Aprovado em 1º lugar no concurso IBGE para o cargo de Analista Censitário (Análise de Sistemas/Desenvolvimento de Aplicações)
“Toda vez que estiver cansado, desanimado, triste, com fome, com sede ou pensado em desistir, lembre-se que você só precisa começar a fazer o que tem que ser feito”.
Confira nossa entrevista com Rodolfo Duarte Alves, aprovado em 1º lugar no concurso IBGE para o cargo de Analista Censitário, área de Análise de Sistemas/Desenvolvimento de Aplicações, no Rio de Janeiro:
Estratégia Concursos: Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Rodolfo Duarte Alves: Sou formado na área de Tecnologia da Informação, mais especificamente no curso de Análise de Sistemas, tenho 29 anos e sou de Santana do Paraíso, mas atualmente moro em Ipatinga, uma cidade vizinha.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Rodolfo: Os vários cabelos brancos gerados pelo estresse do setor privado e a vontade de ter um emprego estável que me permitisse arriscar em outras áreas.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava, ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Rodolfo: Em um primeiro momento eu só estudava, depois comecei a fazer alguns bicos para ter algum dinheiro no mês, mas era algo esporádico.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Rodolfo: O último concurso que prestei foi o de Analista Censitário do IBGE para o Cargo de Analista de Sistemas – Desenvolvedor de Sistemas, no ano de 2018, neste certame fiquei em primeiro lugar. Além desse tiveram os concursos da COPASA, Cargo de Analista de Sistemas, no qual fiquei em oitavo, e o da Prefeitura de Ipatinga para o cargo de Téc. de Informática, neste fiquei em terceiro. Teve também o concurso da Liquigás, no qual fiquei em quarto, dentro do cadastro reserva. Nesse concurso havia uma vaga imediata e quatro para o cadastro de reserva, porém não fui convocado e a validade do concurso terminou. Tiveram outros concursos nos quais fui aprovado dentro do cadastrado de reserva, porém acima da décima colocação, o que para área de TI costuma não costuma ser uma posição muito boa.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados?
Rodolfo: A princípio normal, só fui acreditar mesmo depois de entregar toda a documentação e assinar o termo de posse. Mas no dia que contei para o meu pai sobre a minha primeira aprovação, no IBGE, ele chegou a chorar de alegria.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Rodolfo: Se o edital estivesse aberto, eu saia muito pouco e quando saia, geralmente era sozinho para não correr o risco de ouvir algo que me desmotivasse, ou para não ser o chato do “rolê”. Em períodos sem edital eu me permitia sair com uma maior frequência, somente aos fins de semana.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Rodolfo: Sou solteiro e não tenho filhos. Atualmente não moro com meus pais, mas no auge dos meus estudos eu estava morando com eles. Meu pai foi o meu grande motivador, desde muito novo ele me incentivou a fazer concursos, porém só fui ingressar neste mundo após meus 25 anos. Desde o começo da minha rotina de estudos tive todo o apoio tanto do meu pai quanto da minha mãe, principalmente financeiro, visto que eu não estava trabalhando.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Rodolfo: Acho sim, pois cada um sabe da pressão que sofre, às vezes um concurso escada pode ajudar muito. Eu mesmo fiz isso, o único concurso dos citados acima para o qual eu de fato me preparei focado foi o da Copasa, os demais concursos foram oportunidades que apareceram ao longo do caminho. Atualmente estou trabalhando na Prefeitura de Ipatinga e esse foi um concurso que apareceu no meio do caminho e eu o fiz para aproveitar o meu estudo e testar meus conhecimentos.
Meu objetivo hoje é o TCU, para o cargo de Auditor de Controle Externo da área de TI, porém dei um tempo nos meus estudos, principalmente devido à pandemia e algumas mudanças em minha vida, mas aviso aos meus amigos concorrentes que estarei voltando aos estudos.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Rodolfo: Não estudei. O concurso do IBGE foi uma oportunidade que apareceu, na época estava estudando para o TRF e para o BRB, logo aproveitei o estudo que vinha fazendo para esses dois concursos. Fiz a prova do IBGE uma semana depois de fazer a prova do BRB. No concurso do TRF eu fiquei em 27º para o cargo de Técnico de Informática, no BRB eu acabei sendo reprovado na discursiva por um 1 ponto, mas no concurso do IBGE passei em primeiro.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Rodolfo: Durante o meu período mais ativo de estudos, eu estudei sem ter edital na praça. Criei uma planilha com as disciplinas base ligadas ao cargo que eu queria e fui estudando tópico por tópico. O que me fazia manter a disciplina era a vergonha de desistir sem ter conseguido ser aprovado em nada, além, é claro, da vontade de conseguir alguma mudança na minha vida.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Rodolfo: Não me lembro exatamente, mas, provavelmente, foi em alguma videoaula no youtube. Não sou bom com datas, mas lembro que assistia muito vídeos sobre como se preparar para concursos.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Rodolfo: No começo usei muitos livros, pois os materiais focados para área de TI eram bem poucos e eu não tinha grana. Depois usei alguns PDFs para complementar o conhecimento, sempre preferi materiais escritos devido a facilidade de consulta e a minha preferência pela leitura. Quando havia uma matéria difícil de assimilar, eu via algum vídeo. Nunca gostei de cursos presenciais ou telepresenciais.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso?
Rodolfo: Desde o começo eu sempre estudei com muitas matérias, geralmente um edital de TI vai ter entre 8 a 15 matérias, logo era algo normal gerencia-las. Meu foco era estudar 2 a 3 tópicos do edital, cada um de diferentes disciplinas, por dia.
Meu estudo sempre foi pautado em questões, então tentava resolver no mínimo 50 questões por dia, com uma média de 4 a 6 horas líquidas diárias. Já teve dia que consegui estudar 9 horas líquidas, porém não foi produtivo.
Meu plano de estudo era divido em três períodos: Um para poder estudar o conteúdo novo e avançar no edital; outro para poder revisar; e outro período para poder resolver questões e tratar dos assuntos nos quais eu estava indo mal.
Estratégia: Você tinha mais dificuldade em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Rodolfo: Direito Administrativo e Constitucional sempre foram, e ainda são, uma dificuldade para mim. O melhor jeito que encontrei foi através da resolução massiva de questões diariamente, aliada a videoaulas específicas e aulas de resolução de questões.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Rodolfo: Na semana antes da prova eu só revisei e fiz questões. Aquilo que eu não estudei já era, meu foco era ficar bom naquilo que eu já havia visto. Na semana da prova eu procurei resolver todos os dias, no mínimo, a quantidade de questões que viria na prova. No dia anterior à prova eu dei uma descansada na parte do dia e no fim da noite eu revisei algumas matérias, mas somente aquilo que eu tinha certeza que cairia. Outra coisa muito importante foi a alimentação, eu não fiz nenhuma gracinha, nada de álcool ou algum restaurante “diferentão”, comi aquilo que eu sempre comia.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Rodolfo: Dentre os meus erros, o principal, sem dúvida, foi o fato de eu me questionar muito. Isso me fazia perder tempo, concentração, motivação e a vontade de estudar. Se você tem um plano, cumpra-o, tudo bem corrigi-lo ao longo do caminho, mas nunca pense em jogá-lo no lixo por insegurança. Meu maior acerto sem dúvida foi a resolução massiva de questões. Quando as questões da banca acabavam, eu refazia aquelas que tive dificuldade ou resolvia questões de bancas parecidas.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Rodolfo: Eu pensava em desistir todos os dias, mas a vergonha de largar tudo me fez continuar. Eu não tinha outra opção que me deixasse feliz naquele momento, logo eu só podia continuar. O mais difícil, para mim, sem dúvida foi o isolamento social e a incompreensão por parte de algumas pessoas que gosto bastante, mas eu tinha um objetivo e ele tinha que ser alcançado
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Rodolfo: Ajudar meus pais a melhorarem um pouco de vida e conquistar algo do qual me sentiria orgulhoso.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Rodolfo: Faça o que tem que ser feito, porque tem que ser feito. Não se preocupe em ter 100% de acerto, se preocupe em começar e fazer. Toda vez que estiver cansado, desanimado, triste, com fome, com sede ou pensado em desistir, lembre-se que você só precisa começar a fazer o que tem que ser feito. Eu tinha uma frase pregada no meu notebook que dizia: “Para estudar basta começar!”. Boa sorte a todos e ótimos estudos.