Aprovado em 01° no concurso DP-DF para Analista De Apoio À Assistência Judiciária
Concursos Públicos
“Estudar para concurso público requer do candidato o entendimento de três coisas iniciais: motivação (observar que não é motivo), maturidade (que não guarda qualquer relação com idade) e tempo (que não significa ter o dia inteiro livre).”
Confira a nossa entrevista com Samir Oliveira Salles, aprovado em 01° no concurso DP-DF para Analista De Apoio À Assistência Judiciária – Área: Apoio Especializado – Especialidade: Engenharia Civil:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Samir Oliveira Salles: Sou o Samir. Engenheiro Civil, 34 anos, nascido e criado em Manaus/AM.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Samir: Confesso que desde a graduação o serviço público para mim figurava como a última opção de carreira a seguir. O que me fez mudar de entendimento foram as vivências profissionais mais próximas da administração pública, que me permitiu conhecer diversos órgãos, e despertou o interesse em ser servidor público. Além disso, minha graduação é graças a uma instituição de ensino superior pública e boa parte da minha família também é de servidores, então, conheço pelos bastidores e tenho a experiência da importância e da relevância do serviço público.
Depois vieram as capacitações e o autoconhecimento, então, após uma profunda análise e planejamento pessoal, considerando diversas variáveis, decidi que neste momento o serviço público faz sentido para mim. E acredito que desenvolvi algumas habilidades que contribuirão muito para prestar um bom serviço.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Samir: Sim e não, explicarei. Decidi dedicar-me integralmente ao estudo para concursos em 2019, após ser dispensado do último emprego na iniciativa privada, motivada pela tradicional redução de custos operacionais. Entretanto, naquela época havia assumido alguns compromissos de trabalho voluntário que não achei certo renunciar, e assim, mesmo formalmente desempregado e sem renda recorrente, continuei desempenhando as funções honoríficas assumidas, que em algum momento, tiveram e até hoje são conciliadas com os estudos.
Para conciliar é questão de planejamento. Balancear as cargas horárias e tentar prever todos os compromissos e antecipar os desvios. Eventualmente surgem alguns “imprevistos” e nesses casos, devemos tratar de reorganizar o planejamento. Por isso é importante que o planejamento disponha de algumas janelas de “folga”, afinal, não somos eficientes e operacionais o tempo todo, e nem sempre tudo sai conforme o planejado. É preciso um pouco de versatilidade e compreender suas limitações.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Samir: Como muitos concurseiros, construí alguns degraus com aprovações e reprovações que compõem essa caminhada. Até o momento, os resultados de aprovação, mesmo em cadastro reserva, são:
- TJ/AM, Analista Judiciário, especialidade Engenharia Civil: 21°;
- TCE/AM, Auditor Técnico de Controle Externo – Obras Públicas A, 64°;
- DPDF, Analista de Apoio a Assistência Judiciária – Apoio Especializado – Engenharia Civil, 1°;
- MP/SC, Analista em Engenharia Civil, 39°.
Embora homologado, ainda não foi possível para a Defensoria nomear os aprovados (são aqueles fatores que não estão sob nosso controle e nem do órgão), então, sim, continuo estudando e apoiando as comissões de aprovados no que for possível.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Samir: Minha vida social felizmente não é muito agitada. A pandemia também contribuiu bastante para reduzir o contato social. Então, até o momento tenho conseguido conciliar minha preparação, meus compromissos sociais e profissionais. Obviamente, nem todos com a mesma intensidade. Também não significa dizer que nenhuma adaptação teve que ser feita.
Já renunciei sim a algumas reuniões e oportunidades de trabalho (temporário), eventos, passeios, viagens e até mesmo outras capacitações que puderam ser postergadas. Da mesma forma, ocorreram situações em que tive que diminuir o ritmo de estudo para dar atenção a minha família e a mim.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Samir: Não sei se entenderam, mas, sem sombra de dúvidas, as pessoas mais próximas me apoiam de todas as formas possíveis. Especialmente minha mãe, a quem sou profundamente, incondicionalmente e eternamente grato. Se não fosse pelo amor, paciência, compreensão e investimentos feitos por ela eu não teria conquistado esses resultados e os que estão por vir.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Samir: Desde 2019 eu vivo um eterno pós-edital, exceto em 2020 por causa da pandemia. Acho que o último concurso que eu foquei muito, mas não exclusivamente durante o pós-edital foi o do TCE/AM, com edital publicado em junho e provas realizadas em agosto de 2019. Depois da DPDF, em 2022, engatei um edital após o outro.
Minha dedicação não foi exclusiva porque paralelamente a isso venho construindo minha base nas disciplinas, montando meu acervo de questões, e meu material de consulta. A receita para manter a disciplina é ter um bom planejamento, ele não precisa ser intenso em carga horária e conteúdo, mas precisa cobrir a maior quantidade possível de assuntos que a pessoa precisar.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação? (Aulas presenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens?)
Samir: Quase todas as possíveis e imagináveis. Aulas presenciais, turmas presenciais para resolução de questões, PDF, PDF de questões, videoaulas de teoria, videoaulas de questões, videoaulas de revisões, videoaulas de jurisprudências, lei seca, leitura de normas, normas impressas, mapas mentais, resumos, sistemas de questões, rodadas avançadas, simulados, cursos de reta final, revisões de véspera, curso de discursivas sem correção e resolução de provas anteriores.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Samir: Pela internet, com a propaganda do pacote para o TCE/RO (2019), que foi o primeiro produto adquirido.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Samir: Certamente. Não era bem um incômodo com outros cursos, mas quando comecei a estudar para concursos não encontrei muitas ofertas de materiais voltados à engenharia civil, até mesmo porque a demanda não é a mesma comparada às áreas gerais: cargos de nível médio, formação geral, em direito, administração ou contabilidade, por exemplo.
O Estratégia foi o primeiro que apareceu, e me adaptei à metodologia, então optei por seguir a proposta: tinha o que eu buscava e o custo não era proibitivo. Também não acho justo comparar com cursos presenciais porque são metodologias e abordagens muito diferentes. Claro que existem outros cursos on-line com propostas semelhantes à do Estratégia, mas os recursos da Coruja me atendem bem.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Samir: Sim. Meu primeiro concurso nessa versão concurseiro profissional foi o do TJ/AM, onde consegui ficar no cadastro reserva.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Samir: Como disse anteriormente, não acho justo comparar o Estratégia com os demais. Talvez a principal diferença do Estratégia é sua diversidade de ferramentas e isso pode fazer com que os alunos sintam dificuldades em como começar, ou não extraiam todo o potencial do curso. Por partes:
Como começar? Praticamente toda semana o Estratégia tem alguma transmissão voltada para montar plano de estudos, quais matérias estudar, estatísticas anteriores, análise de edital, autorização de novos concursos, escolha de banca. Ou então as diversas monitorias de acompanhamento. São conteúdos muito bons, mas que devem ser utilizados com sabedoria. Eles são importantes para ajudar a montar um edital de referência, os ciclos de estudo, o balanceamento de carga horária e orientar as revisões.
Mas antes de seguir esse passo a pessoa precisa estar decidida e consciente da jornada que é estudar para concurso público. Para isso a Coruja dispõe das entrevistas com aprovados, as entrevistas para conhecer as carreiras, as perspectivas de novas oportunidades.
Tomada a decisão e sabendo o que fazer começa a parte mais longa: aproveitar os materiais. O melhor, e o pior, do Estratégia é que são muitos cursos, muitos pdfs, milhares de videoaulas, milhões de questões disponíveis – isso é uma tortura para quem é indeciso. Felizmente, a pessoa não precisa consumir tudo para conquistar a aprovação, mas precisa de uma boa estratégia para tirar o melhor proveito.
E nesse ponto entra a particularidade de cada um, infelizmente não existe uma receita de bolo ou um manual de instruções, mas existem diversas alternativas da coruja: pdf simplificado, cursos de reta final, trilha estratégica, passo estratégico. Além é claro dos cursos regulares, que são os meus preferidos. Geralmente a carga horária deles é pesada, seja em videoaulas ou em páginas de leitura, mas se a pessoa dispuser de tempo, na minha opinião, os cursos regulares e de pré-edital são as melhores opções.
Depois de criada a base é “só” manter o conhecimento, e aí vem o passo estratégico, os cursos de reta final, o sistema de questões. Então, essa é a relevância do Estratégia: ter um material para cada momento de preparação. Mesmo sendo bastante densos, eles proporcionam uma economia de tempo e ajudam a encontrar nossas deficiências, mesmo que os estudos não estejam organizados.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos? (Estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Quantas horas líquidas estudava por dia?)
Samir: Meu plano de estudos, que sigo ainda hoje, nasceu em 01/09/2020, pouco mais de 1 ano depois de eu ter decidido estudar para concursos. Ele tem espaço para 25 disciplinas, distribuídas em ciclo básico, controle (área de controle: interno e externo) e engenharia civil! Não significa que eu estude todas ao mesmo tempo ou com a mesma carga horária.
Apesar de não ter uma planilha ou aplicativos para contabilizar horas líquidas, questões e percentual de acertos, eu tenho um edital de referência que contempla as três áreas mencionadas. Quando sai um novo edital, eu comparo com o que já estudei para fazer a análise de viabilidade em prestar ou não uma prova. Essa análise envolve muitas variáveis: tempo até a prova, conteúdo programático, peso das questões, valor da inscrição, local de aplicação, data de aplicação, transporte, hospedagem, alimentação, atribuições do cargo, local de lotação, outras provas próximas, possibilidade de adiamentos.
Logicamente, não é porque um edital foi publicado que necessariamente irei prestar a prova. Compreender que em determinado momento aquela oportunidade pode não ser a mais adequada também é uma lição aprendida ao longo dessa trajetória.
Estratégia: Como fazia suas revisões? (Costumava fazer resumos, simulados ou algo mais?)
Samir: Tenho duas ferramentas para revisão: meu resumo verticalizado e as provas anteriores. O resumo verticalizado nada mais é o edital verticalizado de cada disciplina. Ele tem que ser de consulta rápida e ter as informações que mais tenho dificuldades, geralmente prazos, conceitos, palavras-chaves. Nasceu obviamente a partir dos editais anteriores, mapas mentais e resumos dos PDF’s, e das videoaulas. As provas anteriores são questões resolvidas, na sequência compatível com a do resumo verticalizado. Importante resolver a questão mesmo que ainda não domine a teoria, uma hora ela será uma carta na manga.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Samir: Toda minha preparação está baseada na resolução de questões. Mas as utilizo de forma um pouco diferente. Não controlo quantidade ou percentual de acerto pois em determinado momento percebi que essas métricas me tomavam tempo, me frustravam e prejudicavam meu rendimento. Foquei em resolver bem as questões, entender seu texto e contexto para compreender as respostas. Além de buscar abranger o maior número de assuntos possíveis.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Samir: Dividindo por partes:
Na parte geral (ciclo básico): ainda tenho algumas dificuldades em constitucional. Especialmente aquelas questões que cobram as origens e história das constituições e aqueles entendimentos dos tribunais superiores que mais parecem questões de raciocínio lógico.
Na parte de controle, área geral: contabilidades e TI.
Na parte de engenharia civil: as disciplinas que envolvem água (hidrogeologia, sistemas de geração de energia, irrigação), talvez porque são as áreas que eu menos tive contato na graduação e ao trabalhar.
Para superar essas dificuldades não tem muito mistério: precisa mapear porque elas acontecem, buscar os conceitos que estão deficientes e trabalhar eles, seja por questões, seja por leitura de norma, por resumos ou videoaula. Precisa dedicar um pouco mais de carga horária e ter paciência. Cedo ou tarde as coisas irão fazer sentido.
Essa é a importância de resolver muitas questões, ainda que de bancas diferentes, porque ao ter contato com diferentes abordagens, a compreensão da teoria envolvida fica mais fácil. E claro, é preciso buscar alguma teoria para entender o porquê das coisas. Nenhum PDF, professor ou livro trará todas as respostas prontas, vai acontecer muita pesquisa no caminho. Mas o material do Estratégia ajuda a encontrar um rumo mais rápido.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Samir: Minha aprovação na DPDF foi um “quase-acidente”. O edital foi publicado em julho, com provas previstas para novembro de 2020, o que era um excelente tempo de pós-edital. Até que em outubro veio a suspensão da aplicação das provas em virtude da pandemia. O concurso foi retomado em dezembro/2021, com aplicação das provas previstas para fevereiro/2022, ainda assim, um bom pós-edital.
Era apenas 1 vaga, já tinha contabilizado o prejuízo de passagens e hospedagem inicial (não pude remarcar e acabei realizando aquela viagem), e a prova da vez era a da Petrobrás. Resumindo, não tinha motivação alguma para prestar essa prova. Até que, fui conferir os documentos para ter certeza, 3 dias antes da aplicação da prova consegui emitir um bilhete por pontos a um custo razoável, e como uma conspiração do destino, também consegui hospedagem a um bom preço e perto do local de aplicação das provas, tudo na asa norte. Tinha agora condições físicas de prestar o concurso.
Quanto ao conteúdo, os dois dias anteriores à aplicação foi o tempo que tive para focar no que era específico do DF e da Defensoria previstos no edital, afinal, no restante do tempo já vinha construindo minha base geral. No dia anterior à prova, li a lei orgânica do DF no avião, afinal, eram duas horas e trinta minutos de voo, de “silêncio”, de concentração total. Não lembro se teve revisão de véspera. Chegue a Brasília para dormir e prestar as provas no dia seguinte.
Fiz a prova da manhã, depois de enfrentar uma caminhada debaixo de chuva entre o portão da universidade e o bloco da sala de aula. Nunca chove em Brasília, mas naquele dia choveu! Almocei perto da universidade, tive tempo de tomar um banho e voltei para o turno da tarde, para as discursivas. Saiu o gabarito preliminar, contabilizei meu desempenho e segui estudando para a próxima prova, afinal, no domingo seguinte era a prova da Petrobrás.
Trinta e sete dias após a aplicação das provas saiu o resultado provisório das provas objetivas. Ordenei os dados e vi meu nome em primeiro lugar! A partir de então começou a “batalha” de cada uma das etapas seguintes, para mim, “apenas” discursivas e títulos. Até que em agosto/2022 veio o resultado final e a homologação do concurso, sendo oficial minha aprovação em primeiro lugar para Analista de Apoio a Assistência Judiciária – Apoio Especializado – Engenharia Civil da DPDF.
Fui aprovado na objetiva da Petrobrás também, mas minha nota não foi suficiente para figurar entre as primeiras posições e fiquei de fora do cadastro reserva.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Samir: Teve discursiva: 90 linhas distribuídas entre 4 questões – 1 dissertação de até 30 linhas sobre temas atuais e 3 questões de até 20 linhas sobre temas de conhecimentos especializados, no meu caso, de engenharia civil. Um turno específico somente para essa etapa, com 3 h de duração, depois do almoço.
De modo geral engenheiro não gosta de escrever, entretanto, essa é uma habilidade que venho desenvolvendo desde o ensino médio. Tive duas professoras excelentes no colégio, posso dizer que minha base é boa. Depois, durante minha carreira, sempre fui obrigado a escrever para todos os públicos: autoridades, diretores, gerentes, treinamentos, instruções de trabalho, entre outros.
Daí, para fazer uma boa discursiva é preciso conhecer a banca, os critérios de pontuação e correção, e mostrar domínio do conteúdo. Não vem do dia para a noite, é preciso treino, como qualquer outra habilidade a ser desenvolvida. Por outro lado, não é um bicho de sete cabeças como pintam, requer um pouco de vocabulário (não necessariamente rebuscado), domínio de algumas estruturas e expor as ideias da forma mais clara, coesa e coerente possível.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Samir: Começando pelos erros:
- Demorar muito tempo para montar meu edital de referência, por querer conhecer todo o universo em que estaria me inserindo, como as bancas cobram os assuntos e conhecer todas as técnicas de estudo. Isso é completamente desnecessário nessa intensidade. Meu conselho, comece, mesmo que possa parecer errado, ao longo do caminho você vai ajustando o curso, mas tenha um caminho a seguir. Teste as diversas técnicas durante o caminho.
- Montar um edital de referência gigantesco. Em geral os editais são grandes por natureza. Então, semelhante a elaboração de uma monografia, trace seu objetivo geral (o cargo dos sonhos) e conquiste os objetivos específicos (disciplinas gerais, ciclo básico, disciplinas específicas e disciplinas especializadas). Suba degrau a degrau.
- Querer terminar logo um conteúdo. O estudo para concursos é muito iterativo e interativo. Você irá ver o mesmo assunto diversas vezes (são as revisões), sob várias perspectivas (são os diferentes professores e bancas) e em diferentes níveis de profundidade (são as diversas provas a prestar). E interativo porque não existe material perfeito, como falei, ainda não há um lugar com todas as respostas e, por isso, de alguma forma você vai montar seu próprio material, seja por grifos, resumos ou cadernos de questões. Dificilmente minha barrinha no Estratégia fica azul (100%).
O que considero acerto:
- Entender que mais importante que quantidade é a qualidade. No dia da prova você “só” precisa pintar as bolinhas certas e escrever, se for o caso, as ideias chaves que o examinador pedir.
- Estudo baseado em questões, de diversos níveis. Responder muito bem as questões para não desenvolver entendimentos que te prejudicarão no futuro. Cuidado para não desviar o foco. “Treino difícil, jogo fácil”, mas tudo é dosado.
- A prática leva a perfeição, então sim, muitas coisas você irá repetir. Você vai ler diversas vezes a constituição federal, regimentos internos, leis orgânicas, leis ordinárias, leis complementares, normas técnicas, manuais, até chegar ao ponto de criticar com propriedade as notícias veiculadas na TV e na Internet, isso é absolutamente normal.
- Faça você mesmo seus recursos. A banca não é de modo algum didática, mas ela responde todos os recursos, e muitas vezes, essa resposta da banca é o que faltava para você compreender o entendimento de uma questão.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Samir: Desistir? Em quase todas as vezes que pintava um cartão resposta. O processo de estudar, assistir videoaula, ler várias normas e leis, preparar teu material, é trabalhoso e incômodo, mas para mim não é a pior parte. Acredito que a pior parte de um concurso público é o tempo entre a análise dos recursos e a divulgação do resultado definitivo. Com o agravante, isso se repete para cada etapa: prova objetiva, prova discursiva, títulos, TAF, inspeção de saúde, investigação social e curso de formação nos casos de ser eliminatório, quando aplicáveis.
Nesse concurso da DPDF tive 3 ciclos: provas objetivas, discursivas e títulos. Ainda tem a avaliação biopsicossocial, mas eu não participei. Foram 3 ciclos em que tudo podia mudar, involuntariamente você desenvolve ansiedade, aflições, frustrações. Além da particularidade do CEBRASPE que é interpor recurso a favor do gabarito preliminar. Acho uma “maldade” muito grande e o maior gatilho para a ansiedade. A contraposição é sua motivação. As razões pelas quais você se submeteu a esse processo. Elas são exclusivamente suas e devem ser suficientemente consistentes para motivar e superar os momentos negativos.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Samir: Estudar para concurso público requer do candidato o entendimento de três coisas iniciais: motivação (observar que não é motivo), maturidade (que não guarda qualquer relação com idade) e tempo (que não significa ter o dia inteiro livre).
Em seguida, precisa conhecer e se decidir por uma carreira foco: polícia, tribunais, Ministério Público, Fisco, Controle, Magistratura, Saúde, Engenharia, entre outras. Sabendo o porquê se quer chegar a determinado lugar, é o momento de montar o plano de ação: saber suas limitações, conhecer suas disponibilidades, adquirir um bom material, traçar as metas, encaixar essas metas, medir desempenho, melhorar desempenho (É um SWOT, PDCA, BSC, tudo junto).
Antes que reclamem que não tenho minha planilha de desempenho, digo que eu estabeleci outros indicadores que funcionam para mim. Não existe regra de quantas vezes esses ciclos irão se repetir, mas é válido lembrar que é praticamente impossível alcançar resultados diferentes se o processo permanece rigorosamente igual.
Concurso público não é uma fila, nem um jogo de cartas marcadas. Depende exclusivamente de sua dedicação. Se a pessoa fizer o que é certo, estudar com consistência e qualidade, vai alcançar seus objetivos. A frustração é que não existe regra de quanto tempo isso vai demorar ou quanto vai custar, e essa incerteza faz com que muitos desistam pelo caminho, ainda bem!