Aprovado no concurso PC PA no cargo de Investigador
“Se você levar os estudos como um trabalho com uma ótima recompensa, tudo fica mais fácil. No final você vai estar em um ótimo emprego, com a tão sonhada estabilidade e o melhor, você estará ali porque estudou e mereceu estar ali, você conquistou aquilo com o seu trabalho, com a sua dedicação e o seu conhecimento”
Confira nossa entrevista com Francisco de Oliveira Soares Lima, aprovado no concurso PC PA no cargo de Investigador:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Francisco de Oliveira Soares Lima: Olá! Sou formado em direito, advogado, pós-graduado em direito constitucional lato sensu, pós que fiz pensando em concursos, tenho 28 anos e sou de Vila Velha/ES.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial/Segurança Pública?
Francisco: Ser Investigador de Polícia é um sonho de criança. Até na primeira aula de faculdade, na apresentação dos calouros, pontuei isso, a razão de cursar direito.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Francisco: Trabalho como advogado por conta própria, assim, em alguns dias o foco era 100% nos estudos, em outros precisei conciliar as atividades jurídicas com os estudos.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Francisco: Já na faculdade fiz 2 provas de estágio, Ministério Público/ES e Justiça Federal (EMARF-TRF 2ª Região), aprovado em ambas, tendo escolhido a Justiça Federal.
Em concursos públicos fui aprovado para Investigador da PC/ES de 2018. Obtive nota 90, perto da posição 200, estando atualmente como excedente e aguardando a convocação da prometida segunda turma pelo governador Renato Casagrande, uma vez que o efetivo da PC/ES se encontra com defasagem de mais de 50% e as vagas ofertadas com o aumento sequer suprem as baixas ocorridas na corporação desde o lançamento do edital do concurso. Estou na luta e aguardando pela convocação dos excedentes junto com os integrantes da comissão dos aprovados PC-ES (@comissãopces2018), colegas que lutam incansavelmente por uma nova turma e pela melhoria do efetivo da PC/ES.
Também fui aprovado para Investigador no concurso da PC/PA com nota 8.20 na prova objetiva, por volta da posição 60, e 9.50 na discursiva (preliminar).
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados na primeira fase do certame?
Francisco: Inexplicável! Saber que todo o esforço foi recompensado é uma sensação muito boa, mistura de alegria com alivio e motivação. A melhor parte, sem dúvidas, é ver a reação da minha mãe quando conto as aprovações.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Francisco: No concurso da PC/ES adotei uma postura radical, recusando diversos de convites de amigos e familiares, foi meu primeiro concurso, não era assinante de nenhum curso, então estudei “enfiando a cara” no material que tinha a minha disposição sem muito planejamento. O que posso dizer é que os materiais gratuitos, principalmente de raciocínio lógico, disponibilizados pelo Estratégia me ajudaram bastante.
No concurso da PC/PA o convívio social já foi reduzido pela pandemia, porém conciliei melhor as atividades físicas e outros momentos em família, já o convívio com amigos eu voltei a ter pessoalmente após a prova, tentei (e tento) ao máximo respeitar as recomendações do governo do ES durante a pandemia.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Francisco: Eu venho de uma família de vários concursados. Tenho duas tias-avós, ambas concursadas, que me incentivam bastante a prestar concursos. Sem elas eu jamais teria me formado na faculdade e sido aprovado na OA e nos concursos.
Tenho namorada e ainda não temos filhos, sempre tive o apoio, incentivo e compreensão dela para estudar para concursos.
Moro com minha mãe e meu irmão mais velho. Aqui em casa eles me ajudam demais, sabem que, por exemplo, eu preciso de silêncio para conseguir estudar com melhor rendimento, então eles se regulam ao máximo para não fazer barulho, até regulando um ao outro nos volumes das TVs.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Francisco: Meu objetivo sempre foi ser investigador, alguns amigos me incentivam a estudar para delegado, atualmente não tenho esse objetivo, talvez daqui alguns anos.
Acredito que focar em uma área e seguir nela é a forma mais inteligente de prestar concursos, estudar para diversas áreas a cada novo ou previsão de novo edital não acho uma boa ideia.
Cheguei a avaliar a possibilidade de estudar para o concurso de analista do INSS, porém conclui que “virar a chave” de área com vários editais na área policial na iminência de publicação é um erro.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Francisco: O estudo para a PC/PA foi um pouco complicado, depois que fui aprovado no concurso da PC/ES relaxei nos estudos, acreditei que o concurso tramitaria de modo mais célere (sequer foi homologado ainda), voltei a estudar em dezembro de 2020, 2 a 3 horas por dia. Dia 28/12/2020 meu pai veio a falecer, um choque, ali parei completamente de estudar, voltando aos estudos em meados de fevereiro. No final de fevereiro ocorreu outra situação que tirou meu foco dos estudos em razão de estresse, angústia e preocupação, fui contaminado pela COVID e contaminei minha mãe, que é do grupo de risco, mas graças a Deus ela teve somente sintomas leves a moderados e sem necessidade de internação.
Quando minha mãe se recuperou da COVID, veio a notícia da suspensão do concurso, ali coloquei na minha cabeça que era minha chance de ser aprovado, teria tempo. A partir da notícia de suspensão eu voltei a estudar do início, estudei de 6 a 12 horas por dia.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Francisco: Não cheguei a estudar sem edital na praça nos dois concursos que prestei, só estudei depois da publicação do edital. Retornei aos estudos em setembro com foco na prova de Inspetor da PC/RJ, primeiro concurso que me preparo sem edital publicado.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Francisco: Eu costumo falar que se eu tivesse conhecido o material PDF do Estratégia na época de faculdade, minha vida universitária teria sido bem fácil. O material em PDF do Estratégia é muito bom, altíssima qualidade, a ideia da apostila simplificada foi uma tacada de mestre. Estudei para PC/PA pelos PDFs simplificados, PDFs completos abertos no pc para consulta de pontos mais específicos, muita letra seca de lei, usando bastante o fórum de dúvidas e o sistema de questões.
As videoaulas são de alta qualidade, ótimos professores, uma sugestão pessoal é que poderiam ter também aulas “simplificadas” como o material PDF. A única desvantagem é que algumas videoaulas são muito longas, as vezes sem necessidade, na minha opinião
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Francisco: Fui aluno do professor Bruno Klippel de Direito do Trabalho na universidade, assistia as aulas em sala de aula e depois em casa assistia as aulas dele que o Estratégia disponibiliza no Youtube.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Francisco: Primeiro analiso o edital, vejo o tamanho e peso das matérias. Por exemplo, na PC/PA escolhi não estudar português, informática e conhecimentos sobre o Pará, por entender não compensar o tempo exigido pelas matérias em relação ao peso na prova.
De início, estudava uma matéria por dia com 1 a 3 horas de leitura de uma aula, 1 a 2 horas de questões da aula estudada no dia anterior e videoaula. Quando terminava todas as aulas de uma matéria, passava a estudar outra, revisando a que estudei anteriormente em algum dia da semana. Após estudar todo o edital, revisava todas as matérias, 4 ou 5 dia por dia, 1 a 2 horas cada, muita letra seca de lei, resumos (colados na parede do quarto), mapas mentais, exercícios. Assistia algumas videoaulas sobre temas passíveis de cair na discursiva. Nas duas últimas semanas antes da prova realizei simulados
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Francisco: Tive dificuldades com temas mais aprofundados das matérias que nunca havia estudado, isto é, estatística e contabilidade. Temas mais aprofundados de probabilidade me frustraram inicialmente, a ponto de encerrar o estudo do dia antes da hora. Para resolver esse problema, busquei ver a frequência de cobrança dos temas que tive dificuldade e tentei aprender ao máximo o que é cobrado com mais frequência, sendo que alguns temas acabei deixando de lado.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Francisco: Na semana que antecedeu a prova estudei mais de 60 horas líquidas, mais de mil questões, revisei todo o edital trabalhando ao máximo a memória de curto prazo.
No dia anterior enfrentei 6 horas de avião para o Pará, estudando somente a noite, revisei letras secas de lei, em especial penas e prazos, fórmulas de estatística e raciocínio lógico. No fim assisti a aula de português do revisaço PC/PA do Estratégia. Antes de entrar na sala de prova, li novamente as fórmulas de estatística e RL.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Francisco: Não tive uma boa preparação para a discursiva, resolvi algumas questões discursivas aplicadas pela banca em outros concursos, após realizar cada simulado finalizei respondendo 2 discursivas do portal. No fim, muita leitura e memorização de palavras chaves de matérias relevantes.
Estratégia: Como foi sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Francisco: Correr é um hobby e musculação é atividade que gosto de praticar, então não tenho muitos problemas com preparação para os TAFs aplicados pelo instituto AOCP, que não são muito exigentes. Para as demais etapas, me preparo somente para a avaliação psicológica.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Francisco: Estudar somente após a publicação do edital foi um erro e, além da minha preparação para a discursiva. Como contei antes, a preparação para a prova da PC/PA foi um pouco complicada por tudo que ocorreu nos meses que antecederam a prova, acabei tendo como sequela da COVID perda de memória recente, então ter força e motivação para voltar a estudar foi um acerto, o ritmo de estudos também. Nos últimos 30 dias de prova eu estudei mais de 260h.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Francisco: Passar pela morte do meu pai e o risco real de morte da minha mãe por causa da COVID foram o que teve de mais de difícil na minha caminhada rumo a aprovação. Todo concurseiro vive em uma linha tênue entre motivação e vontade de desistir, comigo não foi diferente. Busquei pensar em todo esforço da minha família para eu poder me formar, estudar e me preparar, então a vontade de desistir se transformava em vontade de ser aprovado.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Francisco: Meu sonho de criança de ser investigador e a felicidade proporcionada a minha mãe em ver o filho ser aprovado.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Francisco: Tenha em mente que não é fácil, você vai precisar abdicar de diversas coisas, ver amigos e familiares em momentos de diversão enquanto você vai estar sentado na cadeira estudando. Entretanto, se você levar os estudos como um trabalho com uma ótima recompensa, tudo fica mais fácil. No final você vai estar em um ótimo emprego, com a tão sonhada estabilidade e o melhor, você estará ali porque estudou e mereceu estar ali, você conquistou aquilo com o seu trabalho, com a sua dedicação e o seu conhecimento.