Artigo

“Capciosas de Administração” – Questão comentada 8

Essa questão e muitas outras "osso duro" estão nos nossos dois cursos esquematizados e contextualizados de resolução de questões de provas:

1000 QUESTÕES COMENTADAS DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA P/ CARREIRAS FISCAIS

AULA DEMONSTRATIVA

2000 QUESTÕES COMENTADAS DE ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA P/ CARREIRAS DE TRIBUNAIS

AULA DEMONSTRATIVA

(CESPE – Analista Judiciário (CNJ)/Administrativa/"Sem Especialidade"/2013)

Com referência a organização e processo decisório, julgue o próximo item.

O processo racional de tomada de decisão pressupõe que o agente tenha conhecimento absoluto de todas as opções disponíveis para a ação.

Comentário:

Para nós entendermos esse contexto apresentado pela questão, vamos dar uma conferida no “túnel do tempo” da teoria das decisões!

Sabemos que o processo decisório se desenvolve sob a dinâmica da escolha. A tomada de decisão, em sua concepção inicial, vislumbrava a capacidade máxima de o tomador de decisão em escolher a alternativa 100% correta!

O Modelo Racional de Decisão foi a primeira visão teórica acerca do processo decisório. Esse modelo também é denominado Modelo da Racionalidade Maximizadora ou Modelo de Racionalidade Substantiva. É o modelo que confere ao indivíduo a capacidade irrestrita de maximizar e atingir, da melhor maneira possível, seus objetivos. Esse conceito de racionalidade remete à onisciência do indivíduo, já que ele é capaz de escolher a alternativa ótima de acordo com seus objetivos, e também à estabilidade e consistência das suas preferências. O Modelo Racional de Decisão nos apresenta uma imagem do tomador de decisões como uma supermáquina, um super-herói. Mas você vai entender que esse super-herói, na verdade, é um mero mortal com uma solução que caiu no seu colo!

Isso porque sabemos que os seres humanos reais não tomam as suas decisões dessa forma, não é mesmo? Portanto, vamos analisar agora o processo de tomada de decisão adotado na gestão contemporânea.

O Modelo de Racionalidade Limitada ou Modelo de Carnegie propõe que não é possível para um tomador de decisões ter acesso a todas as possibilidades de ação, além do alto custo envolvido nesse processo. Tendo em vista a escassez de recursos, os gerentes e administradores contentam-se em obter um número limitado de informações, um nível satisfatório, que lhes permita identificar os problemas e algumas soluções alternativas. Dessa forma, na prática, os gestores não buscam todas as soluções possíveis para um problema específico, o que seria impossível, mas apenas soluções satisfatórias e aceitáveis.

Portanto, o Modelo Racional de Tomada de decisão refere-se ao processo decisório no qual os administradores tomam decisões ótimas que maximizam os resultados da organização. Dessa forma, o processo levaria a uma decisão ideal, independente de quem a tomasse. Notem que, quando seus postulados dizem isso “independente de quem as tomasse”, há uma forma de decisão já pré-definida, ou seja, já proposta para o caso (mais ou menos semelhante a uma decisão programada). Assim, eis aí o erro sutil da questão! No Modelo Racional, o tomador de decisão irá tomar uma decisão ótima, mesmo não possuindo o conhecimento absoluto de todas as opções de alternativas.

É dizer: o tomador de decisão do Modelo Racional, na verdade, não é um super-herói, mas um mortal que tem a solução ótima (aquela já conhecida, já preparada) à sua disposição, e não porque ele tem conhecimento absoluto de todas as opções!

GABARITO: ERRADO.

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