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ENTREVISTA: Natália Jorge – Aprovada no concurso da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)

"O mais difícil para mim foi e é conseguir manter uma boa rotina de estudos sem edital iminente. Em períodos de crise, isso se torna ainda mais complicado. O que me motiva nos momentos de desânimo é a vontade de trabalhar com o que gosto e de contribuir para a melhoria do serviço público"

Confira nossa entrevista com Natália Jorge, aprovada no concurso da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para o cargo de Técnico Administrativo:

Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formada em que área? Qual sua idade? De onde você é?

Natália Jorge: Olá! Meu nome é Natália Jorge, tenho 25 anos e sou formada em Direito e em Ciência Política. Sou de Brasília.

Estratégia: Durante sua caminhada como concurseira, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos?

Natália: Comecei os estudos para concurso em agosto de 2015, quando me formei em Direito. A partir daí, dediquei-me exclusivamente para os concursos públicos e para uma pós-graduação em direito constitucional.

Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovada? Qual o último?

Natália: Meus primeiros concursos foram para técnico da área administrativa do STJ e técnico judiciário do TJDFT. Em ambos fiquei no cadastro reserva, mas bem longe de ser chamada. Logo após o do TJDFT, me inscrevi, como aventureira, para oficial de chancelaria, e minha redação nem foi corrigida. Por fim, fiz o da ANVISA e obtive a aprovação.

Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?

Natália: É uma sensação muito boa de dever cumprido. É o melhor feedback de que você está no caminho certo.

Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social para passar no concurso o mais rápido possível?

Natália: Antes de sair o edital, eu mantinha um ritmo bem saudável de estudos e de convívio social. Acho importante ter outras atividades paralelas para espairecer e socializar. Os esportes foram grandes aliados nesse período de preparação, porque refrescam a mente e dão mais disposição. Cheguei até a correr uma meia-maratona.

Quando saiu o edital e, principalmente, no último mês antes da prova, eu passei a estudar bem mais horas por dia e, aí sim, abri mão de algumas coisas. Dormia menos e fazia menos exercícios físicos. Também deixei minha pós-graduação em segundo plano.

Estratégia: Você é casada? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseira? Se sim, de que forma?

Natália: Tenho uma condição bem favorável para os estudos. Não sou casada nem tenho filhos e moro com meus pais. Minha família entendeu e apoiou essa trajetória, inclusive financeiramente.

Estratégia: Ao longo de sua jornada, você tentou outros concursos, para treinar e se manter com uma alta motivação ou decidiu manter o foco apenas naquele concurso que era o seu sonho?

Natália: Inicialmente, eu pretendia focar apenas em concursos para o legislativo, mas, aos poucos, fui cansando de estudar a longo prazo. A falta de periodicidade dos concursos para a Câmara, o Senado, e até para a CLDF me desanimaram. Nesse cenário, quando saiu o edital da ANVISA, decidi focar nele. Foi impressionante constatar que eu rendi mais nos três meses após o edital do que em mais de um ano estudando a longo prazo.

Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior? 

Natália: Hoje em dia, acredito que não podemos restringir muito nosso leque, ou corremos o risco de ficar 5, 6, 7 anos esperando pelo concurso ideal (como é o caso de quem estuda para a ABIN ou para gestor do MPOG). A crise econômica e a instabilidade política são fatos que influenciam muito as oportunidades de concurso, por isso, acho que é hora de ser menos seletivo. Foi o que eu fiz ao decidir estudar para o cargo de técnico da ANVISA. Ainda pretendo, contudo, continuar estudando para concursos de maior nível.

Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas?

Natália: Os materiais que eu uso variam conforme a matéria. Para constitucional, por exemplo, estudei por videoaulas de um professor que gosto bastante. Para direito administrativo, estudei por material em PDF. Para administração, estudei pela apostila de um curso presencial que fiz. Para legislação específica, letra da lei. Cada matéria demanda um tipo de estímulo, e cada aluno tem seu jeito próprio de estudar. Não há fórmula geral que sirva para todos.

Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?

Natália: Conheci o Estratégia assim que comecei a estudar para concursos, por meio de amigos. Comprei um material para o STJ, na época, e gostei bastante. O modelo de aula presencial nunca me atraiu muito… eu prefiro estudar sozinha e no meu ritmo.

Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e re-leitura da teoria? Como montou seu plano de estudos?

Natália: Minha estratégia foi, primeiramente, revisar as disciplinas que eu já tinha uma boa base – constitucional, administrativo e lógica – e deixar meu ponto fraco – administração e legislação específica – para o final, para estar mais fresco na mente na hora da prova. Ia estudando e fazendo questões sobre aquele assunto, além de elaborar um resumo para ler na véspera. A última semana antes da prova foi dedicada à leitura desses resumos.

Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?

Natália: Tenho uma dificuldade não superada em informática. Ao longo do tempo, fui percebendo que eu perdia muito tempo estudando essa matéria e obtinha ganhos apenas marginais. Na prova da ANVISA, optei por não estudar essa disciplina e inclusive zerei essa prova (de 6 questões, acertei 3 e errei 3), mas acabei compensando em outras disciplinas. Essa foi uma estratégia pessoal de otimização do tempo, mas que é delicada e deve ser utilizada com prudência (rs). Nem pra todo mundo e nem pra todo concurso funciona. Não pretendo arriscar desse jeito, por exemplo, em concursos de maior nível.

Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como você levou seus estudos neste período? Você se concentrava nas matérias de maior peso ou distribuía seus estudos de maneira mais homogênea? Focava mais na re-leitura, em resumos, em exercícios, etc ?

Natália: Na reta final, gosto de ler resumos e de focar nas matérias que exigem muito “decoreba”. Legislações específicas, por exemplo, têm que ser lidas na véspera da prova, para ficarem bem frescas na memória. Esse estudo de véspera, para mim, é essencial. É quando sou mais produtiva.

Estratégia: Na semana da prova, nós sempre observamos vários candidatos assumindo uma verdadeira maratona de estudos (estudando intensamente dia e noite). Por outro lado, também vemos concurseiros que preferem desalecerar um pouco, para chegar no dia da prova com a mente mais descansada. O que você aconselha?

Natália: Na semana da prova, eu prefiro intensificar meus estudos para revisar e “decorar” o máximo de coisas possível. Apesar disso, nunca fiquei estudando durante a madrugada, por exemplo, pois acho pouco produtivo. Apenas acrescento uma ou duas horas a mais de estudo, além do habitual, para não ficar esgotada.

Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?

Natália: Confesso que deixei os estudos para a discursiva de lado. Dei preferência para a prova objetiva e apenas vi alguns vídeos no youtube sobre atualidades, que seria o tema da redação. A falta de prática fez com que eu perdesse muito tempo de prova e eu até dei uma desesperada quando percebi que a redação não estava fluindo como eu gostaria. Isso me impediu inclusive de revisar algumas coisas no final. Para vocês terem ideia, eu fui a última candidata a sair da sala, e só saí com a fiscal puxando a minha prova (rs). Apesar dessas complicações, tirei a segunda melhor nota na discursiva, o que atribuo aos ótimos professores de redação da época de escola e à quantidade de provas discursivas e de trabalhos que fiz durante a graduação.

Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?

Natália: O maior erro, sem dúvida, foi a falta de prática para a discursiva, como eu disse acima. Mesmo que a nota da redação tenha sido boa, eu perdi muito tempo e deixei de revisar itens da prova objetiva, o que me deixou muito insegura no pós-prova. O maior acerto foi ter deixado as “decorebas” para a reta final. Respondi a parte de legislação específica muito facilmente, pois lembrava dos detalhes das leis que eu tinha lido na véspera da prova.

Estratégia: Pela sua experiência e contato com outros concurseiros, diga-nos quais são os maiores erros que as pessoas cometem quando decidem se preparar para concursos?

Natália: O maior erro que eu vejo por aí é a falta de coerência ao decidir para que concurso estudar. Como eu disse, é tempo de ser menos seletivo, mas ainda acho importante manter uma certa linha. Pessoas que estudam para todos os editais da praça geralmente perdem o foco e não conseguem ir bem em nenhum. Acho importante, ao menos, definir algumas diretrizes como, por exemplo, só fazer concursos para área administrativa, ou só fazer concursos para a área judiciária, fiscal, etc.

Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? E qual foi sua principal motivação?

Natália: O mais difícil para mim foi e é conseguir manter uma boa rotina de estudos sem edital iminente. Em períodos de crise, isso se torna ainda mais complicado. O que me motiva nos momentos de desânimo é a vontade de trabalhar com o que gosto e de contribuir para a melhoria do serviço público.

Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!

Natália: Escolha uma área para se dedicar, faça um planejamento de estudos e cumpra esse planejamento. Não há fórmula milagrosa além do mero acúmulo de horas estudadas.

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