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“Fulano de Tal sim, teve sorte na vida”

“Fulano de Tal sim, teve sorte na vida”

Quem nunca ouviu a frase em epígrafe? Acho que todos nós já ouvimos tal locução no trabalho, no mundo acadêmico e, obviamente, no leito da nossa família.

Pois bem, escolha um indivíduo “sortudo” aleatoriamente e regrida a mais tenra idade de sua infância. Chegando lá, verá que provavelmente era um dos melhores alunos da turma, ainda criança, se esforçando MUITO ALÉM do que é a “obrigação” para todos, como as tarefas de casa, os trabalhos e as provas. Provavelmente ele foi chamado de “nerd” ou algo assim pelos colegas descolados que “tiravam a média para passar de ano”.

Indo um pouco mais adiante, já na adolescência, muito provavelmente o “sortudo” continuou sendo um dos melhores alunos da turma, seja num colégio público, seja num particular (com bolsa, obviamente). E continuou indo ALÉM do que é a “obrigação” para os demais colegas.

Avançando um pouco mais no tempo, o “sortudo” já está com 17 ou 18 anos de idade e está se preparando para o vestibular. Guarde bem essa fase: VESTIBULAR! Neste momento, o nosso indivíduo aleatório já acumulou mais de 10 anos de estudo com muito mais qualidade que o pessoal que “passa de ano”. E pasmem, o “sortudo” entrou num excelente curso numa excelente universidade (pública, obviamente).

Antes de continuar, o parágrafo acima merece um adendo: 6 meses, 1 ano, 2 anos, 3 anos de cursinho pré-vestibular não recuperam o tempo perdido em 10 anos de estudos medíocres. Fica a dica.

Continuando, o “sortudo” está aprovado e muito feliz e, pela primeira vez na vida, ouvirá dos “colegas”: “Nossa, Fulano passou em tal curso na universidade XXX, caraca, que sortudo! Deu sorte!”

Enquanto isso, no mundo paralelo, dos que “passam de ano”, observamos um sem-fim de jovens tentando “compensar”, de forma inútil, anos de mediocridade passiva e em processo de dupla-enganação: enganam a si mesmos que irão conseguir e, principalmente, enganam seus pais, que irão se frustrar muito em breve com eles.

Passados alguns anos, o “sortudo” está ralando muito na universidade, tirando boas notas e realizando diversos projetos paralelos interessantes (pesquisa e desenvolvimento, trabalhos voluntários, estágios, bolsas de estudos, etc.). Enquanto que a turma “que passa de ano” está num curso medíocre, numa universidade medíocre, tirando, pasmem, notas medíocres! E, obviamente, reclamando da vida e de quem teve “sorte” (e frequentando bons bares e danceterias!). É neste ponto da vida que se inicia o PROCESSO DE AUTO-VITIMIZAÇÃO dos colegas que nunca levaram nada a sério.

Finalmente chega o grande dia! A colação de grau! A formatura! O “sortudo” está ansioso pelas possibilidades que lhe aguardam: iniciativa privado (uma multinacional, por que não?), meio acadêmico (sempre tive apreço por essa área), setor público (concursos do primeiro escalão sempre são interessantíssimos, em qualquer fase da vida), etc.

Pode até demorar um pouco para surgir a oportunidade da sua vida, mas quando surgir, ela não escapará, afinal a essa altura dos acontecimentos, o “sortudo” já conta com 20 anos de estudos, trabalho, dedicação e perseverança muito acima da média dos colegas “que passam de ano”, que a essa altura estão cada vez mais no fundo do poço.

Felizmente, ou infelizmente, esses anos seguintes ao da graduação, lá naquela época, em que você está com 20 e poucos anos até os 30 e poucos anos, haverá um verdadeiro “apartheid” entre os que são “sortudos” (e prósperos) e os que “passam de ano” (e são decadentes e dependentes – do papai, da mamãe, da titia, etc.).

Neste ponto da vida, para a alegria geral da humanidade, observa-se claramente que tudo que o colégio tentou juntar e nivelar por baixo, tratando todos como se fossem iguais, a vida irá separar e nivelar (MUITO) por cima. No colégio, todo mundo era mais ou menos igual, aqui fora, somos bem diferentes e os “sortudos” comandam absolutamente TUDO que existe de melhor neste mundo.

Agora, cabe a você escolher o caminho a seguir na sua vida: ser “o cara que passa de ano” ou ser o “cara sortudo”.

E se lembre, não culpe ninguém, ABSOLUTAMENTE NINGUÉM, pela sua escolha.

Fica a reflexão para os jovens e para os não tão jovens assim.

Fiquem com Deus! Grande Abraço!

Prof. Ali Mohamad Jaha
Direito Previdenciário
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profalijaha (Instagram)35

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Veja os comentários
  • Boa tarde Prof. Ali. Não poderia ser diferente!
    ODIR MAYER em 06/09/17 às 16:22
  • Grande, Ali! Excelente reflexão!
    Paulo Henrique Amaral em 06/09/17 às 10:08
  • Nossa, professor! Quantas aprovações e quantas qualificações você tem! Você sim teve sorte!!! ;) Parabéns pelo excelente texto e acima de tudo, pelo material elaborado para a magistratura! Forte abraço!
    Nathalia Gemelli em 06/09/17 às 09:05
  • Parabéns pela coragem de dizer a verdade ! O brasileiro em geral - especialmente o intelectualmente medíocre - adora ser vítima ! Não sabe ele que o sucesso exige muita - mas muuuita ! - luta ! Acha que quem consegue tem uma espécie de predestinação, quando, na verdade, não está disposto a pagar o preço - só isso !
    Tiago em 06/09/17 às 00:27
  • Simplesmente sensacional !. #JogandoDuroQueSeVence
    Carlos Augusto em 05/09/17 às 23:17
  • nossa professor, parabens! excelente reflexão!! me emocionei ao ler, por que me identifiquei, decididamente quero ser "sortuda". obrigada!
    Marcilene Almeida em 05/09/17 às 22:44
  • Um verdadeiro choque de consciência! Como se diz nos EUA: No pain, no gain ! Parabéns prof. pelo tópico.
    Celso em 05/09/17 às 21:59
  • Que texto!
    Daniela Nakamura em 05/09/17 às 21:47
  • Texto absolutamente pertinente! Obrigada!
    Ana Flávia em 05/09/17 às 20:48
  • Texto absolutamente pertinente! Obrigada!
    Ana Flávia em 05/09/17 às 20:46
  • Muito bom!
    Andresa em 05/09/17 às 20:29
  • ÓTIMO PROFESSOR! O SENHOR VAI COMENTAR PROVA FUNAPE?
    Gracyere em 05/09/17 às 17:31
  • MUITO BOM PROFESSOR! OBRIGADA...
    Patricia em 05/09/17 às 16:56
  • Professor Ali Mohamad Jaha, que texto fenomenal!!!! É um raio x do que acontece em nossas trajetórias. A vida é exatamente desse jeito. Olhando o que acontece ao meu redor, sempre imaginei coisas desse tipo, mas nunca havia lido um texto que retratasse tão bem esse fenômeno que rege a humanidade. Parabéns pelo excelente artigo. Me sinto na obrigação de compartilhar isso com alguns jovens!!
    Neilton em 05/09/17 às 15:38
  • Professor Ali Mohamad Jaha, que texto fenomenal!!!! É um raio x do que acontece em nossas trajetórias. A vida é exatamente desse jeito. Olhando o que acontece ao meu redor, sempre imaginei coisas desse tipo, mas nunca havia lido um texto que retratasse tão bem esse fenômeno que rege a humanidade. Parabéns pelo excelente artigo. Me sinto na obrigação de compartilhar isso com alguns jovens!!
    Neilton em 05/09/17 às 15:35
  • Excelente!!!
    Camila em 05/09/17 às 14:45
  • Professor ALI vendo seu currículo de aprovação percebo que o Sr é uma pessoa de muita sorte!rs
    ALEX SANDER GOMES MENDONÇA em 05/09/17 às 13:45
  • Uau! Que belo artigo, professor! Muito realista... Com certeza quero ser "o cara sortudo!" Abraços
    Gisely em 05/09/17 às 13:28
  • É a mais pura verdade prof. Ali. Não adianta colocar a culpa em ninguém. E vamos em frente, porque não adianta chorar pelo leite derrubado, não é verdade? Um forte abraço e obrigada pelo texto.
    olivia em 05/09/17 às 13:20
  • Belo texto professor, muito obrigado por ter escrito isto.
    Malonny rodrigues em 05/09/17 às 12:52
  • Belo texto professor, bem sincero; infelizmente nós seres humanos sentimos conforto em culpar fatores externos pelo nosso fracasso ou insucesso, graças ao bom Deus hoje em dia quando vejo alguém bem sucedido automaticamente já penso em todo o sofrimento, renúncia que aquela pessoa passou para chegar onde está, isto vale para o setor público e privado. Devemos fazer sempre nossa parte, sabendo que tudo o que presta nessa vida é difícil e custa caro, forte abraço mestre.
    Malonny rodrigues em 05/09/17 às 12:48
  • Excelente texto, mestre!
    Vinicius em 05/09/17 às 12:25