Aprovado em 32º no concurso PF 2021 para o cargo de Agente
“O conselho que eu dou é que não olhem apenas para o contracheque do cargo. Claro que é bom ter um cargo com uma boa remuneração, é bom ter dinheiro, mas esse tipo de motivação não se sustenta por muito tempo, seja durante a preparação ou após ser aprovado. Busquem também outras motivações: o futuro que você pode proporcionar para sua família, o serviço que você pode prestar para sua comunidade, a importância que aquele cargo possui na sociedade e que você terá ao assumi-lo.”
Confira nossa entrevista com Francisco Emerson Braga Mendes Junior, aprovado em 30º no concurso PF 2021 para o cargo de Agente:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Francisco Emerson Braga Mendes Junior: Sou da cidade de Nazarezinho, no estado da Paraíba. Tenho 25 anos. Formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal da Paraíba.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?
Francisco: Primeiramente, eu sentia vontade de servir meu país de alguma forma. Isso unido à insatisfação com o setor privado, tanto em relação a questões de remuneração como questões de instabilidade, me levou a procurar uma saída nos concursos públicos. Como eu trabalhava como autônomo em uma obra, com a pandemia fiquei sem emprego e isso me estimulou mais ainda a estudar para a Polícia Federal.
A escolha pela área policial veio do desejo de servir a população. Eu já havia começado a estudar para o concurso para o cargo de Engenheiro Civil da Marinha, porém, logo depois, começaram os rumores de que o concurso da PF estaria próximo. A partir daí, mudei o foco para a Polícia Federal.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Francisco: Quando eu comecei a estudar para Polícia Federal, já estava sem o meu emprego. Graças a Deus e a ajuda da minha esposa e de meus pais, tive a oportunidade de me dedicar inteiramente para esse certame.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Francisco: Não fui aprovado em nenhum outro concurso, apenas nesse da Polícia Federal. Os únicos concursos que prestei foram o da PRF e esse da PF.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados na primeira fase do certame?
Francisco: Como eu já havia corrigido pelo gabarito preliminar e obtido a pontuação de 93 pontos, fiquei mais tranquilo e já esperava estar entre os aprovados. Mas mesmo com uma boa pontuação, ainda fiquei apreensivo por causa da redação. Quando eu vi meu nome na lista, senti uma grande alegria, alívio e uma sensação de dever cumprido.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Francisco: Como eu precisava muito passar, adotei uma postura mais radical. Estudava de domingo a domingo. Nos sábados e domingos, dava uma relaxada na carga horária, mas sempre estudava. Saia apenas para ir à missa nos domingos e os momentos de lazer e descanso eram em casa, com minha família.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Francisco: Sou casado há 1 ano e 6 meses. Com a perda do meu emprego, eu e minha esposa fomos morar com meus pais. Quando eu tomei a decisão para estudar para PF minha esposa sempre me apoiou, ela sabia que eu era capaz mais do que eu mesmo. Foi o meu principal apoio em toda a preparação, ela muitas vezes me impulsionava quando eu só queria ficar parado e segurava a barra para que eu pudesse me dedicar exclusivamente para o concurso.
Meus pais sempre quiseram que eu estudasse para um concurso público, porque viviam a realidade do setor privado e não queriam que eu seguisse o mesmo caminho. Nós conversamos sobre a situação em que eu estava e eles passaram a me dar apoio financeiro e emocional para me dedicar inteiramente para o concurso.
Quando eu disse que ia seguir a carreira policial, eles ficaram um pouco resistentes no início, mas depois se acostumaram com a ideia.
Como meus pais estão morando no interior, para participar de todas as fases do concurso na capital, eu e minha esposa estamos atualmente na casa da minha sogra, em João Pessoa. A família da minha esposa também foi muito importante, principalmente na reta final, me ajudou em todas essas fases do concurso. Então, tive o apoio de toda a minha família para conseguir essa aprovação.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Francisco: Eu acho que depende da realidade de cada pessoa. No meu caso, foi bom eu ter me dedicado inteiramente para a Polícia Federal. Talvez se dividisse meu foco com outros concursos não tivesse alcançado essa aprovação.
No momento, eu não tenho pretensões de estudar para outro concurso. Vou esperar começar a atuar como policial federal, para ver se realmente corresponde ao que espero do cargo. Mas tenho o desejo de cursar direito, para, futuramente, prestar o concurso de Delegado da Polícia Federal. No momento, quero seguir carreira no órgão.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Francisco: Estudei durante 1 ano e 1 mês. Comecei em abril de 2020.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Francisco: Sim. Quando comecei a estudar, havia apenas os rumores que o concurso sairia.
Para manter a disciplina, eu cronometrava o tempo de estudo. Com a meta diária de carga horária, ficou melhor para me manter focado. Além disso, eu colocava na cabeça que aquela era uma oportunidade única que iria permitir que eu saísse da situação em que eu estava.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Francisco: Eu usei PDFs e videoaulas.
O PDF era o que usava mais. Eu imprimi todo o material, pois como gosto de escrever enquanto estudo, facilitava. Eu grifava as partes importantes e depois revisava pelos grifos. A desvantagem do PDF é o tempo que leva para concluí-lo.
As videoaulas eu usava em assuntos que tinha uma maior dificuldade ou nas revisões, quando eu estava cansado de revisar pelos PDFs. A desvantagem da videoaula é que ela não é tão aprofundada como os PDFs.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Francisco: Eu conheci o Estratégia Concursos pelos depoimentos de outros aprovados.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Francisco: Como não havia edital aberto, minha primeira preocupação era passar por todo assunto do edital, para me familiarizar com os assuntos e fazer uma primeira absorção dos principais tópicos. Eu usava uma planilha Excel para organizar os estudos, estudava várias matérias num mesmo dia. Nos dois primeiros meses, estudava cerca de 6 horas por dia, dedicando 2 horas para cada disciplina. As matérias com maior peso eu repetia durante a semana. No restante dos meses, eu passei a uma carga horária de 8 horas por dia, estudando 4 disciplinas no dia.
Eu estudava de domingo a domingo. No domingo fazia o simulado e a redação, não estudava a teoria.
Em meados de outubro para novembro de 2020 eu já tinha fechado o edital, a partir daí eu comecei a revisar. Nessa etapa, eu revisava, no máximo, 2 disciplinas por dia, mantendo a mesma carga horária de 8 horas.
Eu sempre foquei na repetição. Voltava quantas vezes fosse necessário no PDF e percorria os grifos que tinha feito. Mantive assim até as vésperas da prova.
Não cheguei a fazer resumos, mas tinha uma lista, para cada matéria, de pontos importantes e que eu não havia decorado ainda. Junto com as revisões eu fazia muitas questões em um desses projetos de questões da internet, isso me ajudou muito a perceber o estilo da banca.
Nos dois últimos meses antes da prova, eu cheguei a uma carga horária de 11 horas por dia, porém veio o adiamento. Infelizmente, eu não consegui manter o mesmo ritmo e tive uma queda de rendimento, mas graças a Deus isso não me custou a aprovação.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Francisco: Toda disciplina tinha seu grau de dificuldade. As que eu tinha mais dificuldade eram Informática e Português. Com o tempo, me acostumei com o estilo cobrado pelo Cespe na matéria de Português.
A disciplina que eu mais temia era informática, como existe muito assunto em TI, parecia uma matéria que não tinha fim. Isso fez com que eu dedicasse uma carga horária maior pra informática, cerca de 8 a 12 horas por semana.
Contabilidade tive um pouco mais de facilidade, já que sou da área de exatas, assim como Estatística e RLM. Estatística e RLM focava mais em exercícios depois que passei por toda a teoria. Já para contabilidade, como caíam mais questões, dedicava uma carga horária maior e focava também em exercícios.
As matérias de direito também não exigiam tanto, até porque caíam poucas questões comparado a outras matérias. Foquei na releitura dos grifos e nas questões.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Francisco: Depois do adiamento da primeira data da prova, eu não consegui manter o mesmo desempenho, então eu ia só revisando de uma forma mais leve, até porque fiquei com medo de acontecer outro adiamento.
Na semana que antecedeu a prova, eu foquei no meu material de anotações com os principais pontos de cada matéria. No dia que antecedeu a prova, eu dei uma descansada e assisti a um filme com minha família.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Francisco: Como eu fazia simulado nos domingos, também fazia a discursiva. Eu pegava temas da internet mesmo e fechei alguns pacotes de correção com o Estratégia, para ver como estava meu desempenho.
Assistia também algumas videoaulas, principalmente com a professora Janaína Arruda. Isso me ajudou a fazer alguns ajustes e conseguir a nota de 10,9 na redação.
Estratégia: Como foi sua preparação para o TAF?
Francisco: O TAF foi realizado no último domingo (04/07) e, graças a Deus, consegui alcançar os índices. Eu treinava cerca de 3 a 4 vezes por semana.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Francisco: Eu não consigo enxergar algum erro que tivesse me atrapalhado, talvez se não tivesse conseguido a aprovação ficaria fácil apontar algum. Mas eu faria tudo da mesma forma, acho que cada um tem a sua forma de estudar e eu sabia bem como eu conseguiria aprender da melhor maneira. Na preparação para concurso, acho importante você se conhecer bem, principalmente em relação ao aprendizado, as melhores formas que façam você reter mais conteúdo. Acho que esse foi um dos meus acertos, eu conhecia bem a didática de estudo que mais se adequaria a mim. Outro acerto foi organizar bem os dias da semana, cada um com suas matérias específicas e estabelecer as cargas horárias para cada disciplina de acordo com sua relevância, além de cronometrar todo esse tempo. Talvez, um possível erro tenha sido essa relaxada que dei após o adiamento, mas ainda assim alcancei um bom resultado.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Francisco: O mais difícil foi passar todo esse tempo sem emprego. Pensei muitas vezes em desistir e procurar outra saída. Se eu tivesse sozinho nessa caminhada com certeza não estaria dando esta entrevista, mas como tenho uma esposa maravilhosa, ela sempre me ajudava nesses momentos e me fazia enxergar o quanto eu já tinha superado pra chegar até ali. Ela conseguiu manter as coisas em ordem enquanto eu focava só no estudo e sempre conversava comigo, principalmente sonhando em como seriam as coisas quando eu fosse Agente da Polícia Federal.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Francisco: Minha família, principalmente minha esposa.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Francisco: O conselho que eu dou é que não olhem apenas para o contracheque do cargo. Claro que é bom ter um cargo com uma boa remuneração, é bom ter dinheiro, mas esse tipo de motivação não se sustenta por muito tempo, seja durante a preparação ou após ser aprovado. Busquem também outras motivações: o futuro que você pode proporcionar para sua família, o serviço que você pode prestar para sua comunidade, a importância que aquele cargo possui na sociedade e que você terá ao assumi-lo.
Além disso, todos podem passar em um concurso público. Eu não achava que conseguiria essa aprovação. Mesmo com todo o meu estudo, ainda assim, tinha as minhas incertezas. Então, não desistam, faça a prova que você deseja com a bagagem que você tem, com o estudo que você teve, mesmo que você ache que não tenha sido a preparação ideal. Se não for nesse, virão outros. A aprovação chega para todos que se dedicam.
