Aprovado no concurso da PRF
“Duas coisas me motivaram: primeiro, o instinto de sobrevivência, afinal, era estudar e passar, ou desistir de vez e acabar vendo todos os meus planos e sonhos irem por água abaixo. E, segundo, a vontade de ser Policial Rodoviário Federal que, sem dúvidas, é uma profissão apaixonante”
Confira nossa entrevista com Israel Cavalcante Alencar, aprovado no concurso da PRF para o estado do Mato Grosso (3ª turma):
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Israel Cavalcante Alencar: Meu nome é Israel Cavalcante Alencar, tenho 28 anos e sou natural de Fortaleza/CE. Sou formado em Administração de Empresas e hoje sou Policial Rodoviário Federal.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?
Israel: Eu iniciei os estudos em 2016. Tinha acabado de terminar a faculdade e vislumbrei a carreira no serviço público como uma ótima oportunidade profissional. Sempre tive interesse na área policial. É uma profissão muito dinâmica, nenhum dia é igual ao outro. Além disso, você sente que pode fazer, e faz, diferença na vida das pessoas.
Entretanto, não havia indicativo de novos concursos para PRF ou PF naquela época, então acabei por focar na área fiscal, já que a perspectiva de concursos para essa área era maior. Acho que esse foi um grande erro, pois o ideal é você buscar estudar para algo que de fato seja do seu interesse ou do seu perfil, independentemente de o concurso estar autorizado ou não. Foi somente no final de 2017 que decidi focar na área policial.
Estratégia: Durante sua caminhada como concursando, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Israel: Quando comecei a estudar para concursos, eu trabalhava meio período como revendedor de perfumes e cosméticos, e estudava no restante do dia. Não cheguei a me dedicar integralmente aos estudos. É possível passar em um concurso enquanto se está trabalhando, porém isso requer bastante organização e determinação.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Israel: Fui aprovado no último concurso da PRF, em 2019, e me formei no CFP 2020.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Israel: O convívio social diminuiu bastante, obviamente. Acredito que os estudos devam ser a prioridade na vida do concurseiro. Entretanto, é preciso separar um tempo também para a família. Ter um certo equilíbrio é fundamental para a saúde física e mental.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Israel: Quando iniciei os estudos eu já namorava com a Natália, que hoje é minha esposa. Minha esposa e meus pais sempre me apoiaram nessa caminhada, seja financeiramente ou emocionalmente. Acredito que esse apoio me ajudou bastante, principalmente nos momentos de dúvidas, incertezas e cansaço.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Israel: Não vale à pena. Antes de começar a estudar para algum concurso, estude sobre a carreira. Não adianta estudar só em busca de estabilidade financeira e profissional, tem que ser uma profissão/cargo que de fato seja do seu interesse. Principalmente na área policial. O policial corre riscos que demais servidores não correm, então tem que ser de fato algo que você almeja para sua vida profissional. Hoje eu me sinto realizado e não trocaria a PRF por nada.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Israel: Comecei a estudar para a PRF no final de 2017, pouco mais de um ano antes da prova.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Israel: Sim. Quando comecei a estudar para a PRF, o concurso ainda não havia sido autorizado. Estudar antes de sair o edital é um pouco difícil, porque, de certa forma, você busca algo que dê um norte aos seus estudos. Por isso que é importante utilizar o edital do concurso anterior, pois ele pode servir de base enquanto o edital ainda não foi publicado.
Não adianta querer ser disciplinado nos estudos após o edital sair. O ideal é você já estar disciplinado e com um certo avanço nas principais matérias quando o edital for publicado. Pode até demorar 1, 2, 3 anos, mas quando ele for publicado, a prova já estará batendo à porta. É preciso se antecipar.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Israel: Eu utilizei vídeo-aulas, PDF’s, lei seca e simulados na preparação. Eu não tinha tempo para fazer curso presencial, então a maior parte do tempo eu dedicava estudando pelos PDF’s. Quando tinha alguma dúvida quanto a um assunto abordado no PDF, eu recorria às video-aulas. Para quem trabalha e estuda, os PDF’s, além de otimizarem o tempo de estudo, ajudam a fortalecer o conhecimento dos assuntos, pois já vêm com questões comentadas.
A outra principal ferramenta, na minha opinião, são os simulados. Não somente para você mensurar o seu desempenho e evolução, mas também para você se deparar com questões inéditas, saber controlar tempo de prova e desenvolver sua própria estratégia de resolução da prova.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Israel: Conheci pela internet mesmo. Vi que não estava evoluindo muito nos estudos com apostilas e video-aulas, então procurei um curso que tivesse um material de estudos diferenciado. Depois que vi como eram os PDF’s do Estratégia, gostei muito da metodologia e resolvi assinar.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Israel: Eu estudava em média 4 matérias por dia. Eu fazia um plano de estudos semanal e mensal, colocando mais horas semanais para aquelas matérias que valeriam mais pontos na prova, como Português, Legislação de Trânsito, Raciocínio Lógico e Direito Penal e Processual.
Montei meu plano de estudos baseado na minha rotina, considerando trabalho e atividade física. Eu estudava de 4 a 5 horas líquidas por dia. Após o edital sair, eu passei a estudar 6 horas líquidas. Meu único dia de descanso era no Sábado. Eu não fazia resumos pois perdia muito tempo, meu estudo era mais focado em exercícios. Eu também fazia releitura dos principais assuntos e refazia exercícios que eu tinha errado ou ficado com muita dúvida.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Israel: Todo mundo tem dificuldade em alguma disciplina. Pra mim era física e informática. Cheguei até a dedicar algumas horas a mais para essas matérias, mas o desempenho não aumentou muito. Na prova, só fiz 2 pontos de 6 em Informática, e 0 de 6 em Física (decidi não marcar nenhuma para não correr o risco de perder pontos em questões que havia acertado). Legislação de Trânsito também não era o meu forte, mas como eu tinha feito muitas questões e simulados, além de ter dedicado bastante tempo para revisão, acabei tendo um ótimo desempenho na prova objetiva e na redação.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Israel: Na última semana fiz apenas questões, 2 simulados e revisão dos principais assuntos. A véspera da prova foi um dia misto, eu diria. Descansei durante o dia e à noite revisei alguns assuntos que eu achava que poderiam ter mais possibilidade de cair. Inclusive tive a sorte de revisar parte do tema que caiu na redação!
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Israel: Aconselho fazer, antes mesmo do edital sair, no mínimo 1 redação por semana. Estudar mais a fundo alguns temas específicos também é importante. Para a PRF, eu diria que você tem que estar com um conhecimento mais aprofundado em Legislação de Trânsito, Direito Penal e Direito Constitucional. O domínio sobre o tema é o que mais conta na hora da redação e um conhecimento mais técnico também pode ser um diferencial.
Estratégia: Como foi sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Israel: Eu já tinha costume de treinar 3 vezes por semana. Após o edital sair, abandonei um pouco o treino mais genérico de musculação que eu fazia e foquei apenas em exercícios que ajudariam no TAF, como abdominais, exercício específico para o salto, corrida de 12 minutos ou intervalada e treino de barras.
Para as demais etapas, estudei um pouco sobre teste psicotécnico. Para a fase do exame médico, recomendo sempre cuidarem da saúde e terem uma boa alimentação, com ou sem edital. Cuidar da saúde é importante, sendo concurseiro ou não.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Israel: Acho que o maior erro foi não ter focado para PRF desde 2016, quando iniciei os estudos para concurso. A autorização do concurso pode demorar, mas um dia chega e, com certeza, vai ter gente que vai estar mais preparada do que você quando ele for autorizado. Outro erro foi não ter estudado por PDF’s desde o início. Perdi muito tempo fazendo resumos.
O maior acerto, com certeza, foi decidir me dedicar à área para qual tenho perfil e interesse em trabalhar. É muito importante você ser apaixonado pela sua profissão. Isso terá reflexos na qualidade do serviço que você presta à sociedade e na sua felicidade também.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, o que te motivou a seguir em frente?
Israel: O mais difícil foi a incerteza se eu iria passar ou não, e depois, se seria chamado ou não. Há momentos sim, em que pensei em desistir, afinal sou ser humano e nossa mente tem a tendência de nos fazer buscar o conforto.
Duas coisas me motivaram: primeiro, o instinto de sobrevivência, afinal, era estudar e passar, ou desistir de vez e acabar vendo todos os meus planos e sonhos irem por água abaixo. E, segundo, a vontade de ser Policial Rodoviário Federal que, sem dúvidas, é uma profissão apaixonante.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados na primeira fase do certame?
Israel: É indescritível. No dia em que o Presidente da República assinou o decreto convocando o CFP 2020, ver o meu nome naquela lista foi um mistura de extrema felicidade e sensação de que tudo valeu à pena.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Israel: Estude bastante e se dedique ao máximo. O caminho até você se tornar um Policial Rodoviário Federal não é fácil. Do início dos estudos ao dia da formatura no CFP, nada será fácil. Porém, a recompensa final fará tudo valer à pena, afinal, você fará parte da melhor polícia do Brasil!