Aprovado em 99° lugar no concurso do Senado Federal - para Analista Legislativo - Administração (CR)
Concursos Públicos
“O fim só pode chegar quando o nome estiver no Diário Oficial e aí, ele será muito feliz e verá que não foi tempo perdido.”
Confira nossa entrevista com Caio César Peraphan Lima, aprovado em 99° lugar no concurso do Senado Federal – para Analista Legislativo – Administração (CR):
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Caio César Peraphan Lima: Tenho 32 anos, carioca, graduado em engenharia de telecomunicações pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e pós-graduado em gestão pública.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Caio: Como a maioria que escolhe esse caminho, a estabilidade com a perspectiva de segurança ao longo prazo foi minha principal motivação.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Caio: Como trabalho pela tarde e sou mais notívago, chegava em casa por volta das 21h e geralmente estudava 4 horas por dia a partir de então. A conciliação era mais não se distrair com chamativos externos, como TV e etc.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Caio: Minha primeira aprovação ocorreu em 2014, como Assistente em Administração do Cefet/RJ, concurso no qual alcancei o primeiro lugar. Em 2017, quando me formei, voltei com foco em tribunais. Assim, fui aprovado no concurso do STM como Técnico Judiciário em 2018, cargo que ocupo atualmente. Como só fui nomeado no STM em 2020, continuei estudando e, nesse tempo, obtive êxito no MPU, IPHAN (7º), TRF4 (6º – região Oeste), TRF3 (54º). Em todos esses fui chamado ao logo de 2020/2022 e acabei assinando os Termos de Desistências. Já nomeado no STM, comecei a pensar em concursos que exigiam nível superior. Nesse contexto, fiz a prova do TRE/PA e acabei ficando em 5º lugar para Analista Judiciário – área Administrativa. Por fim, durante a pandemia, passei a estudar para concursos da área de controle. Nessa área, acabei fazendo apenas a prova da CGU em 2022 e terminei em 79º lugar para o cargo de Auditoria de Finanças e Controle – área de Auditoria e Fiscalização (DF). Atualmente, sou o próximo da fila no CR para esse cargo com a nomeação devendo acontecer nos próximos meses e, por isso, não venho estudando no momento. Agora, acompanhando também as próximas movimentações do Senado quanto às convocações.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Caio: No início da minha preparação para concursos, abdiquei um pouco da vida social. Isso quando foquei fortemente nos tribunais e comecei a ter contato com disciplinas que tive que estudar do zero, como Processual Civil. Então, nessa época, lá por volta de 2017/2019, estudava quase todo tempo livre que tinha, com altas cargas inclusive no final de semana. Entretanto, ao longo das provas que fazia, fui ganhando “bagagem” e tendo resultados melhores. Tal estudo intenso no início me permitiu estudar “menos” para os últimos concursos de alto nível que fiz e fui aprovado (da CGU e do Senado), em que já não abdiquei mais tanto da vida social. Mas nem nos momentos mais intensos deixei de praticar atividade física (corrida/caminhada) e de ter pelo menos algumas horas de descanso no final de semana. É fundamental a gente separar tempo para desligar a mente.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Caio: Minha família sempre me incentivou nos estudos, sem cobranças, e isso foi muito importante. Fora da família, das poucas vezes que escutei palavras negativas, utilizei-as como motivação e aprendizado, pois temos que nos blindar de exposições desnecessárias (por exemplo: não anunciava para todo mundo que ia fazer uma determinada prova, a não ser para aqueles mais próximos que realmente me apoiavam e incentivavam independente do resultado).
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Caio: Após o concurso da CGU, em março de 2022, devido aos rumores de que o concurso do Senado sairia em breve, comecei a reforçar as possíveis disciplinas não similares. Então, quando saiu o edital (setembro), já havia estudado quase todas as matérias, faltando a leitura de algumas legislações. Como já vinha no ritmo da CGU desde dezembro de 2021, não parei a jornada entre um e outro, já que sempre é mais complicado mesmo pegar o ritmo depois de dar uma parada.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Caio: Temos que conhecer nossos limites e nossas capacidades. Muitas vezes o que é bom para um, não é para o outro. Então, ao longo desse tempo de estudo, percebi que dispersava minha atenção caso ficasse lendo muitas horas. Desse modo, sempre alternava PDF com videoaulas em velocidade aumentada e ainda lendo alguns livros físicos. A desvantagem é que às vezes não conseguia assimilar tudo o que planejava, mas como o planejamento não pode ser estanque, a vantagem é que fui ganhando mais dinamicidade no estudo entre as matérias, o que me ajudou inclusive a definir os melhores caminhos na hora das provas.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Caio: Conheci o Estratégia no final de 2013, quando comecei a estudar para o primeiro concurso que fiz. Então, posso dizer que toda minha jornada de estudo para concursos foi com o Estratégia Concursos. Ao longo desse tempo, fui aprimorando meus estudos junto com as novas ferramentas, como o Estratégia Cast, PDF marcados e resumidos, Passo Estratégico, Sistema de Questões e etc.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Caio: Meu plano de estudo para o Senado era semanal. Sempre montava com cerca de duas disciplinas por dia, dividindo as 4 horas líquidas entre elas. No sábado, fazia simulado que o Estratégia disponibilizava ou, quando não havia, utilizava o Sistema de Questões. No domingo, treinava discursivas, cronometrando o tempo que levava para escrever à mão.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Caio: Minhas revisões se davam por simulados, questões e por Mapas Mentais. Assim, quando não ia bem em determinado ponto do simulado, por exemplo, voltava na teoria.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Caio: São as questões que nos permitem avaliar como os estudos estão caminhando e identificar nossos pontos fracos. A partir disso, conseguimos mudar a forma de estudar, dar atenção maior a alguma matéria ou tópico específico. Posso dizer que, no início dos meus estudos, quando não fazia tantas questões, não consegui resultados satisfatórios em concursos como do TRE/RJ, TRF2 e TRT1. Foi a partir daí que percebi que deveria mudar minha forma de estudar, fazendo mais exercícios, ou não conseguiria ficar em condições de ser nomeado.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Caio: Apesar de ser formado em engenharia, as matérias de direito nunca foram problema para mim. Na realidade, devido ao grande número de autores e subjetividade, administração geral foi minha maior dificuldade. Assim, tentava torná-la mais objetiva, gravando palavras-chave de partes das disciplinas e associando com os respectivos autores, tentando mitigar possíveis pegadinhas das bancas. Tudo isso aliado com exercícios para fixar e os refazendo depois de um certo tempo.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Caio: Tirei férias na semana da prova para fazer as últimas revisões e reforçar a memória recente. No dia pré-prova, apenas assisti a Revisão de Véspera do Estratégia e descansei no resto do dia.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Caio: A prova discursiva é uma parte importantíssima atualmente. Como o objeto dela estava entre o conteúdo programático da objetiva, naturalmente acabava estudando para ela no dia a dia. Ainda assim, sempre pegava ao menos um dia para escrever sobre temas diversos, tentando simular o dia da prova, ou seja, sem consulta e colocando um tempo máximo a fim de colocar as ideias no papel. Meu conselho é esse, simular ao máximo as condições da prova, pegando papel e caneta para escrever sem consulta, colocando tempo máximo a depender da quantidade de linhas que o concurso exige (entre fazer o “brainstorming”, o rascunho e a escrita final).
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Caio: O erro talvez tenha sido a falta de humildade, quando chegamos num nível alto de estudo, de achar que uma determinada matéria não precisaria estudar mais e só perceber isso na hora da prova. O acerto foi a dedicação nas provas discursivas, já que no cenário de candidatos cada vez mais bem preparados e com pontuações muito próximas nas objetivas, o diferencial acaba mesmo sendo a discursiva.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Caio: Sempre pensei em desistir, mas desistia de desistir rs. Não é nada fácil estudar para concurso, passamos a todo momento por um mar de emoções, mas o que motiva é que, se não desistirmos, o final é feliz. Posso dizer que não me arrependo de nada nessa jornada, pois vale muito a pena ver seu nome no Diário Oficial e se tornar servidor. No concurso público dependemos apenas de nós mesmos e com resiliência chegamos longe.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Caio: Ter foco, disciplina e muita persistência. Quando tiver reprovações, não enxergar como fim, mas como aprendizado. O fim só pode chegar quando o nome estiver no Diário Oficial e aí, ele será muito feliz e verá que não foi tempo perdido.