Aprovada em 27° lugar no concurso PC AL no cargo de Agente de Polícia

“Como diria Guimarães Rosa: “Quem elegeu a busca não pode recusar a travessia”. Tudo vai valer a pena, AVANTE!”
Confira nossa entrevista com Júlia Lacerda, aprovada em 27° lugar no concurso PC AL no cargo de Agente de Polícia:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formada em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Júlia Lacerda: Sou formada em direito, tenho 23 anos e sou sergipana, da cidade de Aracaju.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial/Segurança Pública?
Júlia: Minha mãe sempre me incentivou a estudar para concurso, mas foi quando exerci um cargo em comissão no Tribunal de Justiça que despertei verdadeiramente para o mundo dos concursos. Lá dentro, pude observar as vantagens de ser servidor público, a estabilidade e a satisfação das pessoas que conviviam comigo e decidi que estudaria para atingir esse objetivo.
Nesse contexto, meu namorado, que já é concursado, comentou que em alguns meses sairia o edital da PRF 2021 e falou sobre as prerrogativas da função, o número de vagas e o desejo de estudar para esse concurso. Isso me motivou a iniciar meus estudos para o referido certame. Adquiri o material do Estratégia e comecei a caminhada. Nesse meio tempo, pesquisei muito sobre a instituição, o que aguçou minha curiosidade para outras corporações policiais e, finalmente, percebi que era a área policial que fazia meu coração bater mais forte (risos). Fui desclassificada do concurso da PRF por um toque de despertador, mas essa experiência me fortaleceu e aproveitei o conhecimento adquirido para aprimorar meu método de estudo e me dedicar ao certame da PC AL que foi publicado pouco tempo depois.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseira, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Júlia: Inicialmente, eu trabalhava de 7h às 13h e estudava no tempo livre. No entanto, há alguns meses, a troca de gestão do Tribunal levou à mudança dos cargos em comissão. Dito isso, devido à proximidade de certames do meu interesse, decidi ficar em casa me dedicando aos estudos e tive o privilégio de ter um companheiro que me deu todo o apoio.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovada? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Júlia: No período em que me dediquei à PRF 2021, surgiram dois certames de prefeituras dentro do meu estado. Como nunca havia prestado concurso público, decidi fazer a fim de adquirir experiência de prova. Fui aprovada para a Prefeitura de Cristinápolis, 92 pontos, 3º lugar; Prefeitura da Barra dos Coqueiros, 90 pontos, 62º lugar;
Por fim, Polícia Civil de Alagoas, 115,74 pontos, 27º lugar.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados na primeira fase do certame?
Júlia: É um misto de sensações. Acho que levam alguns dias até a ficha cair e a gente perceber as mudanças que podem ocorrer desde aquele momento. Estou muito feliz por recompensar meus esforços e honrar minha família que sempre investiu muito em minha educação. Meus pais sempre diziam “conhecimento adquirido é o que nunca poderá ser tomado de você, aproveite.”. Isso sempre fez parte dos meus valores e poder colher os frutos em família é muito gratificante.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Júlia: Sempre fui muito “rueira”, mas o início dos meus estudos coincidiu praticamente com o início da pandemia do Covid-19. Minha cidade, que já é pequena e com poucas opções de lazer, inicialmente, funcionava à base de serviços essenciais. Meu trabalho passou a adotar métodos de rodízio para evitar aglomeração e aproveitei essa situação caótica para dedicar meu tempo livre aos estudos. Posteriormente, as coisas foram normalizando, no entanto, eu já havia pegado o “embalo” e fui selecionando minhas atividades de lazer. Abdiquei de muitas coisas, mas também tive distrações em alguns finais de semana, pois percebi que quando tentava adotar uma postura muito radical, meu rendimento caía e sentia uma certa impaciência ao estudar. Então, optei por entretenimentos leves. Não perdia noite, não bebia, nem nada do tipo, porque sabia que prejudicaria minha concentração e minhas metas do dia seguinte.
Estratégia: Você é casada? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseira? Se sim, de que forma?
Júlia: Moro com meu namorado e não tenho filhos. Sempre tive apoio da minha família, que preza muito por estabilidade. Diariamente, tive apoio em casa do meu companheiro, já servidor público, por meio de incentivos, dicas de estudo que funcionaram para ele, uma ajudinha maior com os compromissos diários com a casa e os cachorros e programas dentro de casa, evitando sair muito para que eu pudesse me manter focada.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Júlia: Acho que vale a pena fazer outros concursos com foco diferente do objetivo maior desde que os assuntos dos editais sejam compatíveis. Se os concursos não forem muito próximos uns dos outros e sobrar um tempinho para conteúdos a mais, também acho interessante considerar opções. Na verdade, é uma decisão delicada e pessoal, porque depende do tempo de cada um, da proximidade das provas, do domínio sobre os assuntos, capacidade de assimilação entre outras coisas.
Pretendo continuar estudando para carreiras policiais e conhecer melhor os cargos de atuação dessa área que escolhi.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Júlia: Estudei 3 meses com foco no edital da PC AL.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Júlia: Sim, sempre plantava a ideia de que o edital poderia sair na semana seguinte e que eu tinha que aproveitar a oportunidade, pois a sensação de arrependimento por ter procrastinado seria bem pior. Se eu tinha aquele tempo livre e um objetivo, não fazia sentido desperdiçá-lo com rede social ou com qualquer outra coisa que não me acrescentaria nada. Claro que a disciplina nem todos os dias funcionava, mas tentei cobrar o meu melhor.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Júlia: De modo geral, eu estudava por PDF e lei seca. Acho que o PDF tem a vantagem do estudo mais ágil e mais completo do que videoaulas. A lei seca foi muito importante para acertar questões “letra de lei”. Mas, em Informática recorri às videoaulas em alguns assuntos por ter mais dificuldade e sentia que facilitava muito meu entendimento.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Júlia: Minha cunhada é concurseira e falava maravilhas do curso e dos professores. Como eu nunca havia estudado para concurso, resolvi seguir a indicação. Desde então, sempre estudo pelos materiais do Estratégia com muita satisfação.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Júlia: Tentei algumas vezes montar um plano de estudos com matérias pré-selecionadas, dias da semana, ciclos fixos de revisões e todos esses métodos, mas não obtive êxito. Quando percebi que eu não conseguia estudar nesses padrões, resolvi fazer uma lista com as matérias do concurso e o número de PDFs ao lado e apenas atualizava o quantitativo. Estudava o que eu estava com vontade na hora ou o que eu sentia que estava com mais dificuldade, sempre acompanhando o quantitativo de PDFs a fim de zerar o edital num ciclo de PDF e lei seca. Dessa forma, estudava de 8 a 10 horas diárias, às vezes mais, às vezes menos. Estudava várias matérias num dia para “desenjoar” dos conteúdos, não fazia resumos e focava em ler e reler minhas marcações. Além disso, fazia exercícios e simulados como “termômetro” do meu conhecimento.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Júlia: Tinha mais dificuldade em informática e senti que videoaulas e questões facilitaram meu entendimento na matéria.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Júlia: Na semana que antecedeu a prova tentei estudar apenas o que errei em questões, simulados e materiais de revisão. Pretendia estudar na véspera da prova, mas logo pela manhã percebi que meu rendimento estava baixíssimo. Por isso, decidi não estudar. Fui à praia, assisti televisão e relaxei.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Júlia: Fiz uma média de duas redações por semana, pesquisei possíveis temas e li sobre assuntos de interesse da banca a fim de melhorar minha argumentação. Aconselho contar com um professor para correções com o objetivo de superar os erros e evoluir.
Estratégia: Como foi sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Júlia: Estou me exercitando e cuidando da minha alimentação. O objetivo é me fortalecer física e psicologicamente.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Júlia: Acho que os principais erros que cometi foram as comparações. Escutava pessoas que estudavam até a madrugada e métodos de estudo que não conseguia seguir e tentava obstinadamente fazer igual, sem sucesso. Isso me deixou muito frustrada.
Meu maior acerto foi perceber a tempo que cada um tem seu método e o que funciona para um, muitas vezes, não funciona para o outro e tá tudo bem. Consegui medir minhas dificuldades e estabelecer o que dava certo para mim, segui minha intuição, meus resultados e persisti nas minhas apostas.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Júlia: O mais difícil, na minha opinião, é a constância, nem todos os dias estamos com o mesmo estado de espírito (risos). Pensei em desistir em um dia ou outro de cansaço, mas me apeguei às oportunidades próximas para dar meu melhor e seguir em frente.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Júlia: Estabilidade para construir meus objetivos pessoais e seguir uma linha profissional com a qual me identifiquei nos últimos tempos.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Júlia: Eu aconselharia fixar um objetivo e estabelecer as melhores maneiras de alcançá-lo. Buscar conhecimento de outras pessoas que passaram pelas mesmas coisas para clarear a caminhada e desvendar a melhor forma de adaptar essas informações às suas necessidades reais. Afinco para alcançar suas metas e finalizar essa passagem o mais rápido possível, pois é cansativa e tem seus percalços, mas, como diria Guimarães Rosa: “Quem elegeu a busca não pode recusar a travessia”. Tudo vai valer a pena, AVANTE!