Aprovado em 4° lugar no concurso TC-DF para o cargo de Auditor de Controle Externo - Auditoria
Concursos Públicos“Treinar, treinar, treinar… Na hora certa a recompensa virá”
Confira nossa entrevista com Joelson Fernandes Carlos Filho, aprovado em 4° lugar no concurso TC-DF para o cargo de Auditor de Controle Externo – Auditoria:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Joelson Fernandes Carlos Filho: Meu nome é Joelson Fernandes, sou formado em engenharia civil pela UFRN, tenho 33 anos e minha cidade natal é Natal/RN (rs).
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Joelson: Meus antigos chefes, Bruno Grande e Sérgio Coutinho, tiveram papel fundamental. Na época, eu estagiava no MPF, e vislumbrava empreender no ramo da construção civil, mais especificamente na área da acessibilidade (a futura empresa já tinha até nome, Sem Limites Acessibilidade rsrs).
Porém, esses meus chefes viam um potencial para concursos em mim que nem eu mesmo via, de modo que praticamente me “forçaram” a tentar uma primeira prova (engenheiro civil do MPRN, 2017): “vai lá, Joe, faz essa prova, você leva jeito etc”.
Depois disso, Bruno pagou para mim o curso do Estratégia para Auditor de Obras do TCEPE 2017, sem esperar nada em troca, só confiando no meu potencial, e mais uma vez me instigou a fazer uma prova.
Daí, fiquei em 8º lugar no MPRN (só chamaram 2), e fiquei a 4 pontos de ter a discursiva pra Auditor do TCEPE, tudo isso com cerca de 2 meses de estudo para cada.
Esses desempenhos animadores junto de um setor da construção civil que vinha quase parando em 2015 me fizeram repensar meus planos e, assim, dar uma chance ao que meus irmãos/chefes/amigos, Bruno e Sérgio, pensavam para mim.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Joelson: Sim. Para falar a verdade, eu só estudei para valer na última semana antes da prova (não aconselho). Como trabalho por metas, pude combinar com meu chefe para dar uma reduzida na carga de trabalho durante a semana pré-prova, e depois compensei nas semanas seguintes.
Em resumo, eu me inscrevi para o TCDF quando faltavam 9 semanas para a prova.
Nas 8 primeiras, eu estudava cerca de 1h por dia apenas, de forma a não interferir no meu regime de trabalho.
Na última semana, eu dei uma segurada no trabalho para compensar depois, e estudei cerca de 50h.
Todavia, vale ressaltar que essa aprovação só veio por causa da bagagem de cerca 6 anos estudando para a área de controle que eu tinha até então, fora que tinha batido na trave na CGU e no TCU, em ambos por 1 ponto.
Falo isso para que quem continua na estrada não acredite que uma aprovação desse tipo é regra geral. Na verdade, foi uma exceção, tanto que até agora eu estou meio anestesiado com ela (rs).
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Joelson: Acho importante falar também das reprovações. Então, lá vai o rol de ambas:
REPROVAÇÕES:
- Engenheiro Civil UFRN, 2015;
- Auditor de Obras TCEPE, 2017;
- TCERJ 2021;
- TCDF 2021
- CGU 2022;
- TCU 2022;
APROVAÇÕES:
- Estagiário de engenharia civil, MPF, 2015 (1º lugar. Embora tenha sido concurso para estágio, foi o que despertou em meus chefes a confiança em mim);
- Engenheiro Civil MPRN, 2017, (8º lugar, não fui nomeado);
- Analista de Controle Externo, engenharia, TCEMG, 2018 (9º lugar (cargo atual);
- Auditor de Controle Externo – auditoria TCDF, 2023 (4º lugar).
A princípio, aposentei as canetas, salvo se alguma coisa lá na frente reacender a chama.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Joelson: De 2018 a 2022, eu me preparava como um atleta olímpico. Praticamente não tinha vida social (não aconselho).
Em 2023, nessas 9 semanas para o TCDF, vivi normalmente durante 8 semanas, e só dei o gás na última.
Até brinco com meus amigos próximos que eu tive mais horas relaxando do que estudando, isto é, foram cerca de 200h aproveitando a vida, e só 100h estudando na reta final. A realidade é que isso acabou sendo um diferencial pra mim, mas, de novo, só por causa da bagagem que tinha.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Joelson: Na preparação para o TCEMG (2018), eu tinha problemas com uma madrasta, que me queria fora de casa. Ela deveras não apoiava. Porém, eu transformei isso em uma de minhas maiores motivações para estudar para o TCEMG, e ajudou demais, afinal a aprovação veio.
De resto, acho que os demais familiares e amigos, em que pese sempre cobrassem que eu aparecesse nos eventos, entenderam bem e sempre foram meus incentivadores.
Ainda, tenho que lembrar do grupo de whatsapp, “4/9 auditores”, em que todos os dias, eu e mais 8 amigos de infância trocamos experiências sobre concursos de alto desempenho, seja na forma de angústias, medos, desesperos, seja na forma de alegrias, conquistas, comemorações. Isso daqui certamente foi fundamental. Começamos como “0/3 auditores”, mas qualquer dia chegaremos a “9/9 auditores”, se Deus quiser.
Por fim, minha eterna namorada, Marion, foi fundamental. Ela foi meu porto seguro e segurou as pontas comigo nas horas mais difíceis.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Joelson: Para o TCDF, estudei cerca de 9 semanas apenas (50h nas 8 primeiras, 50h só na última). Na verdade, não teve muita disciplina. Foi uma preparação fora da curva e muito arriscada, mas que graças a Deus deu certo.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Joelson: Utilizei de tudo um pouco. PDF certamente foi 80% da preparação, e os outros 20% foram distribuídos entre videoaulas, site de questões e livros.
A vantagem do PDF é a velocidade com que se avança no conteúdo. Por outro lado, muitas vezes o PDF não é capaz de explicar de forma simples temas muito complexos, tampouco é capaz de conter 100% dos assuntos.
Já quanto às videoaulas, o lado bom é que o professor consegue explicar de forma mais leve temas bastante “cabeludos”. Utilizei ao longo dos meus muitos anos de estudos para as disciplinas de Economia, Estatística e Análise de Dados. Porém, as videoaulas consomem bastante tempo, principalmente para pessoas que, assim como eu, não gostam de acelerar as aulas (eu acabo ficando mais ansioso).
Com relação ao site de questões, o principal diferencial é a possibilidade de filtrar questões por banca, ano e incidência. Aqui você cria intimidade com a prova que irá prestar. Não obstante, estudar só por aqui é um risco, visto que deixa muitas lacunas, as quais só os PDFs, videoaulas e livros podem fechar.
Por fim, a vantagem dos livros é entender o assunto de forma aprofundada. Como sou muito detalhista/analítico, muitas vezes o PDF ou a videoaula não me satisfaziam quanto a tópicos específicos, e aí eu recorria aos livros. Contudo, o lado ruim dos livros é que eles tomam muito tempo, por isso só aconselho utilizar para dúvidas pontuais.
Portanto, o segredo é utilizar o melhor de cada tipo de material, sempre ponderando o custo benefício de cada um deles, e o principal, se você está entendendo a disciplina e convertendo isso em desempenho nas questões.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Joelson: Eu estudo há tanto tempo que não me lembro bem como conheci o Estratégia, mas acredito que tenha sido por meio do meu chefe lá no MPF, o que me incentivou a estudar para concursos. Acho que ele utilizou o Estratégia na preparação dele também, lá nos primórdios.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos?
Joelson: Estudei durante alguns dias por um material horrível, era basicamente um crtl c + ctrl v de buscas no google. Pior que vez ou outra ainda tem gente vendendo esse tipo de material por aí. Não consigo nem considerar um concorrente do Estratégia, visto que não dava para ser aprovado com aquilo. Ainda bem que percebi rapidamente que aquele material não servia e que me apresentaram o Estratégia.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação?
Joelson: Sim, o material do Estratégia é diferenciado. Os PDFs costumam cobrir 100% dos editais, o que dá bastante tranquilidade para o aluno.
Ademais, gostaria de fazer um elogio especial ao Passo Estratégico. Eu fui para a prova do TCDF sem nunca ter estudado previdenciário e empresarial antes, apenas estudando os assuntos que cobriam 80 a 90% do edital dessas disciplinas por meio do Passo Estratégico. Resultado, fiz 10 de 10 em cada uma deles (foi um baita diferencial, já que eu não dominava as disciplinas).
Aqui cabe um aviso também, embora eu nunca tivesse estudado empresarial e previdenciário antes, já tinha estudado direito civil algumas vezes, e tinha tido contato com o trabalho previdenciário em uma pós que fiz no TCEMG. De toda forma, o passo estratégico foi essencial, foi o que me salvou de verdade.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Joelson: Meu plano de estudos para o TCDF foi observar as lacunas que tinha e atacar diretamente elas. Por exemplo, nunca tinha estudado: conhecimentos do DF, empresarial e previdenciário. Ataquei conhecimentos do DF pelo PDF simplificado e as demais pelo passo estratégico.
Depois disso, revisei o edital inteiro na última semana, como um maluco. Fiz isso por meio de PDFs marcados que usei para o TCU 2022, vídeos no youtube e site de questões basicamente.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Joelson: Minhas revisões eram basicamente dos PDFs marcados e de cadernos de questões no site de questões.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Joelson: Fazer questões é a parte mais importante, pois é o que te aprova. Não tenho todos os dados, mas devo ter feito mais de 100 mil questões ao longo dos 6 anos de preparação.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Joelson: Tinha mais dificuldade em economia, estatística e análise de dados. Superei isso com videoaulas.
Ademais, mesmo estudando muito e tendo uma boa base, nunca fui bem em AFO, mesmo nas provas em que fui aprovado. Como fiz para superar? Simplesmente fui aprovado mesmo indo mal na disciplina hahaha. Isso daqui é um lema dos concursos, ao meu ver: “você será aprovado antes de estar pronto”.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Joelson: Na semana pré-prova, respirei estudos. Cerca de 8 a 10h por dia, em casa, no uber, no avião etc.
No dia pré-prova, estudei das 9h da manhã até 1h da manhã do domingo. Não aconselho, mas foi o que meu instinto mandou fazer naquele dia. Como regra, eu não fazia isso em outras provas, mas foi um diferencial na do TCDF.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Joelson: Como trabalho no TCEMG com temas semelhantes à discursiva, sobretudo no que diz respeito à peça técnica, não me preocupei tanto com a discursiva. Apenas me certifiquei de entender as formalidades necessárias e de absorver o conteúdo da prova. Todavia, não treinei uma discursiva sequer.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
ERROS:
- Achar que as coisas acontecem no meu tempo, e com isso colocar muita pressão desnecessária sobre mim mesmo (acho que foi o que me reprovou em TCU e CGU);
- Acelerar na hora errada, isto é, gastar minha energia toda há 6 meses de uma prova, estudando 40h semanais e trabalhando, quando o sprint só deve ser dado mais próximo, a depender do contexto de cada um;
- Faltar a eventos que só acontecem uma vez na vida: na reta final para o TCU faltei ao casamento de um grande amigo e faltei ao aniversário de outro, perdendo inclusive a oportunidade de ver por uma última vez o pai dele, que estava com um câncer terminal.
ACERTOS:
- Empenhar minha alma e meu sangue no projeto de vida de ser aprovado em um concurso de alto desempenho, em que pese os erros citados;
- Juntar-me a outras pessoas com os mesmos objetivos (grupo dos “04/09 auditores”);
- Resiliência: apanhar, chorar, se levantar, apanhar de novo, chorar de novo, se levantar de novo, repetidas vezes, até chegar lá.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Joelson: Não pensei em desistir. E a resposta para isso não se encontra na pergunta “o que te motivou”, mas sim na pergunta “quem te motivou”.
Em 1998 uma pessoa estava em seu leito de morte, com uma leucemia gravíssima, e pediu para ver seus filhos e seu marido por uma última vez.
Essa pessoa, mesmo partindo para uma outra dimensão, fez um único pedido para o seu marido, qual seja, “cuide dos nossos filhos”, referindo-se principalmente aos estudos deles, para que se tornassem “alguém” na vida.
Essa pessoa foi minha mãe.
Depois que eu me toquei da força dessa missão, nunca mais me senti desmotivado em minha vida, para nada, sobretudo quando o assunto é estudar.
Então, uma dica que eu dou para quem continua aí na estrada é que valorize quem cuidou de você, seja seus pais, seja seu avós etc. Valorize e busque motivação neles, por eles. Isso faz toda a diferença. Uma coisa é fazer uma prova com o coração “frio”, outra coisa diametralmente oposta é fazer a prova com o “coração em chamas” porque você está motivado, lutando por alguém.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Joelson: “Treinar, treinar, treinar… Na hora certa a recompensa virá”.