Aprovada em 21° lugar no concurso CNPQ para o cargo de Analista em Ciência e Tecnologia Pleno I - Especialidade: Administração e Recursos Logísticos
Concursos Públicos“[…] Escolha bons materiais, entenda sua forma de aprendizado e use ela da melhor forma, inclusive conciliando com dicas de quem já passou pela fase em que se encontra […]”
Confira a nossa entrevista com Thaís Moura Fernandes, aprovada em 21° lugar no concurso CNPQ para o cargo de Analista em Ciência e Tecnologia Pleno I – Especialidade: Administração e Recursos Logísticos:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Thaís Moura Fernandes: Sou a Thaís, tenho 33 anos, nasci em Tombos/MG, mas logo fui morar em Itaperuna/RJ, onde residi por 30 anos. Desde julho/21 moro em Brasília/DF.
Graduei em Administração pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e pós-graduei em Gestão Pública pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Thaís: Comecei a trabalhar logo após o início da faculdade, aos 17 anos e pouco tempo depois fiz um processo seletivo do Município de Itaperuna, em que fui aprovada para dois cargos, sendo convocada para o de Assistente Administrativo e assumindo na Secretaria de Saúde, aos 20 anos.
Deste momento em diante, eu, que sempre achei trabalhar em serviço público interessante, pelo fato do meu pai trabalhar na Prefeitura, me apaixonei mais ainda pela ideia de ser servidora, sem contar a estabilidade, que é um enorme motivo para seguir a carreira.
Trabalhei neste mesmo lugar por mais de 10 anos e, entre altos e baixos, fim do meu contrato de dois anos, cargo comissionado e ser RPA (uma espécie de autônomo), em 29 de junho de 2017 tive minha demissão, já que não era estável e apesar da tristeza e do choro do momento, esse fato me tirou da acomodação e me fez focar com todas as minhas forças no mundo dos concursos.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Thaís: Sim, sempre trabalhei e estudei, até pelo fato das despesas de assinaturas e provas fora da cidade em que residia.
Para conseguir estudar, sabendo que meu melhor rendimento é logo cedo, eu comecei a acordar às 3h50 e estudar até às 7h. No período da pandemia, eu aproveitei o fato de trabalhar só até às 13h e então fazia uma nova jornada de 16h às 20h, quando pude crescer muito nas matérias base.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Thaís: Fui aprovada em 3 temporários para Ministérios, dos quais todos fui convocada, fiquei um ano em um e estou há dois no meu atual cargo. São eles:
– 6° lugar para o Ministério da Cidadania, atual Ministério do Desenvolvimento Social (foi o concurso que me trouxe para Brasília em julho de 2021).
– 37° lugar para o Ministério da Justiça e Segurança Pública (onde trabalho desde 01/07/2022).
– 77° lugar para o Ministério da Economia (assinado termo de desistência).
Fora os temporários, que são escada, tive algumas outras aprovações de 2023 para cá, porém, ainda não houve nomeação. São estes:
– 28° lugar na Telebrás – Administrador
– 10° lugar no Procon/DF – Fiscal do Consumidor
– 70° lugar na Seagri/DF – Administrador
– 2° lugar na Ebserh (Sede) – Administrador Hospitalar
– 18° lugar TCDF – Analista
– 21° lugar CNPQ – Analista Pleno – Administração e Recursos Logísticos (esse ainda pode ter alteração, já que tem a etapa de títulos e é classificatória).
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Thaís: Em um primeiro momento tentei não perder tudo, mas depois tive que abandonar muita coisa. Baladas ou algo que me tirasse da rotina praticamente deixaram de existir. Minha família sempre procurava ver ou fazer algo junto, mas também já precisei estar longe deles em datas de aniversário, por exemplo, pois precisei fazer prova em outro estado.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira? De que forma?
Thaís: Alguns nunca entenderam a minha escolha e me acham maluca ou que deixei de viver para fazer concursos, mas respeitaram minha decisão. Outros amigos, os verdadeiros, sempre apoiaram, mesmo sem entender, de fato, o que é ser concurseiro. Já a minha família, embora eu saiba que torçam por mim, nem sempre entenderam a decisão de “voar” para tão longe deles, porém, também respeitam, com exceção da minha mãe, que sempre me apoiou incondicionalmente, seja qual fosse a escolha e nunca me questionou a demora em passar ou qualquer reprovação, pelo contrário, sempre que reprovava, ela dizia: “estuda mais e tente de novo, o que é seu, virá”.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Thaís: Eu estudo focada para área de controle e, no final de 2023, estudei direcionada para o concurso do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), todos os demais foram feitos por terem bastante do edital em comum e apenas complementava, como foi o caso do CNPQ e Ebserh.
A disciplina para estudar sempre foi o fato de querer tranquilidade e ser efetiva o quanto antes, então, foi a minha determinação quando comecei 2023 e sempre repetia em minha mente que a maior dificuldade seria escolher o cargo e o salário e, com isso, eu segui estudando pela madrugada e na semana das provas de maior peso, tirava banco de horas para revisar e ir com o meu melhor.
Mas não posso deixar de ressaltar que, para me manter de pé e firme nos estudos, os meus joelhos precisaram estar dobrados no chão e, sim, foi e continua sendo Deus quem me sustenta todos os dias, que me renova a cada madrugada, que não me abandona jamais e nunca fiz uma prova sem antes ir à missa entregar aos cuidados de Deus.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Thaís: Eu tenho assinatura do Estratégia e uso muito os PDFs dos cursos. Quando são matérias que possuo mais dificuldade ou não tenho base, vou pelos mais completos. Quando preciso só de revisão, uso o simplificado e alguns casos, vou pelo Passo Estratégico, que é uma bela ferramenta para as revisões e prática de modo mais direcionado e, assim, não perco muito tempo buscando o caminho a seguir. Ressalto também os Bizus Estratégicos, que gosto de imprimir e fazer os meus próprios complementos, se tornando um bom material de revisão e os simulados, que vem bem perto do que é a prova.
Ademais, complemento com as aulas da Hora da Verdade e Revisão de Véspera.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Thaís: Conheci o Estratégia através de amigos que também faziam concursos e ouvia muito sobre o quanto o material era benéfico e completo.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Thaís: No primeiro ano usei um outro curso, que já está descontinuado atualmente, porém, o mais difícil era ter que adquirir cada curso em separado e ter que buscar resumos e mapas em outros locais.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Thaís: Fiz apenas um ou dois concursos com este material, ainda bem no início, mas não fui aprovada.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Thaís: Depois que assinei o Estratégia, tive o facilitador de obter todo o material em um só lugar. Uma das ferramentas que curto muito é o Passo Estratégico, pois ele resume conteúdo e ainda faz simulados das matérias em específico. Também me ajudam muito os simulados e as aulas de Hora da Verdade, que revisam o que já venho estudando.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Thaís: Essa sempre foi a parte mais difícil pra mim e sempre vai depender muito do concurso que estou estudando, pois o meu tempo é curto e tenho, no máximo, umas 3 ou 4h por dia e às vezes nem isso eu consigo.
As matérias de base, por exemplo, Direito Constitucional e Administrativo, Português e Administração, só vejo as novidades e praticamente treino com muitas questões que passam todo o edital. As matérias que preciso de conteúdo, como Economia, por exemplo, gasto um pouco mais tempo, de modo que vejo teoria em um dia e faço bateria de questões no outro e as leis que se fizerem necessárias, vou e dou uma lida e crio as minhas anotações sobre.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Thaís: Tive algumas fases, a primeira delas era de muitos resumos e anotações, depois foi a fase de leis e marcas textos e complementos de rodapé e, hoje em dia, que penso que mais funciona, pego os resumos do curso do Estratégia (Bizus ou PDF simplificado ou Mapa Mental, quando disponível) e acrescento o que achar necessário.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Thaís: As resoluções de questões é a melhor maneira de entender onde está falhas e também quais as “pegadinhas” e jeito de cada banca. Na minha trajetória, com registros e anotações, já tenho mais de 40 mil questões.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Thaís: Português sempre foi uma matéria complicada, principalmente se for FGV, mas as aulas da Adriana e do Felipe Lucas, me salvaram muito, principalmente as de véspera, pois assim relembrava os “peguinhas” e alguns conceitos chegando, inclusive, a gabaritar em uma das provas. Ademais, Economia e Estatística, são duas disciplinas que me dão canseira, mas tento blindar minha mente e repito sempre que sou capaz, aí pego firme nos materiais disponíveis e faço o meu melhor, mas sempre preciso rever.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Thaís: No caso do CNPQ, foi um fim de semana bem complicado e tinha obra no apartamento de cima, então, fiz com muita dor de cabeça, mas como costumo dizer, nada que aprendemos e reforçamos é em vão e, nesse caso, o que mais valeu foi o conteúdo aprendido constantemente.
Mas, em geral, na semana de prova, me esforço para revisar o máximo, assisto as aulas da Hora da Verdade para fazer aquele apanhado geral e, no sábado, embora eu veja a Revisão de Véspera e sempre os professores me salvem em algumas questões, eu fico mais relax, durmo mais cedo, alimentação mais leve e procuro manter a certeza de que fiz o melhor que podia, apesar de bater a ansiedade normal de todo concurseiro.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Thaís: A prova discursiva tem sido o meu forte, inclusive, no CNPQ, os pontos que perdi foi por português, já que conteúdo tive a nota máxima e isso me deixou dentro do número de pessoas aptas para título, mas confesso que não sou de treinar muito, pois trabalho com edição de documentos todos os dias e já trabalhei escrevendo respostas para órgãos de controle, o que me fez crescer muito nesse quesito. Mas, se você sabe o conteúdo e estuda português de verdade, a estrutura é tranquilo, já que conectivo é o que as bancas amam. Foi o que eu mais me fortaleceu para melhorar nas redações, seja na hora de variar ou de introduzi-los.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Thaís: Principais erros: me comparar a outros concurseiros, inclusive, com rotinas totalmente diferentes, pensar negativo, achar que não era capaz, fazer poucas questões no início e ficar muito na teoria e querer ler todas as leis que tinham no edital.
Principais acertos: neutralizar tudo e todos que diziam que era difícil ou que só passaria quem estava no nível mais top e coisas do tipo, bem como equilibrar o tripé da vida: espiritual, físico e mental. Passar a fazer muitas e muitas questões e simulados, a entender o edital e perceber que a Regra 80/20 de Pareto é muito válida e que os professores trazem esse mapa no material, o que facilita muito.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Thaís: Desistir nunca foi uma opção, mas já passei por momentos muito solitários, de muito choro, de pressão total, de achar que nunca ia dar certo, de sair em prantos da prova, como foi o caso da prova do TCU, em que renunciei praticamente tudo, inclusive de Natal, Ano Novo e Carnaval e nem ler a prova toda deu tempo.
Para seguir, nem sempre foi fácil, mas sempre foi onde minha fé se faz fundamental, pois é na oração que encontro a minha paz de volta, renovo as minhas forças e depois da noite de luto e choro, o sol nasce novamente e novas chances chegam. Eu sempre acreditei, que assim como Davi, que chance alguma tinha de vencer Golias, mas venceu, eu também, embora não seja a melhor, posso vencer tudo aquilo que persistir.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Thaís: O meu conselho hoje é: blinde a sua mente de tudo o que te disserem de negativo, nunca deixe que te digam do que você é capaz, pois você é capaz de tudo aquilo que se determinar se não desistir de buscar.
Aprenda a equilibrar corpo, mente e alma, entenda que descansos são necessários e estratégicos e não vai adiantar acabar com o seu físico ou ficar “louco”, pois isso não te fará aprovado. Peça ajuda sempre que precisar.
Escolha bons materiais, entenda sua forma de aprendizado e use ela da melhor forma, inclusive, conciliando com dicas de quem já passou pela fase em que se encontra.
E, por fim, cada pessoa tem o seu próprio tempo e o seu depende da sua caminhada e do quanto você precisa aprender até chegar ao seu destino, pois cada derrota te eleva um degrau e cada questão que te tirou de uma lista de aprovação, te faz subir no próximo. Ser um aprovado ou derrotado é uma escolha unicamente sua.