passos são distintos se ele foi feito para organizar as ideias criadas em uma reunião ou se foi feito para resumir um conhecimento adquirido sobre um tema.
Se o seu mapa mental for um esboço de um brainstorming, provavelmente você deverá rasurá-lo algumas vezes, sendo recomendável o uso de papel e lápis. Além disso, nesses casos, preocupe-se menos com cores ou desenhos bem feitos e concentre-se no objetivo de organizar e guardar as ideias criadas de forma a conseguir lembrá-las e colocá-las em prática em um momento posterior.
Para isso, reflita bem sobre qual é o melhor framework a ser utilizado e não tenha medo de mudar completamente a estrutura do seu mapa mental se as ideias não estiverem se encaixando bem em um primeiro esboço. Caso esteja difícil descobrir qual a melhor maneira gráfica de organizar as ideias, recorra ao tradicional resumo em tópicos e deixe a reflexão sobre a melhor estrutura de mapa mental para um momento posterior.
No caso de mapa mental feito com o objetivo de resumir conhecimento adquirido, não economize nas cores e desenhos. Esses elementos farão com que seu cérebro registre e acesse a informação com mais facilidade, pois comumente a lembrança de um dos elementos do mapa mental possibilita a gradual relembrança do resto do mapa.
Além disso, ainda sobre o caso em que o mapa mental é feito para resumir conhecimento internalizado, procure referências em conhecimentos que você já tem para criar o mapa, por meio de mnemônicos com palavras conhecidas, desenhos de situações do seu dia a dia, entre outros.
Entre as principais ferramentas digitais para produção de mapas mentais estão:
Todos os sites indicados são gratuitos ou possuem versões gratuitas com ferramentas suficientes para a criação dos mapas.
Alguns desses sites possuem modelos pré-formatados prontos para serem editados, que podem ser um importante aliado para a economia de tempo e até mesmo para ajudar nossa criatividade que nem sempre está em seu melhor dia.
A escolha da melhor ferramenta dependerá do uso e é recomendável que se faça o teste com cada uma delas para que o leitor conheça os pontos fracos e fortes dessas ferramentas.
Entre os principais formatos de mapas mentais temos:
Começamos com o formato árvore radial, que é o mais tradicional e utilizado de todos. Esse formato é flexível, pois permite relacionar um assunto principal com subtópicos espalhados pela página, que devem estar acompanhados de marcações com cores e desenhos, de forma a facilitar a memorização.
O formato árvore radial pressupõe ao menos um nível de hierarquia, entre a palavra em foco e os tópicos que estão ao seu redor. Essa hierarquia pode ser ainda maior quando os tópicos são ligados a subtópicos e assim por diante.
Devido a sua flexibilidade, o formato árvore radial pode ser utilizado em inúmeras situações.
O formato de mapa em organograma pressupõe a existência de uma hierarquia bem definida que é fundamental para a problemática exposta. É recomendável o uso desse formato para quando existem 3 ou mais níveis de hierarquia e relacionamentos bem definidos.
O formato de mapa em fluxograma representa uma sequência de acontecimentos. Ele é especialmente útil para representar eventos condicionais e é o mais recomendado quando se está falando de um processo físico ou um processo de tomada de decisão.
Muitas pessoas conhecem o diagrama de Venn sem conhecer seu nome. John Venn o apresentou no ano de 1880 e até hoje o diagrama possui vasta utilização, indo desde a lógica matemática até a gestão de ideias. O diagrama de Venn é utilizado quando se deseja classificar elementos em grupos que estão contidos uns nos outros ou que possuem interseções entre si.
Mapas mentais servem para organizar ideias. Assim, qualquer desenho que contenha ideias organizadas pode ser considerado um mapa mental, até mesmo uma tabela ou um infográfico em formato de mapa.
Na figura acima, vemos a famosa pirâmide de Kelsen que hierarquiza as normas do direito. Essa pirâmide cumpre o papel de um mapa mental: Organiza ideias de maneira eficaz, ajuda no entendimento da informação e é uma ótima ferramenta para memorização.
Todo bom escritor é um bom leitor. Assim, se você deseja conhecer o formato de mapa mental perfeito para a sua ideia, conheça os formatos mais utilizados, pesquise como as pessoas costumam organizar suas ideias sobre o tema.
Em linhas gerais, busque entender qual mensagem você deseja passar. Se você está em busca de elencar tópicos gerais sobre um tema principal, a árvore radial pode ser uma boa solução. Já se seu problema contiver muitas hierarquias, provavelmente o organograma será a melhor escolha.
Para descrever uma série de acontecimentos ou orientar uma decisão com base em premissas, a escolha natural é a do fluxograma. Por fim, caso esteja lidando com classificações e esteja interessado em suas relações de conjunto como pertencimento e interseções, o diagrama de Venn poderá ajudar nisso.
Apesar disso, nunca se prive de usar e abusar da sua criatividade, junte os diferentes tipos de mapas mentais e faça o seu próprio formato de mapa mental! Cada caso é especial e quanto mais criativo você for melhor você irá alcançar o objetivo de organizar ideias.
Como demonstramos, mapas mentais são potentes ferramentas de aprendizado e memorização.
Em concursos públicos, alguns temas são voltados para a simples memorização e, devido ao volume enorme de informações, não conseguimos produzir nossos próprios mapas mentais para todos eles.
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