Aprovado em 1° lugar no concurso TJ-MA para o cargo de Analista Judiciário - Arquivista
Tribunais
“Só depende de nosso trabalho árduo para chegar onde sonhamos, tem um preço a pagar, não é barato nem simples, mas quando acreditamos, lutamos e não desistimos é questão de tempo, pode até demorar, mas vai dar certo. “
Confira nossa entrevista com Marcelo de Araújo Matos, aprovado em 1° lugar no concurso TJ-MA para o cargo de Analista Judiciário – Arquivista:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Marcelo de Araújo Matos: Sou formado em Arquivologia e Administração, com mestrado em Administração e especialização em Gestão de Documentos Eletrônicos da Administração Pública. Recentemente, concluí o curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas. Tenho 38 anos e sou natural de Brasília.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Marcelo: Trabalhei por mais de 10 anos na iniciativa privada, em uma construtora aqui em Brasília. Iniciei em 2006 como estagiário e, ao longo dos anos, me desenvolvi significativamente, chegando ao cargo de gerente. Sempre tive grande apreço por meu trabalho nessa empresa, que considero minha maior “faculdade”.
No entanto, em 2016, percebi que o mercado da construção civil estava entrando em uma crise, o que me deixou receoso com meu futuro na iniciativa privada. Nesse período, surgiu a oportunidade de participar de um processo seletivo para Oficial R2 da Aeronáutica, baseado em análise de currículo. Decidi me candidatar, fui aprovado e no início de 2017 me incorporei à Força Aérea Brasileira.
Essa foi, sem dúvida, a melhor decisão que poderia ter tomado. Além de me proporcionar meu primeiro contato com o serviço público, reforçou minha convicção de que queria seguir carreira como Servidor Público. Como militar R2, meu tempo de serviço seria limitado a no máximo 8 anos, mas essa experiência foi determinante para meu crescimento profissional e pessoal.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Marcelo: Sim, trabalhava e estudava. E para conciliar foi bem tranquilo, porque eu era solteiro e morava só.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Marcelo: Comecei a estudar para concursos em 2019 e, ao longo desses anos, conquistei diversas aprovações expressivas:
- 1º lugar no DETRAN-AM;
- 1º lugar na Universidade Federal do Amapá;
- 1º lugar no TJ-MA;
- 2º lugar no TRT-MG;
- 2º lugar na Universidade Federal de Mato Grosso;
- 3º lugar no IFBA;
- 5º lugar no TJ-RN;
- 7º lugar no TRT-BA; entre outras.
E sim, pretendo continuar estudando, pois tenho um grande desejo de trabalhar no Legislativo.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Marcelo: Quando decidi que precisava me dedicar de verdade aos estudos, praticamente abri mão da vida social. Hoje, reconheço que isso foi um erro, pois não precisava ter sido tão radical. Na época, minha sorte foi estar em Natal (RN), para onde me mudei ao entrar na FAB, e onde ainda não conhecia ninguém.
Pouco tempo morando lá eu conheci minha esposa e foi a melhor coisa que me aconteceu, porque ela também estudava intensamente, muito mais do que eu, inclusive. Ela é médica, estudava para passar na residência, e quando passou continuou estudando bastante durante o curso.
E isso para mim foi bom, porque ela tinha menos tempo que eu, a gente se via com uma boa frequência, mas era sempre tudo muito corrido, ela com os estudos dela e eu com os meus. E para resumir a história, seguimos juntos até hoje, já são quase 8 anos e hoje estamos casados e felizes.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Marcelo: Mudar para outra cidade, onde inicialmente não conhecia ninguém, acabou sendo algo bastante positivo, pois me permitiu focar totalmente nos estudos. Desde o começo, contei com o apoio e a compreensão da minha esposa, que na época era minha namorada.
Além dela, minha família e amigos, mesmo à distância, sempre me incentivaram e apoiaram de maneira muito positiva. Eles acreditavam em mim de uma forma que, em muitos momentos, eu mesmo não conseguia. Essa confiança foi fundamental para me manter motivado e continuar em busca dos meus objetivos.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Marcelo: Para o concurso do TJ-MA, estudei cerca de três meses, dedicando uma média de 4 horas diárias aos estudos. Para manter a disciplina, sempre pensei no meu objetivo de sair do Executivo e buscar algo melhor. Não que seja ruim trabalhar no Poder Executivo, sou muito grato a Deus por isso, eu me sinto um privilegiado. Mas sempre acreditei que seria possível melhorar de vida e que isso dependeria apenas do meu esforço. Sabia que, para isso acontecer, seria necessário me dedicar de verdade.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Marcelo: Durante meus estudos para concursos, experimentei praticamente todos os métodos possíveis: aulas presenciais, livros, cursos em PDF e videoaulas. Com o tempo, fui me adaptando e otimizando minha forma de estudar, percebendo que todas essas ferramentas são importantes e se complementam.
Por exemplo, quando eu iniciei meus estudos eu via muitas pessoas meio que “condenando” as pessoas que estudavam por videoaula, eu lembro que eu meio que tinha vergonha de falar que eu usava aulas em vídeo, mas hoje enxergo que o processo de aprendizado é individual. No meu caso, tenho um nível de hiperatividade e déficit de atenção bastante elevado, o que torna muito difícil ler um PDF na íntegra. Percebi que assistir a uma videoaula antes de começar a leitura ajuda a melhorar significativamente meu entendimento e a fluidez da leitura.
Não existe um método único, o mais importante é encontrar o que funciona melhor para cada um.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Marcelo: Acho que desde 2016 eu via alguns amigos falarem do curso, que era muito bom. Mas eu sou um pouco antigo, pensava que só o presencial funcionaria para mim. Até que em 2019, quando eu comecei meus estudos para concurso, em um cursinho presencial lá em Natal, eu lembro que tinha um professor de informática que era muito bom, mas eu não conseguia entender nada com ele. Foi então que eu assistindo uns vídeos no Youtube do Estratégias conheci alguns professores, eu lembro que eu achei tão bom que no mesmo dia eu fiz uma assinatura, poucos dias depois eu cancelei meu curso presencial resolvi ficar só com o Estratégia. E lembro que foi em 2019 que o Estratégia lançou a Assinatura Vitalícia, e eu não tive dúvida, esse foi o melhor investimento que eu fiz para estudar para concurso.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Marcelo: Apenas iniciei nesse presencial em Natal.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Marcelo: Não.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Marcelo: Com certeza, senti uma diferença significativa na minha preparação, especialmente pela possibilidade de baixar não apenas os PDFs, mas também as videoaulas. Mesmo em locais onde não havia Wi-Fi, quando eu baixava, sempre tinha acesso a materiais e aulas gravadas. Para mim, tanto as videoaulas quanto os PDFs são autossuficientes. Além disso, gosto muito do Passo Estratégico e das Revisões de Véspera.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Marcelo: Eu nunca estudei com um plano de estudos rigidamente estruturado ou revisões programadas. Mas isso não significa que eu seja desorganizado. Como bom aquariano, gosto de ter certa liberdade em meu processo de aprendizado. Sempre que surge um concurso que vou fazer, pego o edital, transformo-o em tópicos no Word e sigo esse conteúdo. Tento estudar todas as matérias listadas no documento e, para cada tópico, busco resolver pelo menos 100 questões sobre o assunto. Nem sempre consigo fechar o edital por completo, mas sempre chego bem perto, acima dos 80%. Isso porque, às vezes, o tempo é mais apertado, especialmente quando preciso conciliar com editais que já estão abertos.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Marcelo: Esse talvez seja meu ponto mais fraco, pois nunca estudei para nenhum concurso sem que o edital já tivesse sido lançado. Meus estudos sempre foram muito corridos. No entanto, nos últimos anos, descobri o ANKI, e isso foi uma verdadeira virada de chave para os meus estudos. Quando finalmente consegui entender como usar a ferramenta, percebi uma grande diferença.
Antes, minhas revisões eram bem aleatórias, eu lia alguns resumos e fazia muitas questões, sem uma estrutura definida. Com o ANKI, passei a seguir uma programação mais organizada, feita pelo próprio aplicativo, e percebi uma grande melhoria no meu desempenho.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Marcelo: Fazer muitas questões sempre foi fundamental no meu processo de estudos. Hoje, com a facilidade proporcionada pelos sites de questões e pelos PDFs do Estratégia, esse hábito ficou ainda mais acessível. Atualmente, até utilizo mais os PDFs, pois são completos, com muitas questões, todas organizadas e bem comentadas.
Para o concurseiro de hoje, o acesso a questões é democrático e fácil. Lembro que, quando meu irmão estudava para o concurso da PRF, em 2003, não havia nada disso. Não tínhamos computador em casa, e ele precisava ir à UNB, até ao Cespe, onde havia uma pilha de provas antigas que eram emprestadas para que as pessoas tirassem cópias. Eu lembro bem disso, pois cheguei a ir com ele uma vez. Mesmo com todas as dificuldades de acesso, ele já falava da importância de fazer questões no processo de estudos. Ele passou no concurso e é PRF desde 2003.
Eu sempre fiz muitas questões, apenas nos sites de questões eu tenho mais de 40 mil questões feitas. Fora as que faço dos PDFs do Estratégia que não contabilizo.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Marcelo: Com certeza minha maior dificuldade são as disciplinas de exatas, eu sempre estudei em escolas públicas e minha base era muito ruim, mas também eu sempre criei um bloqueio. Para superar, não tem muito o que fazer, é tentar achar um professor que eu consiga entender o que ele fala e repetir muitas vezes o processo. Nos meus tempos de FAB, eu lembro que os militares falavam sempre: “a repetição com correção até a exaustão leva a perfeição”. Acho que essa frase pode resumir “a vida do concurseiro”.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Marcelo: Eu sempre tento rever pontos que precisam ser decorados. Quando eu vejo que tem alguma matéria do edital que eu não tive tempo de estudar, eu tento pegar umas 100 questões e vou direto ler as respostas, faço algumas anotações para tentar lembrar algo que possa me ajudar na hora da prova. Durante o processo de estudos, que estou fazendo questões, eu sempre vou criando alguns cadernos com questões que eu preciso ver na semana da prova, coisas que caem com mais frequência, que eu tenha errado mais ou algum detalhe que eu precise rever com mais atenção.
Já no dia anterior à prova eu sempre tenho um resumo pequeno, feito à mão mesmo durante meu processo de estudo. Por exemplo, se for um concurso que tenha Regimento Interno, eu tento colocar informações pontuais, como composições, competências. Coisas relevantes que preciso decorar. Como eu disse, eu tenho um nível de hiperatividade e déficit de atenção altíssimo, então eu preciso muito reler a mesma informação muitas vezes para tentar fixar, sempre que possível eu leio até mesmo no dia do concurso antes de entrar na sala da prova.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Marcelo: Teve sim. Eu não me considero bom em fazer redação, mas eu não tenho bloqueio em escrever, porque ao longo desses quase 5 anos estudando eu fiz muitas redações. Eu tenho em meu arquivo pessoal mais de 100 redações que eu já fiz só para treinos, só de conhecimento específico na minha área. E eu sempre tento melhorar esses meus textos, então estou sempre passando a limpo, mudando algumas coisas.
Eu percebo que nos últimos anos o nível das redações tem subido bastante, as bancas estão cada vez mais exigentes e muitas não tem aceitado nem recursos.
Se eu puder dar uma dica, treinem e façam muitas redações, tente pagar alguém para corrigir. Ainda que não possam pagar, tente pedir alguém que tenha experiência em redações para analisar seu texto. É muito importante a correção ou um olhar externo.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Marcelo: Acho que tenho muitos erros, mas posso citar 2 que acho que foram decisivos para meu insucesso no início do meu processo de estudo. O primeiro foi quando comecei a estudar para concurso, eu não tinha nenhum foco, toda prova que saía eu queria fazer. O segundo foi a minha falta de revisões, eu não sabia como revisar e ia deixando de lado.
Acho que meu maior acerto foi não desistir, muitas vezes a gente coloca em dúvida nossa capacidade, medos e incertezas, e ter resiliência para continuar é algo que requer muita força de vontade.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Marcelo: Várias vezes, acho que todo mundo que estuda em algum momento já deve ter pensado. Muitas vezes duvidei da minha capacidade e sendo bem sincero, a maior motivação para seguir foi a de buscar um futuro melhor, mais qualidade de vida mesmo.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Marcelo: Acho sempre muito difícil querer deixar um conselho para outras pessoas que estudam, o estudo é sempre muito individual e cada um tem suas dificuldades, mas algo que posso dizer é: confie no seu processo, muitas vezes nós nos colocamos em dúvida e é fundamental acreditar no que cada um faz no seu dia a dia, como diz uma música do Rappa: “a fé na vitória tem que ser inabalável.
É claro que vai ser necessário fazer ajustes no meio da “rota”, mas confie verdadeiramente no que está sendo feito. Só depende de nosso trabalho árduo para chegar onde sonhamos, tem um preço a pagar, não é barato nem simples, mas quando acreditamos, lutamos e não desistimos é questão de tempo, pode até demorar, mas vai dar certo.
Para quem acredita em Deus, tente se conectar a Ele, todos os dias antes de começar meus estudos eu sempre colocava a música de Nossa Senhora Aparecida instrumental, fazia uma prece, tentava meditar uns 5 minutinhos ali refletindo. A única coisa que eu pedia a Ele eram forças apenas para continuar buscando, até o dia que eu merecesse minha vaga.