Aprovada em 46° lugar no concurso TJ PR no cargo de Técnica Judiciária

“Aconselho a nunca desistirem dos seus sonhos, por mais impossíveis que pareçam ser! Há dias em que o desânimo se faz presente, mas é justamente nestes dias que temos de ser fortes e estudar ainda mais!”
Confira nossa entrevista com Kelli Daiane, aprovada em 46° lugar no concurso TJ PR no cargo de Técnica Judiciária:
Estratégia Concursos: Você é formada em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Kelli Daiane: Sou formada em Química, pela Universidade Estadual do Paraná; tenho 29 anos e sou de São Mateus do Sul-PR.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Kelli: O inconformismo, porque eu sabia que tinha capacidade de alçar voos maiores.
Outro fator determinante foi a estabilidade que o serviço público proporciona, a qual traz mais tranquilidade à vida pessoal e profissional.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseira, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Kelli: No início da preparação, eu trabalhava das 8h às 18h e estudava à noite e nos fins de semana. Após 3 meses nesse ritmo, percebi que, se eu quisesse realmente passar em um concurso de alto nível, precisaria formar uma base muito boa, principalmente nas disciplinas de Direito, as quais eu nunca havia estudado. Então, pedi demissão do meu emprego para me dedicar inteiramente aos estudos. A partir disso, estabeleci horários e metas a serem cumpridos rigidamente todos os dias, como se o estudo para concursos fosse o meu trabalho.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Kelli: O último no qual fui aprovada foi para o cargo de Técnica Judiciária do Tribunal de Justiça do Paraná, em 46º lugar, dentre 149 mil candidatos.
Além deste, fui aprovada e nomeada no concurso de Escrivã da Polícia Civil do Paraná, em 89º lugar, dentre mais de 41 mil candidatos.
Outros em que eu também fui aprovada e nomeada foram para o cargo de Auxiliar Administrativo do Conselho Regional de Enfermagem do Paraná, em 5º lugar; para o cargo de Técnico Operacional – Agente de Suporte – da Sanepar, Companhia de Saneamento do Paraná, em 2º lugar; e para o cargo de Atendente Comercial da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, em 43º lugar.
Ademais, fiquei bem classificada no concurso de Agente Legislativo da Câmara Municipal de São Mateus do Sul, em 4º lugar; e no cargo de Técnica Judiciária do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, em 38º lugar.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados(as)?
Kelli: Foi um misto de sensações e de emoções, sobretudo quando vi meu nome na lista de aprovados do TJPR, que era o meu grande objetivo. Eu ria, chorava e agradecia a Deus, simultaneamente. Foi a melhor sensação da minha vida, pois senti que todas as renúncias e todo o esforço valeram a pena e que eu estava no caminho certo e cada vez mais perto de tornar meu sonho uma realidade.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Kelli: Eu adotei uma postura radical. Sempre fui muito dedicada ao que me proponho a fazer; então, para mim, era tudo ou nada. Nos 2 anos e 8 meses de preparação para o TJPR, eu evitava, ao máximo, sair de casa. Renunciava ao convívio social e a qualquer tipo de convite para sair, tanto do meu marido quanto dos meus amigos e familiares. Somente tirei férias de uma semana durante todo esse período. Do contrário, estudava de domingo a domingo, durante o máximo de horas possíveis. Fui radical também quanto às redes sociais. Só usava WhatsApp e Facebook uma vez por semana e o Instagram era dedicado exclusivamente para seguir professores e ver dicas de concursos e editais abertos.
Estratégia: Você é casada? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseira? Se sim, de que forma?
Kelli: Sou casada e não tenho filhos. Tenho uma cachorrinha, a Juju, minha companheira de estudos há 9 anos.
Apesar das dificuldades pelas quais passei para ir à escola na infância, meus pais sempre me incentivaram a estudar.
Estudei somente em escola pública e saí de casa com 17 anos para poder fazer a minha graduação, pois, no interior, não havia essa possibilidade. Além disso, eles sempre me apoiaram nessa trajetória como concurseira, embora, no princípio, não entendessem muito bem como “funcionava” o “mundo dos concursos”. Meu marido também me apoiou muito e, desde o início, acreditava que eu era capaz de ser aprovada em grandes certames. A propósito, a ideia de pedir demissão do meu trabalho e de me dedicar integralmente aos estudos partiu dele, que, além de trabalhar, transformou-se no cozinheiro da casa para me ajudar ainda mais. Foi um período bem difícil, com muitas abdicações, isolamentos e incertezas.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Kelli: Com certeza, acho que vale a pena fazer outros. Dessa forma, é possível adquirir experiência no que tange ao tempo de resolução das questões, ao perfil das bancas examinadoras e ao domínio da ansiedade no dia da prova. Ademais, em caso de aprovação e nomeação em outro concurso, é possível se manter financeiramente até conquistar o objetivo final. No momento, o concurso do TJPR é o dos meus sonhos.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovada?
Kelli: Foram 2 anos e 8 meses de preparação direcionada para o TJPR. Nesse ínterim, também fui aprovada nos outros concursos que citei – exceto na Sanepar e nos Correios, já que nestes eu havia passado anteriormente a essa preparação, utilizando somente o conhecimento adquirido até o Ensino Médio.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Kelli: Estudei com edital na praça, porque ocorreram fatos atípicos no concurso do TJPR. O edital saiu em janeiro de 2017, quando decidi iniciar a minha preparação. O concurso estava previsto para ocorrer no terceiro trimestre de 2017, mas isso não aconteceu. Então, continuei estudando com o edital de janeiro. Todavia, em abril de 2018, o edital foi retificado e tive que me adaptar às modificações. Durante esse período, eu fazia provas para treinar e acabava sendo aprovada por já estar com a base das disciplinas bem consolidada. Em fevereiro de 2019, ocorreu a suspensão do concurso temporariamente, mas segui firme com os estudos até que, finalmente, chegou o dia da prova: 22 de setembro de 2019. Durante todo esse período, mantive a disciplina diariamente, pois, quanto mais distante parecia a data da prova, mais tempo eu tinha para me preparar. E isso me motivava ainda mais, porque eu sabia que muitos candidatos desistiriam e que outros focariam em outros concursos.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Kelli: Foi por meio de pesquisas no Google. Procurei por cursos para concurso do TJPR e vi que o Estratégia era bastante recomendado e bem avaliado pelos alunos.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Kelli: Usei PDFs e videoaulas. Eu aprendia mais facilmente assistindo às videoaulas, apesar de ser um estudo mais demorado. No entanto, como eu tive bastante tempo para me preparar, estudei também por meio dos PDFs, lendo e relendo-os cerca de 4 vezes cada um, além de fazer infinitas questões.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso?
Kelli: Eu fazia ciclos de estudos para ter contato com vários conteúdos ao mesmo tempo. Meu ciclo girava com oito matérias, até que fossem concluídas e entrassem em modo de revisão, podendo-se, assim, adicionar a ele novas disciplinas. Fazia muitas anotações em post-its e os colava na parede do meu quarto. Elaborava alguns resumos e focava muito na resolução de questões, além de ler e reler a teoria. Eu mesma montei meu plano de estudos, dando mais importância aos assuntos que eu não dominava e intercalando as matérias para que o estudo não fosse tão cansativo. Estudava cerca de 8 horas por dia; às vezes até mais, pois gostava de passar as madrugadas resolvendo questões de matemática e de raciocínio lógico e pesquisando sobre temas de redação, acompanhada de uma boa xícara de café. Eu me cobrava tanto que ouvia áudios dos temas e das leis no chuveiro e enquanto lavava a louça, para aproveitar o máximo de tempo que eu pudesse.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Kelli: No início, tive dificuldade com as disciplinas do Direito, porque nunca as havia estudado, já que eu vinha de uma área totalmente diferente. Também nunca tinha estudado RLM, mas quando entendi a matéria, passei a amá-la. A questão discursiva também me assustava, devido à infinidade de temas possíveis e porque, no dia da prova, eu teria de tomar muito cuidado com o tempo dispensado à escrita, além de responder às 60 questões objetivas. Para superar essas dificuldades, eu li demasiadamente a parte do Direito, treinei a estrutura e os temas mais prováveis de redação e fiz milhares de exercícios.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Kelli: Minha rotina na última semana foi ainda mais intensa. Eu revisei o que eu achava que poderia cair, assisti a todas as aulas de reta final do Estratégia, assim como à revisão de véspera. A prova foi em uma tarde de domingo, mas não consegui revisar no período da manhã, porque estava muito ansiosa. A reta final foi insana, porque eu não queria sair da prova com a sensação de que eu poderia ter estudado mais. Dei o meu máximo!
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Kelli: Quando treinei minha primeira redação, demorei 5 horas para concluí-la. Percebi, portanto, que precisaria de muitas aulas de atualidades e de um curso específico, não por ter dificuldade com o português, mas por não saber sobre os temas e por não conseguir dominar o tempo. Dessa maneira, eu treinei uma discursiva por semana até que me sentisse mais confiante. Então, aconselho a quem também tem essas dificuldades a estudar por um curso específico de redações, com correções dos professores. Inclusive, recomendo e destaco o trabalho incrível do professor Raphael Reis, o Mago da Redação, o qual acertou o tema que cairia no TJPR.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Kelli: Um dos meus erros foi ter imprimido todos os PDFs para estudar. Fiz isso por receio de não me adaptar ao estudo por meio digital. Mas, com o passar dos meses, acumularam-se muitos materiais e tornou-se difícil manter a organização. Seria mais fácil tê-los estudado pelo computador. Outro erro foi estudar sentada muitas horas na mesma posição, sem praticar exercícios físicos. Na reta final, além do estresse emocional, eu tive muitas dores físicas devido a isso.
Quanto aos acertos, os maiores foram ter adquirido o pacote com o curso específico para o TJPR e também ter feito o curso de redações com correções, pois o direcionamento que os professores do Estratégia deram foram fundamentais para a minha aprovação. Outro acerto foi o fato de eu ter focado no TJPR e não em vários certames ao mesmo tempo.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Kelli: O mais difícil foi ficar isolada, muitas vezes sem ver minha própria família, e ter a sensação de que a vida estava passando e eu não a estava “curtindo”. Contudo, nunca pensei em desistir, pois o meu pensamento sempre foi o de que, até os meus 30 anos, estaria concursada em um excelente cargo e que isso mudaria a minha vida e a de quem eu amo para sempre. Dessa forma, seguir em frente como concurseira era a minha prioridade, porque eu já tinha isso em mente há cerca de 10 anos.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Kelli: Foram várias. Além de poder trabalhar em um dos maiores e mais renomados Tribunais do país, o horário de trabalho, a remuneração e a progressão na carreira são muito atraentes.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Kelli: Aconselho a nunca desistirem dos seus sonhos, por mais impossíveis que pareçam ser! Há dias em que o desânimo se faz presente, mas é justamente nestes dias que temos de ser fortes e estudar ainda mais! Deus conhece os sacrifícios, as noites sem dormir, a oração aflita, as lágrimas no travesseiro e as lutas travadas em oculto, mas, na hora certa, Ele nos honra em público!