Aprovada em 1° lugar para Agente Auxiliar de Perícia Oficial no concurso PCP PR
Policial (Agente, Escrivão e Investigador)“Foque no que você quer, o por que você quer. E, resista mesmo que doa.”
Confira nossa entrevista com Paloma Boeck Souza, aprovada em 1° lugar no concurso Polícia Científica do Paraná para o cargo de Agente Auxiliar de Perícia Oficial:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Paloma Boeck Souza: Sou Física, tenho 37 anos e sou nascida em Cachoeira do Sul-RS.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Paloma: De um lado estava finalizando meu pós-doutorado em plena pandemia e sentia que não queria mais trabalhar como professora universitária, o que era meu sonho de jovem. Em paralelo à carreira acadêmica cheguei a trabalhar alguns anos como professora e, fiz alguns concursos para a área, mas não me visualizava mais ali.
Além disso, desde nova sempre fui fã da área de segurança pública por meu pai ser militar do exército, então nesse momento concluí que podia aliar meu gosto pela ciência com a área de segurança pública entrando para a carreira da perícia. Assim decidi que iniciaria a jornada.
Estratégia: Você trabalhava e estudava?
Paloma: Inicialmente sim, mas como estávamos em pandemia, trabalhava de home office, o que facilitou na flexibilidade de horários para o estudo. Após cerca de 6 meses desse início conversei com meu namorado e decidi que me dedicaria somente aos estudos.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada?
Paloma: Aprovada em 102° para Auxiliar de Perícia em SC – Regional Florianópolis (cadastro reserva).
Aprovada em 1° para Agente Auxiliar de Perícia Oficial PR – Regional Capital.
Continuarei estudando pois almejo o cargo de Perito.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos?
Paloma: Nunca fui uma pessoa de sair muito, mas com certeza abri mão de momentos, sejam os cafés com as amigas ou os almoços aos domingos entre amigos ou família. Muitas vezes meu namorado vai sozinho e já avisa “Paloma está estudando”. Ademais, tento sempre manter um horário do dia para atividade física e para dar atenção ao meu companheiro.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira?
Paloma: Algumas pessoas questionaram se eu não estava jogando fora todos os anos de estudo que dediquei à Física, entretanto, os amigos mais próximos me apoiaram por completo. Além disso, temos os amigos que conquistamos em meio a essa jornada, eles foram e são essenciais para manter o foco e apoio. Em muitos momentos não desisti graças a eles.
Não convivo com minha família, mas do elo familiar destaco meu parceiro que me apoiou (tanto psicologicamente quanto financeiramente) desde o início sem pestanejar. Hoje fechamos aproximadamente 3 anos do início dos meus estudos e ele sempre acreditou mais no meu potencial do que eu mesma, insistindo que se era meu sonho eu deveria continuar. Mesmo quando eu tentava outros concursos policiais por receio de não ser boa o suficiente para a perícia, ele sempre dizia “faz logo para Perito”.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Paloma: Estudo direcionada para o cargo de Perito desde metade de 2021, não houve preparação específica para o último concurso que passei.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Paloma: Acredito que já usei todos os tipos de ferramentas ao longo desses 3 anos, mas a decisão sobre qual usar depende do quanto eu me sinto confortável com o assunto ao usar aquela ferramenta. Como no caso de Direito Constitucional, eu nunca havia estudado matérias do Direito, fui ler o pdf e vi que iria “remar”, então decidi que faria toda a matéria por vídeo aula e funcionou muito bem. Com as aulas de Adriane Fauth o pdf parecia absurdamente fácil. Já matérias como Informática, o PDF foi mais que o suficiente. Não posso dizer que prefiro uma ferramenta ou outra, depende do quão claro ficará para mim o conteúdo. Quando desejo me aprofundar em assuntos que já estou dominando o básico, prefiro ir para os livros. Os cargos de perícia demandam essa necessidade de ir aos livros.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Paloma: Através de amigo, aprovado para a PF.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos?
Paloma: Não
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação?
Paloma: Acredito que o diferencial seja os inúmeros professores de altíssimo nível, tanto preparando os pdfs quanto dando as aulas em vídeo.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Paloma: Sempre estudei várias matérias ao mesmo tempo para não estressar o cérebro com o mesmo assunto. Sempre usei uma planilha de estudos na qual constavam de 3 a 5 matérias por dia. Isso fecha um total de 4 a 6h líquidas por dia, depende se estou em pré ou pós edital.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Paloma: Tento usar o máximo de técnicas de estudo ativo possíveis. Já fiz resumos no início da preparação com matérias que tinha dificuldade como Direito Penal, mas hoje uso técnicas mais “rápidas”. Nos dias de revisão tento montar meus próprios mapas mentais da memória para forçar a lembrança ou uso flashcards com pontos que tenho dificuldade de memorizar. Para lei seca o que mais me ajuda é a técnica de lacunas e claro os famosos mnemônicos. Também procuro deixar uma lista de questões ao final do material de estudo para eu mesma responder quando chegar a hora de revisar o assunto, ainda que seja mentalmente.
Também sempre fiz simulados, mais em pós edital, um por semana ou um a cada 15 dias pelo menos.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios?
Paloma: Importância absurdamente alta. É nos exercícios que você delimita o que é e o que não é importante para o seu aprendizado. Cada área tem um perfil ou nível de abordagem de um assunto e sem fazer exercícios você, ás vezes, vai tentar desesperadamente memorizar um volume absurdo muito além do necessário. Apenas porque você está tentando memorizar tudo, em vez de memorizar somente o que é cobrado.
Olha, se minhas planilhas estiverem corretas, já passei das 21.000 questões resolvidas ao longo de 3 anos hehe
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Paloma: Tenho na memória duas matérias específicas que me incomodaram por mais de ano até me adaptar, que foi Direito Penal e Português.
Quanto ao Direito Penal foi muita insistência por diferentes técnicas de estudo, lei seca, vídeo-aula com prof Renan (muito boas, aliás), fazer resumos coloridos e mais lei seca. E, principalmente, muitaaa questão, até que uma hora entrou na cabeça.
Quanto a Português foi mais intenso, fiz toda matéria por pdf mais de uma vez e por vídeo aula com Janaína Arruda e depois com Adriana Figueiredo. Foi aí que começou a desbloquear. Nessa estrada foram quase 2 anos até poder dizer “eu adoro fazer exercício de análise sintática” e, sim hoje eu adoro!
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Paloma: Eu sou uma grande fã da constância então minha semana antes da prova é muito similar às demais semanas de pós-edital. O pós-edital em si já é mais estressante e tento estudar mais horas, mas o único adicional da semana anterior à prova é que dou uma revisada em prazos e coisinhas específicas de “decoreba” para ficarem frescas na memória.
No dia pré-prova geralmente não estudo, a menos que seja para olhar algo das decorebas. Tento ver isso em no máximo 1h do dia e tiro o resto do dia para descansar para tentar chegar com toda energia na prova. Inclusive no dia anterior a essa prova eu estava viajando de Florianópolis para Curitiba, então foi mais para relaxar e chegar lá.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Paloma: Tivemos discursiva sim.
Fiz mentoria com a prof Janaina Arruda na primeira turma que ela montou.
Esse concurso em especial eu tenho absoluta certeza que não teria passado sem a preparação dada pela prof. Quando abri a prova discursiva e vi o tema não fazia ideia do que escrever, fiquei por mais de hora com as mãos no rosto pensando que zeraria a redação. Até que lembrei dos ensinamentos dela e comecei a escrever. O nervoso começou a se dissipar e consegui escrever. Eu tinha tudo para zerar a redação se não tivesse me preparado corretamente para ela. Minha nota veio 17/20 naquele dia e me manteve entre os primeiros colocados.
Além disso, no concurso que fiz da PCGO, a nota da redação me jogou da posição 1200 para a posição 800.
A discursiva hoje é o diferencial nos concursos, ela pode te manter num certame, jogar lá para cima nas colocações ou até mesmo te tirar do teu sonho. Nunca se deve negligenciar essa etapa, treino toda semana e correções de uma boa professora fazem toda diferença.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Paloma: Nossa, erros são muitos, a maturidade se ganha com o tempo nessa jornada.
Um erro lá do início associado à área da perícia foi não procurar me aprofundar em assuntos pois teria que recorrer aos livros.
Erro comum dos concurseiros, o medo de fazer simulados, fugia deles, postergava, pois me deprimia com o resultado negativo. Depois comecei a vê-los como a chave para aprimorar meus pontos fracos, afinal o que vc erra no simulado você não erra mais.
Fugia de fazer redação também. Dia de redação era esgotante e o receio de escrever sobre um tema que não dominava era mais esgotante ainda. Mas não adianta fugir, quanto mais treinar, menos difícil fica a próxima e a próxima e a próxima. Após a mentoria, eu e uma amiga combinamos de corrigir a redação uma da outra toda semana, dessa forma continuamos mantendo a rotina da escrita.
Fugir dos pontos fracos também é algo que quase ninguém admite. Durante a revisão você não pode revisar o que já domina, mas sim os pontos fracos. “ah mas meu índice de acertos vai cair”. E assim eu postergava corrigir meus pontos, hoje só trabalho neles.
Quanto aos acertos, o principal deles, ter mente aberta. Seja para tentar novas técnicas de aprendizado, mexer na ferida dos pontos fracos sem medo, mudar tudo se necessário e reiniciar. Se eu não fosse flexível em tudo não estaria aqui hoje. Depois posso citar fazer muitas questões. Sempre fiz muitas e com certeza isso fez muita diferença.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Paloma: Por algum momento? Muitas vezes.
Principais motivações foram duas, eu não queria mais aquela vida que eu tinha e eu queria com todo meu coração ser da perícia. Para manter o foco é necessário querer muito aquilo. Se o que motiva é raso, você não aguenta o tranco de anos e anos de estudo.
Outra motivação foi o apoio de colegas que também estão na mesma trilha tentando mudar de vida, quando pestanejava eles estavam ali.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Paloma: Parece clichê mas tenho duas palavras para quem está iniciando, foco e resiliência. Existe a probabilidade de passar com 3 meses de estudo? Existe. Mas não é o padrão. Não se sinta mal por ter reprovado, por estar a anos estudando e quando finalmente passar na objetiva, vir a ser reprovado em outra fase. O processo é longo e dói, mas ele dói para todo mundo. A maioria dos concurseiros passou por essas derrotas, mas o que fez elas chegarem onde elas estão foi: foco e resiliência. Foque no que você quer, o por que você quer. E, resista mesmo que doa.