Aprovado em 2° lugar (PCD) no concurso DATAPREV para o cargo de Analista de Tecnologia da Informação - Administração e Governança - Brasília (DF)
Concursos Públicos“Eu gostaria de dizer que é possível passar em qualquer concurso público. Basta acreditar em vocês […]”
Confira a nossa entrevista com Paulo Roberto da Silveira Pires, aprovado em 2° lugar (PCD) no concurso DATAPREV para o cargo de Analista de Tecnologia da Informação – Administração e Governança – Brasília (DF):
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Paulo Roberto da Silveira Pires: O meu nome é Paulo Roberto, tenho 43 anos, sou natural de São Gonçalo/RJ e, atualmente, estou residindo em Curitiba/PR. Sou Major reformado do Exército Brasileiro e graduado em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), em 2004. Além disso, sou Mestre em Operações Militares pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO). Ingressei nas fileiras do Exército, após a aprovação no concurso da Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), em 1999.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Paulo: Desde os meus tempos de jovem, eu percebi que uma maneira eficaz de melhorar a minha condição social e financeira seria por meio da dedicação aos estudos. Eu sempre fui muito aplicado e determinado nesta tarefa. O meu lema sempre foi: “fazer da melhor maneira possível, para só fazer uma única vez”.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Paulo: Entre o final de 2016 e meados de 2017, após regressar ao Brasil por término de uma missão de instrutor da Academia Militar do Exército da Bolívia, em La Paz, eu fui diagnosticado com uma doença autoimune chamada esclerose múltipla. Assim, eu fui reformado do serviço ativo do Exército Brasileiro, uma vez que, após os primeiros surtos da doença, eu fiquei com dificuldades de locomoção que comprometiam o meu desempenho físico para a atividade militar. Dessa maneira, eu não estava trabalhando e consegui me dedicar aos estudos com mais exclusividade.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Paulo: No ano de 1998, eu fui aprovado para o concurso da EsPCEx. Contudo, eu não fui classificado dentro das vagas disponíveis. No ano seguinte, após os ensinamentos colhidos na preparação, eu consegui a aprovação entre os 20 primeiros colocados neste mesmo concurso. Recentemente, em 2024, eu fiz o concurso do BNDES na área de Administração. Apesar da minha aprovação, eu não fiquei classificado dentro das vagas disponibilizadas no certame. Ainda em 2024, como forma de aproveitar a preparação intelectual para o BNDES, eu também fiz o concurso do DATAPREV, na área de administração e governança para a cidade de Brasília, momento no qual logrei êxito na segunda colocação. A minha intenção de realizar estes concursos mais recentes, foi servir de inspiração para outras pessoas que sofrem de alguma doença crônica ou que possuem algum tipo de conformidade física. Elas podem acreditar de que é possível ser aprovado em qualquer tipo de concurso, basta um pouco de dedicação e empenho.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Paulo: Eu procurava criar uma rotina de estudos durante os dias da semana (segunda-feira a sexta-feira). No sábado, eu costumava realizar alguns simulados como forma de verificar o meu rendimento dos estudos e corrigir algum tipo de falha. Já o domingo, eu reservava para o descanso e para atividades com a minha família.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Paulo: A minha esposa foi fundamental durante o meu período de preparação. Eu tenho um filho adolescente e uma filhinha de 4 aninhos que demandam muita atenção e cuidados. Ela me proporcionou a tranquilidade necessária para que eu focasse nos estudos. Apesar da minha disposição, se não fosse por ela, eu não teria alcançado o objetivo final que era a aprovação.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Paulo: A minha preparação para os concursos mais recentes foi iniciada em março de 2024, após a sinalização da possibilidade de concurso do BNDES. Neste sentindo, eu resolvi também realizar o concurso do DATAPREV como forma de aproveitar o conhecimento adquirido na preparação para o BNDES.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Paulo: Eu costumava utilizar as ferramentas disponíveis de maneira complementar. Eu iniciava com as videoaulas nas matérias que eu não tinha muita afinidade. Ainda, eu procurava utilizar mais os PDFs nos assuntos que eu tinha mais expertise. Mas, além disso, na verdade eu considero o mais importante, é a realização de exercícios e o treinamento por meio de simulados. No tocante às vantagens e desvantagens de cada ferramenta, eu considero que as videoaulas podem ser mais utilizadas no início da preparação, já que demandam mais tempo por assunto. Já na metade da preparação, bem como na reta final das provas, os PDFs, pelo menos para mim, agregam mais conhecimento, já que é possível avançar mais rapidamente nos estudos. Tudo isso, combinado com a realização de exercícios e simulados. Uma constatação do meu concurso para a EsPCEx, em 1998, foi de que eu treinei muito pouco com exercícios e simulados naquele ano de preparação. Fato que eu corrigi no concurso no ano seguinte e, por isso, eu consegui a aprovação nas primeiras colocações.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Paulo: Conheci o Estratégia na internet. Verifiquei que o curso tinha uma taxa alta de aprovações, inclusive, nas primeiras posições. Constatei que os professores são muito capacitados e o material é de muita qualidade. Mas, uma coisa que eu aprendi ao longo da vida é que um cursinho em si não aprova ninguém. O curso é importante por fornecer o embasamento teórico necessário para o êxito, mas a aprovação é fruto de muita dedicação e persistência individual do candidato.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Paulo: O material do Estratégia foi a minha base de preparação para os concursos mais recentes.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Paulo: Eu não utilizei outros materiais de estudo.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Paulo: Eu percebi que o material era bem direcionado para os assuntos mais importantes, fato que eu constatei durante a realização das tarefas e simulados. Além disso, o vasto conhecimento e experiência dos professores contribui e muito (!) para uma preparação mais rápida e assertiva.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Paulo: O militar, em si, é muito metódico nos momentos de planejamento de estudo e comigo não foi diferente. Eu costumo montar uma planilha de estudos e divido os horários em 3 grandes blocos: manhã, tarde e noite. Pela manhã, eu costumo dar uma repassada na matéria do dia anterior por meio da interiorização de resumos e esquemas de estudos. Já na parte da tarde, eu foco nas videoaulas e PDFs. No bloco da noite, o meu foco eram os exercícios. Eu procurava disponibilizar 4 quatro horas de estudo pela manhã e 4 horas à noite. À tarde, eu costumava reservar 5 horas em média. Contudo, o planejamento de utilização do tempo nunca foi rígido, mas muito flexível. Tudo dependia do andamento do estudo. O importante é organizar as atividades, bem como as ferramentas disponíveis. Em algumas ocasiões, por exemplo, eu tinha que parar de estudar para relaxar um pouco: brincava com a minha filha, conversava com a minha esposa, pegava os cachorrinhos no colo, comia um chocolate, ia à academia, etc. E depois, prosseguia na missão.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Paulo: Eu costumava montar pequenos resumos com os tópicos que eu considerava mais importantes de cada matéria. As minhas revisões eram baseadas nestes pequenos resumos. Quando surgia algum fato novo em um determinado exercício ou em um simulado, eu acrescentava a informação ao material de revisão. Eu gosto de estar sempre escrevendo pequenos tópicos durante os estudos, já que me auxilia na interiorização e memorização dos diferentes assuntos.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Paulo: Esses dias eu estava pensando nisso. Como eu já mencionei, eu considero a realização de exercícios o caminho para a aprovação. Eu acredito que, durante a minha preparação, eu devo ter realizado quase 2500 exercícios, com certeza, somando a preparação para o BNDES e o DATAPREV.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Paulo: Eu não tive muitos problemas com as disciplinas do DATAPREV, já que eu considerei o edital bem enxuto, em comparação com o edital do BNDES. Mas, um conselho que eu poderia fornecer é atacar com mais energia as matérias com menor familiaridade. O nosso cérebro gosta de gastar pouca energia, por isso, nós procuramos estudar mais os assuntos que temos maior aptidão e estudar menos os assuntos que não temos muito conhecimento. Entretanto, o caminho para a vitória também consiste em vencer este desafio.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Paulo: A minha esposa brinca que eu liguei o modo “xiita e kamikaze” ao mesmo tempo, durante esse período. Aí não tem jeito: “treinamento difícil, combate fácil” e “só acaba quando termina”. Eu me lembro de uma aula de revisão final ao vivo com vários professores. Neste dia, eu fiquei aproximadamente 13 horas na frente do computador. Inclusive, eu almocei feijoada assistindo às aulas. Foi bem tenso.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Paulo: Não tinha prova discursiva no concurso do DATAPREV. Mas, a título de exemplo, eu realizei treinamentos de questões discursivas para o concurso do BNDES. O importante é realizar um treinamento diário de pelo menos 1 questão discursiva. Isso ajuda a desenvolver a confiança necessária para desenvolver qualquer questão apresentada no dia da prova.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Paulo: Dentro das minhas possibilidades, eu considero que eu consegui colocar em prática tudo aquilo que eu planejei. Agora, na minha opinião, a preparação para um concurso envolve três “S”: SAÚDE, que é imprescindível para o êxito, SORTE, que também é necessária e PACIÊNCIA, para suportar as exaustivas horas diárias de estudo, inclusive abdicando de momentos de lazer com a família.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Paulo: Eu pensei em desistir nos momentos de fadiga mental. Não tem jeito, isso sempre acontece. Mas, a experiência me demonstrou ao longo da vida que a dedicação aos estudos rende frutos. O importante é acreditar que é possível. Não importa o número de candidatos. Cada um concorre consigo mesmo.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Paulo: Eu gostaria de dizer que é possível passar em qualquer concurso público. Basta acreditar em você. Se eu, que estudei em uma escola pública de uma região carente do RJ durante parte da minha vida, consegui chegar ao posto de Oficial Superior do Exército Brasileiro, você também é capaz. Além disso, se eu, que tenho comorbidades causadas pela Esclerose Múltipla, consegui passar no BNDES e ser aprovado e classificado entre os primeiros colocados do DATAPREV, você também consegue. A DIFICULDADE VALORIZA O CUMPRIMENTO DA MISSÃO!!!!