AUXILIAR DE NECROPSIA: conheça a função e entenda o concurso.

AUXILIAR DE NECROPSIA: conheça a função e entenda o concurso.

Hoje falaremos sobre uma carreira da Polícia Civil que muitos desconhecem ou possuem dúvidas, por ser muito específica e fazer parte da Polícia Científica: o Auxiliar de Necropsia.

Esta profissão pode causar receio por lidar com mortos, porém, tenha em mente que, na Polícia, a maior preocupação que se deve ter é com os vivos!

Vale mencionar que  há diversos concursos públicos para o cargo de Auxiliar de Necropsia. Existe curso técnico para formação específica, porém não é exigido nos editais, uma vez que o aprovado realizará a especialização na Academia.

O Auxiliar de Necropsia é um policial como qualquer outro, embora não fique tão em evidência. Como o próprio nome diz, a principal função deste agente é fazer as autopsias nos corpos, como nos casos de mortes suspeitas a serem investigadas.

Assim, por definição, segundo o Dicionário Aurélio:

Necropsia (do grego nekros = cadáver; opsis = vista) é sinônimo de autópsia e significa exame minucioso que, sendo realizado por um especialista, é feito no corpo de uma pessoa morta, buscando encontrar o momento e a causa de sua morte; exame médico realizado num cadáver.

O que faz o Auxiliar de Necropsia?

Bom, como se é esperado, o Auxiliar de Necropsia lida diretamente com o corpo sem vida.

O corpo chega ao IML e o Auxiliar deverá fazer o procedimento. Diferentemente do que muitos pensam, não é só o médico legista que faz esse serviço.

O Auxiliar de Necropsia possui um treinamento específico na Academia de Polícia durante seu curso de Capacitação para aprender a operar os aparelhos, fazer a retirada de órgãos e demais procedimentos.

Para o médico legista, muitas vezes, fica apenas a análise final e a elaboração do laudo. Então, quem faz todo o trabalho braçal é o Auxiliar de Necropsia.

O Auxiliar de Necropsia, como dito, é policial como o Agente e o Escrivão. Embora fique na divisão “Polícia Científica”, ele realizará o curso de formação na ACADEPOL como qualquer outro aprovado. A diferença fica nas disciplinas estudadas.

Ele também tem porte de arma, carteira funcional e todas as prerrogativas do Policial Civil!

Dependendo do Estado, podem existir dois cargos, o Técnico e o Auxiliar em Necropsia, como acontece na PC-RJ. Na prática, contudo, ambos fazem a mesma coisa, como, por exemplo, o Inspetor e o Investigador.

De todo modo, não é possível romantizar a profissão: vai sim lidar diretamente com os cadáveres em todas as suas possíveis formas!

Das principais atividades do Auxiliar de Necropsia, podemos destacar:

• Auxílio na identificação de cadáveres e comunicação de familiares.
• Manuseio do cadáver e identificação de lesões.
• Limpeza do corpo após o procedimento.
• Retirada e transferência de restos mortais para outro local (exumação).
• Coleta de material para exames laboratoriais.
• Esterilização dos instrumentos.
• Preparação de ossos para procedimentos.
• Apoio em procedimentos em geral, como autorização, retirada e conservação de órgãos para doação.

Local de Trabalho

Os Auxiliares de Necropsia atuam em Postos Regionais da Polícia Técnico Científica, onde ficam os IMLs.

Alguns anos atrás, a Revista SuperInteressante lançou uma reportagem sobre a profissão e descreveu o local de trabalho da seguinte forma:

“O cenário é uma mistura de hospital com cozinha. E o procedimento para descobrir a causa de uma morte por acidente ou violência leva até 4 horas”.

Como funciona?

Após o reconhecimento feito por familiares, o corpo é identificado e são coletadas as impressões digitais.

Em seguida, são feitas a pesagem e a higienização do corpo e inicia-se o procedimento de abertura do tórax, abdome e crânio. Para este último, utiliza-se uma serra.

Alguns órgãos são retirados para exame, como cérebro, coração, pulmões, estômago e pâncreas.

Por exemplo, se o pulmão estiver cheio de água, indicará afogamento, já pontos vermelhos podem sugerir asfixia. Se a massa encefálica estiver espalhada, pode ter ocorrido fratura no crânio, por algum trauma como uma pancada. Já os órgãos pálidos são associados à hemorragia, pois comprometida a irrigação sanguínea.

Por fim, após o exame, os órgãos são reinseridos no corpo.

Veja a lista dos instrumentos manuseados pelo Auxiliar de Necropsia:

• Machado;
• Cinzel de crânio;
• Agulha;
• Pinça;
• Tesoura;
• Martelo com gancho;
• Bisturi;
• Talhador de costela;
• Serra para osso.

Em regra, esse é o local em que o Auxiliar Necropsia vai passar seu dia a dia, bem como as funções que ele desempenhará.

Importante ter em mente que, embora seja policial, dificilmente, um Auxiliar de Necropsia conseguirá trabalhar na área operacional. Da mesma forma, ele não possui formação para atuar em Delegacias.

Afinal, não tem muita lógica ele ser movido para serviço tão distinto, uma vez que o curso de formação é outro e a função a ser desempenhada muito específica.

Por outro lado, não é impossível que o Auxiliar de Necropsia atue em local diverso do IML, mas deve estar sempre relacionado a sua atividade técnico-científica, como em laboratórios de perícia e exames de corpo de delito.

Nesses casos, ele poderá não lidar diretamente com os cadáveres, porém são exceções e quem definirá a função é a Administração.

Por isso, em regra, a rotina diária envolve cadáveres e é essencial ter em mente o serviço a ser prestado ao ser inserido na carreira, para não se arrepender depois.

Concurso para Auxiliar de Necropsia

Ótimas oportunidades podem aparecer nos concursos públicos para Auxiliar de Necropsia, para atuar não só na Polícia Civil, mas também em Prefeituras, Hospitais, Universidades e Secretarias de Saúde.

No caso dos Concursos da Polícia Civil, em especial, não se é exigido que o candidato possua o curso técnico na área, pois ele realizará o curso de formação durante a Academia de Polícia.

Na Polícia Civil do Rio de Janeiro, ainda, existem 2 opções de cargo. Para Técnico em Necropsia, e só se exige nível fundamental e a remuneração gira em torno de R$ 4.500,00. Já para Auxiliar de Necropsia, requer-se nível médio, mas possui remuneração maior, na faixa de R$ 5.200,00.

Na prática, a função de ambos é a mesma. Por isso, já existe um projeto de lei para unificação dos cargos de Auxiliar e Técnico de Necropsia. Também, há especulação para que seja exigido nível superior.

Então, para quem tem nível fundamental e médio, a chance de aproveitar essa oportunidade é agora!

Os requisitos para o cargo são iguais aos dos demais cargos policiais: ter mais de 18 anos, não possuir antecedentes criminais e estar com as obrigações militares em dia, caso do masculino.

O concurso, em geral, é composto por prova objetiva, teste psicológico, exame médico e teste de aptidão física (TAF).

Embora não se exija do candidato curso técnico na área, a prova objetiva prevê matérias específicas como biologia, anatomia, fisiologia e medicina legal.

Confira as Disciplinas previstas no último edital do concurso de Auxiliar de Necropsia da Polícia Civil de São Paulo – PCSP:

Como é um concurso de ótima remuneração, se comparado ao nível escolar exigido, a concorrência, por óbvio, é alta.

Por exemplo, a nota de corte da prova objetiva do último concurso da PCRJ foi 88/100. Espera-se que os próximos concursos exijam em torno de 90% de acerto.

Lembre-se que, no caso do Rio de Janeiro, por exemplo, se as provas de auxiliar e técnico de necropsia ocorrerem em horários distintos, será possível prestar ambas!

Curso Completo Auxiliar de Necropsia PCRJ 2021

Curso Completo Auxiliar de Necropsia PCSP 2021

Carga Horária

A carga horária do Auxiliar de Necropsia funciona da mesma forma que a dos Agentes: pode ser diária, de oito horas, de segundas às sextas-feiras ou em regime de plantão, em que se trabalham 24 horas e descansam 72 horas, por exemplo. Mas isso também fica a critério da Administração.

Conclusão

Pois bem, essas foram algumas considerações sobre o cargo e o concurso de Auxiliar de Necropsia para Polícia Civil.

Se entrar para Polícia Científica como Auxiliar de Necropsia é seu objetivo, não deixe de conferir nossos cursos preparatórios!

Espero tê-lo ajudado.

Heloísa Tondinelli

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