Aprovado nos concursos TRF-4, TJ RS e Brigada Militar RS:
“Para me manter estudando, eu coloquei na minha cabeça que o estudo é como exercício físico: tem que fazer um pouco todo dia para não perder a forma…No fim você verá que todo esforço será válido e (guarde minhas palavras) você fará tudo de novo se for preciso, só para ter esse gostinho da aprovação.”
Confira nossa entrevista com Thiago Balbi Guaragna, aprovado nos concursos TRF-4, TJ RS e Brigada Militar RS:
Estratégia Concursos: Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Thiago Balbi Guaragna: Sou formado em Direito. Tenho 32 anos e sou de Porto Alegre/RS.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Thiago: Os estágios que fiz durante a faculdade. Estagiei em órgãos públicos e na iniciativa privada, mas me identifiquei mais com aquele.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Thiago: Sempre trabalhei e estudei. Acordava cedo (por volta das 06:00) e estudava até a hora de começar a me arrumar para ir trabalhar. À noite, quando chegava do trabalho, voltava a estudar no ponto em que havia parado pela manhã. Finais de semana e feriados eram onde eu concentrava meu maior estudo.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Thiago: Olha, fui aprovado em muitos: técnico judiciário do TRF4, analista judiciário do TRF4, TRT4, MPU, TJRS, procurador municipal do Município de Gravataí/RS, procurador da CONAB, entre outros. O mais recente foi o de Capitão da Brigada Militar/RS, no qual fiquei na 5ª colocação no geral, tendo sido nomeado agora em março/2021.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Thiago: A sensação de que a semente plantada lá atrás tinha virado uma árvore e agora estava dando frutos.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Thiago: Confesso que ela foi sacrificada. Não abdiquei totalmente dela, mas quando tinha algum evento social, eu me organizava para adiantar estudo, deixando aquele tempo livre ou deixava o dia seguinte ao evento livre para poder dormir.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Thiago: Sou solteiro, mas namoro há mais de 10 anos. Cada um mora com seus pais, mas esse ano acredito que iremos nos mudar para morarmos juntos. Sobre o apoio familiar, no início o pessoal não entendeu bem o que era estudo para concurso. Achavam que era como estudar para provas normais. Mas com o passar do tempo, com as minhas várias reprovações, eles foram percebendo que estudo para concurso é um outro nível. Um nível bem mais alto, que exige uma dedicação quase celibatária.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Thiago: Acho que é válido a pessoa fazer qualquer prova de concurso. Fazer prova é sempre bom para treinar. Agora, quanto a estudar para concurso, eu entendo que a pessoa deve estudar para o concurso que ela almeja e durante esse estudo ela vai se testando nas provas de concurso que aparecem. Vou dar o meu exemplo: eu estava estudando para a magistratura, quando saiu o concurso de capitão da Brigada Militar. Analisei o edital e vi que as matérias estavam quase todas compreendidas nos meus materiais de estudo, então resolvi prestar a prova e estudar a legislação específica. Resultado: fui aprovado em 5º lugar no concurso.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Thiago: Direcionado foi em torno de 2 meses, mas eu já possuía uma bagagem de tempo estudando as matérias básicas, como direito constitucional, administrativo, penal, etc.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Thiago: Sempre estudei sem edital. Eu sempre estudo as matérias mais corriqueiras: direito constitucional, administrativo, penal, civil, processo civil etc. Quando sai o edital, eu paro de estudar essas matérias e passo para as específicas: direito financeiro, econômico, consumidor, etc. Para me manter estudando, eu coloquei na minha cabeça que o estudo é como exercício físico: tem que fazer um pouco todo dia para não perder a forma. Para me manter estimulado eu fazia em torno de 50 questões todos os dias.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Thiago: Por meio de um amigo de trabalho. Ele me apresentou o Estratégia, e gostei da metodologia do curso.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Thiago: Caderno. Este é o meu principal meio de estudo. Comecei elaborando-o por meio da lei seca. Depois fui preenchendo-o com o conteúdo de videoaulas e PDFs. Posteriormente, inseri a jurisprudência dos informativos do STJ e STF e, atualmente, vou completando-o com doutrina. Os cadernos que tenho hoje são os que iniciaram a trajetória de estudos.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Thiago: Eu estudo apenas uma matéria por vez. Quando esgoto ela, passo para a próxima. Por exemplo: começo estudando direito constitucional e quando esgoto todo o direito constitucional, passo para o direito administrativo e assim por diante. Quando acabo todas as matérias, volto para o direito constitucional e segue o ciclo. No início, demorava um mês para estudar cada matéria, até porque precisa formular os cadernos. Hoje, em uma semana reviso tudo e me sobra tempo para fazer questões. Procuro sempre fazer em torno de 50 questões objetivas sobre a matéria estudada. Com relação ao tempo de estudo, eu estudava no tempo que eu tinha disponível e o que fosse necessário. Havia dias que completava minha escala com facilidade, outros que eu precisava compensar em outro dia. Nunca prestei atenção em quantas horas eu estudava, mas quanto conteúdo eu estudava.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Thiago: Sim. Sempre tive muita dificuldade em penal, porque meu ensino foi muito fraco na faculdade. Para superar isso, essa foi a matéria que eu mais me dediquei. Fiz muitas questões e revisão com mais frequência.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Thiago: Confesso que no início da minha trajetória, a última semana era a semana da loucura, tentando revisar todo edital. Hoje, eu já não faço mais isso. A última semana, eu deixo mais leve e apenas reviso uma matéria: a que menos sei, que geralmente é legislação específica do cargo, ou releio os últimos informativos do STJ e do STF. Na véspera, eu só descanso. Nem leio nada. Procuro ver um filme, fazer um exercício etc. Demorei um tempo para aprender que o resultado da prova não é conquistado na última semana, mas ao longo de toda tua trajetória de estudo.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Thiago: Resolvendo muitas questões, sejam elas objetivas ou dissertativas. Geralmente questões dissertativas exigem muito conhecimento teórico, e resolvendo questões (principalmente dissertativas), você entende o modo de respondê-las e como elaborar um caderno que te auxilie nessas respostas.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Thiago: ERROS: achar que aquele concurso seria o último que eu prestaria. Na verdade, seria um de muitos. Concurso público se estuda até passar e isso pode demorar quanto tempo for necessário. ACERTOS: ser organizado e ter disciplina. Vão ter dias que você não quer estudar, mas é preciso. Nessa hora é que se separará os candidatos ao cargo dos que apenas se inscreveram.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Thiago: Pensava em desistir diariamente. Principalmente depois que fui nomeado no primeiro concurso. Mas eu sabia que, no futuro, se eu olhasse para trás e tivesse desistido eu pensaria: “por que eu desisti? era só continuar estudando com calma, com paciência?”.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Thiago: Ver o meu nome no diário oficial.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar onde você chegou!
Thiago: Conheça-se muito bem. Só você sabe qual o melhor método de estudo para você, qual horário que mais rende, quais matérias tem mais dificuldade e quanto tempo vai precisar se dedicar para cada disciplina. Tenha em mente que a aprovação pode demorar. Não desista até alcançar seu objetivo. O caminho pode ser longo, doloroso, solitário e monótono, mas no fim você verá que todo esforço será válido e (guarde minhas palavras) você fará tudo de novo se for preciso, só para ter esse gostinho da aprovação.