Aprovado no concurso SEFAZ MA no cargo de Auditor Fiscal
“Foram quase 5 anos até a minha nomeação. Foram tantas tentativas sem sucesso que até pensava que minha hora nunca iria chegar, até que finalmente chegou. Hoje estou muito feliz com a carreira que abracei e posso falar que valeu cada minuto minhas mais de 3000 horas de estudo!”
Confira nossa entrevista com Bruno Ferreira, aprovado no concurso SEFAZ MA no cargo de Auditor Fiscal:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Bruno Ferreira: Tenho 32 anos, sou casado e natural de Niterói – Rio de Janeiro. Atualmente, ocupo o cargo de Auditor da Receita Estadual do Maranhão, tendo sido aprovado no último certame, realizado em setembro de 2016. Antes disso, era Capitão-Tenente Intendente da Marinha do Brasil. Possuo Bacharelado em Ciências Navais com habilitação em Administração pela Escola Naval (2011), pós-graduado em Gestão Pública pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2017) e em Intendência pelo Centro de Instrução Almirante Newton Braga (2017).
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Bruno: Minha vida de concurseiro começou cedo, quando aos 14 anos decidi fazer o concurso para o Colégio Naval. Na época, era um dos concursos mais disputados de ingresso nas Forças Armadas para cursar o ensino médio como militar. O meu objetivo era ter uma pequena renda, que já satisfaria minhas vontades como adolescente e, ao mesmo tempo, ter um ensino de qualidade sem que meus pais precisassem pagar. Após a frustação da não aprovação na primeira tentativa, continuei estudando, passei no ano seguinte. Ao longo dos anos, segui todas as etapas da carreira na Marinha e me formei em 2011.
Após 3 anos como oficial, percebi que não estava feliz, não tinha tempo suficiente para o lazer, trabalhava por longas horas, inclusive embarcado, e não sentia reconhecimento pelo meu trabalho. Ao perceber que alguns amigos próximos tinham sido aprovados em concursos na área fiscal e tinham uma vida completamente diferente da minha, não tive dúvidas que precisava mudar o rumo da minha vida. No início de 2014, finalmente, comecei a trilha dos concurseiros.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Bruno: Desde o início da minha preparação, sempre trabalhei e estudei. Sinceramente, hoje em dia, eu percebo que isso só foi possível devido a minha motivação interna, eu estava obstinado a passar a qualquer custo. A conciliação só foi possível com a ajuda familiar, sem eles não seria possível.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Bruno: Meu primeiro concurso foi o ISS-Salvador, fiz com 10 meses de estudo, eram 35 vagas e fui o 98º, nesse momento, fiquei impressionado com meu desempenho e tinha a certeza de que a aprovação estava bem próxima, ledo engano.
O ano de 2015 foi de seca de concursos. Eu fiz o ISS São José do Campos, fui muito bem na primeira fase, só que na redação eu fui muito mal e fiquei fora das vagas. Mas ainda estava me sentindo confiante. Logo em seguida, tive alguns problemas familiares que atrapalharam a minha continuidade nos estudos. No entanto, no final de 2015 abriu o ISS-Niterói. Concurso da minha vida, minha cidade natal, boa remuneração, não tinha como não passar. Estudei de uma forma que nunca imaginaria que conseguiria, porém foi o meu pior desempenho na área fiscal. Fui muito mal na prova, fiquei depressivo e meu psicológico simplesmente acabou.
Decidi que teria que virar a página em 2016 e comecei com o ISS-Goiânia, novamente fiquei em 98º e fora das vagas. ISS-São Gonçalo, fui 42º, fora das vagas. Em setembro de 2016, fiz o ICMS-Maranhão (56º) e finalmente fui aprovado e nomeado em 2019, como Auditor Fiscal Estadual.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Bruno: A melhor sensação do universo! Lembrar que todo aquele sacrífico e abnegação foram recompensados. Foi um misto de batimento cardíaco acelerado, alegria e choro. Eu parecia não acreditar, olhei o diário oficial umas dezenas de vezes, parecia que eu estava em outra realidade. Sensação essa que eu só havia sentido em 2004, quando fui aprovado no meu primeiro concurso.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Bruno: No início da minha preparação eu não abdiquei da vida social, saía 1 ou 2 vezes por semana e continuei praticando atividade física, só fiz alguns ajustes na minha rotina. Neste momento inicial, eu estava ainda na fase pré-edital, a fim de adquirir bagagem para conseguir brigar por uma vaga futura. Entretanto, após aberto algum edital, eu comecei a abdicar de tudo, era bem radical, saía uma vez no mês, no máximo. Contudo, ao longo da minha caminhada, percebi que isso não estava sendo benéfico para mim, principalmente após o ISS-Niterói, quando eu tirei 30 dias de férias para estudar e fiquei sem sair de casa, sem fazer atividade física e meu desempenho caiu vertiginosamente. Desta forma, vi que não poderia abrir mão totalmente da minha vida social e da atividade física, que eram essenciais para minha saúde mental e minha performance nos estudos.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Bruno: Sou casado, moro com minha esposa e ainda não temos filhos. Ela e meus pais sempre me apoiavam bastante e fizeram parte da minha jornada. Quando ainda morava com meus pais, minha única preocupação era trabalhar e estudar, nada além disso, eu diria que eles eram os meus facilitadores para eu consegui tantas horas líquidas de estudo por dia.
Quando eu me casei, apesar da minha esposa também trabalhar, me apoiava totalmente com as tarefas para que praticamente todo meu tempo livre em casa, após o trabalho, fosse dedicado aos estudos. Esse momento foi o mais importante, pois foi o período que mais fiquei abalado com as recorrentes batidas na trave. Ela me apoiou e acreditou no meu sonho quando nem eu achava que ainda era possível.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Bruno: Não estudaria para áreas diferentes do objetivo principal. No entanto, caso fosse um concurso menor, porém com as mesmas disciplinas do concurso dos sonhos, acho que seria válido prestar para este certame.
Atualmente, eu só faria algum concurso na área fiscal para o Rio, o ICMS-RJ, para ficar mais perto da minha família. Entretanto, com a regulamentação iminente do home office em diversos entes devido a pandemia, eu acredito que no longo prazo isso não será mais um obstáculo. Por enquanto, estou totalmente parado nos estudos e aproveitando o que o estudo me proporcionou.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Bruno: Estudei 2 anos e 6 meses, ao todo, para área fiscal. Como os concursos são bem similares nessa área em termos de matérias, após a publicação do edital, o foco eram as legislações específicas que diferenciam em cada concurso.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Bruno: Estudei 10 meses sem fazer nenhum concurso. Tiveram alguns editais na área fiscal, mas eu não tinha condição alguma de disputar. A disciplina nunca foi um problema, devido a minha própria formação, estava acostumado a seguir uma rotina e cumprir o que havia planejado. Porém, o principal fator que possibilitou a continuidade nos estudos, foi ver o depoimento de amigos e outros aprovados, isso me motivava e me inspirava. Se eles haviam conseguido, eu também poderia conseguir. Essa ambição por crescer e atingir um novo objetivo é que me fazia acordar todo dia e estudar, independente se havia edital aberto ou não.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Bruno: Eu usei PDF e a videoaula apenas para uma matéria específica que tinha mais dificuldade. O PDF eu me adaptei muito bem, a linguagem achei simples e uma leitura leve, ainda mais para quem não tinha formação na área de Direito. A forma como é feito o PDF parece a didática de uma aula, então foi bem simples para mim e otimizava meu tempo. Eu não gostava de videoaula, porém eu tinha muita dificuldade em contabilidade e o PDF não conseguia suprir minhas necessidades. Terminava a leitura e eu não assimilava, nesse caso, tinha que assistir as videoaulas.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Bruno: Conheci o Estratégia Concursos no Google. Quando se fala em material para concurso de qualidade, não tem outro nome. Vários amigos aprovados também me indicaram.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Bruno: Eu estudava várias matérias ao mesmo tempo, em torno de 2 ou 3 diferentes por dia, em média 2 horas cada. Achava a melhor forma de conseguir absorver mais conteúdo sem ficar maçante.
Eu sempre fiz resumo. No início da minha preparação, fiz resumos escritos e, com isso, demorava muito tempo, mas sentia que absorvia mais o conteúdo. Ao longo do tempo, substituí por resumos em Word, copiava e colava do PDF. Quando fiquei mais experiente, apenas grifava o PDF e isso já era o suficiente para mim.
Sempre foquei em questões, não lia o PDF todo mais de uma vez. Apenas relia tópicos específicos quando errava nos exercícios. Na maior parte das aulas, também havia resumos ao final, que facilitavam a minha revisão.
Logo no início, eu estabeleci uma meta diária de horas líquidas de estudo (6 horas por dia). Era o máximo que eu poderia alcançar dormindo também 6 horas por dia. No domingo eu não estudava. Esse era o plano inicial, mas como na maior parte das semanas eu não conseguia cumprir tudo, eu sempre acabava tendo que estudar aos sábados e domingos.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Bruno: Eu tinha dificuldade em Contabilidade, Direito Civil e Empresarial. O único jeito de superar era estudando mais que as outras matérias. Em Contabilidade, por exemplo, eu apelei para as videoaulas. Em apenas 1 ano de estudo, esta disciplina se tornou o meu maior ponto forte. Direito Civil e Empresarial eu focava na leitura da lei seca e em exercícios.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Bruno: Como eu havia feito 2 semanas antes a prova do ICMS-MA, o concurso para ISS-Teresina, não tinha como descansar nenhum segundo. Eu tinha 2 semanas para fechar toda a legislação específica do Estado, então foi muito intenso. Passei a véspera da prova estudando o dia todo no hotel. Entretanto, meu caso é muito específico, até porque eu não tirei férias nesse período e tive que trabalhar nessas duas semanas. Portanto, acabei estudando inclusive durante o voo RIO x SLZ.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS.
Bruno: Meus principais erros foram:
Fazer resumos escritos no início da preparação;
Não acompanhar meu desempenho em questões, demorei a descobrir quais eram meus pontos fortes e fracos;
Abdicar de atividade física no pós-edital.
Maiores acertos:
Fazer revisões periódicas para não esquecer o conteúdo;
Estudar diversas matérias simultaneamente;
Estudar todos os dias, mesmo que fosse por poucas horas;
Focar nos exercícios, principalmente no pós-edital;
Criar um bom ambiente de estudo: confortável, silencioso e sem distrações; e
Fazer vários concursos na área fiscal.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Bruno: As sucessivas batidas na trave foram muito difíceis para mim. Parecia que minha hora não ia chegar nunca. Após a não aprovação no ISS-Niterói, eu pensei que não conseguiria mais ser Auditor fiscal. Aquele concurso foi o que mais havia me dedicado na vida e não consegui a aprovação. Foram 30 dias de reflexão até conseguir voltar a estudar novamente. Precisei entender quais foram os meus erros e acertos, e o que tinha que fazer para mudar. O apoio da minha esposa e da minha família foram essenciais para superar essa fase e seguir em frente.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Bruno: Eu não tinha certeza do que eu queria, mas tinha a certeza de que eu não queria ficar na carreira militar. Portanto, não podia ficar estagnado, precisava fazer algo para sair. Tinha objetivos de alcançar uma melhor remuneração e qualidade de vida, e vi no concurso para fiscal essa oportunidade.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Bruno: Você já deu o primeiro passo, que foi começar a estudar. O estudo para concurso não é uma corrida de 100 metros rasos, é uma maratona. Muitos chegam no primeiro quilômetro, mas a cada quilômetro que passa, uns desistem e outros continuam. Continuam e finalmente são aprovados. Não é um dia intenso que vai definir sua aprovação, mas vários dias seguidos sentado estudando.
Foram quase 5 anos até a minha nomeação. Foram tantas tentativas sem sucesso que até pensava que minha hora nunca iria chegar, até que finalmente chegou. Hoje estou muito feliz com a carreira que abracei e posso falar que valeu cada minuto minhas mais de 3000 horas de estudo!