Aprovado em 11° lugar para Auditor do Estado no concurso CAGE RS
Concursos Públicos
“Se o seu sonho é de fato um determinado concurso, busque a forma que melhor consiga se organizar para estudar e persista com dedicação até a aprovação. […]”
Confira nossa entrevista com Marcelo Mesquita Chaves, aprovado em 11° lugar no concurso CAGE RS para o cargo de Auditor do Estado:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Marcelo Mesquita Chaves: Tenho 38 anos, sou casado, formado em Administração e Ciências Contábeis. Iniciei minha carreira na iniciativa privada e, em 2014, tive minha primeira nomeação como empregado público em uma estatal estadual. Depois, fui nomeado em outros concursos e, atualmente, sou servidor na Justiça do Trabalho. Sou natural de Porto Alegre, mas atualmente resido em Canoas, cidade vizinha.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Marcelo: Durante minha experiência na iniciativa privada, comecei a refletir sobre diversas situações e despertou em mim o desejo de ser servidor público. Além dos benefícios inerentes ao cargo público, me motivava o fato de que o resultado do trabalho seria destinado ao bem da população.
Estratégia: Você trabalhava e estudava?
Marcelo: Comecei a trabalhar informalmente aos 14 anos como auxiliar de chapeação e pintura de automóveis e, desde então, sempre trabalhei, inclusive durante o curso pré-vestibular. Assim como nos outros concursos em que fui aprovado, para este da CAGE-RS também conciliei os estudos com o trabalho e solicitei alguns dias de férias na reta final antes da prova.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado?
Marcelo: Já fui aprovado em alguns concursos, mas tomei posse e entrei em exercício apenas nos cargos de Administrador na CORAG, Analista na Secretaria Estadual da Saúde, Administrador na Prefeitura de Porto Alegre e Técnico Judiciário na Justiça do Trabalho. Quanto à continuidade dos estudos, pretendo aguardar a homologação do concurso da CAGE e verificar se a nomeação será em breve. Depois, avaliarei se há outros concursos que me interessem mais do que a CAGE. Porém, minha expectativa é gostar das atividades de Auditor do Estado e, talvez, buscar outros desafios que não envolvam necessariamente novos concursos públicos.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos?
Marcelo: Com exceção das últimas duas semanas, quando evitei sair aos finais de semana, eu reservava um dia do fim de semana (sábado ou domingo) para visitar familiares ou comparecer a algum evento de aniversário. Também me permiti passar o Natal e a virada do Ano Novo com minha família. Entendo que é importante e saudável manter um pouco de interação social durante o período de preparação.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro?
Marcelo: Sim, minha esposa, familiares e amigos sempre estiveram cientes dos meus objetivos na busca por concursos melhores e, por isso, compreenderam quando não pude comparecer a alguns eventos sociais. O apoio veio de várias formas: evitando demandar meu tempo nos períodos mais intensos de estudo e também por meio de palavras de incentivo e motivação.e motivação.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Marcelo: Neste concurso para auditor do estado ocorreram alguns eventos peculiares que acredito merecer uma melhor contextualização. A carreira de auditor esteve em meus sonhos desde 2013 quando comecei a estudar para concursos, principalmente na Receita Federal, Receita Estadual do Rio Grande do Sul ou de Santa Catarina. Porém, como venho de origem mais humilde, com a necessidade de sempre trabalhar para o sustento, além de um ensino público limitado, apesar do admirável esforço dos professores da rede pública de ensino, entendia até meados de 2020 que eu precisaria de um estudo a longo prazo para alcançar um cargo de alto nível. Assim, busquei inicialmente passar e ingressar em cargos mais intermediários, no sentido remuneratório, a fim de buscar uma certa estabilidade estrutural para após me dedicar a um período mais longo de preparação. Em meio à pandemia de Coronavírus consegui remoção para trabalhar em Canoas, próximo da esposa e da família e, dentre outros fatores, decidi retomar os estudos para focar um cargo alto nível. Entre 2021 e início de 2023 tentei estudar para a Receita Federal através do curso regular do Estratégia, porém nesse período meu pai adoeceu e ficou aproximadamente dois anos precisando de atenção em virtude de sucessivas internações, logo, não consegui manter a regularidade nos estudos. Cabe destacar que neste período fiz alguns concursos como treino, tais como Receita Federal e CGE SC, mas sem estudar focado a esses certames. Após meu pai estabilizar seu quadro de saúde retomei os estudos por meio das trilhas estratégicas, e quando estava com cerca de 20% do conteúdo estudado, saiu edital para Analista Administrativo do TRT da 12ª região, e decidi desviar um pouco o foco para este cargo. Neste concurso do TRT SC eu foquei 2 meses intensos e acabei ficando em 10º colocado após a nota da redação, e considerando apenas a prova objetiva eu estava em 1º lugar. A nota da minha redação foi 8,5, e caso fosse 9,0 eu teria ficado na primeira colocação. Depois desse resultado me motivei e comecei a acreditar que seria possível me preparar para o tão sonhado cargo de auditor. Assim, em fevereiro de 2024 retomei os estudos pelas trilhas estratégicas do curso regular da Receita Federal, e consegui estudar até o mês de maio, quando tive minha casa atingida pela enchente aqui no Rio Grande do Sul. Como ficamos três meses alojados na casa da mãe de uma amiga, bem como no período de junho a início de outubro fiquei dividido entre trabalho e reforma, por mim mesmo, do imóvel afetado pela enchente, não consegui estudar nada neste interim. No início de outubro saiu o edital para Auditor do Estado para a CAGE RS, e então decidi focar e fazer uma preparação intensa no pós edital como válvula de escape do que passei com os reflexos da enchente e como forma de acelerar minha retomada aos estudos, pois o certame apresentou um rol extenso de conteúdo e eu estava seis meses parado, e eu possuía um pouco de bagagem nas matérias básicas, como Português, Matemática, Direito Administrativo e Constitucional, e alguma coisa de AFO. No início, eu não tinha muita confiança de que seria possível passar nas vagas, mas estava motivado em buscar um bom resultado, porém ao longo dos estudos fui percebendo bons resultados nas questões e então na reta final me dediquei ainda mais com a perspectiva de ser possível a aprovação com chances de ser nomeado até o final de validade do certame. Um dos primeiros passos foi criar o hábito de acordar às 5h da manhã para ter mais horas de estudos. Fui aluno do Estudo Acompanhado do Estratégia Concursos, e essa experiência me auxiliou a manter rotina e ter o compromisso de estudar para os encontros. Também, um desafio adicional foi o fato da minha sogra ter ficado internada, com passagem pela UTI, de novembro à janeiro, o que abalou e gerou muita tensão em mim e na família. Inclusive, em uma visita que fiz à minha sogra no hospital, num dos momentos mais críticos de sua saúde, eu propus um combinado em que ela iria se esforçar para melhorar e eu ia me esforçar para passar no concurso. Isso também utilizei como motivação para fazer o meu melhor. E aproximadamente duas semanas após a prova ela teve alta e está se recuperando bem em casa. Então foi um combinado que deu muito certo e fico feliz em poder comemorar com ela, junto aos meus familiares e amigos, essa conquista.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Marcelo: Eu utilizei basicamente os materiais PDFs do curso regular do Estratégia, e além dos encontros do Estudo Acompanhado, também assisti algumas videoaulas de conteúdo específicos que eu tinha maiores dificuldades, tais como economia, estatística e matemática financeira.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Marcelo: Conheci através de buscas na internet por cursos preparatórios.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos?
Marcelo: No início, quando comecei a estudar para os primeiros concursos entre 2013 e 2015 utilizei materiais de outros cursos. Anos depois, quando retomei a estudar, comprei cursos do Estratégia e gostei dos materiais e didática. Desde então fiz minhas preparações apenas com o Estratégia Concursos.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação?
Marcelo: A partir do uso do material do Estratégia, comecei a ter a percepção de melhor preparação para cada tipo de banca, pois os materiais são focados no perfil da banca e nos entendimentos históricos acerca de determinados assuntos. Além disso, há opções de materiais mais completos, materiais resumidos, videoaulas, sistema de questões, trilhas estratégicas, passo estratégico, e essa gama de ferramentas possibilita uma melhor adaptação à necessidade de cada momento da preparação (pré-edital, pós-edital, matérias em que o aluno já tem certo conhecimento e etc.)
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Marcelo: Inicialmente, no pós-edital, comecei pelas trilhas estratégicas. Porém, após três semanas avaliei que precisava acelerar um pouco o estudo aprofundado em algumas matérias e fazer revisões mais rápidas em outras, assim, montei minha própria trilha, em que distribuí de três a quatro matérias por dia, conforme a carga horária disponível, com foco nos conteúdos com maior probabilidade de cobrança conforme análise do passo estratégico. Até as últimas três semanas antes do concurso eu estudava cerca de seis a sete horas diárias, e nas três semanas anteriores à prova eu estudei uma média de dez a doze horas por dia, pois estava em período de férias do trabalho.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Marcelo: Eu fazia minhas revisões com leitura rápida dos principais pontos que tinha estudado nos dias anteriores e bateria de questões. Nas últimas semanas antes da prova foquei basicamente em revisões (leitura dos principais pontos, resumos de conteúdos com maior dificuldade e resolução de questões), leitura dos simulados comentados do Estratégia, análise das provas recentes da banca, bem como assisti em modo acelerado os vídeos de reta final e hora da verdade.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios?
Marcelo: Certamente a resolução de questões é uma ferramenta fundamental na preparação para concurso público. Eu estimo que em média, fazia de 30 a 50 questões por dia, pois tentava fazer no mínimo 10 questões de cada conteúdo visto no dia.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Marcelo: As três disciplinas que tive maior dificuldade são: estatística, economia e tecnologia da informação. Para essas matérias eu busquei dar ênfase nos conteúdos estatisticamente mais prováveis de cobrança, a partir de reforços com vídeos e muitas questões com resolução.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Marcelo: Nas duas semanas anteriores à prova eu foquei basicamente em revisões, bem como busquei maximizar o maior tempo possível.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Marcelo: Acredito que nos momentos anteriores à enchente de maio meu principal erro foi subestimar a minha capacidade de disputar em concursos de alto nível. Em relação aos acertos, acredito que a disciplina e determinação foram essenciais, assim como ter participado do Estudo Acompanhado uma vez que grande parte do conteúdo e acabei vendo no pós-edital.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Marcelo: No início da jornada para o cargo de auditor, em meados de 2022, até pensei algumas vezes que seria muito difícil eu conseguir manter a regularidade de estudos a longo prazo e chegar ao nível de aprovação em concurso dessa magnitude, mas com ajuda de terapia busquei evidências na minha história de vida para fortalecer o pensamento de que eu era capaz de superar grandes desafios. Já no pós-edital, quando decidi estudar para o concurso de auditor do Estado (CAGE), não pensei em desistir, pois os problemas enfrentados com a enchente de maio me fortaleceram e me motivaram a dedicar esforços na preparação deste concurso, além outros fatores que me deram forças para seguir até o final.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Marcelo: Se o seu sonho é de fato um determinado concurso, busque a forma que melhor consiga se organizar para estudar e persista com dedicação até a aprovação. Além disso, é importante momentos de lazer e convívio social, bem como alguma atividade física em meio a períodos de estudos intensos. Cabe salientar que muito depende do candidato, mas a conquista é coletiva, pois a participação e compreensão de familiares, amigos e colegas de trabalho são fundamentais em uma jornada árdua como a de uma preparação para concursos de alto nível. Os materiais de qualidade, e multiplataformas, são essenciais para a aprovação, porém o desejo e a determinação “dentro” de você devem ser latentes e resilientes, porque desafios e dificuldades sempre existirão e você deve buscar caminhos práticos, se possível, para contornar e chegar ao objetivo final. Desejo, de coração, que todos aqueles que, de fato, desejam ser servidores públicos para, além de ter para si os benefícios do cargo, melhorar a vida das pessoas que contribuem para a manutenção financeira do serviço público, consigam essa conquista, e juntem-se aos demais colegas na defesa de uma prestação de serviço de qualidade à população.