Aprovado em 88° lugar no concurso PC AL no cargo de Agente

“Perseverança, constância e paciência. Acredito que esses são os 3 pilares que devem nortear uma pessoa que pretenda iniciar sua trajetória no ramo dos concursos públicos. Perseverança para continuar estudando, independentemente de reprovações ou de obstáculos que venham a surgir pelo caminho. Constância para criar o hábito do estudo como um compromisso diário, inserido em sua rotina, tratando-o com a seriedade devida. Por fim, paciência para saber que pode até demorar, mas só não passa quem desiste antes”
Confira nossa entrevista com Leonardo Caetano, aprovado em 88° lugar no concurso PC AL no cargo de Agente:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Qual sua idade? De onde você é? Qual sua formação?
Leonardo Caetano: Meu nome é Leonardo, tenho 25 anos, sou natural de Belo Horizonte/MG e formado em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Leonardo: Durante a faculdade, procurei conhecer e experimentar as diversas oportunidades que o curso do Direito oferece. Já no 4º período, comecei a estagiar em um grande escritório e pude conhecer na prática como é a rotina da advocacia. Contudo, não me identifiquei muito com o trabalho e decidi tentar um estágio no serviço público.
Fui estagiar no TJMG, onde permaneci por 02 anos e gostei bastante do ambiente de trabalho. Cheguei, inclusive, a ocupar provisoriamente a vaga de Assistente de Desembargador no gabinete no qual eu trabalhava, período desafiador, mas de grande importância para meu crescimento profissional. Para além desses fatores, minha mãe também é servidora pública e sempre me incentivou a ingressar no serviço público.
Estratégia: Por que escolheu a área policial? Tem algum parente policial que te inspirou?
Leonardo: Embora não tenha parente policial, o trabalho investigativo exercido pela polícia judiciária sempre despertou o meu interesse. Colaborar com a sociedade angariando elementos para a elucidação de infrações penais é uma função nobre, motivadora e de grande relevância para a comunidade.
Ademais, os concursos policiais estão ofertando um quantitativo maior de vagas do que as demais áreas, o que também contribuiu para colocar a área policial no meu horizonte de oportunidades.
Estratégia: O fato de lidar com o crime no dia a dia gerou algum tipo de medo em você ou em sua família?
Leonardo: Trabalhar cotidianamente com crimes não me gerou medo, pois acredito que o curso de formação profissional fornece o treinamento necessário para lidar com esse tipo de situação. Quanto à minha família, nunca chegamos a conversar a respeito, mas tenho a sorte de ter pais que me apoiam nos meus projetos e vibram com minhas conquistas. Tenho certeza de que qualquer lugar em que eu esteja eles estarão torcendo pela minha felicidade e realização profissional.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Leonardo: Durante minha caminhada, dediquei-me integralmente aos estudos, graças ao apoio dos meus pais que sempre me deram todo o suporte necessário para que eu conseguisse focar e direcionar toda minha energia aos estudos.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e colocação?
Leonardo: Em virtude da pandemia do Covid-19, prestei apenas dois concursos durante minha trajetória. O primeiro foi para o cargo de Técnico Judiciário (área judiciária) do TJCE, em 2019, no qual fui aprovado dentro do cadastro de reservas, na colocação 279º. O último foi justamente o concurso para Agente da PCAL, no qual consegui ser aprovado dentro do número de vagas, na 88ª posição.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados?
Leonardo: A sensação foi indescritível. Realmente passa um filme na cabeça de todos os momentos vividos para chegar até essa conquista. Abdicar de finais de semana com a família e amigos por um objetivo maior, permeado de incertezas, é algo bastante desafiador.
Pode parecer clichê, mas realmente todo esse esforço não se compara à sensação de ver o seu nome na lista dos aprovados. É um misto de felicidade, alívio e gratidão por ver que toda a dedicação foi recompensada. Mas, definitivamente, não é uma caminhada fácil. É importante ter a consciência de que o estudo para concurso público não é uma trajetória linear.
Existirão momentos de angústia, insegurança, dúvidas se realmente vai dar certo… Por isso, apesar de todas as dificuldades, persistir é fundamental para ter sucesso nessa empreitada. “Só não passa quem desiste”. Persevere, acredite e sua hora chegará!
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Leonardo: Durante os estudos, busquei não abdicar totalmente do convívio social, pois sabia que a preparação para concursos, regra geral, não era um projeto de curto prazo. A constância nos estudos é fundamental durante o processo, por isso tentei criar uma rotina sustentável a médio/longo prazo.
Na fase pré-edital, escolhia um dia do final de semana para sair e descansar. No pós-edital, adotei uma postura mais radical, estudando todos os dias, porém com uma carga horária reduzida aos finais de semana.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Leonardo: Sou solteiro, não tenho filhos e moro com meus pais. Minha família foi essencial durante minha preparação. Sempre me apoiaram e deram todo suporte que precisei. Sou grato por ter meus maiores incentivadores dentro de casa. É motivo de grande orgulho e felicidade compartilhar essa conquista com eles.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior? (Se esse ainda não é o concurso dos seus sonhos, se possível, citar qual é e se pretende continuar se preparando para alcançar esse objetivo)
Leonardo: Creio que é totalmente válido fazer outros concursos que não sejam o seu objetivo final. O estudo nunca é desperdiçado e a experiência adquirida durante a trajetória certamente será aproveitada caso você decida seguir estudando para o cargo fim. Mas é importante que se tenha consciência de que ao adotar essa estratégia, em regra, levará mais tempo para chegar ao seu objetivo final.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Leonardo: Estudei por 02 meses de forma direcionada para o concurso da PCAL, após a publicação do edital. Tinha como foco inicial o concurso do TJSC, cujas provas estavam marcadas para Maio/2020, mas foram suspensas em razão da pandemia. Com a publicação de vários editais de carreira policial, decidi abrir meu leque.
Ao analisar o edital da PCAL, verifiquei que grande parte do conteúdo programático era compatível com o que eu já vinha estudando para o TJSC. Com isso, tive de fazer pequenos ajustes para incluir Informática e a parte de legislação específica no meu ciclo de estudos. Daí, a importância de saber analisar as oportunidades que venham a surgir pelo caminho e da maturidade para saber identificar se é possível ou não conciliar com outro concurso para o qual já vinha se preparando.
Estratégia: Durante a fase pré-edital, como fazia para manter a disciplina nos estudos?
Leonardo: Organização é um atributo indispensável para todo concurseiro. Saber o que irá estudar no dia seguinte, traçar metas para a semana e separar um período do dia para atividade física foram estratégias que adotei para manter a disciplina e constância nos estudos durante a fase pré-edital. Uma rotina organizada e bem planejada permite maior clareza de objetivos e, consequentemente, facilita o diagnóstico para saber se estamos no caminho certo ou não.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? PDF,videoaulas? Quais foram as principais vantagens de cada um?
Leonardo: Durante minha preparação, eu investi na leitura dos PDF’s, por ser um estudo menos passivo, que exige maior atenção do aluno. Recorria às videoaulas apenas quando algum tópico do PDF não tivesse ficado tão claro. Contudo, acho importante cada pessoa identificar qual o método de estudo que dá mais certo pra ela e que se encaixa melhor à sua rotina.
Não há um certo ou errado, apenas métodos distintos com suas peculiaridades. Por exemplo, o PDF permite um estudo mais rápido e ativo. Por outro lado, em alguns casos o professor consegue desenvolver na videoaula uma didática que não é possível de se transmitir via texto no PDF. Daí, a importância do autoconhecimento para que o aluno consiga adaptar o estudo às suas individualidades.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Leonardo: Conheci o Estratégia Concursos em pesquisas na internet e redes sociais quando comecei a me interessar pelo mundo dos concursos públicos.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concurseiro é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Leonardo: Eu estudava duas matérias por dia, alternando conforme o meu cronograma de estudos. No início dos estudos, fazia resumo dos PDF’s. Com o passar do tempo, percebi que não estava sendo uma boa estratégia, tendo em vista o tempo despendido para elaborar os resumos. Comecei a somente ler os PDF’s e passar para as questões.
A partir das questões, eu conseguia identificar os assuntos mais recorrentes em prova e, com isso, elaborava um material com as informações que julgava relevantes. Também incluía nesse material os meus erros, para não cometê-los novamente depois. Em síntese, o carro chefe da minha preparação foi leitura da lei seca, revisão dos materiais elaborados por mim e resolução de muitas questões.
Montei meu cronograma de estudos com base na minha realidade, deixando-o flexível para adaptá-lo quando necessário. Inclusive, fiz diversas alterações no meu plano de estudos até encontrar um que me permitisse otimização e alto desempenho, mas sem perder a qualidade.
Quanto ao número de horas de estudos, na fase pré-edital eu costumava estudar, em média, 06 horas líquidas por dia; já no pós-edital, tentava fazer uma média de 08 horas diárias.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Leonardo: A minha maior dificuldade era a disciplina de Informática, pois não estava no conteúdo programático dos concursos para os quais eu vinha me preparando. Como tinha apenas 02 meses até a data da prova, dediquei maior tempo a ela, inserindo mais vezes no meu ciclo de estudos.
Fazia a leitura do PDF simplificado e depois ia direto para as questões comentadas. Antes de avançar para o próximo PDF, fazia a leitura apenas do resumo dos PDF’s anteriores para relembrar as informações principais. Essa foi a estratégia que adotei para conseguir passar por todo o conteúdo de Informática em aproximadamente 02 meses.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana anterior à prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Leonardo: Minha rotina de estudos na semana anterior à prova foi intensa, com muitas revisões, leitura de lei seca e resolução de simulados. No dia anterior à prova, optei por assistir à revisão de véspera do Estratégia que, inclusive, foi decisiva para acertar algumas questões da prova.
Gostei bastante, pois além das apostas feitas pelos professores, é também uma forma de revisar os principais pontos do conteúdo de modo mais descontraído, menos desgastante. Afinal, na véspera da prova, tão importante quanto o nível de preparação do candidato, é o cuidado com o aspecto emocional.
O que devia ser feito já foi feito; não é o momento para absorver conteúdo novo, pois isso pode desencadear ainda mais ansiedade e insegurança na véspera da prova.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha? (se não teve discursiva, pular esta pergunta)
Leonardo: Meu estudo para a prova discursiva consistiu em elaborar um material com informações e dados importantes sobre os principais temas da atualidade, dividido por “troncos temáticos” (ex: segurança pública, meio ambiente, tecnologia). Para isso, contei com um ótimo curso ministrado pelo Prof. Rodolfo Gracioli, que forneceu as informações necessárias para que eu tivesse um repertório argumentativo robusto no dia da prova.
Quanto ao aspecto estrutural, montei um material com os principais conectivos e com as preciosas dicas da Profa. Janaína Arruda. Além disso, tentava fazer pelo menos 01 redação por semana, juntamente com os simulados. A conjugação desses fatores me permitiu tirar 19,75 em 20 na discursiva da banca Cebraspe.
Estratégia: Como foi sua preparação para o TAF? E como foi essa prova?
Leonardo: Meu TAF ainda não foi realizado, mas já iniciei a preparação. Inclusive, é de suma importância não subestimar essa etapa do certame e preparar-se com antecedência. Muitos candidatos são eliminados nessa fase por deixarem para se preparar somente depois da aprovação nas fases objetiva e discursiva, o que é um equívoco.
Manter uma rotina saudável e um bom condicionamento físico irá auxiliá-lo não somente no TAF, mas também durante os estudos, melhorando a disposição, a qualidade do sono, o controle da ansiedade e, por consequência, a absorção de conteúdo.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Leonardo: Acredito que um dos erros que cometi no início da minha preparação foi o medo excessivo de esquecer o que estudei. Em razão disso, demorava mais do que o necessário para concluir um PDF, o que me impedia de avançar nos estudos em uma velocidade adequada.
O conteúdo programático de um concurso é realmente extenso. Por isso, não adianta querer absorver tudo de uma vez. A solidificação do conhecimento vem a partir das revisões e da resolução de questões, não é de um dia pro outro. Ter a consciência de que a assimilação de conteúdo é um processo contínuo, gradual, que se realiza dia após dia, é fundamental para tornar a caminhada mais leve.
Quanto aos acertos, aponto a leitura regular da letra seca da lei, bem como a resolução diária de questões. Conhecer o perfil da banca examinadora do seu concurso é imprescindível para que se obtenha êxito no dia da prova.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Leonardo: O que foi mais difícil na minha trajetória foi lidar com as suspensões das provas em virtude da pandemia e com todo o cenário de incertezas que se formou. Nunca pensei em desistir, pois a vontade de conquistar o cargo sempre foi maior. Porém, já tive dias ruins, de angústia, ansiedade, insegurança…
O segredo é saber que passar por momentos turbulentos é normal, faz parte do processo. Mas, nessas horas, a vontade de vencer e o foco no objetivo final devem sobressair. Inclusive, assistir a entrevistas de aprovados me ajudava nesses momentos, dando aquela dose extra de motivação quando as coisas não iam tão bem.
Estratégia: foi sua principal motivação?
Leonardo: Minha principal motivação foi o desejo de conquistar um cargo que exerça uma função relevante para a sociedade e que me permita ter independência financeira. Na minha concepção, a estabilidade não é o único fator atrativo no serviço público, mas também a possibilidade de, com o seu trabalho, contribuir para um melhor convívio social.
Estratégia: O que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Leonardo: Perseverança, constância e paciência. Acredito que esses são os 3 pilares que devem nortear uma pessoa que pretenda iniciar sua trajetória no ramo dos concursos públicos. Perseverança para continuar estudando, independentemente de reprovações ou de obstáculos que venham a surgir pelo caminho. Constância para criar o hábito do estudo como um compromisso diário, inserido em sua rotina, tratando-o com a seriedade devida.
Por fim, paciência para saber que pode até demorar, mas só não passa quem desiste antes. Internalizando e colocando em prática essas características, a aprovação será só questão de tempo, pois o trabalho duro sempre é recompensado!