Aprovado no concurso UFPB para o cargo de Assistente em Administração
“Minha avó paterna, que faleceu esse ano, havia me falado (em meados de 2017) que não queria partir antes de testemunhar minha aprovação nos “exames”, como ela chamava as provas de concurso. Então, quando fui nomeado, chamei ela no quarto, sentei ela na frente da tela do computador e pedi para ela ler a portaria. Ela ficou super contente e me abraçou forte. Foi emocionante demais.”
Confira nossa entrevista com Carlos Dantas, aprovado no concurso UFPB para o cargo de Assistente em Administração:
Estratégia Concursos: Olá! Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Qual sua idade? De onde você é? Qual sua formação?
Carlos Dantas: Olá, pessoal. Meu nome é Carlos Dantas, tenho 32 anos, sou natural de João Pessoa e tenho formação em Ciências Jurídicas (UFPB, 2014).
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Carlos: O primeiro ponto que me impulsionou a iniciar o percurso dessa jornada foi a estabilidade, e a melhoria da qualidade de vida da família decorrente dessa estabilidade. Vejo a estabilidade como algo fundamental que garante que o trabalho seja feito sem as ameaças tirânicas das ingerências. Um segundo ponto, em relação a um cargo final, é também, sem dúvidas, a boa remuneração.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Carlos: Só estudava mesmo, embora esse “só” seja bem relativo porque é um fardo grande o que isso gera em relação a cobranças internas e externas.
Estratégia: Você já foi aprovado em outros concursos? Se sim, qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Carlos: Quando fui nomeado para a UFPB, no fim de 2019, eu também estava nas listas de classificados do TRF, IPM-JP, CGM-JP e TJ-PE, mas, pelo que vim acompanhando, não existiram nomeações suficientes.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Carlos: Independente dos concursos, nunca fui muito de sair. Sempre fui uma pessoa mais caseira. Porém, em alguns momentos, eu me trancava mesmo. Quando falo em me trancar, falo de “sumir” mesmo do mundo (pessoas e redes sociais) para tentar focar ao máximo, rsrs. Mas nunca consegui isso por períodos muito longos.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Carlos: Ainda não sou casado, mas namoro a mulher da minha vida há bastante tempo. Atualmente convivo com meu pai, mas dividimos as despesas da casa. Minha família, pelo menos de forma explícita, sempre apoiou sim. Na verdade, sempre acho que se alguém gosta mesmo de você, vai apoiar qualquer jornada que você decida percorrer com toda a força do seu coração.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Carlos: Eu sinceramente acredito que qualquer concurseiro deve focar mesmo em uma só área. No máximo, fazer outros concursos que possuam a maioria das matérias em comum, mesmo que sejam de outra área. Eu descobri isso um pouco tarde e me custou muito mais tempo de dedicação. Eu pulava de um concurso para outro, de áreas diferentes, e é claro que eu nunca iria ultrapassar alguém que estava focado naquela área específica. Agora, já com meu cargo atual, estou mais tranquilo e continuo me preparando, com mais paciência e menos desespero, para meu desejo final que é o cargo de auditor da área de controle.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Carlos: Focado mesmo, posso dizer que foi um período de seis meses. Mas é claro que minha bagagem de outros concursos contou muito também. Nesse concurso de 2019 da UFPB eu tentei também o cargo de Auditor, mas infelizmente não consegui, embora tenha feito uma boa prova. Mesmo assim, por estar estudando para os dois cargos ao mesmo tempo, fiquei contente em conseguir ser nomeado em um deles e ainda ficar muito próximo do outro.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Carlos: As matérias mais básicas sim, eu sempre estudava, e ainda estudo. Posso dizer que a maior parte da minha preparação ocorre por resolução de questões comentadas. Acredito ser fundamental.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Carlos: Conheci o Estratégia por indicação de outros amigos concurseiros.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Carlos: Os materiais em PDF do Estratégia e a resolução de questões comentadas.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Carlos: No máximo duas matérias por dia (Material teórico). Não gosto de fazer resumos. Já tentei, mas não se encaixa muito no meu perfil. O que faço é grifar tudo o que leio e que considero importante. Esse é o meu “resumo”. Quando preciso voltar para ler de novo, só leio o que grifei e tudo volta à mente de forma clara. Já com relação à resolução de questões, fazia por dia, e faço ainda, questões de mais de duas matérias. Eu prefiro não marcar tempo de estudo, vou até onde minha disposição determinar. Mas sempre destino mais tempo às matérias nas quais sinto mais dificuldade (a exemplo de Contabilidade Geral).
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Carlos: Eu investi muito mais em questões mesmo. Teoria só se fosse revisão de uma coisa ou outra. Não insisti para aprender algo novo nesse período.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, o que te motivava a seguir em frente??
Carlos: O mais difícil foi combater minha própria mente que estava sempre disposta às distrações e a levantar dúvidas sobre minha capacidade de alcançar os resultados. E quanto mais o tempo passava, mais difícil ficou de controlar isso. Eu confesso que nunca pensei em desistir, porque tinha a certeza de que somente isso iria, e ainda vai, me trazer realização profissional. O mais recorrente mesmo é o pensamento de que você não é capaz, mas assim que esse pensamento ia embora eu continuava na batalha.
Estratégia: Qual foi a sensação ao ver seu nome na lista de aprovados?
Carlos: A sensação foi maravilhosa, mesmo não sendo ainda o cargo final com o qual tenho sonhado. Minha avó paterna, que faleceu esse ano, agora em março, havia me falado (em meados de 2017) que não queria partir antes de testemunhar minha aprovação nos “exames”, como ela chamava as provas de concurso. Então, quando fui nomeado, chamei ela no quarto, sentei ela na frente da tela do computador e pedi para ela ler a portaria. Ela ficou super contente e me abraçou forte. Eu tenho esse momento em vídeo. Foi emocionante demais. Hoje ela não está mais entre nós e deve estar vendo, de algum lugar, que continuo na luta por algo ainda melhor.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Carlos: Em regra, você vai reprovar. Não uma, mas algumas ou dezenas de vezes. Contando todos os concursos que já fiz na vida, minha primeira nomeação foi no trigésimo certame. Não tenho vergonha nenhuma de falar isso, porque só reforça ainda mais a capacidade que tive de não desistir. Saber que caí vinte e nove vezes e que, mesmo assim, levantei, limpei a poeira ocasionada pelas quedas e segui em frente. Seguir em frente. É isso que você precisa ter em mente. Seguir até ver seu nome na lista dos aprovados, não importando o tempo que vai levar para que isso ocorra. Se for realmente seu sonho, não desista por nada e nem por ninguém. Tudo nessa vida passa, até mesmo os desesperos da fase de concurseiro. Escolha uma área e vá com toda a potência da sua alma. E nunca, em hipótese alguma, acredite em alguém que tente fazer ou falar algo que lhe faça desacreditar dos seus sonhos.
