Aprovado em 2º lugar no concurso TCE-RJ para o cargo de Analista de Controle Externo com especialidade em Ciências Contábeis:
“O meu conselho é que tenham persistência, não cometam o erro de parar de estudar após um, ou vários, resultados ruins e que tenham autocrítica. Autocrítica é necessária para fazer adequações nas rotinas de estudo, ver em que matérias estamos indo mal.”
Confira nossa entrevista com Daniel Breuer, aprovado em 2º lugar no concurso TCE-RJ para o cargo de Analista de Controle Externo com especialidade em Ciências Contábeis:
Estratégia Concursos: Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Daniel Breuer: Sou formado em Ciências Contábeis pela UVA-RJ, tenho 37 anos e sou de Porto Alegre – RS. Estou no Rio há, aproximadamente, 15 anos.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Daniel: Foram a estabilidade e a remuneração que me fizeram estudar para concursos.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Daniel: Quando fui aprovado para o TRE-RJ (2007), eu apenas estudava. Minha família tinha se mudado para o Rio há um ano, eu tinha largado a faculdade que fazia (eu fazia engenharia de materiais na UFRGS, estava no último período), minha esposa (à época minha namorada) tinha largado a faculdade e trabalho para vir junto para o Rio com minha família (ela é um anjo e sempre me apoiou). Estava na “obrigação” de arrumar um emprego com remuneração atrativa, o concurso do TRE-RJ foi a solução. Meus pais me apoiaram muito e consegui me dedicar bastante.
Para o TCE-RJ, tive que conciliar os estudos com o trabalho no TRE-RJ. Minha esposa me apoiou muito, sempre compreensiva. Eu não teria conseguido sem ela.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Daniel: Fui aprovado no TRE-RJ, em 2007, para técnico judiciário. Agora em 2021, estou em 2º para ACE- ciências contábeis do TCE-RJ. As provas objetivas estão com resultado definitivo, quanto às discursivas o gabarito ainda é preliminar (então a ansiedade está alta aqui em casa, risos).
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Daniel: Inicialmente, demorou para ficha cair (ainda não caiu muito…risos). Foi um momento de muita alegria, passa um filme de todo o esforço, todo o tempo fazendo questões, revisando. É uma sensação excelente.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Daniel: Para o TCE-RJ, comecei a estudar em nov/19. Inicialmente, eu mantive uma rotina de atividades físicas, eventuais passeios com a esposa e minha mãe, etc. No início de 2020, com o surgimento da pandemia, mantive as recomendações de distanciamento social, logo acabei tendo mais tempo para estudar.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Daniel: Tenho uma esposa fantástica, muito compreensiva e apoiadora. Não temos filhos. Durante a preparação, minha esposa mantinha uma rotina de alimentação focada nos meus horários de estudo. Quando saiu o local da prova, ela cuidou para entender o trajeto (distância, tempo estimado). Acho que ninguém consegue aprovação em um concurso do nível do TCE-RJ sem apoio.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Daniel: Eu acho que a pessoa tem de seguir uma área (fiscal, controle, etc..). Com o nível altíssimo da concorrência e número menor de vagas do que em anos anteriores, fica difícil para o concurseiro ser competitivo em diversas áreas. Por outro lado, tem a questão de se manter, de arcar com os estudos. Muitas vezes é necessário passar em um concurso “escada” para conseguir sustentar a família, pagar materiais, etc.
Vou aposentar as chuteiras. Mas ainda é tudo muito recente, ficha está caindo aos poucos.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Daniel: Estudei direcionado para o TCE-RJ de nov/19 até fev/21, logo 1 ano e 3 meses aproximadamente. Antes eu tinha estudado 1 ano mais ou menos para o TRE-RJ. Depois disso parei. Retornei aos estudos em meados de 2014 focando para fiscal. Fiz o ISS Niterói (2015), não tive sucesso neste e acabei me desmotivando e parando de estudar. Retornei em nov/19, focando no TCE.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Daniel: Cheguei a estudar sem edital na praça. Para manter a disciplina nesse período, eu focava em resolver muitas questões e “rodar” o meu ciclo o máximo possível sem “queimar a largada”. Tentava não pensar que não tinha edital.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Daniel: O Estratégia é amplamente conhecido. Sinceramente, faz tanto tempo que conheço e uso o site que nem lembro (risos).
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Daniel: Usei muito os PDFs e sistema de questões. Fiz um curso presencial de discursiva também. Eu sempre fui muito disperso, sempre tive dificuldade em ver vídeos (rapidamente já estava pensando em outra coisa). Sempre gostei muito de PDFs contendo os resumos ao final da aula.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso?
Daniel: Realmente, estar afiado em disciplinas tão diferentes entre elas: português, banco de dados, Contabilidade Pública, Auditoria, etc., é algo bem desafiador. Ainda mais desafiador é chegar na semana da prova com o máximo de conteúdo “fresco na cabeça”.
Eu montei um ciclo de estudos que era composto de 18 a 24 tarefas (número de tarefas oscilava de acordo com minha percepção do que eu tinha que melhorar). Eu dividia as matérias, de acordo os respectivos pesos/dificuldades nessas tarefas. Por exemplo, uma dessas tarefas era Direito Constitucional. Como eu já tinha tido contato com ela inúmeras vezes, numa tarefa eu lia parte dos resumos (não fiz muitos resumos, pegava os dos professores mesmo e completava com algumas coisas) e em outra tarefa eu resolvia questões. Dentro do ciclo, eu cuidava com a ordem das tarefas, evitando colocar matérias muito parecidas na sequência. Por exemplo, evitava fazer uma tarefa de Direito Administrativo e depois uma tarefa de Direito Constitucional.
Eu tentava fazer umas 3 tarefas por dia (de segunda a sábado, domingo eu tirava para descansar e criticar o meu ciclo, vendo o que poderia melhorar, etc). Cada tarefa durava 1h, 1h15. Raramente passava disso. Claro que eu tinha dias ruins, em que fazia menos (1 ou 2 tarefas). Em alguns dias, tentava fazer 4 tarefas, mas ficava muito cansado para dias seguintes (concurso é maratona, não são 100m rasos).
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Daniel: Português sempre foi um ponto fraco. Análise de informações, principalmente a parte de banco de dados, também foi uma pedra no sapato. Para resolver essas deficiências, fiz várias questões.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Daniel: Para um concurseiro, a reta final é similar ao jogador de futebol que está no ônibus com a delegação indo para a final de Libertadores fora de casa (risos).
Na semana anterior à semana da prova, eu apertei bastante o ritmo (em alguns dias fazia 5 tarefas). Já na semana da prova, eu tirei o pé um pouco para não chegar cansado na prova. Já estava com aquele sentimento de não aguentar mais estudar. Nos 3 dias antes do final de semana da prova, eu tirei banco de horas no trabalho (agradecimento especial para meus colegas de trabalho). Nesses 3 dias, tentei fazer bastante atividade física, relaxar, ver alguns filmes, tomar algumas cervejas.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Daniel: Uma das minhas tarefas no meu ciclo era relacionada às discursivas. Minha letra sempre foi muito ruim (às vezes eu não entendo o que escrevo), então tive que treinar bastante.
Acho que nessa parte de discursivas, dá pra separar em dois momentos. O primeiro é ter um bom domínio do conteúdo, o segundo é praticar, praticar e praticar.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Daniel: O meu maior erro foi ter parado de estudar após resultado negativo no ISS – Niterói. Por conta disso, quando saiu ICMS-RS e ICMS-SC eu não estava preparado para competir.
Meu maior acerto foi ter resolvido muitas questões.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Daniel: O mais difícil foi manter a motivação durante muito tempo. Esse concurso teve uma particularidade que foi a suspensão em virtude da pandemia. Embora isso tenha representado mais tempo de estudo, representou também uma carga emocional muito grande (quando a prova vai sair? Vai sair mesmo?).
Tentei me desligar disso e focar em resolver questões e manter o ciclo rodando.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Daniel: Minha principal motivação foi, além da remuneração, a importância do cargo de ACE do TCE e os relatos do ótimo ambiente de trabalho.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar onde você chegou!
Daniel: O meu conselho é que tenham persistência, não cometam o erro de parar de estudar após um, ou vários, resultados ruins e que tenham autocrítica. Autocrítica é necessária para fazer adequações nas rotinas de estudo, ver em que matérias estamos indo mal.
É importante tentar manter uma vida saudável também (ninguém vai aguentar muito tempo se alimentando mal, sem atividade física). Concurso é uma maratona, o corpo e a mente precisam estar bem. Claro que tudo deve ser feito com bom senso, ninguém vai estudar em alto nível para auditor de TCE ou fiscal de ICMS e ao mesmo tempo estar se preparando para realizar um Ironman, por exemplo.
