Aprovado em 79° lugar (cotas) no concurso do SERPRO para o cargo de Analista - Especialização: Tecnologia
Concursos Públicos
“Aconselho que sistematize o seu estudo o mais rápido possível, para obter dados sobre sua evolução, escolha uma área de acordo com as suas vontades e aptidões e não se compare com os outros mas sim com a sua própria evolução ao longo do tempo.”
Confira nossa entrevista com Filipe Antônio dos Santos Viegas Ribeiro, aprovado em 79° lugar (cotas) no concurso do SERPRO para o cargo de Analista – Especialização: Tecnologia:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Filipe Antônio dos Santos Viegas Ribeiro: Me chamo Filipe Ribeiro, sou carioca e tenho 27 anos. Em relação a formação, sou bacharel em Nanotecnologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Especialista em Gestão Estratégica da Administração Pública e Especialista em Big Data e Inteligência Competitiva pelo Centro União das Américas Descomplica.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Filipe: Em 2021 eu era doutorando em um programa de pós-graduação, e a conjuntura política, econômica e social, que em geral já não era favorável à área de pesquisa, se tornou quase insustentável, sobretudo em relação ao balanço entre custo e benefício dessa carreira. Quando foi anunciado o concurso do Banco do Brasil, decidi tentar para ver como me saía e acabou sendo minha primeira aprovação. Fui contratado para atuar em São Paulo, mas logo em seguida foi anunciado o concurso de técnico em administração para a UFRJ e resolvi tentar e também consegui ser aprovado. A partir daí, pesquisando mais, vi que os concursos poderiam oferecer opções viáveis em relação a remuneração e a carreira.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Filipe: Durante a preparação para o concurso do SERPRO, estava empossado como servidor na UFRJ, a conciliação com as responsabilidades do cargo implicou em menos horas disponíveis para estudo no dia, o que tornou o planejamento de longo prazo imprescindível. Em termos de horas líquidas, distribuía as horas de estudo da seguinte forma, aproximadamente 2h antes de ir pro trabalho, entre 40 e 45 minutos durante o almoço e completava com algo em torno de 1h15 até 2h15 após o trabalho. Nos fins de semana podia chegar até 6h nos melhores dias.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Filipe: Fui aprovado como Escriturário no Banco do Brasil S.A., como Assistente em Administração na UFRJ e agora como Analista com Especialização em Tecnologia no SERPRO. Prestei ainda provas para Analista Judiciário TI no TRT 15 e no TRT 21 mas ainda não saíram os resultados. Por fim, estou inscrito no concurso da Finep, com provas em fevereiro. Após essa última prova vou aguardar os resultados e me concentrar no novo cargo, após fazer um balanço dessa jornada, é possível que eu faça uma pausa nos concursos assim como é possível que eu continue prestando alguns concursos. Vai depender da conjuntura do momento.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Filipe: Não sobrava muito tempo, pois era um ritmo muito intenso, então o tempo que sobrava era mais pra descansar.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Filipe: Antes de ser concurseiro eu era estudante de pós-graduação, então não houve alterações significativas nas minhas relações mais próximas quando fiz a migração.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Filipe: Eu escolhi primeiro a área que queria prestar os concursos, decidi fazer concursos na área de TI para, de forma anticíclica, me antecipar ao eventual declínio nas vagas/remunerações dessa área no mercado privado. Assim, me matriculei em uma pós lato sensu em outubro de 2022 e quando o concurso teve o edital publicado em abril de 2023 eu já tinha acumulado uns 6 meses de estudo na área. Já tinha uma bagagem das matérias básicas por causa dos outros 2 concursos em que fui aprovado, então de Abril até Julho fui calibrando esse conhecimento acumulado e me adaptando às especificidades do edital.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Filipe: Utilizei integralmente os cursos em PDF. Como vantagens, posso citar a profundidade e extensão do material e a opção de usar as versões mais curtas dos PDFs em assuntos que já dominava. Não identifiquei desvantagens com fatores relacionados ao curso em si, mas que para quem precisa percorrer de forma rápida o conteúdo, pode ser desafiador em razão da extensão do material.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Filipe: Conheci através de propaganda na internet.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Filipe: Estudei para o concurso da UFRJ por materiais de um concorrente, como já havia estudado para o Banco do Brasil pelo Estratégia, comparei os PDFs e preferi o do Estratégia, fiz então a Assinatura Vitalícia para aproveitar em outros concursos.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Filipe: Sim, fiz o concurso para Assistente em Administração da UFRJ e fui aprovado.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Filipe: Achei os PDFs com conteúdo mais abrangente, também gostei bastante das Trilhas Estratégicas.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Filipe: O plano de estudo foi montado de acordo com as regras do edital, como uma resposta errada anula uma certa no modelo empregado na seleção, foquei em absorver ao máximo o conteúdo do maior número possível dos pontos do edital, o que tornava o avanço mais lento mas me garantiu segurança para responder o que tinha estudado a fundo. Como a parte específica correspondia a aproximadamente 73% dos pontos da prova objetiva, separei cerca de 73% das minhas horas disponíveis para as matérias específicas e o restante às matérias básicas. Assim, intercalava entre básicas e específicas na proporção 27:73 fazendo em média entre 4h e 5h líquidas por dia, por semana.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Filipe: Nas matérias básicas já tinha alguns Mapas Mentais que reutilizei, nas outras usava mais os simulados e caderno de erros revisando os temas que mais errava.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Filipe: Criticamente importante, fiz pro SERPRO 1.160 questões, para a UFRJ 1.217 questões e para o Banco do Brasil 2.312 questões, perfazendo um total de 4.689 até o momento. Apesar do número de questões ter diminuído com o tempo, houve também um ganho no acúmulo de conhecimento e um foco maior na revisão dos erros.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Filipe: A maior dificuldade foi na parte mais formal de bancos de dados relacionais. Para superar, fiz mais exercícios no tema e busquei entender como as regras de normalização, a álgebra relacional e outros assuntos afetos funcionam na prática, buscando vídeos que mostravam a aplicação desses conhecimentos.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Filipe: Na semana antes da prova, apesar de não ter fechado o edital, não olhei nenhum conteúdo novo, fiz simulados e revisei os temas das questões que errei. No dia antes da prova não estudei, busquei descansar para chegar na prova em condições competitivas.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Filipe: A discursiva neste concurso foi uma prova prática de implementação/correção de algoritmos e rotinas em computadores previamente configurados, era algo novo para a maioria dos candidatos, então estávamos todos nivelados em relação a isso. Tive uma matéria de programação durante a graduação em que a prova era implementar, no papel, os algoritmos pedidos, assim, já tinha essa experiência. Além disso, fiz um curso voltado para a fase discursiva do SERPRO. Foram cobradas 3 linguagens de programação, python, javascript e java, respondi apenas 2 das 3 questões mas, obtive uma taxa de aproveitamento alta no que respondi, garantindo assim a aprovação.
Para provas práticas de programação recomendo que a pessoa programe sem olhar exemplos, partindo direto do problema apresentado, para só depois adaptar o que estiver errado. Se a prova for no papel, treine no papel, se for em computador, treine no computador.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Filipe: Como principal erro, posso citar o controle do tempo na prova prática que fez com que eu deixasse de responder uma questão que sabia responder. Como principal acerto, posso citar a estratégia de resolução da prova objetiva, sobretudo na parte específica, onde respondi as que tinha muita segurança primeiro (25 questões), em seguida respondi outras 18 em que tinha alguma dúvida, dessas 18, 10 eu tinha mais certeza e 8 menos, por fim com o resultado oficial e as anulações acabei tendo uma alta taxa de aproveitamento nas respostas com 39/43, cerca de 90% de aproveitamento.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Filipe: Nesse concurso em específico não, pois já era uma situação conhecida e eu já estava empossado em um cargo, assim tive uma certa segurança para continuar tentando enquanto fosse necessário. Mas no início da trajetória, em 2021, sim, a incerteza em relação ao seu desempenho em comparação com o dos concorrentes é algo que eventualmente pesa e o pensamento em desistir é inevitável nesses momentos, a motivação para mim foi o descontentamento com a conjuntura política, econômica e social que envolvia minhas atividades naquele momento, esse descontentamento foi maior que a eventual vontade de desistir.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Filipe: Aconselho que sistematize o seu estudo o mais rápido possível, para obter dados sobre sua evolução, escolha uma área de acordo com as suas vontades e aptidões e não se compare com os outros mas sim com a sua própria evolução ao longo do tempo.