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Como fazer revisões: 7 técnicas para melhorar suas revisões – Parte II

Olá, pessoal, tudo bem?! Hoje falaremos novamente sobre como fazer revisões e citaremos 7 técnicas utilizadas para essa finalidade, que incluem: mapas mentais, revisões por questões erradas, resumos, lei seca, videoaulas, etc. dando continuidade ao primeiro tópico desse assunto. Nesse link falamos sobre os “métodos de revisão” que, dentro de nosso escopo, foram considerados os métodos de organização e divisão de revisões durante a semana de estudos, ou seja, como organizar seus assuntos de uma maneira macro.

Nas denominadas “técnicas de revisão”, iremos ver de uma maneira micro, ou seja, dentro de um determinado dia, como realizar as revisões. Existem diversas maneiras de se fazer isso. Algumas delas são mais eficientes, outras mais eficazes (lembrem-se de que eficiência é o aproveitamento máximo de um recurso, que no nosso caso é o tempo, enquanto eficácia é, em nosso caso, a absorção de certo assunto).

Com isso em mente, iremos diretamente adentrar os diversos estilos e observar quais as vantagens as desvantagens de cada um. Não iremos dizer se certa técnica é boa ou ruim, pois algo que pode ser bom para certo aluno, pode não ser para outro. O que será apresentado são as características objetivas de cada um, para que o estudante tome uma decisão consciente sobre como seguir com seu estudo.

Técnicas de revisão analisadas

Existem diversas maneiras de se fazer uma revisão, entraremos nos detalhes das mais comuns e das mais eficazes. As seguintes técnicas serão analisadas:

  • Grifos no material do professor
  • Resumo feito pelo próprio aluno
  • Resumo feito pelo professor
  • Revisão por questões erradas/difíceis
  • Mapas mentais
  • Videoaulas
  • Leitura de lei seca

Grifos no material do professor

Exemplo de material do Estratégia grifado pelo próprio aluno.

Iniciaremos por uma das maneiras mais recomendadas pelos professores e coaches em geral. Ela é uma das queridinhas pela velocidade com que se consegue realizá-la.

O aluno durante a leitura do material faz marcação dos principais assuntos de cada matéria para que numa próxima leitura, ele passe pela matéria com bastante objetividade, evitando reler assuntos que já foram dominados ou assuntos de menor importância. Pode ser realizado em arquivos digitais (PDF) ou em material impresso.

As grandes vantagens dessa técnica são a rapidez com que o material pode ser feito e a flexibilidade do conteúdo (se os grifos forem feitos em PDF podem ser modificados facilmente). Durante a leitura, o aluno que já conhece o assunto, reconhece os principais pontos da matéria e grifa o que existe de mais importante e pode retirar o que já domina. A leitura posterior (próxima iteração de estudo) do assunto demorará apenas uma fração do tempo da leitura anterior.

Os grifos devem ser revistos a cada leitura, retirando o que deixar de ser importante e adicionando assuntos despercebidos.

A pequena desvantagem é que alunos muito iniciantes têm dificuldade de saber “o que é importante” e acaba grifando muito, mas isso tem solução. O concursando muito iniciante deve ler o material e se apegar a marcar no máximo 20% do assunto. Se estiver muito indeciso ainda, não se deve grifar nada, deixando-se para grifar os assuntos cobrados em questões ou que o professor colocou como importante.

Uma vez que tenha terminado de ler o conteúdo teórico, durante as questões o estudante deve marcar os assuntos que foram cobrados e que ele teve dificuldade em memorizar. Dessa maneira, a própria banca dá a ele uma ideia daquilo que é mais ou menos importante para prova.

Resumo feito pelo próprio aluno

O concursando ao ler certo material, cria um material próprio em suas próprias palavras, “traduzindo” o assunto em termos que ele entenda.

Durante a criação do resumo, o estudante deve tomar MUITO cuidado para não reescrever artigos e legislação em geral. As bancas cobram muita literalidade de lei, sendo assim, é de grande importância que o aluno reconheça a transcrição exata dos artigos, incisos, alíneas, etc.

Essa é uma metodologia controversa. A grande desvantagem de resumo escrito é a demora que um material leva para ser criado. Reescrever o conteúdo fazer com que um estudo que em geral aproveitaria cerca de 10 páginas por hora passe a ter aproveitamento de apenas 2 páginas por hora.

Já a grande vantagem desse procedimento é que ele tem muita eficácia para absorção do conteúdo, visto que escrever é reconhecidamente uma maneira ótima de memorização.

Dessa maneira, tenha cautela com resumos, já que é necessário ver se a retenção de conteúdo é suficientemente alta para que esta metodologia valha a pena.

Resumo feito pelo professor

Exemplo de resumo feito pelos professores do estratégia (Prof. Herbert Almeida)
Exemplo de resumo feito pelos professores do Estratégia (Prof. Herbert Almeida).

Os professores do Estratégia disponibilizam resumos feitos por eles mesmos. Para o aluno que nunca teve contato com o conteúdo e não soube como grifar é uma ótima opção para estudar um assunto numa revisão.

Esse tipo de resumo tem intrinsecamente um conteúdo muito bem selecionado. A única coisa a ser levada em consideração quando da escolha pelo resumo feito pelo professor é que esse material engloba TUDO que é importante para a prova, inclusive matérias muito fáceis. Sabemos que um estudante avançado, não precisa, por exemplo, ficar revendo o SO CI DI VA PLU milhões de vezes.

Em função dessa deficiência, quem escolher utilizar resumos do professor, deve grifá-los ao longo do tempo, eliminando informações que já foram absorvidas e incluindo novos pontos que possam ser importantes.

Revisão por questões erradas/difíceis

Essa é uma das queridinhas de muitos coaches. Ela tem duas vantagens enormes que são: a alta absorção de conteúdo e o foco em dificuldades. A resolução de questões por si só, é uma ótima maneira de internalizar conteúdo, quando o estudante acerta OU quando erra certo exercício, ele presta muita atenção em cada item lido. Caso acerte, tem recompensas químicas positivas no cérebro e, caso erre, tem reforços negativos. É algo muito mais intenso que a mera leitura de certo assunto.

Entrando no mérito de questões erradas: o fato de o aluno resolver apenas essas questões, faz com que ele cubra mais conteúdo e reduza cada vez mais o escopo a ser estudado. Uma vez que se esteja avançado em certo objeto, pode-se ampliar o estudo para outros anos, outras esferas de estudo e até outras dificuldades

A desvantagem desse tipo de revisão é que algumas matérias simplesmente não têm questões suficientes para um estudo bem desenvolvido. Outro problema é o fato de que, caso o aluno não conheça bem o estilo de cobrança de uma banca, ele pode estar estudando por questões fáceis demais e não absorvendo o necessário; ou difíceis demais, perdendo tempo com assuntos que não seriam pertinentes, por exemplo, estudar em muita profundidade o estatuto da magistratura (com questões de juiz por exemplo) para uma prova de Fisco, seria uma espécie de desperdício.

Mapas mentais

Este é um dos favoritos dos alunos. Nem todo coach recomenda essa técnica, apesar disso, os estudantes a amam. É uma espécie de resumo feito pelo professor, mas colocado de maneira ainda mais simplificada e, em regra, organizado visualmente.

Esse tipo de estudo tem uma vantagem óbvia quando tratamos de assuntos que são interligados. Observando conteúdo todo de uma vez, aliado a gráficos, flechas e índices, ajuda o estudante a fazer relacionamentos entre matérias que não seriam feitos com a leitura de uma lei seca.

De uma maneira geral, os mesmos pontos positivos e negativos descritos sobre os resumos feitos pelos professores se aplicam aos mapas mentais.

Videoaulas

Coloquei essa aqui apenas por ser muito mais utilizada do que deveria. É uma técnica que possui controvérsias e é interessante que o aluno esteja atento a elas.

Primeiramente, o estudo é bastante passivo. A falta de pró-atividade do concursando diminui a retenção de conteúdo, sem falar que acaba dando liberdade para que o cérebro divague. A matéria dada é muito mais superficial e dada de maneira menos eficiente (um artigo que seria lido em segundos é apresentado em minutos). Mesmo assistindo de maneira acelerada não é um estudo que aproveita bem o tempo do estudante.

A vantagem dessa técnica é a flexibilidade. É possível ouvi-la no carro, assisti-la no ônibus, ou quando o estudante simplesmente não consegue mais ir pra frente na matéria por cansaço mental, pode ser uma alternativa para continuar caminhando (mesmo que vagarosamente).

Lembrando que estamos falando de revisões nesse artigo, e não do primeiro estudo de certa matéria. Em regra, um aluno com dificuldade em certo conteúdo pode sim se aproveitar da didática de uma videoaula. Como estamos falando em revisões, consideremos que o contexto já foi visto e, portanto, deve ser mais aprofundado e dinâmico.

Leitura de lei seca

Exemplo de revisão por lei seca

Apesar de não ser um dos preferidos, é muito interessante pelo fato de ser extremamente sucinto. É especialmente recomendado para quem já está em um nível intermediário ou avançado. Um material de PDF de 200 páginas tem cerca de 40 páginas de lei seca. Uma vez grifada, essas 40 páginas podem se transformar em 10 páginas.

A exemplo de quão sucinta a lei seca pode ser, lembremos do CTN. Completo não passa de 50 páginas, enquanto um PDF completo sobre o assunto terá centenas de páginas. Um lado negativo para os iniciantes, que demonstra a necessidade de o aluno ter nível avançado para fazer esse tipo de revisão, é que muitos dos artigos do CTN não estão em vigor, mas continuam no texto da lei (foram revogados tacitamente apenas). Isso causa confusão em alunos com nível básico que tentam ler a lei seca. Finalmente, muito do que é cobrado em Direito tributário é jurisprudencial. Jurisprudência não aparece no CTN , dessa maneira, o estudo pode ter lacunas vazias. Isso reforça a importância de ter certa experiência ao ler uma lei seca.

Qual técnica de revisão usar?

Tendo apresentado diversas técnicas de revisão, fica a pergunta. Qual delas utilizar?

A resposta é simples: Use diversas delas. O estudo de um concursando de alto nível é de várias horas diárias. Variabilidade diminui a monotonia assim como estimula a resiliência durante o dia. Se o estudante está cansado da leitura de lei seca, que é bastante pesada, pode ir para mapas mentais, ou fazer questões que errou.

Ainda, sobre a utilização delas em conjunto, cada pessoa se adapta melhor a certas técnicas: alguns não se dão bem com mapas mentais, por exemplo; algumas técnicas são mais indicadas para alunos avançados enquanto outras para os iniciantes.

Não se deve apegar a rótulos ou a quais revisões são corretas ou erradas. O que deve ser feito é: a verificação de o que está e o que não está funcionando e o porquê; a tentativa de sair da zona de conforto sempre que algo se torna fácil demais; a autocrítica.

Esse artigo, considerando suas duas partes, busca esclarecer a melhor maneira para se organizar o estudo ao longo do mês e desmistificar as técnicas utilizadas nos momentos de revisão, demonstrando quais as mais eficientes, suas vantagens, suas desvantagens, enfim, todos os aspectos das revisões para que o aluno tenha uma tomada de decisão consciente.

Um abraço,

Julio Furlanetto

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