Aprovado em 129º lugar no concurso PF para o cargo de Escrivão

“O principal conselho é: seja perseverante. Tem uma frase muito interessante que diz o seguinte: “Já tentou? Já falhou? Não importa. Tente de novo, falhe de novo, falhe melhor”.
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Philipy Borges Paulo: Tenho 23 anos, sou natural de Itaboraí-RJ, mas moro atualmente em Palhoça-SC. Sou formado em Sistemas de Informação (Área de TI).
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?
Philipy: Ao chegar em Santa Catarina, já formado, me deparei com uma dificuldade para conseguir emprego por falta de experiência. Por isso, precisaria buscar novas formas de especialização (como uma pós-graduação) para melhorar meu currículo. Isso, somado a baixa remuneração dos trabalhadores da área de TI, fez eu decidir migrar para concursos públicos, optando pela área policial por ser um trabalho que sempre admirei e gostei.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Philipy: Eu felizmente consegui focar apenas nos concursos.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Philipy: Eu fiz poucos concursos antes da PF. Fiz o TRF4 (analista e técnico na área de TI), mas não fui aprovado. Fiz também da guarda municipal de Joinville, porém não fiquei dentro das vagas (eram apenas 4). Por último, fiz o para agente censitário operacional do IBGE sendo o 8º colocado para Florianópolis. Todos esses concursos foram em 2019, porque em 2020 não consegui fazer nenhum em razão da pandemia.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados na primeira fase do certame?
Philipy: Foi até engraçado, porque quem viu foi um amigo meu que estava acordado às 6h e viu meu nome na lista. Acabei acordando com ele me ligando, me avisando que eu tinha sido aprovado. A sensação foi um misto de felicidade e até um pouco de alívio, visto que já estava mais de 1 ano estudando sem conseguir fazer nenhuma prova. Felizmente tudo deu certo no final, pois consegui a aprovação no concurso nº 1 nas minhas prioridades.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Philipy: Eu estudava pela manhã e à tarde, mas deixava sempre o turno da noite para descansar. Talvez seja por essa atitude que consegui me manter focado por tanto tempo “sem deixar a peteca cair”.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Philipy: Moro com meus pais, sou solteiro e não tenho filhos (fatores que me ajudaram nessa caminhada). Os meus pais me apoiaram na minha jornada, contudo eles sentiam medo porque “concurso é muito difícil e você pode passar sua vida toda aí tentando”. Porém, como estava decidido, eles aceitaram e me deram o suporte para que eu pudesse apenas estudar.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Philipy: Não acho que fazer concursos com focos diferentes seja uma boa. Acredito que um dos segredos seja focar numa área apenas. Sobre fazer novos concursos, a PF é o órgão que eu quero trabalhar até o dia da minha aposentadoria, porém o cargo de Perito de TI me chama bastante atenção também. Quem sabe eu faça esse futuramente.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Philipy: Para a PF, foquei cerca de 4 meses. No entanto, já vinha estudando para outros concursos como a PCDF e a PCPR, portanto já tinha uma bagagem. Se tivesse saído do zero 4 meses antes da prova, com certeza, não teria ido tão bem.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Philipy: Acredito que a maioria dos aprovados começaram a estudar bem antes de sair o edital. São realmente muitas matérias, então tem que começar bem cedo. Para manter a rotina de estudos, eu tentava ouvir meu corpo, perceber meus limites e não os ultrapassar. Quando ficava cansado, costumava tirar um tempo para me distrair e esfriar a cabeça para não acabar ficando doido.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Philipy: O que eu mais usei foram videoaulas e PDFs. As videoaulas são a melhor forma de você conseguir entender matérias difíceis, pois os professores passam devagar por cada assunto, os explicando. Já os PDFs são recomendados quando se deseja estudar de maneira mais enxuta e rápida. Resumindo: matérias difíceis? Videoaula. Matérias mais tranquilas? PDF para ganhar tempo.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Philipy: Eu fui pesquisar materiais para estudo e os do Estratégia foram os primeiros a aparecer. Aí depois foi só aproveitar a infinidade de videoaulas e PDFs, gratuitos inclusive.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Philipy: A minha forma de estudo dependia muito da matéria. Sempre tive muita facilidade em raciocínio lógico, então apenas resolvia algumas questões para não ‘enferrujar’. Já disciplinas como direito, costumava ler bastante (seja resumos, seja lei seca). Entretanto, os resumos feitos por mim e a resolução de exercícios eram “de lei” e não faltavam em nenhuma disciplina, porque facilitavam a fixação dos conteúdos. Já a minha carga horária, era cerca de 5h/6h líquidas de estudo por dia, mas ela podia ficar um pouco mais leve a depender do meu cansaço mental.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Philipy: Acho que a matéria que tirou o sono de qualquer candidato na PF foi estatística. Eu tentei procurar algum curso específico para dar uma fortalecida e fiz bastante exercícios, o que com certeza me ajudou na hora da prova, pois consegui acertar as questões “acertáveis” daquela prova nível NASA.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Philipy: Na semana da prova a minha rotina de estudo foi bem parecida com as semanas anteriores. Não aliviei, mas também não apertei a minha preparação. Já na véspera, procurei estudar apenas lendo os resumos e as fórmulas de estatística que colei no guarda-roupa para decorar (funcionou bem).
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Philipy: Eu procurei ler notícias, para me inteirar das atualidades, e treinar bastante redação (umas 3 por semana). Além disso, como português é uma das disciplinas cobradas, acabei por melhorar meu vocabulário e minha gramática, o que também facilitou na hora de escrever. Portanto acho que o segredo é este: estar informado dos principais temas, ter um bom conhecimento da língua portuguesa e praticar bastante.
Estratégia: Como está sendo sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Philipy: Para o TAF, sempre estive muito tranquilo. Eu já tinha índices muito bons na corrida e barra, com isso só dei uma leve treinada no salto horizontal e na natação para não ter nenhuma surpresa. Para as próximas etapas, às vezes, vejo algum vídeo só para me preparar psicologicamente.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Philipy: Um erro que cometi foi um que vejo muitos concurseiros falando que também cometeram: estudar uma matéria por vez. A maneira mais acertada de estudar é de maneira cíclica, definindo os dias que você estudará a cada matéria (por exemplo: segunda-feira, estuda direito; na terça-feira, estuda RLM e estatística; na quarta-feira, estuda contabilidade e informática; e assim sucessivamente).
Sobre os acertos acredito que apontaria o fato de que eu nunca parei de estudar. Mesmo quando a pandemia parecia sem fim, quando parecia que as provas nunca mais voltariam, eu fiquei tentando ao máximo me manter estudando.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Philipy: Algumas vezes dava vontade de desistir sim (principalmente quando parecia que nunca mais teriam provas). Quando eu ficava nesse desânimo costumava ver vídeos de operações policiais. Mesmo que às vezes os vídeos durassem poucos minutos, melhoravam meu ânimo.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Philipy: Buscar o que acredito ser o sonho de qualquer um: trabalhar com algo que gosta, que te faça se sentir bem e ser pago por isso.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Philipy: Primeiramente, você deve escolher apenas uma área, seja ela policial, tribunal, fiscal, não importa. Mas escolha apenas uma área, pois muitas disciplinas irão se repetir e você ficará cada vez melhor nelas.
O segundo conselho é aprender qual a melhor forma de estudo para você, pois cada pessoa tem o seu jeito de aprender. Por exemplo: muita gente comenta sobre mapas mentais como se fosse uma maravilha, mas nunca gostei deles. Perceber que, para mim, resumos eram melhores que mapas mentais foi uma importante constatação que fiz.
O último vai soar até um pouco clichê, mas o principal conselho é: seja perseverante. Tem uma frase muito interessante que diz o seguinte: “Já tentou? Já falhou? Não importa. Tente de novo, falhe de novo, falhe melhor”.