Aprovado em 338° lugar no Concurso Público Nacional Unificado (CNU) - Bloco 4 (MTE) para o cargo de Auditor-Fiscal do Trabalho
Concursos Públicos“O melhor conselho é: não desista! Concurso público não é fácil e fica cada vez mais difícil, mas é recompensador conquistar a tão sonhada estabilidade, do ponto de vista profissional, financeiro, pessoal e social […]”
Confira a nossa entrevista com Ronaldo Felipe Rolim Nogueira, aprovado em 338° lugar no Concurso Público Nacional Unificado (CNU) – Bloco 4 (MTE) para o cargo de Auditor Fiscal do Trabalho:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Ronaldo Felipe Rolim Nogueira: Me chamo Ronaldo Rolim, sou de Fortaleza-Ceará e sou formado em Direito pela Universidade Federal do Ceará. Estudo para concursos desde a minha graduação, mas parei para me dedicar ao mestrado e ao magistério entre os anos de 2012 a 2019. Mas, com a pandemia, decidi voltar a estudar com afinco, aliando o tempo para estudos com trabalho e família. Sou casado, pai de duas lindas meninas e estamos esperando a nossa terceira filha.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Ronaldo: O concurso público nos dá uma segurança que é difícil de encontrar na iniciativa privada. Eu sempre gostei de estudar e a busca por um cargo público, une a vontade de poder retribuir de alguma forma para a sociedade com o desempenho do serviço público com a busca pela segurança e estabilidade financeiras.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Ronaldo: Sim, como disse antes, eu aliava os estudos com o trabalho e o tempo para a família e sei que isso não é fácil. Para mim, a melhor forma de conciliar o tempo para essas três áreas importantes (família-estudo-trabalho), foi identificar quais os dias e horários em que eu realmente poderia dedicar a minha total atenção aos estudos. Por exemplo, ficar estudando por uma hora após as minhas filhas irem dormir, acordar um pouco mais cedo, alguns momentos à tarde. Aos finais de semana, era mais complicado, mas a minha esposa sempre ajudava quando eu precisava estudar num sábado ou num domingo. É difícil esse equilíbrio, mas o mais importante é você perceber que aquele tempo livre que você tem, você deve utilizar para os estudos, que não pode desperdiçá-lo.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Ronaldo: Já fui aprovado em alguns concursos públicos no cadastro de reserva para os quais não fui chamado (Técnico Judiciário do TRF-4ª Região em 2019 e Oficial de Justiça do TRT-MG em 2022), e recentemente, durante o ano de 2024, fui aprovado para o cargo de Analista Judiciário do TRT-CE, do TRF-5ª Região e do TRE-CE, Auditor Interno da CGM do município de Fortaleza e para o cargo de Auditor Fiscal do Trabalho. Antes, em 2021, prestei o concurso para Advogado do CRM-CE e obtive o 1º lugar. Este é o cargo que exerço hoje.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Ronaldo: Apesar de ser desafiador buscar essa conciliação entre trabalho, estudo e família, não deixei de ter a minha vida social e o meu tempo de qualidade com a família e amigos. Tudo depende da sua organização e das suas prioridades naquele dia ou naquela semana. Por exemplo, deixei de ir a alguns aniversários de parentes mais distantes, mas estive presente nas comemorações dos familiares mais próximos. O mesmo pode ser dito para encontros com os amigos. Um almoço para falar sobre projetos e colocar a conversa em dia pode ser muito agradável, mas sair para uma balada à noite não era prioridade e, por isso, recusava.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Ronaldo: Por mais clichê que possa parecer, é verdadeiro afirmar que o apoio da família é fundamental nesse processo. No meu caso, contei bastante com a ajuda da minha esposa em relação às nossas filhas para que eu pudesse ter um tempo de estudo de qualidade em alguns sábados e domingos e também durante a semana (por exemplo, pedindo a ela que as colocasse para dormir ou para deixar na escola). Esse tipo de combinado é muito importante. Também contei com a ajuda dos meus pais e dos meus sogros, principalmente quando tinha que me concentrar e focar na véspera de um concurso. Eles a levavam para a praia ou para alguma outra programação infantil. E, tudo isso, me deixava mais tranquilo para focar nos estudos.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Ronaldo: Como disse no início, voltei a estudar para concursos em 2019 e peguei mais firme no segundo semestre de 2020, com as notícias da volta de vários concursos a partir de 2021, após a pandemia. E no segundo semestre de 2021, veio a aprovação em 1º lugar para Advogado do CRM-CE. Após assumir o cargo, relaxei um pouco depois de tanta tensão nos estudos. Mas, com a notícia do CNU e do concurso do TRT-CE no final de 2023, voltei a estudar com afinco para esses concursos. Assim, foram praticamente 9 meses de estudo para esses concursos. Não é fácil manter a disciplina, por isso, um planejamento de estudos bem feito, um local organizado para estudar e um excelente material como o do Estratégia, foram essenciais para não perder o foco. Claro que há “dias e dias”, mas o importante é ter constância, estudar todo dia, mesmo que em algum dia seja só por pouco tempo.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Ronaldo: Nunca deixei propriamente de estudar, mas com o mestrado e o magistério, o meu foco era a preparação das minhas aulas nos cursos e faculdades em que eu lecionava. Então, inicialmente, formei uma boa base com bons livros, mas o estudo para concursos requer uma dedicação especial, pois o concurseiro tem que aliar a teoria com a jurisprudência e a leitura da lei seca. Nesse sentido, utilizei bastante os cursos em PDF do Estratégia e assisti muitas aulas daquelas disciplinas que eu tinha mais dificuldade em compreender. Como o PDF é bem completo mesmo, logo em seguida, fiz somente adicionar a resolução de questões para ir descobrindo os assuntos que mais caíam e como eles eram cobrados.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Ronaldo: Conheci o Estratégia Concursos entre os anos de 2014 e 2015 através de colegas que estavam se preparando para concursos. Todos falavam da qualidade das videoaulas e dos materiais que eram disponibilizados, pois eram super completos.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Ronaldo: Após a minha graduação em 2010 e antes do início do mestrado em 2012, assisti aulas teletransmitidas ao vivo por um curso. Os professores eram excelentes (alguns lecionam no Estratégia hoje), mas o fato de ser teletransmitido e ter que me deslocar e passar um bom período do dia de segunda a sábado, pesou muito contra. E o curso não tinha um material específico, eram aulas em que você tinha que anotar no caderno tudo o que o professor falava. Apesar de ter melhorado muito a minha base, não passei em nenhum concurso nessa época.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Ronaldo: Inicialmente, para mim, o grande diferencial do Estratégia foi o PDF. Como disse, é bem completo mesmo, com teoria e jurisprudência e ainda mostra como aquele determinado assunto já foi cobrado. Isso ajuda demais o concurseiro, principalmente em relação ao ganho de tempo, pois não precisa ir em diversas fontes nem presenciar ficar trocando de material. Depois, outro diferencial foi o surgimento das Trilhas Estratégicas. Ali tem o passo a passo do que você precisa estudar de acordo com o concurso que você almeja. Essa ferramenta me ajudou bastante.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Ronaldo: Para montar o meu plano de estudos, eu tive primeiro que identificar os dias e horários em que eu realmente podia estudar com qualidade. Feito isso, organizava os meus estudos semanalmente, ou seja, fazia um planejamento semanal (de segunda-feira a domingo) com as matérias e os respectivos assuntos que eu iria estudar naquele dia e horário. Em alguns dias, eu colocava para estudar de duas a três matérias (nunca mais que isso por dia), mas quando se tratavam de matérias que eu tinha mais afinidade. Em outros dias, eu colocava para estudar apenas aquela matéria que eu tinha mais dificuldade em atender. Preferia dedicar o dia para aquele assunto mais complicado do que simplesmente “estudar por estudar”. E aos domingos, eu reservava para simulados, para resolver provas anteriores ou resolver questões dos assuntos estudados naquela semana. Assim, tinha dias que eu estudava apenas 2 horas líquidas, mas tinha outros que eu chegava até 4 horas líquidas ou 4 horas e meia.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Ronaldo: Quando estudava determinado assunto, eu grifava o PDF com aquilo que eu achava mais importante (prazos e exceções, por exemplo) e fazia um pequeno resumo à mão numa folha branca, como se fosse um mapa mental com as palavras-chave que eu destacava. Quando chegava o sábado, eu reservava o dia para ler os grifos e esses resumos que eu fazia como forma de revisão. E toda semana eu fazia isso. É importante manter a constância nas revisões também! E as questões e simulados que eu resolvia aos domingos também serviam como forma de revisar o conteúdo.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Ronaldo: Resolver exercícios é muito importante na preparação, pois você começa a identificar quais os assuntos que mais caem, como é o perfil de determinada banca, o que eles mais gostam de cobrar e como os assuntos são cobrados. Você identifica também as pegadinhas mais recorrentes e começa a memorizar esses detalhes, de maneira que você chega na prova mais confiante e preparado. Fiz muitas questões mesmo, não sei ao certo quantas, mas certamente mais de 4 mil questões (se for pra considerar aquelas que eu errava e refazia depois de um tempo, foi bem mais). Fica aqui uma dica: quando errar uma questão de um assunto importante e recorrente, salve-a num caderno de erros para refazê-la depois. Isso ajuda também.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Ronaldo: Há duas disciplinas que são o meu “calcanhar de Aquiles”, por assim dizer: Penal e Processo Penal. Desde os tempos de faculdade, eu já não tinha afinidade por essas matérias. Tanto que, em muitos concursos, não obtive uma nota melhor, justamente, devido a essas matérias. E o pior é que, o concurseiro mais inexperiente tende a começar os estudos pelas matérias de que mais gosta, o que pra mim é uma cilada. Por isso, comecei a dedicar mais tempo para essas duas disciplinas. Quando disse antes que dedicava alguns dias da semana para estudar apenas uma matéria por dia era a essas disciplinas a que me referia. E começar a fazer isso, foi uma “virada de chave”, pois comecei a entender melhor a lógica dessas matérias e, consequentemente, a aumentar o meu número de acertos nelas.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Ronaldo: Na semana que antecedeu a prova, foquei em fazer muitos exercícios e ler as revisões que tinha feito ao longo dos últimos meses. Isso me deu mais confiança e me ajudou a memorizar melhor os principais pontos das matérias. Além disso, tem algo que o Estratégia faz que, pra mim, é mais um diferencial: que são os vídeos da “Hora da Verdade” no Canal do YouTube. Essas aulas são realmente incríveis e os professores conseguem condensar com clareza e objetividade aquilo que é mais importante de cada matéria. Assisti a esses vídeos nas semanas que antecederam o TRT-CE e o CNU (Bloco 4), por exemplo. E no dia pré-prova, eu tenho um, digamos, “ritual”: prefiro acordar descansado (ou seja, sem despertador), tomo um banho gelado e um café da manhã reforçado e, só então, vou para a minha mesa de estudos e me concentro na Revisão de Véspera que o Estratégia faz. E no CNU não foi diferente. Ao final, procuro descansar a mente, isto é, vou descansar mesmo, aproveitar o final do sábado em família. É o que normalmente faço às vésperas da prova.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Ronaldo: No caso do CNU, como foquei para o cargo de Auditor Fiscal do Trabalho, fui conhecer melhor a banca (Cesgranrio) para identificar as últimas provas discursivas que ela tinha feito e decidi praticar assuntos ligados ao Direito do Trabalho e à Saúde e Segurança do Trabalhador. Foquei em alguns assuntos mais atuais e fui treinando uma redação por semana (no total fiz 7 redações). Como eu fazia: eu procurava dissertar tudo sobre aquele determinado assunto que escolhi. Por exemplo, sobre insalubridade e periculosidade, sobre EPI (Equipamento de Proteção Individual) e sobre o trabalho da gestante, sendo este último assunto o que efetivamente foi cobrado. Isso me ajudou bastante, pois quando vi o assunto da redação fiquei ainda mais confiante, tanto que de 20 (vinte) pontos minha nota foi 19,20 (ou seja, quase fechei a redação). Então, aconselho a fazer algo parecido: treinar a sua discursiva, a sua redação semanalmente, de acordo com a banca e o concurso para o qual você está se preparando. Isso não só lhe dá mais confiança, como acaba também por ajudar a resolver as questões objetivas.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Ronaldo: Certamente, os meus principais erros foram: não estudar com consistência (o que acontece muito no início), ficar parando e voltando aos estudos, não fazer revisões ou grifos do que você estuda e querer começar a estudar pelas matérias que mais gosta e não estar atento à jurisprudência.
Por outro lado, os acertos são: decidir estudar todo dia (ainda que fosse só para resolver algumas questões ou ler algumas páginas), ler os informativos do STF e do STJ para estar atualizado quanto à jurisprudência, sempre resolver questões, ler a lei seca (por mais enfadonho que seja, às vezes) e contar com um bom material que seja completo como o do Estratégia.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Ronaldo: Após a minha graduação, decidi que iria estudar para concursos, mas não sabia para qual área e fui fazendo qualquer concurso que abria (outro erro a ser evitado). Como não obtive resultado, acabei desanimando e o tempo que tinha para estudar acabou sendo trocado para advogar. Depois, apareceu a oportunidade de lecionar e isso me conquistou. Realmente o magistério é muito gratificante e recompensador do ponto de vista pessoal e social. Nessa época, eu praticamente desisti de fazer concurso público, fiz alguns, mas não estava estudando propriamente para eles, eu estudava bastante, mas para preparar minhas aulas. Mas, a partir de 2019 e principalmente após a pandemia, eu decidi que tinha que voltar a estudar, que eu poderia conciliar o futuro cargo público com o magistério, mas que naquele momento eu tinha que fazer uma escolha crucial: me dedicar totalmente aos estudos para os concursos. E assim eu fiz! Com a ajuda da minha esposa, meus pais e sogros. No final de 2019, a nossa filha já tinha 2 anos e descobrimos que iríamos ter outra filha (que nasceu em junho de 2020) e isso mexeu demais comigo, no sentido de me motivar, de realmente buscar o que eu poderia entregar de melhor para elas. Sem dúvidas, as minhas filhas foram a minha maior motivação!
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Ronaldo: O melhor conselho é: Não desista! Concurso público não é fácil e fica cada vez mais difícil, mas é recompensador conquistar a tão sonhada estabilidade, do ponto de vista profissional, financeiro, pessoal e social. Claro que, nesse caminho, algumas dicas são importantes: foque numa determinada área e estude com consistência. Não se deixe abater, pois o caminho até a aprovação é cheio de altos e baixos. Por fim, deixo aqui duas mensagens que sempre permearam os meus estudos e que serviram como mantras para mim. A primeira é uma frase atribuída ao grande boxeador Muhammad Ali, após afirmar que os seus treinos eram duros demais: “Não desista. Sofra agora e viva o resto de sua vida como um campeão”.
E a segunda é atribuída a Martin Luther King Jr.: “Se não puder voar, corra. Se não puder correr, ande. Se não puder andar, rasteje, mas continue em frente de qualquer jeito!”