Aprovado no concurso PCDF para o cargo de Agente (concurso em andamento)
Policial (Agente, Escrivão e Investigador)“(…) concurseiro deve estar convicto dos seus objetivos e não permitir que seus lutos diários o afastem dos estudos por muito tempo. Ao mesmo tempo, o concurseiro não deve esquecer de viver, estudando da hora que acorda até o memento que vai dormir. Deve, sim, dedicar-se muito, mas com estratégia e organização, sabendo separar um tempo para sua família e seu lazer, que inclusive são importantes elementos na caminhada da aprovação”
Confira nossa entrevista com Lucas Moraes Leocadio de Souza, aprovado no concurso PCDF para o cargo de Agente (concurso em andamento):
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Lucas Moraes Leocadio de Souza: Então, eu sou formado em Gestão Financeira (tecnólogo), mas também cheguei a fazer 2 períodos de Engenharia Mecânica, porém sem ter levado o curso adiante. Tenho 25 anos e moro em Teresina, no estado do Piauí.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?
Lucas: Eu sou uma dessas pessoas que começaram a estudar para concursos por necessidade. Até 2017, jamais havia pensado em ser servido público, tampouco policial. Na época, eu e minha esposa já morávamos juntos, não tínhamos empregos fixos nem bons currículos para almejar algo no setor privado. Então ficamos sabendo que o concurso da Polícia Militar do Piauí estava por vir. Caímos de cabeça nesse objetivo.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Lucas: Desde o meu primeiro concurso (PMPI 2017), sempre tive que conciliar os estudos com o trabalho, porém trabalhava apenas 4 horas por dia. Isso me permitiu ter um bom tempo para estudar para o concurso. Já na Polícia militar, tive que conciliar os estudos com as escalas de 24h por 72h. Hoje, como servidor da Universidade Federal do Piauí, sigo conciliando os estudos com uma jornada mais “tradicional” de serviço: das 8 às 12 e das 13 às 17.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Lucas: Até o momento, eu já fiz 4 concursos, tendo sido aprovado em 3. O primeiro foi o da Polícia Militar do Piauí, concurso regionalizado, no qual fui aprovado em primeiro lugar. O segundo foi o concurso da Universidade Federal do Piauí (cargo de Assistente em Administração), o qual sigo exercendo até hoje. Já meu terceiro concurso foi o da Polícia Federal, no qual fiz 70 pontos, ficando reprovado. Por fim, meu último concurso foi o de Agente da Polícia Civil do DF, no qual consegui reverter a pancada do anterior, tendo sido aprovado dentro das vagas.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados na primeira fase do certame?
Lucas: A sensação foi muito gratificante, já são anos nessa estrada de concurseiro, então não poderia ser diferente (rs). Ainda assim, a experiência que tenho com concursos de polícia me orienta a ser cauteloso, pois ainda restam 4 importantes fases no concurso. Portanto, ainda guardo minhas maiores comemorações para o final, a luta ainda não acabou…
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família etc.? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Lucas: Já cheguei a ser extremamente radical no estudo para concursos, estudando cerca de 7-8horas por dia. Não tinha tempo para os amigos e só via minha esposa nas horas de acordar, almoçar e dormir. Durante a preparação para a Polícia Federal, cheguei a manter essa rotina por vários meses, mas não recomendo ninguém a fazer isso. Hoje entendo que concursos de maior complexidade devem ser encarados como uma verdadeira maratona, e você não corre maratonas com a velocidade que corre uma prova de 5km. A razão disso é simples, desgaste! Para a PCDF fiz uma preparação de 4 horas por dia, reservando os domingos para a família e os amigos, e os resultados foram muito superiores.
Estratégia: Você é casado(a)? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro(a)? Se sim, de que forma?
Lucas: Sou casado e ainda não tenho filhos. Atualmente moramos na mesma casa: eu, minha esposa, meu pai e minha mãe. Minha esposa sempre me apoiou muito e sempre acreditou em mim, mais do que eu mesmo às vezes. Meus pais sempre entenderam meus propósitos e, após a minha primeira aprovação, acreditaram mais em mim (rs).
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Lucas: Sem dúvidas vale muito a pena. A Polícia Militar me deu a estabilidade e o conforto para poder ter a paciência necessária para ir atrás de concursos mais complexos. Sem esse degrau inicial, passar na PCDF teria sido uma missão 10 vezes mais difícil.
Em relação a ser ou não o cargo dos meus sonhos, acredito que só o próprio exercício do cargo vai dizer. Na PMPI, notei que tenho vocação para atividade policial. Indo para a UFPI, tive certeza de que minha vocação é realmente para atividade policial. Portanto, se a PCDF for de fato uma instituição que possibilita ao servidor desempenhar a atividade policial da melhor forma possível, tem tudo para ser o cargo dos meus sonhos.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Lucas: Eu estudo para concursos há 4 anos (no total), porém, direcionado para PCDF, apenas um ano.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Lucas: Sim! Estudei sem ter edital na praça para todos os concursos que já fiz. Acredito que isso seja o mínimo para já sair um passo à frente. No período em que estive na PMPI, morava numa cidade de interior com apenas 30mil habitantes e poucas opções de lazer. De certo modo, isso me ajudou a ter mais foco para os estudos e a transformá-los em um hábito sólido. Assim, quando voltei para a capital, já não tive mais dificuldades em manter a disciplina.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Lucas: O estudo de alta complexidade me fez quebrar o preconceito com as videoaulas. Passei a utilizá-las nas disciplinas que tinha mais dificuldade, como informática (Rani Passos) e contabilidade (Silvio Sande), de maneira quase que integral. Já as disciplinas que considerava ter um certo domínio, como português, direito e RLM, mantive apenas por PDF. Jamais gostei de aulas presenciais, pois sempre considerei que o tempo perdido no trajeto para os cursinhos e até entre as trocas de professores de cada disciplina era muito valioso.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Lucas: Conheci o Estratégia em 2017, quando estudava para a PM. Um amigo me viu na biblioteca estudando por uma apostila que eu havia comprado numa banca de jornal. Acredito que ele ficou com pena de mim (haha). Então me emprestou um material de penal, constitucional e atualidades do Estratégia que ele mesmo havia impresso. Eu gostei tanto do material que, depois de ser aprovado, me tornei assinante e nunca mais troquei de material.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Lucas: Já estudei de mil e uma maneiras diferentes (haha). Sempre procurando encontrar uma que “desse certo”. Portanto, vou apontar a que acredito ser a melhor para se preparar para concursos mais complexos. O método que utilizo hoje é o 4.2, já muito conhecido no meio concurseiro. Assim, estudo 4 disciplinas por dia, uma hora para cada uma, com um descanso que varia de 10 a 20 minutos entre elas. Faço esse estudo mais teórico durante 4 dias seguidos. Já nos dois dias seguintes faço apenas revisão, sendo 30 minutos para cada disciplina estudada, pois assim consigo revisar 4 dias em 2. Não acredito tanto na necessidade de revisar assuntos muito antigos (revisar a aula 00 quando já está na 17, por exemplo) ou, pelo menos, acredito que deva ser feito apenas de forma pontual no caso de real insegurança (algo muito subjetivo e pessoal). Para sanar essa necessidade de rever assuntos antigos, acredito mais no reestudo (começar o ciclo de estudos de novo, após já ter terminado uma vez).
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Lucas: Tive uma dificuldade absurda com informática, muito maior do que com qualquer outra disciplina com que já tenha me topado. A informática é um assunto teoricamente infinito e complexo no qual até mesmo os professores divergem muito. A prova da PCDF foi um grande exemplo disso. Para contornar essa deficiência, informática pegava quase que 50% do meu ciclo de estudos. Como tinha muita dificuldade, optei pelas videoaulas do Rani Passos (me salvaram demais), não deixando de fazer muuuuuitas questões.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Lucas: Na prova da PF eu fiz uma reta final de 8 horas por dia e passei a véspera atolado em revisões de véspera. Como o resultado não foi positivo, decidi mudar a estratégia. Por isso, na PCDF, fiz uma reta final de 4 horas por dia e passei a véspera assistindo séries. Como a prova foi pela tarde, revisei apenas algumas fórmulas de matemática e estatística que estava com dúvidas pela manhã, então fui para o local de prova.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Lucas: Nas minhas preparações, sempre fiz uma redação por semana (geralmente na hora de fazer simulados). Acredito que seja muito importante estudar COMO fazer redações, isto é, ver exemplos de boas redações, ter alguns bons conectivos na ponta da caneta e até já ter o rumo de um esqueleto de redação em mente para qualquer tema. Isso é muito bem trabalhado pela professora Janaina Arruda do Estratégia. Assistia toda semana as análises de redações que ela faz e conseguia extrair dicas excelentes que me fizeram subir 261 posições com o resultado da discursiva. Para me manter com uma boa argumentação, utilizei as aulas do professor de atualidades Rodolfo Gracioli, que conhece bem o jeito de cobrar da banca.
Estratégia: Como foi (ou está sendo) sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Lucas: Como tenho adotado uma postura mais “light” em relação aos concursos, sempre tem sobrado tempo para treinar. Então nunca deixei de fazer meus 40 min de academia durante a preparação para prova objetiva. Agora que estou aprovado, sigo ainda mais forte para o TAF, já batendo todos os índices.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Lucas: Acredito que, para a PCDF, meu maior erro foi estender o luto da reprovação na PF. Passei um mês sem vontade alguma, sem entender no que havia errado. Cheguei realmente a pensar em desistir de fazer a prova da PCDF, mas minha esposa me surpreendeu dizendo que acabara de comprar minhas passagens de avião e que eu ia lá fazer a prova querendo ou não. Então tomei jeito para não deixar o gasto da passagem ter sido à toa (haha). Outro erro, em ambas as provas, foi o meu descontrole emocional (que foi muito menos acentuado na PCDF), cheguei a errar questões de assuntos sobre os quais já dei aula, como probabilidade e análise combinatória, apenas por nervosismo e falta de atenção. Acredito que esse descontrole está relacionado às pressões que nós colocamos em nossas próprias costas e ele é muito mais forte quando nos privamos de vida social e dos momentos de lazer mais básicos.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Lucas: Com 4 anos de labuta, sempre acreditei que já fui longe demais para desistir. Estaria jogando 4 anos de sacrifícios e privações fora, afinal. Isso sempre me fez continuar! Já pensei em desistir de um concurso que está mais perto para focar em outro, mais distante, que considerasse ter mais chances de passar, mas desistir de fazer concursos em geral, jamais.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Lucas: Minha família sempre foi minha maior motivação de todas. Especialmente com a pandemia, meus pais foram prejudicados com o fechamento dos comércios e perderam sua única fonte de renda. Assim, sempre compreendi que a missão que estou cumprindo vai muito além dos meus próprios interesses, pois é o único meio de que disponho hoje para prover uma vida digna não apenas a mim, mas à minha família. Isso sempre me mantém muito motivado.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Lucas: Se tem algo que eu aprendi nessa longa caminhada de estudos, é que concurso se vence com paciência e resiliência. O trajeto pode muitas vezes ser loongo e, por vezes, trazer os piores desafios que possamos imaginar: a demissão de um emprego, uma lesão que leve ao hospital, o fim de um relacionamento, a perda de um ente querido etc. Durante todo esse período e passando por todas essas adversidades, o concurseiro deve estar convicto dos seus objetivos e não permitir que seus lutos diários o afastem dos estudos por muito tempo. Ao mesmo tempo, o concurseiro não deve esquecer de viver, estudando da hora que acorda até o memento que vai dormir. Deve, sim, dedicar-se muito, mas com estratégia e organização, sabendo separar um tempo para sua família e seu lazer, que inclusive são importantes elementos na caminhada da aprovação.