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Bolsa de valores e concursos públicos: uma correlação interessante

Invisto por meio da Bolsa de Valores (B3) desde 2007. Nesse período todo, passei por algumas crises de mercado, vi minha carteira de ações despencar e, também, disparar. Hoje, considero-me um investidor maduro, pois, ao mesmo que tempo adoto uma filosofia de aplicações consistentes, mantenho uma estabilidade emocional em momentos avessos.

Sim, professor, mas o que isso tem a ver com a minha vida de concurseiro? Pois é, há algum tempo venho notado fortes semelhanças entre o investidor da Bolsa e o estudante para concursos públicos, principalmente no que tange às questões psicológicas.

Muitas pessoas aventuram-se na bolsa de valores e quando a cotação de suas ações caem, elas ficam desesperadas e realizam suas posições com grande prejuízo. Ficam traumatizadas e começam a dizer por aí que a Bolsa é cassino, é lugar de aposta e que somente os “tubarões” conseguem ganhar dinheiro no mercado acionário. Lei do engano, por quê? Porque a Bolsa sobe caindo. Como assim, como algo pode subir caindo? Observe a imagem abaixo:

O gráfico acima mostra o patamar do Ibov, índice que, de maneira simplista, contempla as cotações das principais empresas da Bolsa brasileira, nos últimos 5 anos. Veja que, apesar de cair, o índice retoma sua força e continua sua trajetória ascendente: a cotação segue o lucro e, enquanto as empresas crescem e se tornam cada vez mais lucrativas, a tendência é que as cotações continuem crescendo também. O problema é que muitos que aplicam seu dinheiro em ações possuem uma visão extremamente míope de curto prazo e acabam desistindo de seus planos de liberdade financeira logo na primeira baixa. Guarde isso: no curto prazo, a bolsa de valores é volátil; mas, no longo prazo, é uma subida constante (é claro, se as empresas fizerem sua lição de casa e continuarem lucrativas).

O mesmo acontece com o estudante de concurso público. Ele vai bem numa prova e se anima; logo depois, vai muito mal na próxima; logo em seguida, vai um pouco melhor em outra; mas, de novo, vai mal na próxima e acaba desistindo. Qual foi o erro? O erro foi ele não perceber que a cotação (sucesso na prova) sempre acompanha o lucro (constância nos estudos) no médio e longo prazos. Assim, entre sucessos e derrotas nos concursos públicos, você tem que entender que seu patamar está subindo: se você está estudando, seu nível de conhecimento e habilidade para prestar uma prova estará muito melhor hoje do que no passado.

Assim como investidores ansiosos perdem dinheiro e saem no prejuízo, o mesmo poderá acontecer com você, concurseiro ansioso, que perderá valioso tempo renunciado em prol dos estudos. O melhor é ser como o investidor de longo prazo que encontra sua liberdade financeira e vive de dividendos: olhe para o longo prazo e contemple os benefícios que virão quando assumir o cargo público que tanto almeja. Que Deus abençoe seus estudos.

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Veja os comentários
  • Muito boa analogia! Embora o racional prefira o longo prazo, a emoção tem dificuldade em controlar a ansiedade.
    Natassia em 09/10/19 às 11:11
  • Que bom, João! Fico muito feliz em receber feedbacks como o seu. Um abraço!
    Paulo Morishigue em 07/07/19 às 01:32
  • Ótimo artigo! Que ele seja muito inspirador, como foi para mim...
    João em 06/07/19 às 04:17
  • Obrigado, Prof. Yuri. Um forte abraço, meu amigo!
    Paulo Morishigue em 05/07/19 às 10:28
  • Muito bom o artigo, prof. Paulo! Meus parabéns!
    Yuri Moraes em 04/07/19 às 23:28
  • Obrigado. É bom saber que há outras pessoas que compartilham da mesma loucura que nós. rs. Tmj, forte abraço.
    Paulo Morishigue em 04/07/19 às 20:30
  • Top demais, Paulo! Pensei isso há um mês atrás, achei que ninguém pensaria igual. Bom ler esse artigo, tamo junto.
    Pimenta em 04/07/19 às 19:46