Aprovado em 19º lugar na PC-DF no cargo de Escrivão da Polícia
Policial (Agente, Escrivão e Investigador)“Amigo (a), o objetivo parece muito distante quando decidimos começar a estudar, isso é normal. O primeiro passo é acreditar que se é capaz de chegar lá (porque você é muito capaz). O segundo é ter visão de longo prazo: para conquistar amanhã, precisamos sacrificar hoje. A conquista vem do suor e lá na frente tudo se justificará. E, por último, NÃO PARE! Mergulhe de cabeça, eleja o estudo como prioridade e não se permita olhar para trás e desistir.”
Confira nossa entrevista com Ricardo Gottardi, aprovado em 19º lugar na PC-DF no cargo de Escrivão da Polícia:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Qual sua idade? De onde você é? Qual sua formação?
Ricardo Gottardi: Olá. Meu nome é Ricardo Gottardi Ventura Sagrilo, tenho 28 anos e sou natural de Vitória/ES. Tenho formação em Engenharia Civil pela UFES e uma pós-graduação na área.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Ricardo: A ideia da meritocracia por trás do concurso público. Logo após a conclusão da minha graduação, passei por algumas experiências em que não consegui assumir cargos por conta da influência do “QI” no ambiente privado, mesmo tendo mais experiência do que as pessoas indicadas. A partir dali, comecei a enxergar no concurso público a possibilidade de vencer pelo meu próprio esforço.
Estratégia: Por que escolheu a área policial? Tem algum parente policial que te inspirou?
Ricardo: Não tenho parentes próximos que sejam policiais e serei o primeiro da família! Escolhi a área por influência de um amigo, pelas grandes oportunidades de concurso naquele momento de decisão e pela dignidade e importância da profissão em si.
Estratégia: O fato de lidar com o crime no dia a dia gerou algum tipo de medo em você ou em sua família?
Ricardo: Em mim não gerou. Quando estava no processo decisório de iniciar meus estudos para concurso, passei a pesquisar muito sobre a carreira policial e a entender quais as atribuições das diferentes forças de segurança pública. A história foi um pouco diferente na minha família. Inicialmente, as pessoas ficam um pouco receosas, pois enxergam como uma atividade com muitos riscos à vida. De fato, há mais riscos do que em outras carreiras, mas o leque de trabalho é muito amplo. Com o tempo, minha família foi amadurecendo a ideia e, depois que passei nos concursos, comemoraram junto comigo.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Ricardo: Antes de iniciar meus estudos, eu já vinha fazendo uma pequena poupança financeira para definir com calma quais seriam os próximos passos na vida profissional. Dessa forma, durante a minha caminhada no concurso público, pude me dedicar quase que totalmente aos estudos. Fazia uma conciliação com alguns pequenos trabalhos informais na minha área.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e colocação?
Ricardo: Fui aprovado dentro das vagas nos concursos da PRF e PCDF (agente e escrivão), todos realizados em 2021. Minha última aprovação foi no concurso de escrivão da PCDF, no qual fiquei na 19ª colocação após o resultado preliminar da prova discursiva.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados?
Ricardo: É clichê falar isso, mas, de fato, é uma sensação única. É uma mistura de alívio e sentimento de dever cumprido. Todo o sacrifício feito durante a caminhada é plenamente justificado quando você vê seu nome na lista de aprovados. E dá um orgulho enorme de si mesmo.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Ricardo: Não adotei uma postura radical. Claro que é necessário avaliar o momento do concurso: qual a perspectiva da prova, se é um pré-edital ou pós-edital. No pré-edital, eu tinha uma rotina firme de estudos durante a semana, mas não deixava de sair com minha namorada ou de curtir momentos com os amigos nos finais de semana. Já no pós-edital, a pegada é outra. Abri mão de viagens de final de ano, recusei convites e reduzi festas e comemorações. Eu ainda tinha esses momentos, mas a prioridade número um era a prova.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Ricardo: No momento estou noivo e não tenho filhos. Durante minha caminhada, tive o privilégio de morar com minha mãe e me concentrar nos estudos. Minhas despesas eram somente com investimentos em materiais de estudo e outras despesas pessoais. Minha mãe é servidora municipal aposentada e sempre me apoiou na minha caminhada.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Ricardo: Entendo que o concurseiro deve definir, no início de sua caminhada, qual a área que ele pretende seguir (policial, fiscal, tribunais, controle, bancária, etc). O aproveitamento das matérias estudadas de um concurso para outro é de suma importância para o amadurecimento e fixação daquele conteúdo. Entendo que essa é a melhor forma de estudar para passar em concurso público.
Claro que podem aparecer oportunidades no meio do caminho, especialmente quando seu concurso-fim demora a sair. Mas, de modo geral, recomendo que o concurseiro foque em uma área e siga nela. Quanto a mim, não tenho planos de prestar novos concursos neste momento, sinto-me realizado com o que me propus a fazer e com o que conquistei.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Ricardo: Estudei por 2,5 anos (com uma pandemia e 1,5 ano sem provas nesse período).
Estratégia: Durante a fase pré-edital, como fazia para manter a disciplina nos estudos?
Ricardo: Mantinha a disciplina por meio de uma rotina pré-estabelecida de horários e por meio da definição de metas de médio e curto prazo. No período pré-edital, gostava de estabelecer uma data limite como meta para concluir as matérias e, no início de cada semana, avaliava como tinha sido a semana anterior e quais as metas para a semana seguinte.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens de cada um?
Ricardo: Utilizei muito os PDFs. Eram a minha principal fonte de estudos. Estudava o PDF daquela aula, fazia as questões ao final e colocava aquele assunto em modo revisão. Assisti a algumas videoaulas como reforço para assuntos específicos em algumas matérias, especialmente aqueles em que eu tinha mais dificuldade.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Ricardo: Por meio da indicação de alguns amigos que já estudavam para concurso e diziam que era o material mais completo do mercado.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concurseiro é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Ricardo: Gostava de fazer ciclos de estudo, em que eu estudava várias matérias e fazia revisões de forma planejada. Em média, meu ciclo semanal tinha de 8 a 10 matérias e eu estudava cerca de 6 horas líquidas diariamente (de 3 a 4 matérias diferentes por dia). Para cada concurso que pretendia fazer, eu dividia cada matéria por aula/assunto e colocava dentro do meu planejamento. Após estudar uma aula e fazer as questões do PDF, elaborava um material para revisão futura e planejava as datas das revisões.
O tipo de revisão dependia da matéria: para legislações bem específicas, revisada por meio de leitura; para matérias mais comuns (Direito Penal, Direito Constitucional, Português, RLM), revisada fazendo exercícios no site do Estratégia Questões e fazia uma releitura somente daqueles tópicos que eu tinha pior desempenho.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Ricardo: Inicialmente, tinha mais dificuldade em Português e Informática. Para superá-las foi necessário persistir e fazer muitas questões. Em alguns tópicos específicos, recorri às videoaulas para melhor entendimento.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana anterior à prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Ricardo: De estudo! Cheguei bem preparado para a reta final, mas não relaxei completamente. Na semana da prova, gostava de fazer alguns exercícios de revisão e de fazer a releitura de alguns tópicos mais importantes. A véspera da prova foi da mesma forma: revisão e preparação dos materiais para levar no dia.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Ricardo: Durante minha preparação, me programava para fazer simulados semanalmente, preferencialmente aos domingos. Nessas oportunidades, praticava a redação. Aconselho que o aluno aproveite o momento do simulado para elaborar sua redação. Em todas as minhas aprovações, minha nota da redação me jogou “para cima” do ranking e acredito que saber escrever bem seja extremamente necessário para quem quer chegar competitivo no dia da prova.
Estratégia: Como foi sua preparação para o TAF? E como foi essa prova?
Ricardo: Quando optei por iniciar minha preparação para concursos policiais, retomei minha rotina de exercícios em uma academia e corria uma vez por semana. Com o resultado preliminar, procurei um profissional e fiz um treino mais específico voltado para atingir os índices do TAF. Meu conselho é que o concurseiro da carreira policial mantenha uma rotina mínima de exercícios enquanto estuda e – jamais – deixe para treinar somente após a aprovação. Vi candidatos reprovarem no TAF e foi muito triste.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Ricardo: Meu maior acerto foi adotar um planejamento organizado de revisões espaçadas, fato que ajudou muito na memorização dos conteúdos do edital. Creio que eu poderia ter estudado melhor para algumas disciplinas, como Informática, mas minhas apostas acabaram se mostrando corretas após a realização das provas.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Ricardo: Não cheguei a pensar em desistir, mas em diversos momentos bateu desânimo e dúvida sobre o meu processo de estudo. Devido à pandemia de coronavírus em 2020, fiquei mais de um ano impossibilitado de fazer provas e isso exigiu muita força de vontade e visão de longo prazo da minha parte. Via amigos crescendo profissionalmente no mercado privado e às vezes ficava com a impressão de não estar evoluindo na vida. Porém, nunca deixei de ter certeza de que, futuramente, todas as minhas escolhas seriam justificadas. E foram.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Ricardo: Minha principal motivação era me imaginar no futuro como um servidor público respeitado e com estabilidade financeira. Uma pessoa com condições de constituir família e proporcionar coisas boas a mim, a todos que estiveram comigo nessa caminhada e, por fim, à sociedade.
Estratégia: O que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Ricardo: Amigo (a), o objetivo parece muito distante quando decidimos começar a estudar, isso é normal. O primeiro passo é acreditar que se é capaz de chegar lá (porque você é muito capaz). O segundo é ter visão de longo prazo: para conquistar amanhã, precisamos sacrificar hoje. A conquista vem do suor e lá na frente tudo se justificará. E, por último, NÃO PARE! Mergulhe de cabeça, eleja o estudo como prioridade e não se permita olhar para trás e desistir. Só não passa quem desiste. Foque no processo e se apaixone por ele.