Aprovado em 4º lugar no concurso CBM RS para o cargo de Capitão do Corpo de Bombeiros Militar
“O material do Estratégia sempre foi o de leitura mais prazerosa, pois a sensação é de estar frente a frente com o professor na sala de aula.”
Confira nossa entrevista com Juvenal Alves Schneider, aprovado em 4º lugar no concurso CBM RS para o cargo de Capitão do Corpo de Bombeiros Militar:
Estratégia Concursos: Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Juvenal Alves Schneider: Sou formado em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). Tenho 30 anos, sou natural de Triunfo – RS, mas resido há 10 anos em Santa Cruz do Sul – RS.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Juvenal: Ter estabilidade financeira e a certeza de que não queria empreender ou trabalhar na iniciativa privada. Admiro muito quem tem esse perfil, mas eu acabei tendo uma experiência muito boa com o serviço público desde os 18 anos, quando ingressei no Exército Brasileiro e por lá fiquei por 8 anos como Tenente.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Juvenal: Tive um desafio em cada uma das formas. Estudei para o Exame da Ordem dos Advogados do Brasil enquanto era 1º Tenente do Exército, cursava a faculdade e ainda escrevia meu TCC. À época, fiz o XXXIII exame, o que mais reprovou na história dos exames unificados e, mesmo passando três questões erradas para o gabarito oficial, ainda consegui passar com uma folga de 11 questões. Na segunda fase tirei 9.3. Foi um período muito conturbado… acordava 05h todos os dias, estudava até as 07h e depois ia para o quartel. Retornava pelas 18h, tomava banho, comia alguma coisa e logo saía para a faculdade. Durante as aulas tentava escrever alguma coisa para o TCC, além de ir baixando materiais esparsos da internet para o exame da OAB. Na época não fiz curso preparatório, pois não teria tempo para assistir às aulas. Assim, estudava com dicas pontuais e fazia muitas (muitas mesmo) questões comentadas.
Pouco tempo depois do Exame da Ordem (ainda na faculdade), comecei a estudar para o concurso de Capitão do Corpo de Bombeiros Militar do RS, mas num ritmo um pouco fraco. No entanto, quando o edital foi lançado em janeiro de 2018, comecei a estudar num ritmo forte, pois naquele ano eu já estava formado e depois do trabalho tinha as noites livres. Acontece que, dois meses depois da abertura do edital, o concurso foi suspenso pelo TCE/RS e voltei a estudar de forma menos intensa, pois certamente a prova não aconteceria mais na data prevista (abril). Quando o concurso foi retomado em outubro, eu já havia saído do Exército e estava estudando há 4 meses nos períodos da manhã e da tarde, tendo a noite como descanso/prática de musculação. Ou seja, nessa época eu “apenas” estudava. Duas ou três vezes por semana eu atuava como Conciliador Judicial, mas não era uma atividade que me demandava muito tempo. No entanto, mesmo com a retomada do concurso, não existia uma data certa para a prova. Dessa forma, continuei estudando apenas durante manhã e tarde, sem estudar à noite. No fim de janeiro a data da prova foi marcada para o fim de março. Assim, comecei a estudar manhã, tarde e noite, inclusive nos fins de semana. Em vários dias o estudo não rendia praticamente nada, mas eu me comprometia em ficar sentado na frente dos livros e PDFs. Em diversas oportunidades eu ia caminhar nos corredores da universidade (eu estudava na biblioteca de lá), mas nunca voltada pra casa antes das 21h. Nesse ritmo, em março de 2019, fui aprovado nas provas objetiva e discursiva, passando para as próximas fases do concurso.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Juvenal: Aprovado somente para Capitão do CBMRS, na 4ª colocação. Fiz alguns concursos durante os 8 anos de Exército, mas nunca estudava pra nenhum… sabe como é: “vai que cola” (e, evidentemente, sem estudar, nunca fui aprovado).
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Juvenal: Como o concurso teve 5 fases, algumas suspensões e durou mais de três anos, cada edital com o resultado da respectiva fase era uma sensação diferente. Em dois editais, no entanto, a sensação foi de euforia e muita gratidão: divulgação das notas da prova oral e homologação do resultado final do concurso.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Juvenal: Enquanto eu trabalhava e estudava, praticamente não fazia nada além de sair para jantar com minha namorada e/ou assistir um filme no fim do dia (e somente nos fins de semana). Depois, enquanto só estudava e SEM data exata para a prova, acabava estudando durante o dia e fazendo qualquer coisa à noite, além de treinar para o TAF do concurso. Quando as datas das provas intelectuais eram marcadas, eu acabava abandonando todas as atividades sociais que ocorriam durante a semana e aí estudava manhã, tarde e na maioria das noites, descansando nos fins de semana a partir das 18h.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Juvenal: Convivo em união estável há alguns anos e tenho um filho de 9 meses. Não moro com meus pais desde os 18 anos, mas sempre tive o incentivo moral deles para estudar. Minha companheira sempre me apoiou nos estudos, mas, no início da jornada, exigia bastante minha presença e isso me deixava um pouco angustiado, pois também tinha muita vontade de largar os estudos para ficar com ela. Lembro-me que tivemos algumas conversas a respeito do tempo necessário de estudos até a aprovação. Depois dessa fase inicial ela passou a me apoiar de forma incondicional, pois entendeu que o processo é, via de regra, demorado e demanda bastante dedicação. No fim das contas ela foi quem mais me apoiou e me ajudou nessa caminhada.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Juvenal: Depende muito… Se o concurso para o qual se estuda é frequente ou já tem data da prova, acredito que não valha a pena ESTUDAR para outros concursos no meio desse caminho (ESTUDAR é diferente de FAZER, isto é, se você tem condições de FAZER outro concurso SEM deixar de estudar EXCLUSIVAMENTE para o seu foco, vá lá e faça a prova). Mas de forma alguma indico estudar para dois concursos de áreas diferentes. A situação muda quando se está estudando para um concurso que já virou lenda (a exemplo da RFB), aí acredito que vale a pena sim estudar para outros concursos de forma concomitante ou até mesmo deixar seu foco inicial e se dedicar exclusivamente a outro cargo/área. “Ah, mas é meu sonho tal cargo…” Se você tem condições de esperar por 5, 6, 7 anos até abrir o edital, faça isso e viva seu sonho, mas não deixe de prestar outros concursos da mesma área no decorrer desses anos. Um grande amigo que começou a estudar por influência minha, hoje está com 83 pontos líquidos na prova da PF. Inicialmente indiquei RFB, mas como vi a ascensão da área policial, no início de 2020 indiquei que ele começasse a estudar para PRF e PF. Deu certo. Ele fez o curso preparatório do Estratégia.
No momento não penso em trocar de carreira.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Juvenal: Aproximadamente um ano, mas aproveitei uma boa bagagem da faculdade. Das 12 disciplinas cobradas, mais da metade eu havia visto na faculdade.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Juvenal: Sim… estudei por alguns meses antes do edital ser publicado, mas com pouca ênfase, pois trabalhava o dia todo e ainda cursava a faculdade. Tentava manter o mínimo de 2 horas por dia apenas para não esquecer do meu objetivo. Nos fins de semana, a média passava para 4 horas.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Juvenal: Pelos materiais gratuitos, vídeos no YouTube e indicação de amigos concurseiros aprovados.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Juvenal: Comprei vários livros no meio do processo, mas acabei usando muito os PDFs gratuitos do Estratégia. “Adoro” ler um livro jurídico, mas sempre soube que o custo benefício não era o dos melhores, pois o concurseiro não tem muito tempo para ler doutrinas extensas. O material do Estratégia sempre foi o de leitura mais prazerosa, pois a sensação é de estar frente a frente com o professor na sala de aula. Também gostava de videoaulas, mas só assistia aquelas das matérias mais “complexas” (português, por exemplo) ou quando estava muito cansado e sem foco para estudar com leituras. O Estratégia lançou um curso preparatório para meu concurso, mas quando o certame foi suspenso o Estratégia retirou o curso do site. Por isso não consegui estudar somente com os materiais do Estratégia.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Juvenal: Realmente… Sempre achava que jamais daria conta. Depois percebi que não tem como saber tudo de todas as matérias. Assim, focava no que mais caía, analisando as porcentagens dos sites especializados e as dicas dos professores. Isso é fundamental. Comecei estudando apenas Administrativo e Constitucional. Meu edital era muito extenso nessas áreas… Simplesmente englobava tudo. Depois fui implementando 2 matérias por vez, sem deixar de revisar as matérias já estudadas, até fechar um ciclo de 12 disciplinas.
Sim.. fazia bastante resumos e flash cards, mas não faria tantos caso não tivesse bastante tempo. Na época da OAB eu fazia poucos resumos, pois o tempo era muito exíguo. Sim… sempre fiz MUITAS questões. Também gostava de reler a teoria, focando nas partes destacadas.
Estudava por ciclo de estudos e com uma média de 8 horas líquidas por dia (sem trabalhar e sabendo a data da prova). Sem data para a prova, eu estudava 6h líquidas. Enquanto eu ainda estava trabalhando, a média era de 2h líquidas.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Juvenal: Português, sem dúvidas! Sempre gostei de ler e escrever, mas não gostava de ficar decorando as regrinhas. Estudava muito o que mais caía e tentava saber o básico dos temas menos importantes. Das 80 questões, apenas 10 eram de Português e não tinha prova discursiva. Logo, estudei menos que outras matérias que caíam na discursiva. Se meu concurso exigisse mais questões de português, certamente estudaria mais, pois é a matéria mais cobrada em concursos e, na maioria das vezes, com maior peso.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Juvenal: Estudei MUITO no último mês… Era das 07h45 às 21h, mas fazia diversas pausas. Na última semana voltava mais cedo pra casa, pois revisava apenas o mais importante. No dia anterior à prova eu estudei, mas naquele dia viajei, saí para jantar, tomei mate com os colegas de quarto e tentei relaxar ao máximo. No dia anterior à prova eu precisava estudar, mas também sabia que precisava descansar a mente.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Juvenal: Como eu fazia resumos, sempre tive facilidade de resumir as informações mais importantes. Os flash cards eu só fazia por causa dessa modalidade de prova. Tirei 90 pontos na discursiva, mesmo caindo sete disciplinas. A grande maioria das questões resolvi lembrando dos resumos ou flash cards que eu havia feito. Ou seja: não precisava treinar para as provas discursivas, pois os resumos e flash cards já eram mais do que o suficiente. Para concursos que exigem peça jurídica ao invés de questões discursivas, aí acho essencial que o candidato treine toda semana para isso.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Juvenal: Erro principal: querer decorar tudo logo no início dos estudos. Primeiro temos que ter um contato de forma geral com toda a disciplina, sem preocupações com decoreba. Depois de “fechada” a disciplina, aí devemos revisar sempre tentando memorizar aquilo que mais cai e apenas entender o que cai com menos frequência. O que caía muito pouco e era complexo, eu sequer tentava entender. Se caísse no dia da prova, simplesmente chutaria. Obs.: se for uma disciplina cobrada na discursiva, aí tentava decorar tudo que mais caía e entender todo o restante. Jamais deixaria de pelo menos entender um ponto da matéria cobrada na discursiva, mesmo sendo algo muito complexo.
Principais acertos: fazer MUITAS questões e resumos/flash cards.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Juvenal: No início pensei muito em desistir e aceitar os convites para seguir na advocacia, mas depois que engrenei nos estudos tive a certeza que jamais desistiria. Tinha dias que o estudo não rendia praticamente nada, mas eu voltava com tudo no dia seguinte.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Juvenal: Não ter plano B. Minha motivação sempre foi ter apenas o plano A: passar! Lógico… se a pessoa está estudando para um concurso muito complexo, talvez seja interessante ter um plano B. Isso não significa que você deve largar tudo por causa dos concursos, mas seu foco total deve ser nas provas. Até passar!,
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar onde você chegou!
Juvenal: APENAS COMECE! E não é começar amanhã, no fim de semana, na segunda, depois do carnaval, depois da formatura ou depois do fim do ano. COMECE HOJE! AGORA! O tempo vai passar e você estará em uma das duas situações: 1. ver que valeu a pena e perceber que faria tudo de novo; 2. pensar “AH, SE EU TIVESSE COMEÇADO DAQUELA VEZ…”
