Aprovado no concurso PC-PA nos cargos de Escrivão (61º lugar) e Investigador (109º lugar)
“Antes de iniciar seus estudos, decida se é isso mesmo que você deseja. Pois, atualmente, para se conseguir a aprovação para um cargo público, é necessário muito esforço e abdicação. Caso não se entregue 100% para o seu objetivo, só estará se desgastando, mas, se tiver consciência de que está dando o seu melhor, é questão de tempo para que seu esforço seja recompensado.”
Confira nossa entrevista com Eugênio Paceli, aprovado no concurso PC-PA nos cargos de Escrivão (61º lugar) e Investigador (109º lugar):
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Eugênio Paceli: Chamo-me Eugênio, sou bacharel em direito, inscrito na OAB, porém, não exercia a profissão. Tenho 25 anos. Sou de Teresina-PI.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?
Eugênio: Sempre almejei ser servidor público, devido, principalmente, à estabilidade e oportunidade de mudar a minha realidade e de quem está ao me redor. Primeiramente, iniciei os estudos visando à área de tribunais, mas, devido à falta de concursos e por admirar a polícia, passei a estudar para concursos policiais.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Eugênio: Dedicava-me inteiramente aos estudos.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Eugênio: Atualmente, estou aprovado em 3 concursos: auxiliar jurídico TJPA, agente penitenciário DEPEN e PCPA. Este foi o último, estou, aproximadamente, entre os 110 para investigador e 60 para escrivão.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados na primeira fase do certame?
Eugênio: Bem, assim como o Professor Thallius Moraes comentou algumas vezes, devido a todo esforço, abdicação, sofrimento passado durante essa jornada, minha reação foi ficar olhando para meu nome, com a sensação de que aquilo existia, era algo realmente plausível e que tudo valeu a pena.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Eugênio: Por não ter condições de ter uma vida social ativa, a única escolha que me restou foi adotar uma postura radical, mas, ao menos 1 ou 2 vezes por mês, tentava sair, praticar algum esporte.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Eugênio: Sou solteiro, resido com minha mãe, mas moro bem perto da minha avó e tio. Em toda a minha trajetória, tive o apoio incondicional da minha mãe, mas sempre há aquelas “piadinhas” por parte de outros familiares, colegas…
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Eugênio: Minha opinião é que o concurseiro deve escolher uma área e focar. Dentro dessa área, pode-se realizar várias provas. Hoje, devido ao nível de aperfeiçoamento necessário para aprovação, não acho interessante a pessoa “atirar para todo lado”.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Eugênio: Havia começado meus estudos, para área policial, alguns meses antes de sair o edital para DEPEN. No entanto, com a suspensão do certame, devido à pandemia, e a publicação do edital da PCPA, conjuguei os estudos para ambos, porém, não me recordo de quanto tempo exatamente.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Eugênio: Sim. Acredito que, raras exceções, atualmente, não é possível a aprovação somente com estudos após publicação de edital. Primeiramente, Deus, depois, a minha determinação em mudar a minha vida e a vida de quem está ao meu redor nunca me deixaram parar os estudos. Claro que sempre há o desânimo, a incerteza, e todos os sentimentos comuns entre os concurseiros.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Eugênio: Por ser formado em Direito, possuía grande parte do conteúdo jurídico, mas, em relação às matérias básicas (português, RLM, informática) e específicas, utilizava videoaulas para a construção do meu caderno.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Eugênio: Conheci por meio de videoaulas gratuitas para a OAB quando me preparava para tal prova.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Eugênio: Estudava cerca de 3 matérias por dia. Não fazia resumos, apenas montei meu caderno nas disciplinas de português, rlm e informática. No início, foquei na leitura e releitura da teoria. Depois de alguns meses de estudos, só revia as matérias que eu terminava por meio de questões. Separava as matérias jurídicas mais próximas juntamente com alguma básica, e organizava-as durante segunda a sábado. Por exemplo, constitucional, adm e português. Eu nunca marquei a quantidade de horas estudadas. Sempre prezei pela qualidade na absorção do conteúdo. Então, estudava até cansar, parava, ficava no celular, assistia TV, e voltava após algum tempo.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Eugênio: Gostaria de agradecer ao professor Felipe Luccas Rosas, pois eu era um analfabeto técnico em português, e, com sua ajuda, acho que não sou mais rsrsrsr. Ultrapassada a dificuldade em português, surgiram as dificuldades em rlm, informática, contabilidade. Não para superá-las, mas para aprender o necessário para uma prova, estudava essas matérias de 2 a 3 vezes por semana.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Eugênio: Faltando 30 dias para as provas, deixava de estudar conteúdos novos e passava a revisar tudo, fazia muitas questões. Na véspera de prova, como sou muito ansioso, não iria conseguir descansar a mente, então, fazia questões até o final do dia, e passava a noite assistindo algo para tentar relaxar.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Eugênio: Como na PCPA a discursiva seria um estudo de caso, e devido às funções exercidas pelo Policial Civil, ao estudar conteúdos jurídicos relevantes à seara criminal, sempre procurei memorizar determinadas informações relativas às funções policiais. Por exemplo, ao estudar a lei Maria da Penha, procurei memorizar os artigos que citavam os atos do agente de policia ao atender a vítima.
Ah, sempre fazia redações, com o mesmo esqueleto, aos finais de semana. Aconselho praticar a discursiva semanalmente, pois, só se perde aquela “trava” na hora da redação na prova, treinando muito em casa.
Estratégia: Como está sendo sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Eugênio: Está indo tudo bem. Faço treinos intercalados de 3 em 3 dias. O importante é não deixar para treinar somente após a aprovação.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Eugênio: Dentre alguns erros, dois me prejudicaram muito: procrastinei muito em montar meu caderno de estudos; e a falta de treino para a discursiva em outros concursos.
Quanto aos acertos, o meu maior acerto foi fazer o básico, não sendo daqueles concurseiros que inventam métodos e métodos de estudos. Meu método foi sentar, estudar e repetir até o dia que fosse necessário.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Eugênio: O mais difícil é toda a abdicação feita em prol de um objetivo que a maioria das pessoas não entende, logo, com o tempo, todos começam a falar e se afastar de você. Infelizmente, é um caminho solitário, que somente você sabe e pode trilhar.
Apesar de toda incerteza, ansiedade, nunca pensei em desistir, pois, como se diz: ”fui para a guerra e toquei fogo nos barcos”. Escolhi esse caminho, e iria percorrê-lo até alcançar meu objetivo.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Eugênio: Mudar a minha realidade e de quem está ao meu redor.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Eugênio: Antes de iniciar seus estudos, decida se é isso mesmo que você deseja. Pois, atualmente, para se conseguir a aprovação para um cargo público, é necessário muito esforço e abdicação. Caso não se entregue 100% para o seu objetivo, só estará se desgastando, mas, se tiver consciência de que está dando o seu melhor, é questão de tempo para que seu esforço seja recompensado. E, uma vez iniciado seu plano, siga em frente, não pare, pois o mundo irá tentar fazer você duvidar de si, mas tenha fé em Deus e em si. “Para trás, nem para pegar impulso”.
