Aprovada em 1° lugar no concurso ALMG para o cargo de Assistente Social
Concursos Públicos
“Torne o estudo, um hábito e não negocie. Apaixone-se pelo processo. Inclua atividades esportivas na rotina: assim você ganha em disponibilidade cognitiva para o estudo […]”
Confira a nossa entrevista com Débora Cecília Ribeiro Costa, aprovada em 1° lugar no concurso ALMG para o cargo de Assistente Social:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Débora Cecília Ribeiro Costa: Sou graduada em Jornalismo e em Serviço Social, especialista em Criminalidade e Segurança Pública e mestre em Sociologia. Tenho 40 anos e sou mineirinha uai, de Belo Horizonte.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Débora: Sou concursada como assistente social desde 2014, na Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (SEJUSP-MG), atuando, para tanto, no poder executivo. Ao longo desses quase 10 anos, o somatório da experiência com o estudo acadêmico me tornou abolicionista penal, ficando insustentável ideologicamente a minha continuidade no trabalho, voltado para medidas de restrição ou de privação de liberdade de adolescentes. Essa descoberta, apesar de frustrante, posto que eu possuía a projeção de uma carreira na área da segurança pública, significou também um divisor de águas no campo profissional. Concluí pelo encerramento da minha atuação nessa temática e compreendi que outros concursos no poder executivo, incorreriam em disfunções semelhantes as que eu havia experienciado. Por isso, foquei somente em concursos do legislativo ou do judiciário.
Ademais, como assistente social, o Estado é o principal empregador na minha área. Nesse contexto, os relatos de pessoas com vínculos de contrato no setor público sugerem relações precárias de trabalho, reforçando o estímulo ao concurso como campo laboral.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Débora: Sempre estudei e trabalhei. Quando decidi estudar novamente, em 2022, eu destinei as minhas férias-prêmio e regulamentares para dedicação integral aos estudos. Nos períodos de trabalho, eu sempre levei meus materiais e nos intervalos das atividades debruçava-me principalmente sobre os PDFs, por meio de um tablet. Vale destacar que manter esse foco interferiu nas minhas relações interpessoais no trabalho, sendo esse um custo que optei por arcar, pois certos bônus advêm de certos ônus.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Débora: Em todas as minhas tentativas, sempre estudei para a minha área, a saber: Serviço Social. Logo, minhas candidaturas foram para o cargo de Assistente Social. Em 2013, fui aprovada no meu atual concurso na então SEDS, atual SEJUSP-MG, em 5° lugar.
Desde 2022, quando voltei a estudar, fui aprovada nos seguintes concursos:
TJ-MG: 4° lugar;
ALMG: 1° lugar e Câmara Municipal de Belo Horizonte: 3° lugar.
Por ora, não pretendo continuar estudando, pois tudo indica que, ao menos em Minas Gerais, a carreira da ALMG parece ser a melhor para a minha área.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Débora: Eu mantive pouquíssimo contato social ao longo do estudo. No início, eu me concedia um dia por semana para a socialização e mesmo assim, após algumas horas de estudo. Não ficava nenhum dia sem contato com o conteúdo.
Admito que o isolamento social foi um grande desafio, certamente com consequências no campo social e mental. Por isso, foi de suma importância a prática de atividades voltadas para a saúde mental ao longo do processo.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira? De que forma?
Débora: Durante o meu período de estudos, eu sempre tive o apoio e estímulo por parte da maioria do meu círculo social. Meus pais e minha irmã evitaram me fazer convites e me contaram dos encontros. Também evitaram pedir ajudas rotineiras nesse período. A minha irmã, de forma muito amorosa, emprestou sua escuta e suas palavras motivacionais ao longo da minha reclusão. A exaustão recorrente e o efeito do afastamento social intensificaram de tempos em tempos, quando eu então recorria ao desabafo. Os meus amigos, aos poucos, foram entendendo o meu momento e respeitando a minha impossibilidade de sair. Houve situações de ressentimento, sendo a maior parte elaborada na sequência, todavia, algumas relações findaram nesse período e eu imagino que a escolha pelo estudo tenha contribuído sobremaneira.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Débora: Comecei a estudar em julho de 2022, focada no TRT-MG, cuja prova foi em 23 de outubro. Na sequência, concentrei no MPMG, até dia 14 de janeiro de 2023. Em seguida, estudei para a ALMG, realizando a prova objetiva em 05 de fevereiro e a redação em 28 de maio de 2023. Ou seja, somente para a ALMG eu estudei quase 5 meses, mas já estudava há 6 meses para outras provas, o que certamente contribuiu para o meu resultado.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Débora: Eu estudei principalmente por meio dos PDFs. Eu lia todo o conteúdo, fazia todas as questões das apostilas e grifava as partes mais importantes. Quando eu esgotava o conteúdo de um edital, eu relia somente os grifos, sendo essa a principal vantagem do estudo via material escrito. Contudo, notei que alguns conteúdos dos PDFs de conhecimento específico eram resumidos, demandando a busca da letra da lei ou de textos adicionais.
Em um segundo momento, após pouco mais de um ano de dedicação, empreguei o metódo de estudos por questões, o qual possibilitou apreender a forma de cobrança dos conteúdos, assim como o nivelamento quanto aos assuntos com maior nível de dificuldade, demandante, para tanto, de mais investimento. A realização de simulados também contribuiu para a construção desse diagnóstico.
Além disso, participei de Aulões de Véspera, os quais ajudaram a fixar conteúdos ainda não assimilados nas proximidades da prova. Fiz ainda pacote de redações com correções, os quais foram essenciais para a prática da escrita e para o conhecimento da estrutura esperada pelas bancas. Por fim, para o aprendizado de raciocínio lógico, fiz uso de videoaulas, com elaboração sequencial de resumos.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Débora: Fiz um preparatório para o concurso do INSS em 2015 pelo Estratégia. Na época, destinei as minhas férias regulamentares de 25 dias úteis para o estudo, alcançando então o 10° lugar. A despeito de não ter logrado êxito na aprovação dentro da vaga, fiquei satisfeita com o resultado e, por isso, quis reiniciar os meus estudos em 2022 com o Estratégia.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Débora: Nos materiais de outros cursinhos, incomodou a quantidade pequena de questões compiladas, além da ausência de comentários sobre as mesmas e da falta de espaços para resolução de dúvidas. Outro ponto negativo, foi a participação de professores com trajetórias incipientes na área de concursos.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovada?
Débora: Em 2013, fiz cursinhos presenciais em Belo Horizonte, resultando na minha aprovação e nomeação no concurso da então SEDS-MG, atual SEJUSP-MG.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Débora: A soma do PDF com o Fórum de Dúvidas é um diferencial do Estratégia, pois outros cursinhos que fiz, não possuíam um corpo docente disponível para o esclarecimento de questões. Outro diferencial são os aulões de véspera, que sempre alertam de forma acessível e resumida para conteúdos que realmente caem nas provas.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Débora: Até então, grande parte das minhas experiências de estudo para concursos ocorreram presencialmente. Em 2022, me deparei com pouquíssimas ofertas de aulas presenciais e todas elas cobrindo apenas parte do edital. Como a maioria das propostas eram online, eu escolhi o Estratégia em função do meu resultado anterior no INSS.
Fiquei bastante assustada quando constatei a extensão do conteúdo, ao que optei pela contratação do serviço de Coach do Estratégia, para assessoria na montagem do plano de estudo. Isso me ajudou significativamente na organização do conteúdo. Eu estudava 3 matérias intercaladas por dia, alternando a disciplina a cada 50 minutos. Assim, comecei estudando cerca de 3 horas por dia, mas rapidamente mantive a média de 6 a 8 horas diárias de dedicação.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Débora: Na véspera da prova, eu comumente separava as semanas finais para revisões, as quais aconteciam principalmente ante a leitura dos grifos dos textos. Dos conteúdos de uma forma geral, fiz resumos dos trechos que eram muito recorrentes na prova, os quais também realizava a leitura integrada à revisão. Além disso, participava dos simulados e aulões de véspera elaborados pelo Estratégia.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Débora: O exercício é a melhor maneira de testar o conhecimento e mapear áreas ainda demandantes de maior dedicação. Assim, após o nivelamento, é possível destinar maior tempo aos conteúdos com maior número de erros. Outrossim, a resolução de questões é a oportunidade de apropriação dos assuntos mais cobrados, além da apreensão da linguagem da banca.
Quanto ao número de questões, em todo o meu processo de estudo – que durou 1 ano e 9 meses -, eu fiz cerca de 6 mil questões. Haja fôlego!
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Débora: Eu tive muita resistência para aprender Raciocínio Lógico, dada a minha pouca afinidade com a Matemática. Resolvi isso quando decidi encarar o conteúdo. Para isso, assisti todas as videoaulas do conteúdo de um edital, fiz um bom resumo de cada uma, traduzindo-as para a “minha língua”. Depois, fiz 150 questões de cada tópico, retomando o conteúdo apenas daqueles que eu não alcançava 80%.
Outra dificuldade, foi com o Português. Nesse caso, o impasse era a fixação do conteúdo, haja vista a extensão da matéria. Para lidar com isso, eu fiz um resumo dos temas mais recorrentes em provas e alguns flash cards para fins de memorização.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Débora: Na semana de véspera da ALMG, eu reli todos os grifos dos textos dos PDFs e um dia antes da prova, eu foquei no aulão do cursinho e na leitura do meu resumo.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Débora: Para a prova discursiva da ALMG, eu li integralmente todos os 17 textos da bibliografia sugerida, e grifei as partes mais relevantes. Logo após, fiz um resumo manuscrito de cada texto e revisei todo o conteúdo por 6 vezes, relendo apenas os grifos dos textos originais. Para encerrar, tentei capturar o cerne de cada bibliografia, transformando-o em um comando de redação. Assim, fiz 17 redações, as quais foram corrigidas por um professor especialista em concursos.
Sem dúvida, foi a preparação mais exigente que tive para uma prova discursiva, já que esta seria realizada em uma data específica, compondo-se de 8 questões. A minha sugestão para provas dessa envergadura, é estudar os textos até torná-los familiares, em uma apropriação qualificada de seu conteúdo.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Débora: Desde 2022, fiz 5 provas no total e o meu principal erro no primeiro ano foi não ter estudado por questões. Inicialmente, eu estudava todo o conteúdo do edital, dedicando-me igualmente aos conteúdos, sendo que o método de estudo por questões, possibilita um mapeamento das dificuldades, direcionando o foco de forma equitativa.
Meu acerto foi destinar as minhas férias para o estudo e manter a disciplina diária de dedicação, incorporando-a como hábito. A prática de natação, contribuiu muito para o relaxamento do corpo e a terapia semanal, foi vital para a saúde mental durante todo o processo.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Débora: Nunca cogitei, se quer, a hipótese de desistência e a minha principal motivação foi a certeza do encerramento do meu ciclo na segurança pública. Como decidi tentar apenas concursos do legislativo ou do judiciário, os editais divulgavam apenas 1 vaga para o meu cargo (Assistente Social), e isso, vez ou outra, abalava a minha esperança. Para manter a fé, concentrei o meu foco no passo a passo, desviando a atenção do resultado. Eu tinha certeza que estava fazendo o meu máximo e, por isso, desenvolvi uma confiança no processo.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Débora: Torne o estudo um hábito e não negocie. Apaixone-se pelo processo. Inclua atividades esportivas na rotina: assim você ganha em disponibilidade cognitiva para o estudo! Insira também alguma prática voltada para a saúde mental. Corpo e mente precisam de cuidado! No mais, fortaleça a espiritualidade. Fé e confiança ajudam, exponencialmente!
Resumindo, é: “Fé em Deus e pé na tábua”.