Artigo

Como curar a doença do perfeccionismo?

Como curar a doença do perfeccionismo?

 

Olá, pessoal, tudo bem?

 

Meu nome é Gustavo Garcia, Auditor-Fiscal da RFB e faço parte da equipe do Estratégia destinada à preparação para concursos públicos. Hoje, trago para vocês um artigo excepcional que não é direcionado especificamente para a área de concursos, mas que muito pode ajudá-los a curar a doença do perfeccionismo e, assim, seguir em frente rumo à aprovação.

 

Na semana passada, participei de um webinário sobre técnicas de estudo no qual falei sobre a aplicação do Princípio de Pareto (regra 80/20) aos estudos para concurso. Na minha opinião, saber aplicar essa técnica é o que diferencia o concurseiro maduro e experiente daquele que engatinha.

 

E o assunto de que trata o artigo muito tem a ver com o Princípio de Pareto, pois fala justamente sobre o quanto a repetição (para concurseiros, entenda-se por releitura ou resoluções de questões incessantes) pode nos levar à perfeição (para concurseiros, entenda-se por garantir a sua vaga).

 

O artigo é maior e pode ser lido na íntegra aqui, mas trouxe apenas a parte que julgo relevante para esse post. Recomendo, para quem tiver tempo, a leitura na íntegra e, para todos, seguir o autor nas mídias sociais.

 

Vamos ao artigo:

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A LEI DOS 20 QUILOS: COMO CURAR A DOENÇA DO PERFECCIONISMO?

05/09/2016

ceramics

Numa parte do Art & Fear, o autor fala sobre um case-study de um professor de arte lá dos Estados Unidos que decidiu fazer um “experimento social” dentro de sua aula de argila.

Ele pegou a turma e dividiu ela em dois grupos.

No primeiro grupo, a ordem era a seguinte:

“Vocês têm 3 meses para entregar o melhor vaso de argila possível. Sua nota depende da qualidade dessa vaso”

Com esse primeiro grupo, o foco era na obra-prima, no detalhe, na perfeição.

Com o resto do pessoal, ele decidiu inovar um pouquinho:

“Vocês têm 3 meses para entregar 20 quilos de vasos de argila. Não importa se os vasos estiverem feios ou bonitos. Se você chegar me entregar 20 quilos de arte, você vai receber a nota máxima e ponto final”.

Passou 3 meses, ele distribuiu as notas e teve a seguinte conclusão: todas as “obras-primas” vieram do grupo dos 20 quilos. 

Como assim, cara? Por que a “qualidade” veio daqueles que não tinham qualidade como objetivo?

Simples: repetição gera maestria.

Quantidade versus qualidade

Um vaso de argila normalzinho que eles estavam acostumados a fazer pesava menos 500 gramas. Para chegar a 20kg, os caras tinham que realmente botar a cara dia sim e dia sim.

O pensamento dessa galera não era “eu preciso criar o vaso perfeito”.

Tava mais para “eu preciso de ação senão meu tempo vai acabar”.

Aí o que acontece quando você bota a cara com consistência e repetição?

Boom! Você vai ficando cada vez melhor. É o mindset de crescimento, mano! Ou você não lembra daquele post que eu escrevi sobre a psicologia do futevôlei?

Do outro lado da moeda, perfeccionismo só gera insegurança e ansiedade.

Segundo o próprio Brian Johnson, perfeccionismo é o maior mal da humanidade. Ele tem uma master class inteira de 1hr falando só sobre isso lá no site.

Papo reto: de todos os meus conhecidos que são perfeccionistas de carteirinha, 100% deles não atingiu nem 50% de seu respectivo potencial.

Sabendo que seria julgado em qualidade, o segundo grupo passou o trimestre inteiro sentado lá conceitualizando, pensando, idealizando o vaso de argila perfeito para ganhar a nota A.

Quando chegou a hora do vamo ver, só saiu lixo!

A diferença? Enquanto esse grupo passou o trimestre pensando no que ia fazer, o outro grupo passou o trimestre inteiro fazendo.

Outliers e o caso Beatles

Quando eu era muleque, alguém pregou na minha cabeça que QUALIDADE É MELHOR QUE QUANTIDADE.

Só esqueceram de me avisar que obsessão com qualidade (perfeccionismo) é o inimigo #1 de quem quer botar pra ****![editado]

Esse caso da argila aí me deu um pouco de tela azul… mas daí eu lembrei de outro livro ****[editado] das galáxias que fala de um tema parecido: Outliers – Foras de Série de Malcom Gladwell.

Para muitos, o livro Outliers se resume a uma única expressão: “10 mil horas”.

Sim, segundo o autor, para alguém ficar muito bom em uma determinada atividade, são necessárias 10mil horas de prática deliberada.

Acho que no quarto capítulo, o Gladwell fala da ascensão dos Beatles e atribui a mudança deles de Liverpool para Hamburgo na Alemanha como o grande divisor de águas na carreira deles.

O empresário da banda desenrolou um gig para os Beatles saírem da Inglaterra e tocarem fixos num bar de rock na Alemanha chamado Kaiserkeller durante alguns meses.

Cada hora cheia, começava um show diferente. Daí eles tinham que improvisar várias paradas, colocar centenas de músicas no repertório e tocar durante horas e horas seguidas.

Todo santo dia!

Repetição, repetição, repetição e mais repetição… na frente do público!

Se o negócio estivesse uma m****, a reação era imediata. Muito melhor do que se eles tivessem tocando sozinhos no estúdio sem saber se aquele trabalho vai ser aceito ou não pelo público.

Se eles tivessem ficado em Liverpool, eles iam tocar pra valer só uma vez por semana… no máximo duas.

Fora isso, iam ficar se preocupando com a logística de ir de uma casa para a outra.

E ainda tem aquela passagem bíblica que eu adoro repetir aqui no blog. No Evangelho de Marcos, **** [editado] disse o seguinte:

“Só em sua própria terra, entre seus parentes e em sua própria casa, é que um profeta não tem honra”

Jesus Cristo fez milagre em toda cidade que ele visitou. Só teve um lugar que ele não conseguiu nada: na sua própria cidade de Nazaré. Os Beatles só viraram os Beatles quando finalmente meteram o pé de Liverpool e foram pra Hamburgo.

Em Hamburgo, eles só tocavam. E tocavam muito. Não bem. Mas muito.

E por tocar muito… eles acabaram tocando muito bem.

Juros compostos, mano!

The rest is history.

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Bem, pessoal, é isso!

 

Fica de lição o seguinte: não se preocupem em fazer as coisas de forma perfeita, apenas façam. E refaçam. Quantas vezes forem necessárias.

 

Espero que tenham gostado do texto.

 

Um grande abraço,

Gustavo Garcia

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Veja os comentários
  • Isso aí, Wilma, o desafio nos concursos tem o perfil bem diferente daquele com o qual estamos acostumados! :)
    Gustavo Garcia em 09/09/16 às 23:41
  • Fala, Jamilton, tudo bem? Ainda bem que você já sabe, né: "acelera, rapaz, para de ficar no detalhe!" :) Um abraço
    Gustavo Garcia em 09/09/16 às 23:40
  • Grande Edmilson! Um grande abraço, valeu por ter vindo aqui! :)
    Gustavo Garcia em 09/09/16 às 23:39
  • Valeu, Mariana! :)
    Gustavo Garcia em 09/09/16 às 23:38
  • Valeu, Diogo!
    Gustavo Garcia em 09/09/16 às 23:37
  • Puxa, que legal que curtiu o texto!
    Gustavo Garcia em 09/09/16 às 23:37
  • Valeu, muito obrigado! Ainda bem que gostou! :)
    Gustavo Garcia em 09/09/16 às 23:36
  • Caramba, que legal que esse artigo tenha servido para melhorar sua postura nos estudos! :)
    Gustavo Garcia em 09/09/16 às 23:33
  • Obrigada pelas palavras encorajadoras; há muito a estudar; no entanto, percebi que praticar, praticar e praticar é o caminho. Fui aluna nota Dez a vida toda e percebi que em concurso a vida muda e muito; hoje quero apenas e simplesmente a minha vaga, independente da colocação. Vamos embarcar nos exercícios !!!!!
    Wilma Maria Roberto em 07/09/16 às 11:49
  • (Risos) O concurseiro quando foca em sua meta sempre vai encontra algo que vai ajudá-lo a continuar caminhando. Estou no trabalho , local em que meu rendimento cai cerca de 50%. Ops! Trabalho não é lugar de estudar ( risos). Ai penso em passar um e-mail para o meu Coach para fazer a seguinte pergunta ; "Gustavo Garcia, estou na aula X, assunto Y , entretanto neste assunto só acertei 63 % dos exercícios. O senhor acha que devo retornar pra aula A?" Tenho certeza que ele falaria : Jamilton , dar uma lida no meu artigo "Como curar a doença do perfeccionismo?" rsrsrsrrsrsrsrs. VAMOS CAMINHANDO !!
    JAMILTON SANTOS em 06/09/16 às 16:27
  • Eu comecei a seguir uma galera no ig, inclusive alguns profs aqui do estratégia, e sempre me questionei: "Como eles estudam tanto?" (?) Esse relato foi fantástico. Gosto dos Beatles e me lembro (de ler sobre a trajetória da banda) desse episódio da mudança para a Alemanha e de tocar, tocar, tocar... Quando vc falou dos Beatles eu parei de ler e saquei qual seria o grande lance. A repetição. Eu fico irritado quando sento pra estudar e algo me tira a concentração, me apego ao silêncio absoluto, na organização da mesa, enfim, detalhes. E sempre chego a um nível de esgotamento muito rápido e com pouquíssima absorção de conteúdo. Depois desse relato, e da Lei dos 20kg, certamente, minha rotina de estudos vai mudar, começando hoje!
    Gustavo Henrique em 06/09/16 às 14:11
  • Obrigado, Micheli!
    Gustavo Garcia em 06/09/16 às 09:35
  • Eu acho perfeita, você tem que aproveitar essas janelas de oportunidade diárias. Encaixe atividades que requerem menor necessidade de concentração ou de assuntos que já domina ou de que gosta. Um grande abraço, Gustavo.
    Gustavo Garcia em 06/09/16 às 09:34
  • Ótimas palavras.
    Weiss em 06/09/16 às 09:33
  • Professor, "lacrou"!!! rs
    Mariana em 06/09/16 às 09:32
  • Fico feliz que vá te ajudar, Felipe! Um abraço, Gustavo.
    Gustavo Garcia em 06/09/16 às 09:32
  • Ótimo!!! Excelente!!! Gostei.
    EDMILSON CORREA em 06/09/16 às 09:29
  • Showwwww! É isso...parece q a ficha caiu! Melhor artigo que já li.
    MICHELI PAGANOTTI em 06/09/16 às 09:27
  • Muito bom!!!
    Rômulo Gonçalves em 06/09/16 às 09:14
  • Muuito booom!! Muuito obrigada!!!
    Elo em 06/09/16 às 08:06
  • Ótimo texto professor! Muitas vezes eu deixo de estudar alguma coisa no horário do almoço ou em pequenos intervalos porque acredito que a qualidade do estudo não vai ser suficiente. Vou tentar balancear qualidade e quantidade agora, não quero ter a sensação de que passei por material importante de forma muito corrida, então deixo para estudar meu material principal com mais concentração e foco nos meus horários de estudo normais e nos pequenos intervalos que tiver vou tentar focar em vídeo-aulas, revisões e resolução de exercícios, o que vc acha dessa abordagem?
    Eduardo em 06/09/16 às 07:22
  • Muito bacana o pensamento... Estou estudando para o TRE-SP e essa história vai ser lembrada nos momentos em que possivelmente o cansaço fale alto! Parabéns!
    Felipe André Lima Teixeira em 06/09/16 às 05:21