Aprovada em 3° lugar no Processo Seletivo do Ministério da Economia / perfil profissional 2 (Direito)
“Quando você vir seu nome na lista de aprovados, você terá uma sensação de que TUDO valeu a pena, todas as horas sem fim de estudo, as madrugadas acordadas, os eventos sociais que perdeu, TUDO vai ter valido a pena, então NÃO DESISTA!”
Confira nossa entrevista com Carolina Castro, aprovada em 3° lugar no Processo Seletivo do Ministério da Economia / perfil profissional 2 (Direito):
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formada em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Carolina Castro: Tenho 26 anos de idade. Sou advogada, formada em Direito pela Universidade de Brasília – UnB. Sou natural de Brasília, nascida e criada aqui. Desde sempre eu fui muito esforçada nas metas que traçava, tanto que consegui aprovação para o Curso de Direito na UnB com 17 anos, ainda na metade do terceiro ano do ensino médio, então o estudo sempre foi uma parte muito importante da minha vida.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Carolina: Como sou brasiliense, passei a minha vida inteira respirando ar concurseiro, ainda mais pelo fato dos meus pais serem concursados, então sempre foi algo que esteve no meu planejamento de vida. Eu sempre quis concurso e entrei na Universidade já com essa cabeça. Nunca tive vontade de me aventurar pela área privada.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseira, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Carolina: Me formei no meio de 2017 e, naquela época, eu estagiava em um escritório de advocacia, o qual eu gostava muito, e eles me ofereceram uma efetivação como advogada. Apesar de ser um local de trabalho em que eu me identifiquei bastante, como tinha a oportunidade rara de só estudar, recusei a oferta e já saí da faculdade diretamente para o mundo de concursos. Então, desde 2017 eu apenas estudo (mas de vez em quando pego uma causa ou outra autonomamente para juntar um dinheiro).
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovada? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Carolina: De 2017 para cá passei em alguns, mas todos em cadastro reserva. Ainda estou aguardando ser chamada na maioria.
Fui aprovada:
- Câmara Legislativa do Distrito Federal – CLDF, para os cargos de Agente de Polícia Legislativo (nível médio), na posição n° 31 e Consultor Técnico – Inspetor de Polícia Legislativo (Nível Superior), na posição número n° 11.
- Tribunal de Justiça de Minas Gerais – TJMG, para o cargo de Juíza Leiga, na posição n° 58.
- Tribunal de Justiça da Bahia – TJBA, para o cargo de Juíza Leiga, na posição n°201.
- Tribunal Regional Federal da 3ª Região – TRF3, para o cargo de Técnica Judiciária – Área Administrativa da Seção Judiciária do Estado de São Paulo, na posição n° 254
- Polícia Militar do Distrito Federal – PMDF, para o cargo de praça, na posição n° 283
- Ministério da Economia, Processo Seletivo para Advogado temporário, em 3° lugar.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Carolina: É uma sensação indescritível, como se todas as horas de estudo e todas as abdicações sociais tivessem valido a pena. É a sensação de que o esforço compensa e que não existe mistério nem fórmula mágica: quem persiste nos estudos uma hora colhe os resultados.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Carolina: Nunca fui muito radical de abdicar de tudo, mas com certeza houve cortes e reduções. Eu nunca fui muito festeira, então isso não foi um problema. Tentava conciliar todas as coisas. Meu pai sempre me ensinou, desde pequena, que existe hora para tudo: hora para estudar, para descansar, para encontrar os amigos e a família.
Tudo na vida é planejamento. Se você se organiza direitinho e cumpre o que se programou a fazer, não precisa abdicar de nada completamente, apenas priorizar os estudos.
Estratégia: Você é casada? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseira? Se sim, de que forma?
Carolina: Sou solteira, mas durante esse período de estudos eu tive relacionamentos, e sempre foram companhias que me acrescentaram e entendiam o momento que eu estava passando. Nunca tive problema em conciliar as duas coisas e ter tempo para me relacionar.
Ainda moro com meus pais e com certeza eles foram a peça mais fundamental para a minha caminhada. Em toda essa jornada, desde o começo, eles me ajudam incondicionalmente, seja me auxiliando financeiramente nesses tempos, seja comprando o material para estudos que precisei, seja me dando apoio moral e estando ao meu lado sempre. Não seria nada sem eles. Sei que sou muito privilegiada por ter tido a oportunidade de só estudar e não precisar me preocupar com sustentar uma casa por minha conta (sei que essa não é a realidade de muitos concurseiros), por ter tido a escolha de sair de um emprego estável para me dedicar aos concursos. Todo dia sou eternamente grata e consciente desse privilégio, e quero retornar um dia aos meus pais todo o apoio que eles me forneceram.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Carolina: O concurso do Ministério da Economia é de Advogado temporário, com duração até dezembro de 2022, então ainda não é o concurso dos meus sonhos. Com certeza será uma experiência que me acrescentará muito, tanto profissionalmente como intelectualmente.
Como 2020 foi um ano de pandemia, não existiram muitos concursos durante todo o ano. Então, quando este processo seletivo para o ME surgiu, mesmo que não estivesse focada nele, achei que seria uma oportunidade para ter uma estabilidade por algum tempo. Por isso, acho válido fazer todo concurso que aparece, ao menos por experiência ou para técnica de realização de prova. Sempre fiz todo concurso que apareceu, desde que não desviasse meu foco nos estudos específicos. Algumas vezes, podemos ter resultados e surpresas positivos. Para mim, sempre vale a pena tentar.
O meu foco específico é, desde o fim de 2019, a área policial, mais especificamente para cargos de Delegado. Ultimamente (pelos últimos 12 meses), me preparo para o então esperado cargo de Delegado da Polícia Federal, que está com previsão editalícia para final de janeiro de 2021. Porém, vou viajar o Brasil fazendo outros, como os de Delegada da Polícia Civil do Paraná, do Pará e do Rio Grande do Norte (todos já com inscrições efetivadas).
Não pararei de estudar. Agora entrarei na imensa maioria dos concurseiros que conciliam os estudos com o trabalho diário. Será um novo desafio, com um planejamento completamente diferente do qual estou acostumada, mas estou animada e pronta para esse desafio.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovada?
Carolina: No concurso do ME, como foi um processo seletivo simplificado que chegou de surpresa, estudei as matérias específicas por mais ou menos um mês. Porém, já tinha uma base boa da imensa maioria do edital.
Nos outros concursos em que estudei mais planejadamente, diria que estudei específico por um ano, mais ou menos.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Carolina: Na maioria dos concursos que passei, eu estudei bem antes do edital. Acho que isso é essencial, pois o tempo que resta após o lançamento do edital é bem curto, o que só dá espaço para boas revisões.
Durante esse tempo, eu me programava e fazia do estudo uma rotina. Quando vira rotina, você já fica inconscientemente pré-disposta a segui-la (pelo menos comigo sempre funcionou assim).
O psicológico nessas horas também é essencial. Eu sempre reflito sobre a posição em que me encontro na vida e onde eu quero chegar, colocando a aprovação como uma meta. O resto é consequência desse desejo.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Carolina: Eu comecei minha jornada um pouco perdida e sem norte. No início, fiz aulas presenciais, mas com o tempo percebi que não me agregava muito esse método, principalmente porque em sala de aula. Todas as pessoas assistindo possuem um nível de aprendizado diferente e, muitas vezes, eu sentia que estava perdendo tempo com algumas pausas para perguntas de alguns alunos que eu já tinha conhecimento.
Então, pouco tempo depois, eu fui para os cursinhos online e me encontrei ali. Utilizo praticamente tudo que me fornecem: primeiramente leio os PDFs, faço resumos de TODOS, assisto as videoaulas e, por fim, faço vários exercícios. Acho que a única dificuldade dos cursinhos online é a questão da força de vontade para não desfocar. Aqui não há nenhum professor presencialmente, então a atenção tem que ser redobrada. Porém, se isso não for uma dificuldade, acredito ser a melhor opção, sem dúvidas.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Carolina: Pesquisando. Fiz uma pesquisa de satisfação de alguns amigos concurseiros que tenho e a maioria esmagadora sempre me indicou o Estratégia. Resolvi aderir ao cursinho e sigo sendo aluna do Estratégia há pelo menos dois anos.
Conheci materiais de outros cursinhos, mas, comparando, não encontrei nenhum que tenha conteúdos tão completos e professores tão didáticos como o Estratégia. Não trocaria por nenhum outro e indico sempre para quem me pergunta dicas de materiais bons.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Carolina: A primeira coisa que faço antes de começar a estudar para algum edital específico é me organizar e planejar.
Sento, pego o edital antigo, vejo as matérias e as insiro no meu cronograma semanal de estudos. Acordo todos os dias às 5 horas da manhã e começo a estudar às 5:30. Estudo aproximadamente 1 hora e 30 minutos por matéria (acho muito cansativo estudar uma matéria inteira por dia, estudo várias matérias ao mesmo tempo desde que comecei, mas é algo pessoal), estudando, em média, 6 matérias por dia, totalizando 8/9 horas líquidas por dia, durante a semana.
Acho importante, também, algumas pausas para lazer. Me programo para todo dia reservar de 1 a 2 horas para praticar alguma atividade física. Atualmente, faço musculação e jogo futevôlei. É essencial dar uma pausa na rotina pesada para fazer algo que gosta.
Aos finais de semana, estudo apenas pela manhã. Normalmente é o tempo que reviso algo que estudei durante a semana, faço simulados e discursivas.
Faço de tudo um pouco: primeiramente leio com atenção o PDF da primeira aula da matéria. Enquanto vou lendo o PDF, faço um resumo no caderno, para depois na revisão, não ter que ler tudo novamente, apenas o resumo (que tento fazer o mais completo possível). Depois vejo as videoaulas e vou acompanhando o vídeo com a lei seca ao lado, anotando algo que faltou no resumo e, no fim, faço ao menos 40 questões sobre aquela matéria específica. Tudo apenas da primeira aula. Assim, demoro um pouco em cada assunto, mas quando finalizo, tenho um resumo completo e assimilei bastante o conteúdo.
Nas épocas próximas das provas, eu apenas leio os resumos que fiz, vejo mapas mentais e faço muitos exercícios.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Carolina: Com certeza, principalmente aquelas disciplinas mais específicas (que não caem em todos os concursos), e naquelas que não estudei tão profundamente na Faculdade, como Direito previdenciário, financeiro, empresarial, e aquelas que nem vi na graduação, como raciocínio lógico. Essas que eram mais difíceis de assimilar e entender, eu dava uma prioridade maior de tempo, esforço de concentração e exercícios. Ia até mais devagar nas leituras e explicações, às vezes eu inclusive voltava na mesma aula, para tentar incorporar o máximo que conseguia.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Carolina: Na semana que antecedeu a prova eu ainda tentava finalizar o que estava faltando e focava mais em resolução de exercícios.
Na véspera, eu descansava. Praticava alguma atividade física, ia no cinema, saía para comer, algo assim. Sempre achei que não dava para ficar desesperada faltando um dia para a prova. Tinha a consciência que tinha feito o meu máximo e que descansar o cérebro me ajudaria a lembrar mais na realização do certame.
Nunca fui de conferir resumos fora da sala, antes da prova. Não ia com nenhum material. Não absorveria nada de novo faltando 15 minutos para a prova.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Carolina: Eu sempre li muito. Um dos meus hobbies é ler. Quando não estou estudando o conteúdo programático e as matérias obrigatórias, uma coisa que gosto de fazer no meu tempo livre é ler livros. Acho que isso me ajudou bastante a realizar discursivas em qualquer concurso. Sempre fui bem, nunca tive problemas com essa parte.
Aconselho as pessoas a lerem mais. Independente se for literatura, jornal, etc. Além de melhorar o vocabulário, a leitura ajuda a expandir a mente e até a estruturar melhor um texto discursivo.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS.
Carolina: O primeiro erro, com certeza, foi tentar o cursinho presencial. Não foi algo que serviu para mim e eu sinto que perdi um bom tempo de preparação lá.
Um outro erro foi me basear na experiência dos outros e me cobrar a fazer o mesmo. Cada um possui a sua própria vivência e suas dificuldades. Eu colocava a meta e o atingimento dos outros como se fosse uma obrigação minha e quando não alcançava, ficava profundamente frustrada. Aprendi que cada um tem seu tempo e sua progressão de estudos, e não podemos nos comparar a ninguém, apenas tentar fazer o melhor por nós mesmos.
O acerto é esse: não ter pressa e ter a consciência que estudar para concurso é algo progressivo. A afobação e o nervosismo para o imediatismo só atrapalham. Quando você faz as pazes consigo mesmo e tenta fazer um pouquinho todos os dias, os resultados vão aparecendo naturalmente.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Carolina: O mais difícil é perceber que concurso é um planejamento a longo prazo. Que não irá acontecer do dia para a noite e você tem que estar preparado para ver muitas reprovações antes que as aprovações comecem a aparecer.
Nunca pensei em desistir, porque sempre foi algo que eu quis para a minha vida. Porém, com certeza, existiram momentos de decepção e de sensação de que “não vou conseguir”, mas o apoio da família para seguir em frente, o sonho da estabilidade e de um bom emprego sempre entraram na minha cabeça logo em seguida.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Carolina: A estabilidade e segurança que o serviço público proporciona. Cresci vendo os meus pais, servidores públicos, tendo uma vida estável e tranquila, sem luxos, mas nada nunca os faltou. E eles sempre tiveram tempo para tudo: são funcionários público excelentes, esforçados e muito profissionais, trabalharam muito, mas também tiveram tempo de lazer e para viajar e aproveitar a vida. É isso que me move: a vontade de fazer um bom trabalho lá dentro e de poder aproveitar a vida, quando estiver fora de serviço.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Carolina: Estudar para concursos vai ser uma nova realidade: você terá que diminuir muita coisa prazerosa, que estava antes acostumado, para abrir espaço às horas de estudo. A adaptação inicial é difícil, mas fica melhor com o tempo. É uma nova rotina, com novas prioridades e novos desafios.
Eu penso como se fosse um trabalho: você tem suas horas para cumprir, mesmo que não tenha um chefe te inspecionando. Requer compromisso, dedicação e muito foco. Será uma responsabilidade a longo prazo, com decepções e dificuldades no caminho, mas se você seguir focado, não há mistério: a aprovação vai chegar, não tenha dúvidas. E quando você vir seu nome na lista de aprovados, você terá uma sensação de que TUDO valeu a pena, todas as horas sem fim de estudo, as madrugadas acordadas, os eventos sociais que perdeu, TUDO vai ter valido a pena, então NÃO DESISTA!