Aprovado em 3º lugar no concurso ANATEL para o cargo de Especialista em Regulação de Serviços Públicos de Telecomunicações - Especialidade Engenharia
Agência Reguladora
“[…] Valorize a sua trajetória, encontre uma motivação diária, pense no cargo dos seus sonhos e siga em frente.”
Confira nossa entrevista com Hugo Sousa, aprovado em 3º lugar no concurso ANATEL para o cargo de Especialista em Regulação de Serviços Públicos de Telecomunicações – Especialidade Engenharia:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Hugo Vale Franklin de Sousa: Sou Engenheiro de Telecomunicações formado pela Universidade de Pernambuco (UPE), tenho 40 anos e sou de Recife-PE.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Hugo: Trabalhei por 4 anos na iniciativa privada e, com o tempo, percebi que aquele ambiente não combinava comigo. Os salários iniciais eram baixos para o padrão de vida que eu almejava, e as oportunidades de crescimento e valorização profissional eram limitadas. Isso me levou a repensar minha trajetória e buscar uma carreira em que meu esforço trouxesse mais retorno, não só financeiro, mas também em termos de estabilidade, reconhecimento e propósito. Foi então que decidi focar nos concursos públicos.
Pedi demissão e comecei a acompanhar editais e provas. Fiz meu primeiro concurso com pouca preparação e, para minha surpresa, fiquei em 18º lugar para apenas 1 vaga. Depois disso, percebi que, com uma preparação mais sólida, eu poderia disputar os primeiros lugares. E foi o que aconteceu 6 meses depois, quando fui aprovado no concurso de Engenheiro de Telecomunicações da UFPE, onde trabalho atualmente, há 7 anos.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Hugo: Sim, eu trabalhava enquanto estudava. Sempre enxerguei meu cargo público atual como um concurso escada, pois meu objetivo era alcançar outros cargos na área de TI ou Telecomunicações. Durante um período de escassez de concursos, decidi investir na carreira acadêmica e comecei a trilhar o caminho do mestrado e, depois, do doutorado (ainda em andamento).
Conciliar o mestrado com o trabalho foi bem difícil, precisei abrir mão de muitos finais de semana pra conseguir dar conta. Mas sempre digo que o mestrado foi um divisor de águas na minha vida profissional, elevou meu nível técnico e ampliou minhas oportunidades.
No doutorado, consegui organizar melhor a rotina. Me dedicava de 2 a 4 horas por semana e, com disciplina e planejamento, consegui equilibrar as demandas do trabalho, da pesquisa e dos estudos para concursos. Não foi fácil, mas com foco e algumas horas no fim de semana, fui conseguindo conciliar tudo.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Hugo: Fui aprovado no concurso para Engenheiro de Telecomunicações da UFPE, ficando em 2º lugar. Infelizmente, durante muitos anos, quase não houve concursos para os cargos públicos que eu realmente almejava. A Anatel sempre foi meu grande sonho, esperei bastante por esse concurso. Sou apaixonado por Engenharia de Telecomunicações e enxergo na Anatel um lugar ideal, que une tecnologia, inovação e contribuição social.
Neste momento, estou satisfeito e não pretendo continuar estudando para outros concursos.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Hugo: Durante a maior parte da preparação, consegui manter uma vida social ativa nos finais de semana. Saía com amigos, ia a aniversários, bares, praia, shows… não deixei de curtir a vida. Inclusive, aproveitei o Carnaval e até tirei 15 dias de férias para viajar.
Mas, nos quatro meses que antecederam a prova, eu comecei a sacrificar alguns eventos sociais para estudar algumas horas no final de semana. Já nos dois meses finais, aí sim eu sacrifiquei completamente a vida social para focar 100% na reta final.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Hugo: Alguns entenderam, outros nem tanto. Ouvi bastante o famoso “vamos, é só um dia, amanhã você compensa”, que todo concurseiro conhece bem. Faz parte do processo. Mas o apoio mais importante foi da minha esposa, e foi fundamental. Sinceramente, acho que a preparação foi tão desgastante pra ela quanto pra mim. Tive momentos difíceis, enfrentei crises de ansiedade, e ela esteve ao meu lado o tempo todo. Foi meu ponto de equilíbrio, me ajudando a manter a cabeça no lugar e me auxiliando nas várias tarefas do dia a dia pra que eu tivesse mais tempo e tranquilidade para estudar.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Hugo: Estudei desde que saiu a autorização do concurso, em julho de 2023, e a prova foi em setembro de 2024. Foram 14 meses de preparação.
Mantive a disciplina relembrando todos os dias os motivos que me levaram a buscar uma mudança de vida. Quando, por algum motivo, eu não conseguia cumprir as horas de estudo que havia planejado, aquilo me incomodava e eu dava um jeito de compensar durante a semana.
E sendo bem sincero, um dos grandes combustíveis da minha preparação veio de uma frustração no trabalho. Eu tinha sido convidado para atuar em um setor que iria me possibilitar um maior crescimento profissional e vantagens financeiras, mas, por questões políticas, fui impedido. O ambiente ficou tão ruim que acabei transformando isso numa motivação extra para sair dali e buscar algo melhor.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Hugo: A maior parte da minha preparação foi com os PDFs do Estratégia, complementados pelas minhas anotações e pelos materiais que já tinha das disciplinas do mestrado e da graduação. Na reta final, usei bastante as videoaulas do Estratégia para revisar conteúdos com alta recorrência em provas e foram fundamentais. Me surpreendi com a quantidade de questões na prova que eram muito parecidas com o que foi abordado nas revisões finais dos professores.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Hugo: Conheci o Estratégia por indicação de amigos que foram aprovados em concursos difíceis estudando exclusivamente pelo material da plataforma. Isso me deu confiança para também seguir por esse caminho e apostar no Estratégia como base principal da minha preparação.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Hugo: Senti sim uma diferença clara na minha preparação. Passei a estudar com um material que realmente seguia o edital e trazia questões bem alinhadas com o estilo da banca. Os PDFs me ajudaram bastante, são organizados, objetivos e explicam bem os pontos mais cobrados. Eu sempre gostei de fazer resumos personalizados, com um código de cores para destacar exemplos, conceitos-chave, questões e bizus, e os materiais do Estratégia serviram como uma ótima base para isso.
Além dos PDFs, usei o Passo Estratégico e, como já comentei, as videoaulas na reta final foram fundamentais. Me arrependi até de não ter investido mais tempo nelas, porque os professores dão muitas dicas valiosas que realmente ajudam a fixar o conteúdo. Também usei bastante os simulados com questões inéditas.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Hugo: Montei meu plano de estudos com base no Passo Estratégico, mas fui adaptando ao meu estilo. Organizei as disciplinas em blocos de matérias afins, separando os conteúdos de conhecimentos específicos e conhecimentos básicos. Depois, classifiquei os assuntos conforme a relevância e dei prioridade àqueles mais cobrados. No dia a dia, preferia estudar blocos homogêneos, ou só matérias específicas, ou só básicas, porque isso ajudava a manter a linha de raciocínio e a assimilação dos conteúdos.
No início, eu estudava 2 horas líquidas por dia, conciliando com um trabalho presencial de 40 horas por semana. Quando saiu o edital, consegui uma redução de carga horária para 30 horas semanais e consegui estudar de 4 a 5 horas por dia.
Na reta final, usei meus dias de férias para estudar uma média de 8 horas líquidas por dia.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Hugo: Eu fiz resumos digitais bem detalhados, sempre incluindo questões de fixação pra ajudar na memorização dos conceitos. Eu criei um sistema de gamificação para acompanhar meu desempenho: analisava os percentuais de acerto nos simulados e identificava em quais matérias eu precisava melhorar e quais já estavam consolidadas.
Eu fiz também um resumo do resumo de cada matéria, que eu chamava de Bizu. Ao longo da semana, estudava todos os assuntos do edital e fazia simulados separados de conhecimentos básicos e de específicos. A partir dos erros e dificuldades, identificava os pontos fracos e recomeçava o ciclo na semana seguinte com foco nos ajustes.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Hugo: Resolver exercícios foi uma parte essencial da minha preparação. É através das questões que a gente aprende a linguagem da banca, identifica pegadinhas, entende como os temas são abordados e percebe os assuntos que mais caem. Isso me ajudava muito a ajustar meus resumos, porque eu passava a prestar atenção nos detalhes que realmente apareciam nas provas. A prática constante também me deixava mais seguro e com raciocínio mais afiado.
Não lembro quantas questões eu fiz, mas estimo que tenha sido algo em torno de 10 mil.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Hugo: Tive mais dificuldade com Direito Administrativo. Mesmo resolvendo muitas questões por semana, meu índice de acertos continuava baixo. Percebi que o problema estava na base teórica, então voltei alguns passos e aprofundei o estudo da teoria, complementando com videoaulas. Aos poucos, meu desempenho nas questões começou a melhorar.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Hugo: Na última semana, eu não li nenhum resumo completo, apenas lia os Bizus de forma dinâmica, testando minha memória e explicando os assuntos pra mim mesmo. Fiz questões de fixação, treinei bastante questão discursiva e fiz os simulados do Estratégia. No dia anterior à prova, eu assisti à live de revisão do Estratégia no Youtube e treinei discursiva. Encerrei a preparação às 22h.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Hugo: Comecei a me preparar para a prova discursiva cerca de dois meses antes do certame. Estudava duas vezes por semana, focando nos temas sugeridos pelo Estratégia e elaborando outros por conta própria. Só nas semanas finais passei a cronometrar o tempo, quando já estava mais familiarizado com os principais assuntos.
No geral, fui bem, e a prova discursiva foi decisiva para a minha aprovação entre os primeiros lugares. Mas meu conselho é começar a treinar essa parte bem antes, deixar para última hora aumenta a pressão desnecessariamente.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Hugo: Acertos:
Um dos maiores acertos foi ter investido na carreira acadêmica, o que fortaleceu muito minha base teórica. Também considero uma decisão acertada ter focado exclusivamente na Anatel, mesmo com outros concursos interessantes no caminho, o que facilitou organizar meu cronograma de estudos de forma compatível com as minhas horas de estudo disponíveis. Outro ponto importante foi ter planejado bem o tempo de prova, isso fez muita diferença no dia.
Erros:
Por outro lado, acho que encarei o concurso como algo “de vida ou morte”, e isso gerou uma carga emocional muito pesada, com bastante ansiedade. Além disso, acho que comecei a treinar a discursiva um pouco tarde.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Hugo: Durante toda a preparação, em nenhum momento eu pensei em desistir, esse concurso representava a solução de muitos problemas e a realização profissional que eu buscava. Mas, curiosamente, pensei em desistir durante a própria prova. Fiquei nervoso, exausto, achei que estava mal no tempo e que tinha errado parte da discursiva, quando, na verdade, estava tudo certo. Dei uma pausa, fui ao banheiro, respirei fundo e voltei focado. E, no fim, deu tudo certo.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou.
Hugo: No começo é normal abrir o curso do Estratégia, ver a quantidade de material e levar um susto. A gente faz aquela conta mental de quanto tempo vai precisar para dar conta de tudo e parece impossível. Mas se você não tem muitas horas disponíveis, comece com 1 ou 2 por dia. Você vai se surpreender com a sua evolução.
Valorize a sua trajetória, encontre uma motivação diária, pense no cargo dos seus sonhos e siga em frente. Nos dias difíceis, faça o que puder, com o que tiver, de onde estiver. O importante é não parar. Não deixe que os outros definam o seu caminho, levante a cabeça e vá atrás da sua chance.
Para fechar, deixo um trecho de uma música que me acompanhou nessa caminhada: “Levante a cabeça, amigo, a vida não é tão ruim. Um dia a gente perde, mas nem sempre o jogo é assim. Pra tudo tem um jeito, e, se não teve jeito ainda, não chegou ao fim.”