Aprovada em 3° lugar no concurso TRT-PI para Técnico Judiciário - Área: Administrativa
Concursos Públicos“[…] eu resolvi me aprimorar nos estudos e conhecer meus pontos fracos. A visão que eu tinha de conseguir uma vida melhor me motivou a continuar a estudar.”
Confira nossa entrevista com Francisca Bianca Vasconcelos de Oliveira, aprovada em 3° lugar no concurso TRT-PI para Técnico Judiciário – Área: Administrativa:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Francisca Bianca Vasconcelos de Oliveira: Meu nome é Francisca Bianca Vasconcelos de Oliveira, tenho 32 anos, sou natural de Fortaleza-CE e formada em Psicologia. Hoje exerço o cargo de Analista Judiciário- Área Administrativa, no TRT-BA.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Francisca: No finalzinho de 2017, eu decidi que queria ser servidora pública federal. Na época, eu trabalhava em uma prefeitura e me encontrava em um trabalho extremamente desgastante e frustrante: minha remuneração era muito baixa e não tinha nenhuma possibilidade de crescimento na carreira. Sentia-me desvalorizada e inquieta com aquilo.
Foi assim que eu resolvi sair do papel daquelas pessoas que apenas reclamam de uma situação para assumir as rédeas da minha vida: iniciei a minha preparação para concursos públicos. Sempre fui apaixonada pelo serviço público federal, não apenas pelos inúmeros benefícios que ele poderia me proporcionar, como estabilidade, boa remuneração e crescimento profissional, mas também devido ao fato de sempre acreditar que os servidores públicos são os pés e as mãos da Administração Pública.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Francisca: Eu trabalhava e estudava. A estratégia que eu utilizava era ter uma rotina disciplinada. Como eu trabalhava, eu dividia o meu dia a dia de estudos em duas partes: uma parte das horas de estudo eu cumpria no começo da manhã, antes de ir trabalhar, e a outra parte eu completava depois do trabalho, à noite. Tentava dormir e acordar no mesmo horário. Claro que eu não tinha uma rotina perfeita, mas eu me esforçava para ter o meu cronograma respeitado e priorizado. No começo foi bem difícil, mas depois virou um hábito.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Francisca: Meu foco sempre foi o TRT. No momento, eu estou exercendo o cargo de Analista Judiciário- Área Administrativa no TRT-5, mas obtive outras aprovações:
2 º Lugar -Analista Judiciário- Área Administrativa- TRT- 22
3º Lugar-Técnico Judiciário- Área Administrativa- TRT- 22
4º Lugar-Técnico Judiciário- Área Administrativa- TRT -16
10º Lugar -Analista Judiciário- Área Administrativa- TRT-5
11º Lugar – Analista Judiciário- Área Administrativa- TRT-19
24 º Lugar-Técnico Judiciário- Área Administrativa- TRT-5
Atualmente, não pretendo continuar estudando para concursos, pois me sinto realizada no TRT. Entretanto, pretendo cursar Direito para crescer dentro do Tribunal.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Francisca: No começo da minha jornada, eu tive muita dificuldade para entender que, para alcançar o meu objetivo, eu teria que abdicar de muitas coisas: saídas, férias e tempo livre. Fiz o meu primeiro TRT com menos de quatro meses estudando e o meu resultado foi desestimulante. Foi um momento crítico para mim, mas esclarecedor: percebi que o meu sonho também era o sonho de milhares de pessoas e que eu tinha que me esforçar mais para alcançar a minha tão sonhada vaga.
Foi nesse momento que, realmente, eu reduzi o meu tempo de “vida social”. Mas eu ainda preservava alguns momentos de lazer com a minha família e com uma quantidade reduzida de amigos, fazendo-me presente em datas especiais, como aniversários e casamentos. O que eu nunca deixei de fazer durante a minha preparação foi a minha prática de Yoga, pois acredito que a atividade física é essencial para a saúde do corpo e da mente do concurseiro.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira? De que forma?
Francisca: Posso dizer que eu tive muito apoio. Apesar de a caminhada de um concurseiro ser muito solitária, eu pude contar com o apoio de muitas pessoas, como minha mãe e amigos. Minhas colegas de quarto, da casa onde morava, deram-me muita força, inclusive cedendo um quarto para que eu pudesse estudar em paz (antes eu estudava na lavanderia, na parte externa da casa rsrs).
Mas nem tudo são flores, depois de anos estudando, com a pandemia da COVID-19 e sem concursos para a minha área, a minha aprovação foi desacreditada por muitos e até por mim mesma. Faziam-me sempre a pergunta: “Você ainda não passou?”, “Mas você estuda tanto”. Chegaram a me orientar a fazer concurso municipal, pois era mais “fácil” passar. Essa foi uma fase bem difícil, mas segui estudando e tendo fé de que um dia meu objetivo seria alcançado.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Francisca: Como relatei anteriormente, a minha preparação iniciou-se no fim do ano de 2017. O que me fez manter a disciplina foi a visão de que eu poderia ter uma vida melhor e, consequentemente, eu poderia melhorar também o dia a dia das pessoas que eu amava.
Além disso, pegava toda a insatisfação que eu tinha com o meu trabalho antigo e transformava em motivação para todo dia sentar minha bunda na cadeira e estudar. Minha mãe é professora e sempre me dizia que o estudo é a melhor forma de crescer na vida. Então, era nisso que eu acreditava. Por isso, segui estudando, mesmo depois das minhas reprovações em concursos para TRT, em 2018.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Francisca: Como eu não era familiarizada com a área nem a linguagem do Direito, o meu estudo foi “um trabalho de formiguinha”. Tive que assistir a todas as videoaulas e ler todos os PDFs do curso. Não podia, no início, partir apenas para as questões, pois eu nunca tinha tido contato com a matéria antes, afinal, a minha formação era em Psicologia.
Dessa forma, eu precisava da parte teórica para solidificar o meu aprendizado. Outra ferramenta muito útil foi um sistema de questões que assinei. Eu produzia resumos de cada matéria e também tinha um “caderno de erros”, com as questões que eu havia errado durante a minha trajetória de estudos.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Francisca: Quando decidi que eu iria tentar concurso para a área de tribunais, eu pesquisei qual seria o melhor cursinho para me preparar para alcançar o meu sonho e optei pelo curso do Estratégia Concursos, tendo em vista a indicação de alguns amigos e ao fato de ser um dos cursos que mais tinha o histórico de aprovados para área de tribunais.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Francisca: Na minha empreitada, o material do Estratégia Concursos foi essencial para eu alcançar o meu sonho. Como eu estudava e trabalhava, bem como eu não tinha familiaridade com a linguagem do Direito, eu precisava de um material que fosse completo, acessível e que realmente estivesse direcionado para o que era importante para a minha aprovação.
Também me ajudaram muito as aulas de revisões disponibilizadas pelo Youtube, na página do Estratégia. Não posso deixar de comentar ainda a excelente didática dos professores do Estratégia… Até na hora da prova eu conseguia escutar as vozes dos professores Daud e Herbert na minha cabeça rsrsr. Maravilhosos.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Francisca: Em dias de semana, eu estudava cinco horas líquidas por dia. Durante minhas férias, feriados e finais de semanas, quando eu não tinha que trabalhar, eu tentava estudar oito horas por dia. Eu estudava duas matérias por dia e sempre fazia a dobradinha: primeiro a teoria e depois questões. Nunca passava um dia sem fazer questões.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Francisca: As revisões, para mim, foram a chave da minha aprovação, pois, como diz um ditado sábio: “conteúdo não revisado é conteúdo não visto”. Assim, eu tinha os meus resumos do conteúdo teórico e também um “caderno de erros”, que eu revisava constantemente. Também fazia um simulado por mês.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Francisca: Fiz mais de 22 mil questões durante a minha trajetória. A resolução de questões é essencial para a aprovação. Não tem como ficar só na teoria. O concurseiro deve entender como a banca cobra determinado assunto, ou seja, compreender a “jurisprudência da banca”. Assim, a melhor forma de conseguir isso é fazendo questões. Eu resolvia questões diariamente das principais bancas de tribunais, como FCC, CESPE e FGV.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Francisca: Eu ODIAVA Administração Pública, AFO e Contabilidade Pública. Chegava a chorar resolvendo as questões dessas matérias rsrsr. A forma de superar isso foi me obrigar a resolver uma quantidade significativa de questões dessas matérias e também comentar o gabarito dessas questões em fóruns de sistemas de questões.
Comentar as questões foi uma forma de me motivar a me aprofundar nessas matérias e posso confessar que, no final, fiquei muito boa nelas. Inclusive, aprender essas matérias fez o diferencial na minha aprovação e na quantidade de acertos das questões de prova, pois muitos concurseiros menosprezam o conteúdo extensivo, focando apenas nas matérias do Direito.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Francisca: Na verdade, a minha rotina de revisão começava logo depois do lançamento do edital. Isso dava, mais ou menos, dois meses de revisão. Como eu já estudava tendo como base vários editais de TRT, eu já tinha conseguido estudar a maioria do edital antes do seu lançamento. Então, eu fazia um cronograma que me desse a oportunidade de “fechar o edital”, com a revisão de tópico por tópico.
Como o tempo de revisão era reduzido, eu não recorria mais a videoaulas e PDFs. Eu já revisava o conteúdo pelos meus resumos e os meus cadernos de erros. Também fazia um simulado por semana, para reproduzir o momento da prova, anotar meu progresso no acerto de questões e descobrir meus pontos fracos e fortes em cada matéria.
No dia anterior à prova eu aproveitava para revisar as súmulas mais recorrentes e a literalidade de algumas resoluções do CNJ, que foram cobradas em peso nos últimos editais. Alimentava-me muito bem e dormia cedo, pois no dia seguinte eu teria uma batalha longa para enfrentar.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Francisca: Nos concursos do TRT, ano passado, me deparei com editais que contemplavam a TEMIDA redação. Sim! Eu tinha tanto medo de redação que, em anos anteriores, eu deixei de me inscrever em vários concursos por causa dela. Depois de anos sem concurso para os TRTs , decidi que eu não poderia deixar nenhum concurso passar por medo da redação. Então, resolvi dar o primeiro passo para perder o medo desse inimigo: praticar.
Adquiri um curso teórico de Redação, depois passei a fazer uma redação por semana e contratei um plano específico para a sua correção. Eu também comecei a me informar sobre diversos assuntos, atualidades e autores, de modo que eu tivesse arcabouço teórico para discursar na hora da prova sobre qualquer temática que fosse proposta na discursiva.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Francisca: Os principais erros que cometi, no início, foram: menosprezar as matérias de conhecimentos gerais, como Raciocínio Lógico e Português. Como eu não tinha familiaridade com o Direito, eu me preocupava muito com as matérias de conhecimentos específicos e isso deixava meu percentual de acertos de questões limitado.
Os principais acertos foram: manter um cronograma, resolver questões todos os dias, fazer resumo e cadernos de erros, estudar todo edital (cada matéria importa) é praticar redação.
Vale ressaltar que esses acertos foram sendo aplicados depois de muitas reprovações, pois, no começo, eu fazia um estudo pouco efetivo. Com as reprovações, eu fui entendendo o que eu precisava fazer para aumentar o meu nível de acertos, tanto que eu consegui errar apenas duas questões na última prova do TRT-22, para técnico.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Francisca: Sim. O momento que eu quase desisti foi quando eu já estava estudando fazia um ano e eu tive um resultado péssimo no concurso do TRT RN, em 2018. Eu fiquei em 2369º lugar. Fiquei muito desestimulada. Mas aí eu decidi que esse número não definiria quem eu era e não iria me fazer desistir do meu sonho. Nesse momento, eu resolvi me aprimorar nos estudos e conhecer meus pontos fracos. A visão que eu tinha de conseguir uma vida melhor me motivou a continuar a estudar.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Francisca: O conselho que eu daria para aqueles que ainda estão perseguindo a tão sonhada vaga no cargo público seria esse trecho da música da banda Legião Urbana:
“ Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena
Acreditar no sonho que se tem
Ou que seus planos nunca vão dar certo
Ou que você nunca vai ser alguém”