Aprovada no concurso da Polícia Federal
“Meu conselho é que dedique um tempo para se informar bem sobre todos os cargos e instituições que lhe interessam, e escolha um. Foque nesse cargo de uma forma que nada, nem ninguém, nem você mesmo, consiga desviar seu caminho. Seja firme, disciplinado, ache um método de estudo que se adeque à sua realidade, mantenha a rotina e invista em bons materiais. VOCÊ VAI CONSEGUIR!”
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formada em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Erika Pedrosa: Eu sou formada em Engenharia Civil pela Universidade Federal da Paraíba – UFPB, tenho 41 anos e sou natural de João Pessoa/PB.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?
Erika: Eu trabalhava na iniciativa privada desde minha formatura e nunca tive vontade de prestar concurso público, até que em 2016, em meio à grande exposição na mídia da Operação Lava-Jato, descobri que havia um cargo na Polícia Federal na minha área de formação. A escolha da área policial foi natural, fora a admiração pela Instituição, acredito que já tinha o perfil.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseira, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Erika: Sempre trabalhei e estudei, não tinha como perder uma fonte de renda, mas como era profissional liberal e tinha como sócio o meu pai, não tive problemas em entrar num acordo para dividir o tempo. Apesar de ter despertado para o mundo dos concursos em 2016, foi por volta de novembro de 2017 que iniciei minha preparação. Foram 2 meses de planejamento e organização – escolha do material adequado, adaptação de um método de estudo às minhas especificidades, estudo dos editais anteriores da banca CESPE na área policial e na minha área de formação, montagem de planilha de estudos para 6 meses com as matérias, dias de revisões, horários, aluguel de cabine em sala de estudos, porque em casa era difícil me concentrar com meus dois príncipes naturalmente querendo minha atenção – até que em 02/01/2018 eu comecei efetivamente a estudar. No começo, de segunda a sexta pela manhã, eu trabalhava presencialmente e, à tarde, eu apenas respondia e-mails e mensagens de whatsapp nos intervalos de estudo. Após algum tempo, vi que não conseguiria cumprir minha planilha, então fui acrescentando aos poucos os fins de semana e o período da noite até as 21h.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovada? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Erika: Eu fiz 4 provas antes do concurso da Polícia Federal, mas sempre estudei focada na PF. Logo em 2016, mesmo sem noção de nada sobre banca ou “uma errada anula uma certa”, eu fiz a prova da Polícia Científica de Pernambuco para o cargo de Perito Criminal especialidade Engenharia Civil. Em novembro de 2017, me inscrevi no concurso do TRF5, cuja prova foi em dezembro de 2017 para um cargo administrativo, apenas no intuito de me motivar. Em 2018, fiz as provas do STM em março – mesma banca, cargo de Engenheiro Civil – e ABIN em abril – também CESPE e cargo de Oficial Técnico com especialidade em Engenharia Civil. Não fui aprovada em nenhum deles.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Erika: Como eu comecei a estudar de verdade em janeiro de 2018 e o edital saiu em junho do mesmo ano, eu foquei 100% nos estudos, não havia tempo a perder, então saídas com amigos foram suspensas e, com a família, muito, mas muito mesmo, reduzidas.
Estratégia: Você é casada? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseira? Se sim, de que forma?
Erika: Eu sou casada e tenho dois filhos, que na época tinham 9 e 6 anos. Fora meu marido e filhos, apenas meus pais, meu irmão e cunhada, e alguns amigos mais íntimos sabiam que eu estava estudando para o concurso da PF.
Eu fui muito apoiada por todos, em especial meu pai, que segurou a barra nas obras para que eu conseguisse ficar um turno estudando, e meu marido com nossos filhos. Nos fins de semana que eu tinha que estudar, nós normalmente tomávamos café da manhã juntos e eu seguia para a cabine de estudo, retornando apenas à noite, porque sabia que se voltasse em casa para almoçar, seria difícil retomar os estudos à tarde, e meu marido dava, e ainda dá, todo o suporte aos nossos meninos.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Erika: Fazer outros concursos é importante para você treinar e entender a banca, contanto que você não desvie a atenção e não perca tempo com matérias que não estarão contempladas no edital do seu concurso principal. O meu objetivo sempre foi a Polícia Federal no cargo de Perito Criminal.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovada?
Erika: 9 meses.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Erika: Sim, comecei a estudar em janeiro e o edital saiu em junho. Eu me inscrevi no concurso do STM e da ABIN, porque me ajudava a ter ritmo e motivação nos estudos.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Erika: Videoaulas gravadas, cursos, livros e normas em PDF e bancos de questões.
As videoaulas tomam muito tempo, então só eram interessantes para aqueles assuntos que eu não conseguia aprender apenas com o PDF, ou quando estava dirigindo ou correndo na esteira, era uma maneira de aproveitar o tempo.
Normalmente eu lia o material escrito em PDF, fazia resumos de palavras-chave, bem curtinhos mesmo e resolvia questões. Fora isso, mantinha uma regularidade de revisões, o que no meu ponto de vista é fundamental para manter o conhecimento.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Erika: Buscando informações sobre concursos na internet.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso?
Erika: Como disse anteriormente, eu tinha um planejamento de revisões semanais e cumulativas, que era basicamente ler o resumo e resolver uma quantidade “x” de questões.
Eu estudava uma matéria por vez e só passava para outra quando acabava aquela. Tem gente que acha monótona essa forma e não consegue se concentrar, mas isso deu certo pra mim.
Nunca contei horas, minha meta eram os assuntos. A sequência era leitura – resumo – resolução de questões. Dividia a tela do computador ao meio, de um lado o material escrito do outro um arquivo do Word, a medida que ia lendo ia fazendo meu resumo.
Para as matérias de cálculo, preferia apenas grifar o material e resolver questões.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Erika: Eu tive dificuldade com informática, acho muito ruim decorar atalho de tecla e etc. Tentei aprender até o último minuto. Jão sei se consegui superar essas dificuldades (risos), mas no fim me saí bem na prova.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Erika: As duas semanas que antecederam a prova eu me dediquei apenas a revisões, achava mais importante estar com o conteúdo que já tinha aprendido bem memorizado que aprender coisas novas de última hora. Nada de descanso! Estudei até a hora de entrar no local da prova.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Erika: Confesso que não me dediquei muito ao treino das discursivas, mas isso quase me custou a vaga. Portanto, o conselho não poderia ser outro, TREINEM BASTANTE.
Estratégia: Como foi (ou está sendo) sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Erika: Antes de começar a estudar, eu me dedicava à atividade física 6 dias por semana. Então minha preparação, na verdade, foi diminuir a quantidade de treinos para poder estudar. Treinava apenas para manter a corrida e a musculação em dia. Depois do resultado da prova escrita, intensifiquei os treinos até o dia do TAF e deu tudo certo.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Erika: Erros: comprar livros… o único que usei de verdade foi um que ganhei de presente, o restante só serviu para enfeitar a estante.
Acertos: revisões, para mim esse foi o segredo.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Erika: O mais difícil é não poder dar mais atenção aos meus filhos e estar mais com eles no dia a dia. Mas nunca pensei em desistir, porque aquele sacrifício não era apenas por mim, era por nossa família, e meu marido foi quem mais me deu força nesses momentos de angústia, um “vá tranquila que eu estou aqui com eles, você vai conseguir” não tem preço.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Erika: Minha família, sempre.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Erika: Meu conselho é que dedique um tempo para se informar bem sobre todos os cargos e instituições que lhe interessam, e escolha um. Foque nesse cargo de uma forma que nada, nem ninguém, nem você mesmo, consiga desviar seu caminho. Seja firme, disciplinado, ache um método de estudo que se adeque à sua realidade, mantenha a rotina e invista em bons materiais. VOCÊ VAI CONSEGUIR!