Aprovado em 4º lugar no concurso PF para Papiloscopista (1ª fase)

“Foi fantástico! Eu acordei de madrugada par ver o DOU (inclusive eu tinha mentido pro pessoal de casa, dizendo que o resultado sairia só no sábado), estava tão nervoso e ansioso que nem conseguia procurar direito, (…), mas aí quando vi, nossa, senti o corpo todo esfriar, eu queria sorrir e chorar, porque foi como tirar um peso imenso das costas, e ao mesmo tempo ver que todo esforço tinha valido a pena”
Confira nossa entrevista com Felipe Ricardo, aprovado em 4º lugar no concurso da Polícia Federal para Papiloscopista (1ª fase):
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Felipe Ricardo: Sou graduado em engenharia civil pela Universidade Federal do Pará, tenho 32 anos, sou natural de Belém, mas atualmente resido em Tucuruí, ambas cidades do Pará.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?
Felipe: A possibilidade de estabilidade, bem como os bons salários foram muito influentes para que escolhesse os concursos, além disso há a possibilidade da progressão na carreira dentro da Instituição. Escolhi a área policial porque acredito no papel que as instituições de segurança desempenham no país, e sendo mais específico, foquei na Polícia Federal por ela representar um pilar dentre as polícias do Brasil, agindo nos mais diversos campos, e sempre com excelência reconhecida nacional e internacionalmente.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Felipe: Eu trabalhei durante todo o período de estudos, na verdade trabalho desde os 17 anos, não poderia, na verdade, ter parado com trabalho, então tive que conciliar os dois.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Felipe: Eu sempre trabalhei como concursado, entretanto como só me formei aos 30, só pude concorrer nos concursos “top” recentemente, fui aprovado em : 2006-EsPcex (69º nacional); 2010 – Banco do Brasil ( 5º regional Pará); 2017 BR Distribuidora (5º geral, 1º PP regional Pará); 2019 IFPA (1º no cargo de engenheiro civil) e 2021 ( Papiloscopista da Polícia Federal, 4º geral/1ºPP)
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados na primeira fase do certame?
Felipe: Foi fantástico, eu acordei de madrugada par ver o DOU (inclusive eu tinha mentido pro pessoal de casa, dizendo que o resultado sairia só no sábado), estava tão nervoso e ansioso que nem conseguia procurar direito, e pra piorar depois que abriu a página eu nem conseguia procurar o meu nome, mas aí quando vi, nossa, senti o corpo todo esfriar, eu queria sorrir e chorar, porque foi como tirar um peso imenso das costas, e ao mesmo tempo ver que todo esforço tinha valido a pena. Eu fico tão feliz, mesmo com a lembrança disso, que fico sorrindo sozinho, mesmo agora escrevendo.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Felipe: Atualmente moramos apenas eu e minha esposa no interior do estado, além disso teve a questão da pandemia, então eu já não estava com uma rotina tão agitada, mas depois que eu decidi me dedicar ao estudo, eu realmente abdiquei de uns 95% da vida social, foquei muito porque, como havia o tempo do trabalho, era preciso que eu compensasse nos outros horários, deixava para relaxar mesmo nas tardes de domingo, onde dava uma volta de carro. No fim, o descanso também é parte do treino.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Felipe: Sou casado, sem filhos, moramos apenas eu e minha esposa. Posso afirmar que, sem o apoio da família, mesmo à distância, assim como o da minha companheira, eu dificilmente teria conseguido. No começo ela estranhou um pouco, disse que parecia que a gente vivia um relacionamento à distância, mesmo estando na mesma casa, mas depois que sentamos e conversamos, eu expliquei quais eram os planos e objetivos, daí eu tive apoio irrestrito para estudar, o que foi desafiador para nós dois, porque eu realmente passava mais tempo concentrado nos estudos do que na casa propriamente, mas sempre que eu cansava e pensava em desistir ela me animava e ajudava. Meus pais e minha irmã foram excepcionais comigo, mesmo vindo de uma situação humilde eles investiram na minha educação, e mesmo agora, eles sempre que ligavam perguntavam como estava o estudo, me animavam e incentivavam. Chegou ao ponto de uma vez, depois de um dos adiamentos da prova, eu dizer para minha mãe que queria desistir, por causa da frustração, e ela respondeu “Só os fracos desistem”, nossa ouvir isso da minha mãe foi uma injeção de ânimo incrível.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Felipe: Para mim não mais, esse concurso era realmente o meu sonho, o que eu queria. Pretendo estudar apenas dentro da profissão de papiloscopista, me especializando.
Se tu tiveres condição de apenas estudar, eu acho mais interessante focar apenas no concurso/área de interesse, entretanto se estiver precisando trabalhar para se manter, vale a pena tentar alguma outra área, pois todo conhecimento acaba ajudando no fim, mas sem perder de vista o objetivo.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Felipe: Estudei uma média de 18 a 20 meses.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Felipe: Sim, com certeza, para mim é fundamental estudar antes do edital, eu fiz um horário de estudos, mesclando disciplinas que eu gostava, com as que eu não gostava tanto, divididos nos dias da semana, para poder manter o foco, organizar e controlar o avanço dos estudos.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Felipe: Eu usei tudo que estava disponível hahaha, principalmente vídeo aulas e pdfs, mas fiz a complementação, principalmente das específicas de papi em livros. As videoaulas são claramente mais aprazíveis de assistir, como os professores são muito bons, parece que eles estão falando contigo o tempo todo, então dá pra aprender de modo mais suave. A principal desvantagem é que é fácil de se distrair, então é bom ter um lugar meio isolado para assistir. Os pdfs acabam não sendo tão suaves, então eu tinha no começo um pouco de resistência em ler inteiro, mas as informações do pdf geralmente são mais completas, e estão mais detalhadas que as da vídeo aula, o que pode dar um diferencial grande em uma questão mais difícil, além de que ler bastante, acaba te treinando para a leitura do texto das provas, sem cansar.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Felipe: Um amigo de ensino médio, Ítalo Alves, foi aprovado para auditor do Banco Central, em Belém, me indicou o curso, eu adquiri o curso do Superior Tribunal Militar, me classifiquei, mas não fui aprovado. Mas desde então eu já havia gostado bastante tanto da qualidade do material, quanto do apoio.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Felipe: Eu fiz um calendário semanal de estudos, com todas as disciplinas, separando três horários por dia, coloquei matérias de áreas diferentes no mesmo dia, para poder avançar nos conteúdos, por exemplo segunda era :informática, estatística e Português; e nas matérias onde tinha mais dificuldade eu separava dois horários na semana; comprei um caderno universitário para fazer resumos, para mim, escrever as matérias ajuda demais, é um modo válido de memorizar o conhecimento; eu fazia a leitura de teoria e exercícios ao final, gostei da metodologia dos PDFs, esgotava um assunto e matava os exercícios inteiros ao final, depois que terminei eu já fazia as revisões dos assuntos passados através dos simulados; no começo do ciclo de estudos eu fazia uma média de 05h por dia, no final com as revisões girava em torno de 7-8h por dia.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Felipe: Sim, inicialmente quando fui escolher o cargo vi que teria que, ou começar do zero contabilidade ( agente) ou arquivologia ( escrivão), eu estudei um pouco das matérias e via que seria mais vantajoso pra mim aprofundar nas naturais (química, física e biologia), devido ao ensino médio, e a faculdade de engenharia. Mas a disciplina mais desafiadora foi informática, pois o conteúdo era muito grande, e nas provas anteriores a banca tinha pegado pesado, assim eu coloquei essa matéria “dobrada” no calendário de estudos, busquei provas e questões anteriores para poder direcionar, já que era muito amplo, e principalmente, aprendi a fazer questões da banca através dos simulados. Português também foi interessante porque, no começo eu não estava pegando tão sério nela, mas aí eu fui mal no primeiro simulado que fiz, e vi a Professora Janaína dizendo “meuuu, são 24 questões de português, 13 pontos na redação, acha que dá pra passar sem isso?” aí foi um momento de virada, eu levei bastante a sério a disciplina, conseguindo inclusive fechar no concurso.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Felipe: Eu tive que escrever efetivamente, porque estava desacostumado a fazer redações, inclusive na primeira que fiz minha mão doeu bastante, foi um sinal de alerta que eu estava destreinado, como eu não tinha tempo para acompanhar as notícias no site da PF ( o que eu acredito ser o ideal), eu não perdia as aulas e revisões no youtube. Eu lembro até hoje da revisão de véspera, juntaram as professoras de redação e constitucional, parecia que tiveram uma premonição, haha, mas sei que na verdade foi fruto de intenso trabalho e pesquisa delas.
Estratégia: Como está sendo sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Felipe: Eu já venho me preparando para o TAF há uns nove meses, na verdade eu incluí a rotina de exercícios entre as sessões de estudo, porque voltava mais disposto e aprendia mais, felizmente aqui há espaços para correr bem como piscina, então estou conseguindo treinar.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Felipe: Eu deveria ter me inteirado mais sobre as notícias da PF para ir melhor na redação, também fiquei “rodeando” assuntos muito específicos que acabaram não caindo, só porque gostava deles, quando na verdade uma leitura básica e séria seria suficiente para o concurso, o que acabou tomando tempo de outros assuntos; muitas vezes eu me distraía estudando, seja com whatsapp, esportes e outras coisas.
Acho que o meu maior acerto foi ter aprendido a fazer a prova do CESPE, e isso ocorreu com os simulados, no primeiro que fiz eu acertei 85 questões, mas errei 17, então percebi que era errado chutar ou “achar que sabe a questão”, porque a prova lida muito com o teu orgulho em não querer aceitar que não sabe, e eu fui focando nisso, tanto que no concurso eu deixei 30 questões em branco, mas das 90 que marquei, errei apenas 2.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente? Qual foi sua principal motivação?
Felipe: Eu pensei inúmeras vezes em desistir, muitas mesmo, tinha muita frustração em não aprender as coisas na velocidade que eu queria, além disso ainda houve vários adiamentos, o que só piorava a situação, porque eu queria “só me livrar” às vezes, para completar ainda fui mal nos primeiros simulados que fiz. Mas, primeiro de tudo busquei forças em mim mesmo, chegava a ter umas conversar mentais internas, e via que no fim, só dependeria de mim, seria apenas eu e a prova no dia, além disso, minha família ajudou muito, me incentivando sempre, dando força mesmo, acho que a minha principal motivação foi a vontade de vencer, uma vitória que dependeria só do meu esforço, sem a indicação ou apadrinhamento de ninguém.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Felipe: O concurso público não está vendo quem resolve a prova, então não importa de que parte do país, condição social, classe a gente venha, no dia a prova é igual para todos, então se esforçar, estudar muito, muito mesmo, manter uma rotina organizada e muito disciplinada, e se possível, se cercar de pessoas que apoiem o teu sonho e objetivo, ao mesmo tempo afastar quem menospreza ou duvida de ti são os conselhos que eu daria, e mesmo assim, não é nem perto de fácil a caminhada, mas quando chegar lá, tudo vai ter valido a pena.