Aprovado em 37° lugar no concurso PC CE no cargo de Escrivão

“Um passo essencial é criar uma rotina de estudos. Não importa a quantidade diária de horas de estudo, mas sim a rotina constante de estar sempre revendo os assuntos de forma diária”

Confira nossa entrevista com Stéfano Coelho, aprovado em 37° lugar no concurso PC CE no cargo de Escrivão:

Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é? 

Stéfano Coelho: Sou formado em Engenharia Elétrica. Tenho 27 anos. Sou do Piauí e atualmente resido na capital, Teresina.

Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?

Stéfano: No ensino médio, sempre me identifiquei e me destaquei mais nas disciplinas da área de exatas e, naturalmente, acabei me enveredando pela Engenharia. Contudo, ao final do curso, apesar da afinidade com a área, não consegui me enxergar como profissional de engenharia, o que me desestimulou um pouco a seguir a profissão.

Meus pais são servidores públicos e sempre me aconselharam acerca das vantagens de ser um servidor concursado. Decidi estudar especificamente para a carreira policial depois de conversar com outras pessoas que já estudavam para essa área. Após entender as características dos cargos de inspetor e escrivão, consegui me enxergar como um policial e, a partir daí, passei a focar nisso.

Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso? 

Stéfano: Nunca trabalhei formalmente depois de obter o diploma. Por sorte, minha família sempre procurou me apoiar financeiramente para que eu pudesse apenas estudar.

Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?

Stéfano: Desde o momento que comecei a estudar, fiz quatro provas. Este é o primeiro em que obtenho aprovação.

Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados(as) na primeira fase do certame?

Stéfano: Fiquei sem qualquer reação. A ficha ainda está caindo. Mas o sentimento é de total gratidão a todos que me deram apoio para que eu chegasse a esse resultado. 

Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?

Stéfano: Comecei a estudar pra concurso há exatamente 3 anos, no mesmo ano em que terminei a graduação. No período anterior à pandemia, eu mantinha uma vida social normal nos fins de semana, me encontrando com amigos ou familiares, e estudando durante a semana nos turnos da manhã e da tarde. Após o início da pandemia, aproveitei o isolamento social para criar uma rotina mais restrita, me abdicando do convívio social, focando 100% nos estudos.

Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?  

Stéfano: Namoro há 9 anos. Sem filhos. Moro com meus pais. Tanto meus pais como minha namorada sempre me deram total apoio para que eu seguisse essa caminhada, financeiramente, materialmente e emocionalmente.

 Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior? (Se esse ainda não é o concurso dos seus sonhos, se possível, citar qual é e se pretende continuar se preparando para alcançar esse objetivo). 

Stéfano: Para mim, focar em uma área específica é essencial. Fazer concursos de áreas distintas pode atrapalhar muito a preparação. O ideal é que a maioria das disciplinas e assuntos cobrados sejam comuns. Só assim o estudo poderá ser feito de forma mais aprofundada e eficiente.

Particularmente, ainda tenho a pretensão de fazer o curso de Direito e estudar para ser Delegado. A preparação que fiz até o momento servirá como base para o futuro. Daí a importância de focar em uma área específica.

 Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado? 

Stéfano: 3 meses.

Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?

Stéfano: Eu já vinha me preparando para as provas da Polícia Civil do Distrito Federal, da Polícia Civil do Paraná e da Polícia Civil do Pará. Porém, com a chegada da pandemia, todas elas foram adiadas. A partir de então, passei a focar mais nos assuntos comuns a todos esses concursos, estudando com pouca frequência os assuntos específicos.

No entanto, quando as provas começaram a ser remarcadas, percebi que iriam acontecer muito próximas umas das outras, o que me impossibilitaria de estudar para todas com o foco necessário. Então, desisti de fazer a maioria e me direcionei apenas e unicamente para a prova da Polícia Civil do Ceará, que era a que eu mais gostaria de obter a aprovação.

Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?

Stéfano: O tipo de material variava muito com a disciplina. Em algumas eu ia direto para a videoaula, em outras eu priorizava o PDF, e em outras eu só estudava pela lei seca. Também comprei livros extras como forma de complementação. Mas, basicamente, eu sempre costumava partir da lei seca e, em seguida, ia fazendo as complementações necessárias com PDFs, videoaulas e livros.

Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos? 

Stéfano: Através de um familiar que já fazia o uso da plataforma como forma de preparação. Ele já tinha uma certa experiência nesse mundo dos concursos e indicou o Estratégia como a melhor opção.  

Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?

Stéfano: Como eu não sou formado na área jurídica, no início tive que fazer vários resumos pra conseguir compreender as matérias do Direito. Isso acabou tomando bastante meu tempo, mas foi importante para compreender as matérias.

Um passo essencial é criar uma rotina de estudos. Não importa a quantidade diária de horas de estudo, mas sim a rotina constante de estar sempre revendo os assuntos de forma diária. No meu caso, como tinha tempo integral livre, criei um horário de estudos, delimitando, de segunda a sábado, cada dia da semana e cada turno do dia.

Cada turno era ocupado com uma disciplina. Como eu estudava nos 3 turnos, eram 3 disciplinas por dia. Como o turno da noite era mais cansativo, deixava as disciplinas mais leves para esse horário. E como o turno da manhã rendia mais, eu o utilizava para os conteúdos novos ou para os que tinha mais dificuldade, de modo a me aprofundar mais.

Em média, estudava de 2 a 3 horas por turno. Os dias de domingo eram destinados a fazer os simulados das Rodadas Avançadas do Estratégia, o que me ajudou bastante a entender onde estavam minhas maiores dificuldades. E o mais importante: fazer muitas questões. Eu sempre fazia em torno de 10 a 15 questões ao final de cada turno de estudo.

Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?

Stéfano: De modo geral, minha maior dificuldade foi com as matérias de Direito. Tive que passar bastante tempo tentando entender algumas expressões e termos jurídicos que eu não compreendia. Para isso, tive que fazer resumos autoexplicativos com observações, até que tais expressões se tornassem naturais para mim.

Meu primeiro ano de estudo foi só para compreender essas matérias por meio de resumos. Com o tempo, foi ficando mais fácil assimilar tudo. A partir daí pude começar a priorizar questões e revisões como forma de estudo. 

Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo? 

Stéfano: Continuei estudando de forma intensa até o dia de viajar para o local da prova. Apenas no dia anterior à prova diminuí o ritmo, somente revisando uma coisa ou outra.

Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?

Stéfano: Eu sempre costumo fazer algum resumo do que vou estudar, produzindo um material próprio para estudo. Os resumos são todos digitados. Eu sempre tento organizar o resumo dos assuntos na ordem que eu acho mais didática para o meu aprendizado, dividindo o conteúdo em tópicos e fazendo conexão entre eles.

De certo modo, essa forma de estudar acabou me preparando para a discursiva, pois eu já tentava escrever da forma correta, evitando repetição de palavras, ficando atento à pontuação, utilizando diferentes conectores no texto etc., de modo a tornar a leitura mais fácil e fluida na hora de revisar.

Portanto, um bom modo de se preparar para essa parte é fazer resumos autoexplicativos do conteúdo de forma simples e objetiva, com as próprias palavras, buscando organizar didaticamente o que precisa ser compreendido naquele conteúdo.

Estratégia: Como foi (ou está sendo) sua preparação para o TAF e para as demais etapas?  

Stéfano: Sempre procurei fazer atividade física e musculação em conjunto com a preparação para a prova escrita, além de ficar atento à alimentação, para não engordar muito. Ao sair o edital, passei a simular semanalmente os exercícios exigidos para o TAF, no intuito de sentir como estava o meu condicionamento físico e saber as minhas limitações.

Após a aprovação, procurei um educador físico para me orientar e reforçar o que for necessário. Serei acompanhado pelo profissional até o dia do teste físico. Com isso, tenho me sentido mais seguro para encarar a prova física.

Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?

Stéfano: No início, tentei estudar sozinho, da forma como eu achava que tinha que estudar. Não fazia questões, ignorava a lei seca e ficava resumindo conteúdos desnecessários, o que me fez perder bastante tempo.

No mundo dos concursos, é muito importante ouvir as dicas dos professores e de quem já passou pela experiência da aprovação. Depois de perceber isso, comecei a ler a letra da lei e fazer muitas questões, o que me ajudou a compreender o que de fato era importante estudar.

Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?

Stéfano: O mais difícil foi criar uma rotina de estudo. Nunca fui uma pessoa disciplinada. Tive que aprender a ter disciplina para estudar com o foco necessário. Desistir nunca foi uma opção para mim, pois tinha em mente que em algum momento eu alcançaria esse objetivo, mesmo que para isso demorasse 2, 3, 5 anos ou mais de preparação. O pensamento positivo e a insistência são essenciais para o processo.

Estratégia: Qual foi sua principal motivação? 

Stéfano: Muita vontade de alcançar a independência financeira. 

Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!

Stéfano: Ao entrar nesse mundo, se dedique ao máximo. A caminhada pode ser um pouco difícil, mas a gratificação de receber a notícia da aprovação é reconfortante. Você olha pra trás, percebe que não foi fácil, mas vê que o esforço foi totalmente compensado.