Aprovado em 7º lugar no concurso do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo para o cargo de Escrevente Técnico Judiciário na região de Santo André/SP
“Só passei no concurso, pois já estava estudando algumas das disciplinas com antecedência, então, estudar antes do edital é fundamental e foi o meu maior acerto.”
Confira nossa entrevista com Wagner Shimabukuro, aprovado em 7º lugar no concurso TJSP para o cargo de Escrevente Técnico Judiciário na região de Santo André/SP:
Estratégia Concursos: Olá! Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Wagner: Sou paulistano, da zona leste, que atualmente mora no ABC Paulista (Santo André).
Tenho 41 anos, com formação em Comunicação Social e pós-graduação em marketing. Profissionalmente, atuei na área da comunicação por cerca de 8 anos e depois em marketing por outros 3 anos. Recebi uma oportunidade para trabalhar em uma multinacional farmacêutica na área comercial, onde fiquei 5 anos e meio.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Wagner: Sempre tive o serviço público como uma opção de carreira por influência dos meus pais, irmã, tios, primos, além de amigos, mas queria uma experiência no setor privado antes, pois entendia que seria mais difícil fazer a transição contrária.
Porém, o estopim para, de fato, abandonar o setor privado foi perceber que o caminho que eu estava trilhando me levaria a uma função que não satisfaria meus interesses de realização. E perceber que eu precisaria fazer algumas concessões às quais eu não estava disposto a fazer. Então optei por ter qualidade de vida e uma consciência tranquila. Daí, pedi demissão. Fiquei um curto tempo avaliando o que iria fazer e decidi focar nos estudos para concurso.
Estratégia: Por que a área judiciária? Você tinha alguém na família que o inspirou? O que te fez estudar para esse concurso?
Wagner: Nesse período, o primeiro concurso que prestei foi o INSS, no qual fiquei em 5º lugar, porém não fiquei entre os aprovados. Daí mergulhei de cabeça na área fiscal, para a qual ainda estudo, porém a ausência de concursos naquela época e a gravidez da minha esposa, do meu filho que hoje está com 3 aninhos, me fizeram abrir o leque de opções e dentre as várias oportunidades, optei pelo concurso do TJSP.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Wagner: Foi um período longo, mais de um ano, estudando muito, ralando todos os dias. A primeira dificuldade foi filtrar os materiais e aprender como estudar para concursos. Depois de pesquisar muito na internet, em blogs, artigos de professores e vídeos, acabei optando por um mix entre alguns livros indicados, apostilas em PDF recomendadas e muitos materiais impressos com exercícios, leis, resumos, etc.
Depois, o obstáculo foi encontrar o local adequado para estudar, pois em um apartamento com dois adolescentes e minha esposa que, na época, já trabalhava bastante em home office, eu não tinha a tranquilidade e o silêncio necessários. Então, pesquisei muitos locais, e acabei optando por bibliotecas próximas de casa. Mesmo assim, houve muitas mudanças, pois enfrentei obras em várias bibliotecas, períodos de fechamento por greve, ameaças de fechamento de bibliotecas públicas…
Por fim, tinha a questão dos horários de estudo, pois as bibliotecas não ficavam abertas em tempo integral, em geral só abriam no horário comercial e aos sábados pela manhã. Então, procurava acordar cedo no domingo para estudar antes da casa acordar.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Wagner: Só decidi prestar o concurso para o TJSP, quando o edital saiu. Eu já vinha estudando para a área fiscal. Quando o edital saiu, analisei as disciplinas e os pesos de cada uma e percebi que focando meu tempo nas disciplinas que eu nunca tinha visto, seria possível cobrir muito do edital nos 90 dias que eu tinha. Então, aproveitei meu estudo prévio e utilizei uma boa estratégia de estudos no período pós-edital. Fiz uma boa prova e fui aprovado em 7º lugar para a Comarca de Santo André. Além desse, fique na 5ª colocação no concurso do INSS, para a sub-região de Santo André, mas acabei fora da lista de aprovados.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Wagner: Procurei abdicar o máximo que pude da minha vida social nesse período.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Wagner: Sou casado, tenho um filho de 3 anos e 2 enteados, uma “menina” de 22 anos e um de 19 anos, que são meus filhos também.
Sempre tive bastante apoio de minha esposa e das crianças, mas também muita cobrança para equilibrar meu tempo com a família, o que foi difícil, mas também importante, pois tive uma fase mais obsessiva com meu progresso nos estudos.
Achar o equilíbrio é super importante.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Wagner: No meu caso, foi imperativo, pois minha esposa estava grávida de meu filho e logo teríamos muito mais gastos. Senti que precisava passar em um concurso para termos mais uma renda em casa. Logo, identifiquei que o concurso para escrevente técnico do TJSP seria um concurso escada muito bom.
O objetivo ainda é passar em um concurso da área fiscal. Nos dois primeiros anos, com meu filho bem pequeno, praticamente não consegui retomar os estudos. O ano passado foi muito difícil também, com a pandemia e as escolinhas fechadas. Mesmo assim, procuro estudar na parte da manhã do meu dia, uma vez que inicio as atividades no Tribunal às 10h30.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Wagner: Especificamente para o TJSP, estudei por 3 meses. Mas aproveitei muito do meu estudo prévio para outros concursos, principalmente em Língua Portuguesa, Matemática, Direito Constitucional, Direito Administrativo e Informática.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Wagner: Conheci o Estratégia Concursos a partir da indicação das apostilas de Direito Constitucional do professor Ricardo Vale feita pelo professor Alexandre Meirelles. Eu também sempre lia os artigos no blog do site do Estratégia.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Wagner: Para a aprovação no concurso do TJSP, só utilizei livros e cursos em PDF, que considero materiais de aprendizado e revisão mais rápida.
Porém, já assisti aulas presenciais e videoaulas, que são bastante boas para aprender disciplinas que estou tendo dificuldade de absorver somente com as leituras. E utilizo aplicativos de questões e ouço aulas gravadas naqueles pequenos intervalos do dia a dia.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Wagner: Procurava contabilizar as horas de estudo real com um cronômetro. Pelo que me lembro no pós-edital chegava a fazer 8/9 horas líquidas.
E montava meus ciclos de estudo de forma a não passar mais de dois dias sem rever as disciplinas com mais peso no edital, tentando colocar o máximo de disciplinas possível, mesmo que ficasse com poucas horas no ciclo. Porém, como havia muitas disciplinas que eu nunca tinha estudado, precisei incluir mais horas nessas matérias, mesmo com um peso pequeno na nota final. Logo, precisei revisar o plano de estudos a cada mês.
Gosto muito de fazer exercícios, e sempre tive dificuldade em fazer resumos. Então, eu aproveitava resumos que encontrava nos materiais ou na internet.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Wagner: Tive muita dificuldade nas matérias de direito processual e direito civil. São enormes e com muitos detalhes de prazos e termos muito específicos. Assim como as normas da corregedoria.
Fiz listas de prazos, aproveitei dicas dos professores sobre o que mais caía nas provas e fiz muitas questões para memorizar.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Wagner: Não consigo ficar descansando, sabendo que tenho tempo para estudar um pouco mais ou revisar algo importante. Então, no dia anterior à prova, mantive a mesma rotina da semana. Estudei muito, assisti algumas revisões das matérias que não havia conseguido cobrir todo o edital e procurei dormir bem e me alimentar direito.
Estratégia: No seu concurso, tivemos as provas práticas. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame?
Wagner: No meu concurso não teve prova discursiva, mas teve prova prática de digitação e formatação, para a qual procurei praticar cerca de uma hora todos os dias.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Wagner: Só passei no concurso, pois já estava estudando algumas das disciplinas com antecedência, então, estudar antes do edital é fundamental e foi o meu maior acerto.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, o que te motivou a seguir em frente?
Wagner: A resiliência em manter uma rotina de estudos, ter dias ruins e dias bons, ficar cansado e abrir mão da vida social são todos desafios muito pesados quando se passa um bom tempo esperando a aprovação.
No meu caso, a minha motivação é minha família. Pensar em tudo que quero fazer com eles e possibilitar a eles me fez seguir em frente. E ainda faz.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Wagner: Fiquei muito feliz e aliviado. Feliz por ter atingido esse objetivo, e aliviado em ver o fruto de tanto sacrifício. Mas eu pretendo atingir mais aprovações.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Wagner: O melhor conselho que posso dar a quem está começando é investir um tempo para pesquisar as dicas dos professores e coaches, aprender e assimilar técnicas de estudo e dicas sobre plano de estudo, ciclo de estudo, etc. Essas dicas e técnicas são fundamentais.
