
“Tenha confiança nos momentos em que passou estudando. Mas considere, também, que outros estão estudando para competir com você. Essa consideração, sem demasia, é importante para a manutenção do foco e da disciplina. Procure manter um equilíbrio entre a autoconfiança e a noção da competitividade do certame”.
Confira nossa entrevista com João Cursino, aprovado em 3º lugar para Analista Ambiental 2 no IBAMA:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
João Cursino: Sou formado em Relações Internacionais, curso 2ª graduação em Direito, tenho 24 anos, nascido e criado em Brasília.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para o concurso?
João Cursino: Principalmente o desejo de alcançar independência financeira. Mas também pesou na decisão o interesse pela carreira do meio-ambiente.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
João Cursino: Fazia um estágio que me tomava 4h/dia. Estudava no tempo que sobrava. Além disso, durante parte da preparação, tirei férias.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
João Cursino: O Ibama foi minha primeira aprovação! E não penso em continuar estudando agora, pretendo conhecer o trabalho do órgão primeiro.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
João Cursino: Desde o lançamento do Edital do concurso, conto nos dedos as vezes em que saí de casa.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira? De que forma?
João Cursino: Sou solteiro e não tenho filhos. Apoio da família e dos amigos, tive muito. Minha mãe e meu pai, com quem moro, proporcionaram todo o suporte material necessário. Meus amigos também sempre me apoiaram. Entendiam quando eu dizia que não podia sair à noite e até me ligavam pra que eu acordasse cedo ou pra que eu fizesse algum exercício físico.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
João Cursino: Estudei para o concurso desde que tomei conhecimento da existência do Edital, no dia 17 de dezembro. A partir daí, estudei quase todos os dias, com algumas exceções, por motivos de luto familiar. Acho que a disciplina veio, principalmente, do desejo de passar no concurso. O interesse por essa carreira específica ajudou, assim como a expectativa de que o tempo de estudo fosse curto, já que foi pequeno o tempo entre o lançamento do Edital e a realização da prova. Outro ponto que acho que me ajudou a manter a disciplina foi a prática regular de exercícios físicos; com o exercício, o corpo fica mais disposto e a mente, em consequência, também.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
João Cursino: Eu usei, basicamente, as apostilas e o sistema de questões do Estratégia. Não gostava de assistir às videoaulas pois achava que eram muito demoradas, até por, muitas vezes, incluírem assuntos que eu já dominava. Sentia meu tempo render mais lendo as apostilas e resolvendo questões; desse modo, eu selecionava os assuntos e só me debruçava sobre aquilo de que realmente não tinha conhecimento.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
João Cursino: Achei no Google. Um amigo meu já tinha me dito que era um bom curso.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
João Cursino: Gostei, acima de tudo, das questões objetivas. As questões comentadas das Apostilas, assim como o sistema de questões, são ferramentas excepcionais. No sistema de questões, você pode filtrar questões pela banca, pelo assunto, pelo ano, pela dificuldade. Assim, você cria listas intermináveis de questões, focadas na sua banca e naquele assunto específico. Ao resolvê-las, você estuda o que realmente será cobrado na sua prova.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
João Cursino: Eu defini como meta para mim mesmo escrever um caderno inteiro, cobrindo todo o conteúdo do Edital. Ia estudando pelas Apostilas e anotando nesse caderno. Ao final de cada conteúdo estudado, marcava no Edital – que eu imprimi e coloquei em tópicos –, o tipo de estudo que tinha feito sobre determinado assunto, se tinha escrito no caderno, lido, marcado, resolvido questões. Ao final da trajetória, sabia exatamente qual tipo de estudo havia realizado para cada tópico do Edital, de modo que não me “perdi” em meio a tanto conteúdo. No mais, não tinha plano definido a respeito de quais matérias estudar diariamente. De manhã, passava o olho no Edital e decidia qual seria o tópico a ser estudado. Levava em consideração o quanto já tinha estudado de determinada matéria, minha percepção sobre a probabilidade daquilo cair na prova e até meu interesse, naquele momento, em estudar um ou outro conteúdo. Quanto às horas diárias líquidas de estudo, devo ter estudado uma média de 4h/dia entre o lançamento do Edital e a realização da prova.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
João Cursino: Eu escrevi um grosso caderno com todo o conteúdo do Edital. Revisei, basicamente, por ele. Fiz também todos os simulados pré-prova do Estratégia. E, claro, sempre resolvia questões.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
João Cursino: A resolução de exercícios é fundamental, pois te dá a noção dos detalhes que a banca cobra. Ou seja, você estuda o que realmente será cobrado na sua prova. No total, devo ter resolvido algo em torno de 2.000 questões.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
João Cursino: Acredito que tenha sido Noções de Tecnologia da Informação, porque eu nunca tinha visto o assunto antes. Li as apostilas, escrevi no caderno e resolvi questões. Além disso, por ser uma matéria que não tinha grande quantidade de questões, deixei um pouco em segundo plano. Estudei mais as matérias que teriam maior incidência na prova.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
João Cursino: Na semana anterior à prova, em parte do dia, continuei a rotina normal de ler as Apostilas e escrever no caderno, pois ainda faltavam alguns detalhes a cobrir do Edital. No tempo que sobrou, intensifiquei a resolução de exercícios. No dia pré-prova, acordei às 8h e fiquei até as 23h por conta de reler todos os mínimos detalhes do caderno que havia escrito desde o início da preparação.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
João Cursino: Eu não fiz preparação específica para a prova discursiva. Eu tinha feito, alguns meses antes, um ótimo curso de Redação on-line, com correções individualizadas, que me ajudou muito na forma. Quanto ao conteúdo, o estudo das Apostilas do Estratégia foi suficiente para que eu soubesse a resposta da questão discursiva, visto que foi uma questão bem objetiva (perguntava se certa pretensão era ou não imprescritível). No entanto, somente saber a resposta objetiva não bastava para desenvolver o assunto em 30 linhas e acredito que a familiaridade com o Direito (visto que curso, há 3 anos, 2ª graduação em Direito) foi essencial para que eu pudesse escrever boa resposta.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
João Cursino: Acredito que o principal erro foi focar muito em detalhes das leis. Normalmente, as partes cobradas são as mais gerais. Por exemplo, estudei todos os detalhes do texto principal e dos anexos da Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes, e o que caiu na prova foi o preâmbulo, que eu não tinha lido. Os principais acertos, por sua vez, foram ter estudado todos os tópicos do Edital, sem exceção, e ter resolvido muitas questões com resolução comentada.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
João Cursino: Em alguns momentos bate o desânimo, porque é muito grande a quantidade de conteúdo a ser estudada. Mas segui em frente porque o Edital já tinha sido lançado e, na pior das hipóteses, seria só uma nova experiência, em que eu aprenderia sobre meus limites e minhas capacidades.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
João Cursino: Diria para pegar firme no momento em que está estudando. Se sente que o estudo não está rendendo, que está se distraindo, vá fazer outra coisa, comer algo, tomar um banho, conversar com alguém. Também recomendo prezar mais pela regularidade que pela intensidade. Se estudar poucas horas em um dia, não tem problema, desde que estude amanhã, depois de amanhã, de novo e de novo. Além disso, se está estudando regularmente, não deixe que pensamentos como “não vou conseguir” te atormentem. Tenha confiança nos momentos em que passou estudando. Mas considere, também, que outros estão estudando para competir com você. Essa consideração, sem demasia, é importante para a manutenção do foco e da disciplina. Procure manter um equilíbrio entre a autoconfiança e a noção da competitividade do certame. Outro ponto que aconselho é a prática de exercícios físicos regulares, concomitantes ao estudo. Eu corri 40 min/dia, durante 2/3 dos dias entre a publicação do Edital e a prova. Acredito ter sido importante tanto para que eu conseguisse manter o ritmo de estudos durante a preparação, quanto para que estivesse com a mente ágil e preparada no dia da prova. No entanto, cada um é cada um, e conheço pessoas que passaram em concursos concorridos sem ter feito um dia de exercício físico sequer. Creio que não há um caminho das pedras definido. Existem diversas estratégias, que podem se adaptar melhor ou pior a você. O primeiro passo é experimentá-las.