Aprovado em 1° lugar (cotas) para Tecnologista - Ciência da Informação no concurso IBICT
Concursos Públicos“[…] Tudo na vida precisa de equilíbrio. Combine o “jogo” antes com os envolvidos, não se desgaste totalmente logo no começo, concurso não é um sprint de 200 metros, é uma maratona. Então, aumente as cargas gradativamente, pois a jornada pode ser longa […]”
Confira nossa entrevista com Marcelo Alves dos Santos, aprovado em 1° lugar (Cotas) no concurso IBICT para o cargo de Tecnologista – Ciência da Informação:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Marcelo Alves dos Santos: Sou natural de Brasília-DF e moro aqui desde então. Minha formação é em Processamento de Dados, depois disso, fiz pós-graduação em nível de especialização em Engenharia de Software. Algum tempo depois, Mestrado e Doutorado em Informação. E mais recentemente um MBA em Governança de TI e um MBA em Gestão de Projetos.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Marcelo: Eu atuei por anos no mercado privado. Sempre tive uma boa remuneração, de modo que a carreira de servidor não me atraía tanto. Minha esposa sempre foi servidora pública e me incentivou a estudar, em especial por conta da alta carga de trabalho e pressão por resultados inerentes ao mercado privado.
Em 2009 fiz um concurso para ser servidor temporário (lei 8.745/93), tomei posse em 2010 no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – INEP. Por lá eu fiquei 5 anos como Gerente de Projetos e foi uma experiência muito boa! Nesse meio tempo, a possibilidade de me tornar servidor efetivo já fazia bastante sentido.
Nesse meio tempo, vários concursos. Nunca estudei o com o afinco que precisava, pois minha vida sempre foi muito corrida, então sempre foi um estudo muito aquém do que eu deveria. E obviamente acumulei várias reprovações. Mas ainda assim, eu consegui algumas aprovações com um pouco de sorte, pois em sua maioria as provas eram bem técnicas e voltados para áreas de conhecimento que eu dominava
Eu fiz outro temporário e passei, mas por conta da necessidade do interstício de 2 anos, conforme a lei, não pude assumir.
Fui aprovado em um concurso de Professor de TI para o Instituto Federal de Brasília – IFB, carreira de EBTT em 3º lugar, se não me engano. Minha ideia era ser requisitado pelo INEP em cargo em comissão, mas não deu certo. Já não havia vaga disponível para função comissionada, então desisti, pois a remuneração à época não era atrativa frente a minha situação atual (eu não tinha as titulações ainda).
Algum tempo depois eu concluí o Mestrado. Fiz outro concurso para o mesmo IFB no mesmo cargo, dessa para área de Engenharia Biomédica. E decidi assumir, mas eu não me atentei aos requisitos do edital e precisava de registro do CREA. Como eu não possuo, a nomeação foi sem efeito. Até aí tudo bem… Não fiquei abalado.
Fiz também um concurso para a carreira de Ciência e Tecnologia – C&T para o Ministério da Saúde – MS em 2014 para o cargo de Tecnologista. Fiquei em 8º lugar (esse eu já consegui estudar melhor). Eram 5 vagas e todos diziam: “óbvio que irão chamar, a necessidade de servidores para a área de TI é enorme!”.
Até então, imaginava que mesmo estudando pouco eu poderia me dar bem sempre que eu fizesse algum concurso. Ledo engano… Foi então que comecei a fazer alguns concursos grandes e entendi que não era bem assim, acumulando várias reprovações e entendi que estudar mais ou menos não funcionava. Sem tempo, e com uma expectativa de ser nomeado dentro dos 4 anos, parei com os concursos.
Mas não chamaram nenhum excedente. Ao contrário, dessa vez eu senti, pois era uma carreira que eu me identifiquei muito e projetando a minha carreira de tecnologista me preparando para tentar o concurso para ingresso no doutorado na Universidade de Brasília – UnB.
Agora, estava de volta ao mercado privado que mudou muito em poucos anos. Incertezas, instabilidades, mercado começou a ficar saturado com um número excessivo de profissionais e por consequência as remunerações, em boa parte, começaram a não ser mais tão atrativas como antes.
Em 2020 eu fui aprovado para Oficial Temporário das Forças Armadas, e desisti. Ainda em 2020 eu fui aprovado no concurso do temporário do Ministério da Economia, pensando em ter novamente ter a experiência do serviço público, mas a remuneração era a mesma desde 2010. Desisti.
Nesse meio tempo, decidi arriscar a vida profissional em empresas de tecnologia de menor porte com objetivo de me destacar. Sempre fui muito competente e uma menor concorrência me ajudaria a conseguir uma ascensão profissional, talvez um cargo de diretor, por exemplo, de forma mais rápida. Então, eu passei por duas empresas menores cujas experiências foram muito boas, mas ambas passaram por grandes dificuldades financeiras e meus planos foram frustrados.
Então, eu refleti o quão complicado estava planejar o futuro em meio a um mercado tão incerto. E foi aí que decidi estudar de verdade e parar de “brincar” de fazer concursos.
Estratégia: Você trabalhava e estudava?
Marcelo: Como eu tinha uma reserva financeira e decidi parar o trabalho por um tempo para focar no estudo. E bateu com o edital de Tecnologista do Instituto Brasileiro de Informação, Ciência e Tecnologia – IBICT, já publicado. A mesma carreira do concurso de 2014 que eu não entrei. Então pensei: “talvez seja Deus me dando uma nova oportunidade! Agora já com um doutorado, pode ser uma boa! opção”.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos?
Marcelo: Eu sou bem caseiro. Mas não renunciarei a nenhum compromisso social relevante. Quanto aos amigos, talvez eu seja o tipo de cara que faz falta nos treinos, mas não nos botecos (risos). Então foi tranquilo, até porque em geral eu não eu estudava pouco à noite e nos finais de semana.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro?
Marcelo: Sou casado, e tenho um filho. Presenciei as duras jornadas de estudos da minha esposa que já nomeada em uma 6 dúzia de concursos. Então, ela entende muito bem o que é esse momento. E por vezes, se me via meio parado ela logo chamava a atenção para eu estudar. Meu filho ficava em casa comigo no período da tarde, após a aula. Então, entre um estudo e outro, conversávamos um pouco, pois ele também tinha as obrigações dele de estudante no período da tarde.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Marcelo: Fiz os dois concursos para o IBICT. O primeiro para TI em que estudei 3 meses e fiquei em 2º lugar (cota para negros).
O segundo para a área de Informação (qualquer graduação), mais genérica. Para esse eu estudei mais 1 mês aproximadamente focado para questões específicas, pois já tinha passado pela parte básica, então essa parte era mais revisão e ajustar os erros da primeira prova. E fiquei em 1º lugar também nas cotas para negros.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Marcelo: Eu usei de tudo um pouco os recursos (menos presencial).
Videoaulas me ajudaram muito com as matérias que eu não conhecia. Foi muito bom, pois minha memória auditiva funciona muito bem.
PDF para aquelas que eu já tinha um certo conhecimento PDF.
Utilizei o livro de Metodologia Científica, pois foram 3 redações pesadas, e entre elas, os candidatos precisaram desenvolver uma Metodologia e uma Justificativa de projetos de pesquisa.
E fazia questões.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Marcelo: Não sei exatamente, mas faz muito bastante tempo. Sempre ouvi as pessoas falando o Estratégia como uma referência em concursos públicos. Então, foi a primeira opção. Porém, existe um fato interessante, pois eu adquiri assinatura Vitalícia do Estratégia para o meu filho de 16 anos. Como ele tem expectativa de futuramente estudar para concursos, decidi garantir o material para o estudo dele no futuro.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação?
Marcelo: A qualidade das vídeo aulas realmente são excelentes. E são bastante objetivas. Os PDFs com as marcações dos aprovados / resumidos é outro grande diferencial. E ainda tem a opção de se aprofundar no material mais completo, se necessário.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Marcelo: Montei um ciclo de estudos com várias matérias, mas se uma matéria ou tópico fosse pequeno para eu concluir em até um dia, eu preferia terminar.
Eu sou gerente de projetos, então eu montei um projeto para o estudo com cronograma baseado no edital verticalizado. Fiz mapa de riscos e tudo. O objetivo era fechar o edital uma semana antes da prova. Eu tinha metas, então as horas variam de um dia para outro. Se atrasar, eu tinha que correr atrás do prejuízo para alinhar novamente ao cronograma.
Mas creio que cheguei a estudar no máximo umas 4 matérias no mesmo dia.
Logo nas primeiras semanas já decidi mitigar alguns riscos. Fiz ajustes em português e comecei a estudar só por questões, pois seria impossível fechar a matéria.
E inglês eu fiz uma bateria de exercícios, tirei mais de 80%, então aceitei o risco de não dar tempo de estudar. Fui para a prova com o que eu sabia.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Marcelo: Fazia ciclos de revisões da matéria estudada no dia anterior. Quando sentia que eu já tinha aprendido fazia só exercícios e abolia a revisão. Assim, ganhava tempo em outras disciplinas. Não fazia simulados, mas questões.
Fazia resumos, alguns mapas mentais, estímulos multimodais e algumas questões, tudo usando Inteligência Artificial.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios?
Marcelo: Foi muito importante fazer exercícios. Entendi em boa parte o estilo das questões, a profundidade das cobranças e inclusive eu percebi um viés nas questões de atualidades que me garantiram 2 questões mesmo sem eu saber a resposta. Corri o risco de anular outras que eu tinha acertado, mas por conta dos exercícios que eu havia feito e identificado essa tendência, arrisquei e funcionou!
Mas não sei quantas questões eu fiz.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade?
Marcelo: Ao menos sobre as disciplinas que caíram em meu concurso eu imagino que não tinha algo que eu possa dizer que era mais difícil. Tem o que você não consegue estudar como deveria ou o que você não gosta de estudar. Em ambos os casos isso pode tornar a disciplina difícil.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Marcelo: A rotina da semana foi normal. Acordava às 6h, ia treinar, estudava algumas horas, ia para missa e pedia todos os dias por essa graça, voltava e estudava até a hora da minha esposa voltar do trabalho, por volta de 19h. A rotina foi a mesma.
A mudança que fiz na última semana dos estudos é que estava mais focado nas legislações, pois exigem que algumas coisas sejam decoradas, e mais revisões.
No dia anterior eu deixei pronto os alimentos para as provas e hidratação. As provas objetivas aconteceram pela manhã e na parte tarde as discursivas no total 7h de prova. E dormir mais cedo.
Eu sou uma pessoa muito tranquila, muito raro, alguma situação me deixa nervoso a ponto de me prejudicar em algo. Entreguei para Deus, pedi sabedoria e entendimento e que meu anjo da guarda pudesse me guardar durante as provas.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Marcelo: Eu simulava as discursivas, pois era uma grande preocupação visto que eram 3 provas. E para piorar, eu tenho “letra de médico”, então para a redação ficar legível eu preciso me concentrar e escrever devagar. Soma-se a isso o fato de que são anos apenas digitando.
Ter uma caligrafia feia não é um problema, mas a minha por vezes fica inelegível, desde que a escola foi assim. Quando criança, me lembro de uma professora me passar um caderno de caligrafia, mas pelo visto não adiantou muito… Se o examinador não entendesse o que eu escrevi, estaria fora. Logo, eu fazia muitas redações, até de temas aleatórios a fim de ganhar velocidade na escrita com uma letra razoável.
A discursiva foi um tanto incomum, por se tratar de uma carreira de C&T optaram por discursivas voltadas para área de pesquisa, no caso escrever uma justificativa e uma metodologia. Esses são assuntos tratados à exaustão em artigos científicos, teses e dissertações na academia, mas não é trivial e exigiu uma preparação extra.
E nas minhas pesquisas, a Nota Técnica também é algo pouco comum em discursivas. Encontrei apenas um concurso de consultor legislativo que exigiu esse tipo de discursiva. O mais comum é o Parecer Técnico. Então, foi um estudo muito específico e que eu recorri a várias fontes.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Marcelo: Acredito que foram mais acertos que erros, caso contrário penso que não teria logrado êxito.
Erros: Eu poderia ter organizado melhor as primeiras semanas de estudo, como por exemplo, português, em que eu comecei estudando gramática. Quando percebi que não teria tempo eu passei a fazer só questões.
Outro ponto foi que comecei estudando em um ritmo insustentável e precisei me adaptar.
Acertos: Focar na banca e mapear as questões. Buscar ser objetivo nos estudos, ajustar a rota quando necessário, ter um bom material, e utilizar inteligência artificial para me ajudar nos estudos eu julgo que foram os meus principais acertos.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Marcelo: Eu tenho mais de 15 anos praticando Triathlon e esportes de endurance. O esporte me ensinou a ser resiliente e não desistir.
Na rotina de quem estuda alguns dias são difíceis. Comigo não foi diferente! Mas a dificuldade tinha data para terminar, pois todo projeto tinha um fim. Então, eu pensava que eu precisava me esforçar “só hoje”! E repetia isso dia após dia… É como treinar para uma competição. Mas em desistir eu nunca pensei.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Marcelo:
- Ao que creem, antes de tudo, confie em Deus! Pois se algo é importante para você, também é para Deus!
- Pratique atividade física, a endorfina liberada vai a ajudar a controlar o stress e aumentar a sensação de bem-estar.
- Se planeje, seja organizado, crie metas exequíveis, tenha uma rotina e estude forte, mas com inteligência.
- Tenha um bom material. Estudar com material errado irá lhe prejudicar.
- Tudo na vida precisa de equilíbrio. Combine o “jogo” antes com os envolvidos, não se desgaste totalmente logo no começo, concurso não é um sprint de 200 metros, é uma maratona. Então, aumente as cargas gradativamente, pois a jornada pode ser longa. Seja constante e a sua recompensa chegará!