Aprovado 76º lugar para Soldado Combatente no concurso CBM-ES
Concursos Públicos
“Não dê ouvidos aos que engrandecem a dificuldade de concursos públicos e romantizam a vida de concurseiro. Não se deixe imergir completamente nesse meio durante toda a sua preparação. Se dedique muito! Mas continue praticando as coisas que te fazem feliz, como atividades físicas e relacionamentos interpessoais.”
Confira a nossa entrevista com Henrique Leitão França, aprovado 76º lugar para Soldado Combatente no concurso CBM-ES:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Henrique Leitão França: Tenho 23 anos, namoro há 7 anos, sou capixaba (Vitória-ES), e estou concluindo minha graduação em Direito pela Universidade Federal do Espírito Santo. Além disso, sou faixa preta e professor de Jiu Jitsu.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Henrique: Estou me formando em Direito, então os caminhos mais tradicionais para se seguir são ou a advocacia ou os concursos públicos. Quanto ao primeiro, não revelei aptidão alguma para a profissão; o funcionalismo público, por outro lado, me ofereceu uma gama de possíveis cargos nos quais eu pude me identificar, primordialmente aqueles relacionados à área policial.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Henrique: Além de concurseiro, faço faculdade de Direito na UFES e trabalho como professor de Jiu Jitsu. Para mim, o mais importante sempre foi a disciplina. Independentemente de qualquer coisa, eu sempre reservei um horário para tudo, seja para a faculdade, para o trabalho, ou para os concursos. Acredito que o principal problema deste último seja a liberdade que o estudante tem para fazer seu horário, o que pode se revelar desestimulante às vezes. Contudo, a auto cobrança para cumprir metas nos obriga a sempre manter a constância e a progredir cada vez mais em rumo ao objetivo, nesse caso, a aprovação.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado?
Henrique: Este é, na verdade, o meu segundo concurso, uma vez que já tentei ser aprovado para o cargo de Escrivão da Polícia Federal. Tanto nesse quanto na prova do CBMES eu estudei em pós-edital.
Meus intuitos com os concursos de área policial são, tão somente, o preenchimento dos requisitos de tempo de prática policial que são exigidos pelos concursos de Delegado de Polícia. Recentemente, várias polícias, incluindo a Polícia Federal, tem aceitado o tempo de serviços como Bombeiro Militar como prática policial.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Henrique: Nunca fui uma pessoa de sair, ir para baladas etc. Contudo, não tive problemas em manter minha vida social e familiar ativa. Nos momentos em que eu não estava estudando, sempre fiz questão de fazer minha agenda render, e isso está diretamente relacionado com os momentos de lazer e diversão, que são indispensáveis para uma longa rotina de estudos.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Henrique: Tenho um relacionamento estável há 7 anos com minha namorada, que também estuda para concursos. Sempre fui muito reservado quanto a meus objetivos, então prefiro compartilhar com o mínimo de pessoas possíveis. As pessoas mais próximas de mim sempre respeitaram minhas escolhas e me apoiaram.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Henrique: Estudei por 2 meses e meio para esse concurso, especificamente. Por mais que o tempo fosse curto, e que eu não tivesse contato com nenhuma das matérias há anos (salvo português), tomei como desafio relembrar aquilo que havia estudado no nível médio. Essa empolgação de relembrar matérias que eu muito havia estudado para o vestibular, me prenderam nos estudos. Acredito que, independentemente do que estamos estudando, devemos ter interesse e buscar saber o máximo possível daquilo que estamos lendo. Isso torna tudo menos monótono e mais interessante. Por exemplo, além de consultar os materiais de biologia, em horas vagas, eu assistia documentários e vídeos relacionados às matérias. Não obstante, consegui acertar 19 das 20 questões de biologia.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Henrique: Estudei somente por PDFs. São mais práticos e poupam um tempo que poderia ser gasto desnecessariamente com outros métodos. Contudo, se houvesse uma matéria que eu não entendesse mesmo com insistência, eu com certeza apelaria para as vídeo-aulas, da mesma forma como eu fiz com Informática enquanto estudava para a Polícia Federal.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Henrique: Pela internet, quanto procurava por algum meio para estudar para concursos.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Henrique: Com a faculdade e o trabalho, eu não tinha muito tempo disponível para esse concurso. Por isso, tinha que me virar com 3-4 horas por dia. Para fazer meu tempo render, eu buscava aproveitar todo o meu tempo disponível, imergindo completamente nos estudos nesse momento vago, que se concentrava pela manhã. Para que eu conseguisse me aprofundar, estudava somente 2 matérias por dia.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Henrique: Seja na faculdade ou nos concursos, eu sempre estudei por meio de resumos ou fichamentos. São ótimos para evitar a monotonia dos estudos e melhores ainda para relembrar a linha de pensamento que usei enquanto estudava aquilo pela primeira vez.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Henrique: Exercícios são primordiais para a preparação e para compreender o modus operandi do avaliador, ou seja, como ele gosta de cobrar aquela matéria. Por isso, sempre fiz muitos exercícios, principalmente quando faltava pouco tempo para a prova. Exceto nas 2 últimas semanas, tempo em que me concentrei nos resumos.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Henrique: Gramática sempre foi uma dificuldade para mim. Para superar isso, poupei energias que seriam gastas com frustrações pelo mau desempenho em Português e as concentrei para estudar aquilo que eu me dava bem, isto é, História, Biologia e Química.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Henrique: Somente li meus resumos e tentei aliviar o stress.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Henrique: Meu principal erro foi estudar apenas em pós-editais, o que fez eu me submeter a rotinas extremamente rígidas com o intuito de correr atrás do tempo perdido.
Quanto aos acertos, devo tudo à disciplina, que não me deixava escapar de minhas obrigações. Isso que me levou ao progresso.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Henrique: Não.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Henrique: Não dê ouvidos aos que engrandecem a dificuldade de concursos públicos e romantizam a vida de concurseiro. Não se deixe imergir completamente nesse meio durante toda a sua preparação. Se dedique muito! Mas continue praticando as coisas que te fazem feliz, como atividades físicas e relacionamentos interpessoais. Esses momentos de lazer são, para um concurseiro, tão importantes para a preparação quanto os momentos de estudos. Boa sorte!