Aprovado em 242° lugar no concurso do SERPRO para o cargo de Analista - Especialização: Tecnologia
Concursos Públicos
“[…] acredito que a chave é persistência até alcançar o objetivo, se organizando ao longo do caminho de acordo com as lições aprendidas. E claro, acreditar que o objetivo será alcançado.”
Confira nossa entrevista com Ricardo Silva de Almeida, aprovado em 242° lugar no concurso do SERPRO para o cargo de Analista – Especialização: Tecnologia:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Ricardo Silva de Almeida: Meu nome é Ricardo, tenho 32 anos e sou natural de São Paulo. Sou formado em Ciência da Computação pela Universidade São Judas Tadeu (bacharelado) e, mais recentemente, em Defesa Cibernética, uma graduação tecnológica, pela FIAP.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Ricardo: A principal motivação foi a dificuldade em conseguir meu primeiro trabalho, em especial, na área de tecnologia. Apesar de ser um setor com bastante oportunidade, as exigências às vezes são desproporcionais à vaga ofertada. Fora o fato de, na maioria das vezes, ser exigido experiência profissional. Mas eu sempre me perguntava: “Como vou conseguir experiência profissional se ninguém quer dar a primeira oportunidade e se dispor a ensinar recém-formados?”
E mesmo conseguindo a primeira oportunidade no setor privado, o fato da forte cobrança no trabalho e não reconhecimento, só reforçou a minha vontade de tentar uma oportunidade no setor público.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Ricardo: Sim, trabalhava e estudava.
Quando ainda estava fazendo faculdade e trabalhando, era quase impossível estudar focado em algum concurso. Então, confiava no que aprendia na faculdade e tentava, aos finais de semana, resolver provas anteriores de concursos. E, às vezes, conseguia ler algum conteúdo de matérias no horário de almoço. Muitas vezes ia dormir bem tarde. Mas, ao concluir a última graduação e o fato de trabalhar remotamente, ajudaram a ter um pouco mais de tempo para reservar a estudos. Daí, então me disciplinei em reservar algumas horas nos dias úteis (ia dormir bem tarde também) e, aos finais de semana, resolver exercícios e provas anteriores.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Ricardo: Aprovado em todas as etapas foram os seguintes:
1. SERPRO 2021, classificado em 13º no cargo de “desenvolvimento” em São Paulo;
2. Banco do Brasil em 2023, classificado em 1196º;
3. E agora novamente no SERPRO 2023, classificado em 242º.
Mas já consegui ser aprovado nas provas objetivas da FAB e PMSP.
Não pretendo continuar estudando com foco em concursos, pelo menos por enquanto. Mas sim estudar para conseguir certificações em TI e aumentar o conhecimento na área.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Ricardo: Sempre fui uma pessoa caseira, então para mim nunca foi difícil recusar convites para sair :). O fato de ter que estudar, só me deu uma desculpa plausível para evitar as saídas. Então, basicamente, minha vida era trabalhar, estudar e ir à igreja aos domingos. Dificilmente saía com a família ou amigos.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Ricardo: Sinceramente, quando surgiu minha ideia de estudar para concursos acho que minha família não entendia muito bem não. Até o momento que passei a primeira vez numa prova objetiva. Quando passei no concurso do SERPRO em 2021, aí sim ganhei mais credibilidade e deram o maior apoio nessa caminhada. Então eles respeitavam meu espaço e tempo que reservava para os estudos.
Quanto aos meus colegas, acredito que alguns entenderam, até porque na escola, eu era considerado “nerd. E ouvi muitas vezes no trabalho “por que você não estuda para concurso?”, mas também já fui, por colegas de trabalho, desincentivado a tentar uma carreira no setor público por acharem que as coisas lá funcionassem de forma muito lenta e talvez desorganizada.
Então, tive em parte apoio e entendimento como também desconfiança nessa jornada.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Ricardo: A partir do momento que foi lançado o edital do SERPRO, já reestruturei meu cronograma de estudos focado no conteúdo programático da vaga. Então estudei cerca de 3 meses até a prova.
Para manter a disciplina, acredito que o principal fator foi foco, estava determinado e com fé que conseguiria a vaga. Então me organizei como nunca havia feito, criando um plano de estudo um pouco mais organizado e que pudesse ter uma visão de progresso.
Portanto, essa visão de progresso, o apoio dos familiares e dos colegas de trabalho ajudavam a dar um “gás” para continuar estudando.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Ricardo: Majoritariamente usava os cursos em PDF e o “Sistema de Questões”.
A vantagem do PDF para mim, era a facilidade de grifar, criar notas e a portabilidade. Algumas vezes a desvantagem era a extensão do assunto, que tornava cansativa a leitura.
Já do “Sistema de Questões”, a grande vantagem são as respostas e os diversos comentários que explicam o assunto da questão. Uma das desvantagens era não encontrar uma boa explicação para o conteúdo da questão, em especial, aquelas cuja resposta considerada certa não fazia o menor sentido. Uma outra desvantagem era encontrar questões muito antigas em relação a um determinado assunto.
Algumas vezes recorria as videoaulas também, mas a desvantagem era o tempo gasto e dificuldade para anotar o que estava sendo falado e também o risco de dormir assistindo os vídeos :/.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Ricardo: Lembro de ter ouvido falar num evento que fui de concursos públicos, há muito tempo. Mas vim conhecer melhor mesmo pelo YouTube.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Ricardo: A diferença foi bem considerável. Antes, precisava correr atrás de material de estudo a cada edital lançado, com o Estratégia já tinha o material para ser consumido. Então, eliminei o tempo de pesquisas. Acho que a ferramenta que ajudou e – muito (!) – foi o “Sistema de Questões”. Nada como poder exercitar a teoria e verificar a resposta na hora com comentários referente a um assunto.
Mas, com certeza, a “Trilha Estratégica” e os Mapas Mentais ajudam demais também. E as videoaulas são uma “mão na roda“ para aqueles assuntos que não entram de jeito nenhum na mente (as explicações dos professores facilitam muito, ainda mais quando passavam macetes para decorar)
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Ricardo: Criei um plano de estudo baseado no tempo que tinha e priorizei os tópicos das matérias de acordo com três fatores: meu nível de conhecimento em cada um, a quantidade de assuntos dentro de uma matéria e a relevância do assunto na prova objetiva. A cada assunto estudado, eu ia marcando como concluído e a data que concluí, para ter uma noção de progresso.
Eu estudava uma matéria por dia com resolução de exercícios, cerca de 3 a 4 horas por dia em dias úteis e cerca de 6 horas nos finais de semana. Minha ideia era deixar os finais de semana para dar uma pequena revisada no conteúdo estudado na semana, mas se não havia conseguido concluir algum tópico da matéria no dia programado, então priorizava a conclusão do tópico no final de semana.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Ricardo: Para esse concurso em específico, como eu tinha pouco tempo para a quantidade de itens a estudar, eu seguia a ideia da “Trilha Estratégica” – grifar pontos importantes em vez de escrever resumo – mesclado com a criação de questões para responder sem consulta, uma técnica que aprendi de memorização, tudo isso no próprio PDF do assunto estudado.
Então quando ia revisar, tentava responder essas questões criadas por mim mesmo, resolvia questões e quando não conseguia respondê-las ou as errava, relia os pontos destacados por mim além das respostas corretas das questões, é claro.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Ricardo: Acho que de forma bem resumida: teoria sem prática parece que dificulta muito a memorização. E uma das formas de verificar que aprendeu algo, seria a capacidade de você ensinar isso. Então, acredito que a resolução de exercícios seria uma forma de você ensinar aquilo que você aprendeu, claro, se você usar o exercício como uma base para você explicar para si mesmo um determinado assunto.
A quantidade de questões, sinceramente, perdi as contas. Mas, acho que só para esse concurso do SERPRO, se não fiz, devo ter chegado próximo de 500 questões. Resolvi pelo menos 3 provas no estilo do Cebraspe para o SERPRO (o que já totalizaria 360 questões), fora exercícios dos PDFs e do “Sistema de Questões”.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Ricardo: Tinha mais dificuldade em Leis (no geral, porque detesto decoreba), Redes, Estatística (apesar de eu gostar de matemática não achei que fosse uma matéria tão complicada até começar a resolver exercícios de concurso público :/), Inteligência Artificial e conceitos mais avançados de Ciência de Dados.
Enquanto eu estava estudando sem foco para um determinado edital, dava prioridade para estudar essas matérias. Resolvia muitos exercícios, assistia videoaulas e revisava com mais frequência.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Ricardo: Nas duas semanas que antecederam a prova, reservei para revisar o que já havia estudado e resolver mais exercícios. Então não fiz nenhum estudo novo. Se por um acaso terminava a revisão e exercícios programados para o dia e, ainda dava para estudar mais um pouco, então buscava mais exercícios da matéria programada para revisão.
No dia pré-prova, a ideia era deixar somente para descanso. Mas, acabei ainda dando uma passada de olho nos Mapas Mentais que encontrei das matérias.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Ricardo: Acredito que os principais erros foram: não criar um plano de estudo e não resolver exercícios. Além também de não realizar uma priorização de assuntos a serem estudados baseado nos conhecimentos que já tinha e também não reservar tempo suficiente para revisão daquilo que já tinha conseguido estudar.
Então a partir do momento que corrigi esses pontos, eles se tornaram meus principais acertos:
1. Criar um plano de estudos com priorização de assuntos;
2. Resolução de exercícios, incluindo resolução de provas anteriores da banca/órgão específico do edital focado;
3. E, por último, mas não menos importante, a revisão.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Ricardo: Por várias vezes pensei em desistir. Achava quase impossível passar em concursos visto que o que aprendemos na escola e universidade não é suficiente para passar nas provas (pelo menos foi a visão que tive ao longo desses anos).
O que me motivava a seguir, eram as lembranças de decepções no setor privado.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Ricardo: Frases que me nortearam (entre outras):
“Foco, Força e Fé.”;
“No sacrifice, no victory”;
Surgirão decepções ao longo do caminho. Dificilmente alguém passará de primeira no concurso que se inscreveu. Então é avaliar os erros cometidos e corrigi-los.
Portanto, acredito que a chave é a persistência até alcançar o objetivo, se organizando ao longo do caminho de acordo com as lições aprendidas. E, claro, acreditar que o objetivo será alcançado.