Aprovado em 24° lugar no concurso Câmara dos Deputados para o cargo de Analista Legislativo - Técnica Legislativa
Concursos Públicos
“Sair da inércia é o movimento mais difícil, mas depois a coisa começa a fluir e você vai começar a se sentir culpado nos dias que não estudar ou nos dias que sentir que está rendendo pouco. O conhecimento é adquirido de grão em grão, nada é irrelevante, todo detalhe pode ser crucial […]”
Confira nossa entrevista com Victor Mendes Montoya Lazo, aprovado em 24° lugar no concurso Câmara dos Deputados para o cargo de Analista Legislativo – Técnica Legislativa:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Victor Mendes Montoya Lazo: Sou formado em Direito desde 2013, tenho 35 anos e nasci em Brasília/DF.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Victor: Eu já era servidor público há 15 anos, o que me motivou de verdade a voltar a estudar foi o nascimento do meu filho. Percebi que precisava melhorar a minha renda, por ele.
Mas quando eu era recém-formado no ensino médio, meu pai me incentivou a estudar para concursos, pois ele é servidor público desde 1996.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Victor: Sim, sou servidor do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.
Estudava pela manhã, à tarde trabalhava e conseguia conciliar com atividades curtas nas horas vagas e, à noite, quando sobrava tempo e disposição, tentava revisar alguma matéria.
Durante a preparação pós-edital, utilizei cerca de 40 dias de férias, que foram determinantes.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Victor: Fui aprovado para o Cadastro de Reserva no concurso do TRF 1ª Região, de 2007. Fui aprovado inclusive na fase de prova de digitação, mas nunca cheguei a ser nomeado técnico judiciário.
Pouco tempo depois, fiquei em 1º lugar no concurso do FNDE, também de nível médio, do mesmo ano, tendo tomado posse em abril de 2008.
Ainda em 2006-2007, fiz o concurso do MPU, técnico administrativo, alcancei êxito e fui aprovado em 441º e fui nomeado em novembro de 2008, cargo que ocupo até hoje.
Retornei aos estudos de forma competitiva em 2012, onde fiquei 2 pontos abaixo da nota de corte para ter a prova discursiva corrigida, no cargo de Analista Legislativo – Processo Legislativo, porém não continuei estudando.
Em 2022, tentei Senado novamente, no mesmo cargo, mas novamente fiquei no quase, na colocação 205º.
Por fim, obtive aprovação no atual concurso da Câmara dos Deputados, na 23ª colocação, de acordo com o resultado definitivo publicado no último dia 22 de março.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Victor: Até 2 meses antes da prova, ainda conseguia conciliar com algumas poucas atividades sociais em família ou amigos, mas na reta final abdiquei de muita coisa, inclusive de tempo com meu filho pequeno, que hoje tem apenas 2 anos de idade.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Victor: Totalmente, minha esposa foi uma guerreira, pois cuidava das tarefas domésticas, do nosso filho e de todos os cuidados que uma casa com uma criança pequena exige. Sem ela seria impossível.
Além disso, também tive o apoio recíproco da minha irmã, também aprovada no mesmo concurso. Íamos juntos para a sala de estudos e lá ficávamos o dia inteiro. Nas horas vagas, discutimos o conteúdo e sempre trocando informações e ajudando um ao outro naquilo que tínhamos dificuldade.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Victor: Estudei por cerca de 5 meses. Iniciei os estudos ainda em julho, 1 mês antes da publicação do edital. Porém, já possuía uma bagagem de muitos outros certames, além da minha formação, que é o carro chefe de muitos concursos na atualidade.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Victor: Utilizei muitas videoaulas, PDF, bastante conteúdo do Estratégia Concursos disponível no YouTube, além de site de questões e incontáveis revisões por flashcards, principalmente das matérias ditas como “decoreba”.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Victor: Conheci o mundo dos concursos em 2006, então tudo que há de novidade e qualidade, sempre estive atento. Não me recordo exatamente como conheci, mas provavelmente alguma publicidade ou por meio de algum professor renomado que ministra aula no Estratégia Concursos.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Victor: Fiz muitos cursos presenciais na minha jornada, mas nada se compara com uma preparação dos atuais cursos à distância. A carga horária é imensamente maior, a tecnologia revolucionou e aumentou demais o nível de preparação dos candidatos, que fazem provas cada dia mais difíceis, porém, as notas de corte permanecem altas.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Victor: Obtive sim, na época dos cursos presenciais o nível de preparação era muito menor do que é oferecido atualmente pelos cursos à distância.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Victor: Os PDF são excelentes, principalmente para quem não dispõe de tempo suficiente para assistir às videoaulas de todas as matérias. Os simulados também ajudam muito a identificar onde está o nosso ponto fraco, para melhorar ainda mais o rendimento.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Victor: Eu não tinha um cronograma fixo, até porque os meus horários também não eram, mas tentava estudar poucas matérias por dia, no máximo 3.
Por me considerar ansioso, eu não gostava de cronometrar o tempo líquido, poderia tirar o meu foco, mas me dedicava ao período de estudos das 8 às 20h, com diversos intervalos nesse período, é claro.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Victor: Até certo ponto eu elaborava meus próprios resumos, mas o tempo apertou e tive que recorrer a materiais resumidos prontos, além dos simulados, incontáveis exercícios e também os flashcards, que chegaram para ficar de vez na preparação dos candidatos.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Victor: Exercícios são de suma importância, pois precisamos conhecer a Banca que iremos enfrentar. Não consigo contar, eram inúmeras resoluções, sempre lendo os comentários para entender onde eu estava errando.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Victor: Ciência Política, sem dúvidas, por ser uma matéria extremamente teórica. Não sei se superei até hoje, pois essa disciplina é um universo, mas no dia da prova consegui aproveitamento de 80% nessa disciplina.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Victor: A minha rotina foi bem homogênea durante os 40 dias que antecederam as provas, sem forçar muito e sem desanimar, sempre confiante que daria certo.
No dia pré-prova, a Revisão de Véspera do Estratégia foi IMPRESCINDÍVEL. Sem ela, eu teria anotado alguns pontos a menos, certamente.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Victor: Eu redigi inúmeras provas discursivas durante a preparação. As duas primeiras eu fiz à mão, para poder transcrevê-la para o computador e ter noção de quantas linhas no Word representavam o total de linhas que eu teria disponível na prova.
Todas as demais, eu fiz diretamente no computador, da forma mais honesta possível, sem direito a usar o “backspace”, pois eu treinei muito para chegar no dia e, após o “brainstorming” no caderno de prova, transcrever para a folha definitiva sem fazer rascunho. E foi crucial, pois o tempo nesse dia foi muito apertado.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Victor: Eu perco o foco muito fácil, então meu principal acerto foi desinstalar as principais redes sociais e sair dos principais grupos, principalmente aqueles organizados pelos próprios candidatos no Telegram.
Inclusive na sala de estudos eu ficava em uma posição em que eu não conseguia ver as pessoas indo para um lado e para o outro, para manter a concentração o máximo possível.
São detalhes que certamente fizeram uma diferença enorme para o resultado obtido.
Meu maior erro foi não ter recomeçado os estudos antes, pois sabia da minha capacidade, mas posterguei durante muitos anos.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Victor: Quando o edital foi publicado e eu vi tantas matérias inéditas para mim, analisei se iria mesmo me dedicar, pois havia feito o concurso do Senado no ano anterior e as matérias tinham mais relação com a minha formação.
Ao mesmo tempo, pensei que as matérias eram inéditas para muita gente, então resolvi começar de verdade e não cogitei em nenhum momento desistir.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Victor: Sair da inércia é o movimento mais difícil, mas depois a coisa começa a fluir e você vai começar a se sentir culpado nos dias que não estudar ou nos dias que sentir que está rendendo pouco.
O conhecimento é adquirido de grão em grão, nada é irrelevante, todo detalhe pode ser crucial.
Se possível, foque em uma carreira ou conjunto de cargos que tenham relação uns com os outros para aproveitar ao máximo o conhecimento de um para os próximos concursos, caso a aprovação não venha tão rápido.
O esforço e a dedicação são temporários, mas a conquista faz valer todo o percurso, que não é fácil para ninguém.
Seja o seu maior fiscal. Seu tempo é um bem muito precioso e aquele tempo que se propor a estudar, aproveita ao máximo.
Por fim, regule seu sono, estudar muito cansado é terrível. É melhor cochilar em cima da mesa de estudos por 40 minutos e depois recomeçar, do que forçar ficar acordado tendo que reler a mesma página 2 ou 3 vezes e, ainda assim, não entender direito.