Aprovado em 18º lugar no concurso PC-DF para o cargo de Escrivão

“Se você mantiver uma boa disciplina e consistência, procurar melhorar seus pontos negativos sempre e realizar suas metas diárias, a chance de alcançar o cargo é grande. Fora isso, é importante manter um mínimo de interação social com os amigos e familiares, uma vida agradável torna o estudo mais suportável a longo prazo, reduzindo a tensão e transformando a trajetória e um caminho mais harmonioso.”
Confira nossa entrevista com Pablo Felipe dos Santos, aprovado em 18º lugar no concurso PC-DF para o cargo de Escrivão:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Pablo Felipe dos Santos: Bom, me apresentando para o pessoal, meu nome é Pablo e sou formado em Engenharia Mecânica na Universidade Federal de Goiás, tenho 27 anos, finalizei minha graduação faz 2 anos e moro em Goiânia-GO.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?
Pablo: Eu tive uma pequena passagem pelo setor privado em uma multinacional e vi nos concursos uma oportunidade mais confortável de vida, tanto financeiramente, quanto a respeito do impacto que meu trabalho poderia gerar na sociedade. Na verdade, a área policial não foi minha primeira opção, eu comecei a estudar para concursos no final de 2018 para a área fiscal, Sefaz-DF, porém não consegui a aprovação e acabei vendo na área policial uma saída, pois havia a previsão de vários editais policiais naquela época e eu já possuía o conhecimento de muitas matérias básicas que seriam abordadas nesses editais. Então prestei os concursos da PF e PCDF, visando garantir uma profissão.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Pablo: Quando saí do setor privado, eu ainda tinha algumas matérias para finalizar na faculdade, então mantive os estudos na faculdade e nos concursos. Depois da formatura, fiquei inteiramente disponível para me preparar para o Sefaz-DF e, depois disso, para os editais policiais.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Pablo: Eu prestei 4 concursos até hoje, Auditor do Sefaz-DF, Agente da Polícia Federal, Agente PCDF e Escrivão PCDF, sendo que nesses dois últimos eu fui aprovado em 194º e 18º, respectivamente. Já na PF eu fiquei no fim da fila dos aprovados nas etapas iniciais, não lembro exatamente a colocação mas era perto de 1600. No Sefaz-DF eu não consegui passar para a segunda fase, eram 216 vagas para a segunda prova e eu fiquei em 306.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados na primeira fase do certame?
Pablo: Ah, acho que a palavra que mais cabe nessa situação é: alívio. São muitas horas de dedicação e esforço, então ver que o resultado chegou é muito gratificante, mesmo sendo somente a primeira etapa do concurso, agora o objetivo é concentrar nas próximas fases. A gente estuda o ano inteiro e é somente nesse momento que a recompensa pelo nosso esforço chega.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Pablo: Eu tive duas fases de vida social durante toda a minha preparação. Quando estudei para a área fiscal, eu adotei uma postura radical, abdiquei muito do convívio social durante um ano e estudei ao máximo, sempre concentrado em fazer muitas horas de estudo por dia. Porém o resultado não foi o que eu queria, fiquei classificado em aproximadamente 306 na primeira fase, mas só passavam 216 para a segunda. Depois disso, comecei o estudo para a área policial, decidi estudar de uma forma mais saudável e sustentável, com uma carga horária média e praticando alguns esportes durante a semana. Nesse tempo fomos impactados pela pandemia, então o convívio social foi bem reduzido, mas eu tirava um tempo em casa para assistir um filme ou série, para fazer algo diferente de estudar, relaxando um pouco, mas sempre fazendo umas 6 horas líquidas.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Pablo: Eu estou namorando já faz mais de 3 anos e ela também virou concurseira, um pouco influenciada por mim e por um amigo nosso que também está na luta. Eu não possuo filhos e moro com a minha irmã. E sobre o apoio familiar, meus pais acharam um pouco estranha a ideia de sair do setor privado para prestar concurso, mas assim que perceberam que era o que eu iria fazer, apoiaram-me totalmente. Eles viam o tanto que eu me esforçava e me ajudavam sempre. Quando falei que iria me tornar um policial, eles também ficaram com receio em um primeiro momento, por ser uma profissão que envolve um maior risco. Mas a gente foi conversando e no final deu tudo certo, sempre torceram e me ajudaram a chegar na aprovação.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Pablo: Eu pretendo continuar estudando, já aprendi muito até aqui e acredito que a melhor escolha seja aprender um pouco mais. Antes eu pensava em estudar para o concurso da CGU, porém os editais policiais atrasaram um pouco e o tempo disponível para estudar para a área de controle ficou curto demais. Agora com mais paciência e tranquilidade, vou estudar para algum concurso que não esteja tão próximo, estou pensando no BACEN.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Pablo: Eu comecei a estudar especificamente para a área policial em março de 2020. A pandemia suspendeu os concursos diversas vezes e as provas só aconteceram no segundo semestre desse ano, então foi aproximadamente um ano e meio de estudo nessa área.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Pablo: Quando eu comecei a estudar para a área fiscal, não tinha edital na praça. Isso não foi um problema para mim, sabia que quem quer passar em um concurso concorrido deve iniciar o quanto antes puder, por isso sempre me mantive focado e determinado. Já na área policial, eu comecei estudando com o edital na praça para o cargo de Escrivão da PCDF, que foi o primeiro que saiu, e depois continuei para a PF e Agente da PCDF. Como a matéria entre esses concursos era muito similar, bastou acrescentar os pontos que eu não tinha visto, porém toda a parte básica eu já tinha abordado anteriormente, o que me economizou muito tempo.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Pablo: Em toda a minha trajetória eu diria que já utilizei quase todos os formatos de materiais, exceto aulas presenciais, e observei que cada um tem seus pontos positivos e negativos, sendo que cada matéria combina mais com algum formato, na minha opinião. Por exemplo, os materiais escritos (PDF) são mais completos e detalhados, além de permitir que o aluno avance mais rapidamente, pois a leitura costuma ser mais rápida e objetiva do que a fala. Já os vídeos são mais lentos, pois os professores explicam com mais calma, em contrapartida, eles são uma ótima ferramenta para aquelas matérias em que o aluno possui maior dificuldade, ajudando muito na primeira compreensão do tema. Os livros são ainda mais completos e detalhados do que os PDFs, porém eu diria que eles só deveriam ser utilizados nos concursos de altíssimo nível, quando se faz necessário conhecer a matéria quase que em sua totalidade. Para a maioria dos concursos, a melhor opção é um material construído por um profissional que faça a compilação dos pontos mais importantes de cada assunto, isso economiza tempo e fornece o conhecimento necessário.
Também é importante ter um material de revisão. Sobre isso, também acho que cada matéria combina mais com alguma ferramenta de revisão. Para os assuntos em que eu precisava decorar algo, gostava de utilizar cartões no Anki; para temas em que era importante entender sobre uma visão mais ampla, gostava de ver mapas mentais; e sobre algumas leis importantes, eu colava no Word para destacar e fazer comentários sobre alguns pontos, deletando as partes menos abordadas. Ainda sobre o material de revisão, o mais importante é que ele seja flexível, pois conforme a matéria evolui, sempre há a necessidade de acrescentar ou retirar algo, por isso eu fazia tudo no computador, sem a utilização de papel.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Pablo: Tenho quase certeza que foi pela internet, comecei a pesquisar sobre concursos públicos e o site do Estratégia era o que mais trazia as informações que eu procurava. Depois de um tempo, eu adquiri uma assinatura.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso?
Pablo: Sem dúvida a maior dificuldade do concurso não é a matéria em si, mas sim a quantidade de matéria. Quando comecei a estudar, selecionei umas 3 ou 4 matérias básicas e fui até o fim. Depois fui acrescentando outras e revisando as que eu já tinha terminado, para que não esquecesse o que havia aprendido. De modo geral, eu sempre ficava estudando umas 3 matérias novas e revisando as já finalizadas. Quando acabaram os assuntos do edital, fiquei apenas revisando e fazendo questões, muitas questões, muitas mesmo (risos), conferi em um histórico on-line e tem mais de 30 mil, fora isso também tem todos os simulados e questões de PDF. É muito importante fazer questões e simulados, pois o dia da prova se resume a isso. Também sempre devem ser feitas revisões do conteúdo, para que o seu conhecimento aborde toda a matéria.
Como mencionei anteriormente, criei uma preferência de ferramentas de revisão para cada assunto. Colava a lei seca no Word e modificava-a, apagando o que tinha pouca relevância e destacando o que era mais importante, fazendo comentários também. Sobre as matérias mais básicas, revisava por mapas mentais, que também continham comentários adicionais conforme eu entendia mais do tema. Os cartões do Anki me ajudaram a decorar o que era preciso e para alguns assuntos de TI, eu fazia pequenos resumos no Word, com figuras, print dos vídeos e comentários, até conseguir entender aquela matéria que é bem abstrata quando abordada pela primeira vez.
Agora sobre o plano de estudos e as horas por dia, eu montei uma planilha simples que listava todas as matérias que eu estava abordando, criei um ciclo de revisões e questões que consiste basicamente em uma fila de matérias, cada vez que eu chegava na última, reiniciava pela primeira. Repeti esse ciclo diversas vezes. No início, quando fiquei livre para estudar, coloquei como meta fazer 8 horas por dia, pensando que já que não estaria trabalhado, deveria estudar na mesma quantidade. Próximo ao concurso do Sefaz-DF eu fazia 10 horas líquidas por dia, era uma verdadeira abdicação da vida social e cansaço mental. Depois, na área policial, passei a estudar 6 horas diárias, as vezes 7, praticando esportes e mantendo algumas horas para lazer.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Pablo: Quando eu comecei nesse mundo, não sabia nada sobre esses assuntos, tudo era dificuldade, eu não sabia de coisas super simples como identificar os três poderes. As únicas matérias que eu entendia bem era raciocínio lógico e estatística, devido a área de formação. Mas conforme eu estudava, uma matéria complementava a outra e foi ficando mais fácil. Eu diria que a matéria mais difícil foi Tecnologia da Informação, pois são diversos nomes novos, muitas funcionalidades e novidades. Essa matéria nunca acaba, por mais que os professores façam um material extenso para esmiuçar o possível, sempre existe um ponto novo que o examinador pode explorar na prova. Nesse ponto, eu fiz o possível, resumi todos os assuntos de uma forma mais fácil, com exemplos que eu entendia e fiz questões para concretizar o conhecimento, mesmo assim não foi fácil no dia da prova.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Pablo: Essa reta final das carreiras policiais foi cheia de surpresas: em um dia não teria mais prova; depois a prova estava marcada novamente; do nada estava suspensa; depois suspenderam a suspensão, e por ai vai (risos). Minha estratégia é usar a última semana para fazer uma revisão de tudo, ler todo o meu material de revisão, mapas mentais, cartões do Anki, resumos no Word e PDFs marcados, para carregar a maior quantidade de informação na memória de curto prazo. E no dia antes da prova eu procuro ver uma coisa ou outra, como algum ponto de decoreba ou que tive dificuldade, mas sem me esforçar muito, deixando a maior parte do dia para descansar. Em algumas provas também assisti a revisão de véspera do Estratégia.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Pablo: Esse foi um ponto de grande preocupação, eu nunca tirei boas notas em redação. Nesse caso, o material do Estratégia me ajudou muito, principalmente as dicas da professora Janaína, pois ela consegue traçar objetivamente ações a serem tomadas para que uma boa redação seja produzida. De forma simples e objetiva, ela ensina a estrutura de uma redação e como preenchê-la com conteúdo, fornecendo as ferramentas gramáticas necessárias. Quando eu decidi que deveria aprender a fazer uma boa dissertação, passei a escrever duas vezes por semana e a fazer uns exercícios de criação de períodos que ela ensinou. No total foram mais de 50 redações feitas, o que me ajudou a tirar 27,78 dos 30 pontos na prova para Escrivão da PCDF. O que eu aconselharia para quem sabe pouco em redação é: siga os passos da professora Janaína e treine bastante, pois é possível aprender a fazer um bom texto utilizando uma estratégia simples.
Estratégia: Como está sendo sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Pablo: Eu comecei a me preparar para o TAF na mesma época que comecei a estudar para as carreiras policiais. Minha maior dificuldade é a corrida, foi difícil alcançar os índices, tive que correr umas 3 vezes na semana durante um bom tempo para conseguir fazer os 2,4km. Eu já fiz o TAF da PF e fui bem, porém lá o TAF foi mais fácil do que será na PCDF. Atualmente eu me dei umas férias e não estou atingindo a meta, mas já estou voltando a treinar agora e logo vai estar tudo certo de novo.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Pablo: Como erro eu lembrei principalmente do meu primeiro mês estudando, imprimi alguns PDFs e utilizava um marca-texto para destacar o que era importante. No final do mês eu já tinha um monte de folhas no quarto e todas pintadas (risos). Percebi que não daria certo, que muita coisa marcada se transformaria em fácil e elas ficariam marcadas para sempre, por isso migrei para um estudo todo flexível, feito no computador. Isso reduziu consideravelmente o espaço necessário para estudar e pude criar um material dinâmico, conforme minhas novas necessidades.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Pablo: Pensar em desistir? Hmmm, quase toda semana. A vida de estudar é muito complicada, você precisa se dedicar muito, abdicar de várias coisas e, conforme o tempo passa, fica uma sensação de que todos ao seu redor estão vivendo e você não, além de uma visão de que você “só estuda”. O que me fazia seguir em frente é que a alternativa de voltar para o setor privado não era interessante, encontrar uma nova vaga para me readequar demandaria tempo, não era mais uma possibilidade. Uma coisa que minha namorada dizia as vezes é: “agora você já está mais perto de passar do que antes, não vale a pena parar”
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Pablo: Minha principal motivação para entrar no mundo dos concursos foi a qualidade de vida, não só financeira, mas também de um trabalho que respeitasse mais o trabalhador no âmbito da carga horária, eu gosto de ter um tempo para mim, como a noite ou o final de semana, porém o caminho que eu seguia antes dos concursos me tornaria uma pessoa sem tempo para nada além o trabalho. Vendo as diversas oportunidades, pensei que se tanta gente conseguia passar para bons cargos públicos, eu também chegaria lá. Depois que comecei a estudar, minha motivação era passar para parar de estudar (risos), mas hoje penso em continuar, ainda tem espaço para prosseguir!
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar onde você chegou!
Pablo: Eu diria para aquelas pessoas que ainda não obtiveram a aprovação ou ainda vão tentar outros cargos que não existe uma fórmula mágica para passar, pois é um trabalho de formiga, dia a dia você precisa aprender algo novo, fazer anotações, revisar e fazer questões. Cada dia que você faz algo é um passo a mais que você dá, não tem jeito, é uma corrida que se ganha dando passos diariamente. Se você mantiver uma boa disciplina e consistência, procurar melhorar seus pontos negativos sempre e realizar suas metas diárias, a chance de alcançar o cargo é grande. Fora isso, é importante manter um mínimo de interação social com os amigos e familiares, uma vida agradável torna o estudo mais suportável a longo prazo, reduzindo a tensão e transformando a trajetória e um caminho mais harmonioso. Desejo a todo muito sucesso!
Espero que no futuro eu possa dar uma nova entrevista em um novo cargo :)
Até mais!