Aprovado em 93° lugar no Concurso PC DF para o Cargo de Agente
“As pessoas são diferentes e não existe fórmula mágica. Porém, é preciso foco, disciplina e dedicação. A aprovação é questão de tempo, e cada um tem o seu. Não se compare com aqueles que passaram em 6 meses, nem aqueles que demoraram 10 anos”.

Confira nossa entrevista com Felipe Pinheiro, aprovado em 93° lugar no Concurso PC DF para o Cargo de Agente:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Felipe Pinheiro: Sou formado em Relações Internacionais, 38 anos, do Rio de Janeiro, mas atualmente moro em Curitiba.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?
Felipe: Em 2019, fechei uma loja devido a dificuldades financeiras. Na época, fiquei um pouco perdido em o que fazer e, como na família já há concursados, sempre houve um certo incentivo para estudar para concursos. Comecei a estudar sem muito foco, até saber que iria abrir concurso para Polícia Civil do Paraná. Foi então quando decidi estudar para área policial. Isso foi por volta de setembro de 2019.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Felipe: Como tinha acabado de fechar uma loja, me dediquei integralmente aos estudos.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Felipe: Agente da Polícia Civil do DF foi minha primeira aprovação. Na prova objetiva fiquei em 56º lugar, mas cai para 93 depois da redação.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados na primeira fase do certame?
Felipe: Eu sinceramente ainda não acredito que eu tenha conseguido uma boa nota em uma prova que foi tão difícil. É uma sensação de alívio sem igual, pois, quando você estuda, não há como saber se um dia esse estudo terá retorno. Você passa tanto tempo com dúvidas sobre tudo: se está estudando certo, se está estudando muito ou pouco, e no final das contas tudo se resume a uma prova. Eu diria que o alívio é a maior sensação. É como se você tirasse uma montanha das costas.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Felipe: Como eu estudei durante a pandemia, não teve muita escolha em relação a vida social. Acho que todo mundo foi obrigado a restringir esse aspecto. Como eu estava morando com meus pais, que são idosos, quase não sai de casa.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Felipe: Namoro e não tenho filhos. Passei os últimos anos morando com meus pais, pois estou desempregado. Minha família sempre me deu grande apoio nessa caminhada. Tanto emocional, quanto ajuda para adquirir os melhores materiais de estudo. Com certeza, a segurança fornecida por eles foi fundamental.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior? (Se esse ainda não é o concurso dos seus sonhos, se possível, citar qual é e se pretende continuar se preparando para alcançar esse objetivo).
Felipe: O meu objetivo, por enquanto, é ser policial. Não há outro objetivo no curto prazo. Mas nada impede de, futuramente, voltar a me preparar para outro concurso.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Felipe: Comecei a estudar em setembro de 2019, sem foco em área específica. Eu até pensava em fazer concurso para Tribunal. No fim de 2019, comecei a estudar para a Polícia Civil do Paraná, pois foi quando me interessei em ingressar na área policial. Eu não pensava em fazer prova para o DF até a pandemia chegar e os adiamentos das provas começarem a ocorrer. Então abri o leque de estudos para além da Polícia Civil do Paraná. Por volta de junho de 2020, foi quando comecei a estudar contabilidade, informática e estatística visando a Polícia Federal e Polícia Civil do DF. Acredito que isso foi quando saiu o edital da PC DF.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Felipe: Comecei a estudar sem edital, mas tinha grande certeza que ele iria sair. Não foi difícil manter a disciplina no início, pois acredito que no início dos estudos você começa com uma motivação muito grande. Como eu estava decidido em prestar concursos, não vi dificuldades nos primeiros meses. O problema da disciplina acontece quando eu tinha que estudar a mesma matéria diversas vezes e depois de tantos adiamentos de provas devido a pandemia. O início foi tranquilo.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Felipe: No início dos estudos, assisti as videoaulas, todas, de todas as matérias. Depois passei para o PDF e exercícios. Eu não gostava da ideia de videoaulas e queria um curso presencial, mas me acostumei depois de algum tempo. A grande vantagem é poder assistir quando quiser e de onde quiser. Porém, vejo como desvantagem a falta de presença de aula, alunos, professor, etc. Mas você se acostuma. O PDF é mais robusto, tem mais conteúdo que as videoaulas. Além de ser mais rápido ler um assunto do que assistir diversas videoaulas. No entanto, a leitura pode ser bem cansativa para quem não está acostumado e exige maior concentração. Depois que assisti todas as videoaulas, nunca mais voltei e foquei somente no PDF.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Felipe: Por meio de amigos que estudavam para concurso e me recomendaram o curso.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Felipe: Eu comecei estudando somente as matérias básicas: Português, Direito Administrativo, Constitucional e Informática, pois são cobradas em quase todo concurso. Depois que decidi prestar para área policial, incluí nos estudos Direito Penal e Processual Penal. Eu nunca fiz um plano de estudos (o que me arrependo), mas sempre tive uma ideia na cabeça sobre o que deveria estudar no dia. Eu gostava de estudar a mesma matéria por horas, até esgotar o assunto. Não gosto da ideia de cronometrar matérias e mudar de hora em hora independentemente de estar no meio de um assunto ou não. Quando começava a ler um PDF, ia até o final. Depois de estudar as matérias, foquei bastante em exercícios, mas sempre intercalava com releituras da teoria. Não fazia resumos, gostava de ler o PDF diversas vezes. Em relação ao tempo de estudos, dependia muito da época. Tinha meses que eu estudava 6,7 e cheguei a estudar 10 horas por dia. Mas também tiveram alguns meses que eu estudei meia hora, 1 hora por dia. Com a pandemia e adiamentos, às vezes, era difícil encontrar ânimo.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Felipe: No início, meu maior problema foi português, pois sempre fui péssimo. Na verdade, meu maior medo de concursos era a ideia de que aprender português seria impossível. Minha estratégia foi focar intensamente em português no início. Durante alguns meses, estudava português todos os dias pela parte da manhã até sentir que estava em um nível competitivo. Eu lia e relia os PDFs, assistia aulas de exercícios e praticava muito. No final, só errei 1 de 20 na prova da PC DF. Outra matéria que foi bastante complicada, foi estatística. Muitas pessoas abandonaram estatística para focar no resto, mas eu quis apostar como um diferencial para a prova e encarei a matéria. Diferente do português, não sinto que cheguei ao nível competitivo, mas consegui agarrar alguns pontos na prova. Nessa matéria comprei 3 cursos diferentes para tentar aprender e mesmo assim continuo com dificuldades.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Felipe: Na semana que antecedeu a prova, diminuí a carga de estudos. Viajei para Brasília numa quinta-feira e não estudei mais. Eu tinha feito a prova da Polícia Federal e, na semana antecedente, cheguei a estudar 12 horas por dia, senti muita pressão e fui um pouco mal na prova, errei questões absurdamente fáceis. Então mudei de estratégia para a prova da Polícia do DF. Quis uma abordagem mais tranquila, mais relaxante. No dia antes da prova, fiz um churrasco com meus familiares de Brasília. Acho que foi fundamental conseguir relaxar e tirar um pouco a pressão, fiz 20 pontos a mais na PC DF que tinha feito na PF.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Felipe: Definitivamente, estudem para a prova discursiva. Eu ignorei a redação e tive uma nota relativamente baixa. Tanto que cai algumas posições. Se eu não tivesse ido tão bem na objetiva, correria o risco de ficar fora das vagas. Foi o meu grande erro para esse concurso. Coloquem uma meta de uma redação por mês no início e comprem cursos com correção. Pode decidir a sua aprovação.
Estratégia: Como foi (ou está sendo) sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Felipe: Comecei a correr quando comecei a estudar. Era completamente sedentário e tive muitas dificuldades em me exercitar. Agora estou mais confiante, mas o início foi problemático, pois as academias fecharam durante a pandemia. Fui em nutricionista, perdi peso, mas continuo sereno no treino, pois o TAF reprova muita gente e é preciso chegar bem preparado. Contratei um personal trainer para me ajudar nos treinos.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Felipe: ERROS: Não estudar para a redação. Como disse acima, se eu tivesse tirado uma nota mais baixa, poderia ter saído da classificação. Outro erro foi na resolução de exercícios. Eu fiz muitos exercícios, mas fazia muito rápido e não tinha muita paciência em revisar meus erros. Se fosse hoje, faria com mais calma. Sempre que errar uma questão, procure saber bem o motivo do erro. ACERTOS: Não se preocupar com “estudar certo”. Acredito, sinceramente, que cada pessoa tem seu método de estudo. No início, procurei muitos vídeos de “como estudar para concurso” e tentei me adaptar a planejamentos, métodos, etc. Só atrapalhou. Depois que abandonei e comecei a estudar do meu jeito (que sempre estudei a vida toda), tive uma melhora significativa no rendimento.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Felipe: O mais difícil foram os adiamentos e a incerteza se teriam provas ou não devido a pandemia. Lembro da prova da Polícia Civil do Paraná que foi cancelada no dia da aplicação. Não sei se cheguei a pensar em desistir, pois já tinha estudado muito e tinha que ir até o final. Mas, com certeza, sempre ficava a dúvida se eu estava fazendo a coisa certa, se tudo aquilo valia a pena. Porém, no fim das contas, eu tinha que ir até o final independente de tudo. Depois de falhar com meu próprio negócio que tive que fechar, não queria falhar novamente. Acabei encarando como uma prova para mim mesmo que eu era capaz de conseguir algum sucesso. Outro pronto foi a idade: com 37,38 anos começa a ficar mais difícil conseguir emprego no mercado de trabalho. Comecei a encarar o concurso como uma “última solução”. Por um lado foi bom para me dar gás para os estudos, mas por outro colocou uma pressão adicional na prova.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Felipe: Tudo que envolve o concurso. A carreira policial, o salário, a estabilidade e, até mesmo, mostrar que você também é capaz.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Felipe: Sinceramente, não há segredo: estudem. Você pode assistir vídeos de como estudar, métodos de estudos, a melhor maneira de fazer resumos, horas líquidas, etc, etc. Mas no final das contas o que conta mesmo é estudar. Assista as aulas, leia a matéria e faça exercícios da melhor maneira que você conseguir. As pessoas são diferentes e não existe fórmula mágica. Porém, é preciso foco, disciplina e dedicação. A aprovação é questão de tempo, e cada um tem o seu. Não se compare com aqueles que passaram em 6 meses, nem aqueles que demoraram 10 anos. Faça sua parte e não desista, pois todo mundo tem limitações, problemas e dificuldades. Mas, com certeza, com muito estudo, dedicação e disciplina todo mundo é capaz.