Aprovado em 1º lugar no concurso UFMT no cargo de Bibliotecário
“Com o mercado de trabalho tão instável, o concurso público ainda representa um bom investimento para quem busca segurança, estabilidade, mas sem esquecer claro, que devemos contribuir, com nossa mão-de-obra qualificada, para o progresso e o desenvolvimento do país.”
Confira nossa entrevista com Ariel Carvalho Gomes, aprovado em 1º lugar no concurso UFMT no cargo de Bibliotecário:
Estratégia Concursos: Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Ariel: Sou formado em Biblioteconomia (2018) pela Universidade de Brasília. Tenho 32 anos e resido em Águas Claras – DF.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Ariel: Tenho esse objetivo desde que terminei o ensino médio. Praticamente meu primeiro emprego foi de auxiliar administrativo, depois que passei no concurso do Centro Paulo Souza em 2009, na minha cidade (Monte Mor) no interior de São Paulo. Já durante minha graduação, estagiei em grandes órgãos públicos em Brasília (UnB, Procuradoria-Geral do Trabalho, Senado e Câmara dos Deputados) e vi o quanto os servidores são valorizados, trabalhando em órgãos que buscam a excelência. Assim, percebi que se quisesse ter estabilidade, boas condições de trabalho e claro, uma remuneração que atendesse minhas necessidades, precisava investir em concurso público.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Ariel: Só comecei a estudar sério para concurso 6 meses após o fim da graduação (final de 2019). Sempre tive que trabalhar para me manter, visto que resido sozinho em Brasília. Aproveitei bem o período da pandemia, pois trabalhava em home office e, durante certo período, trabalhava apenas meio período. Em meu emprego atual, tenho escala de trabalho intercalado (12/36), dessa forma aproveito meus dias de folga para estudar.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Ariel: Além do primeiro em 2009, como já mencionado, consegui me classificar em 17º na prefeitura de Santos, estou entre o 13º/14º na prefeitura de Guarulhos (ainda há a fase de títulos) e hoje (05/10) saiu minha classificação oficial em 1º lugar na UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso). Com exceção do primeiro que foi para nível médio, todos os outros prestei para minha área de formação, como bibliotecário.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Ariel: Um misto de alegria e alívio, e até uma sensação de liberdade, de conseguir independência financeira mesmo que tardiamente. Percebi como valeu a pena aproveitar bem o tempo para estudar.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Ariel: A maior parte do meu período de estudo foi no auge da pandemia. Assim, aproveitei o confinamento para estudar. Quando a situação começou a normalizar um pouco, saí algumas raras vezes para encontrar com antigos colegas da faculdade para falarmos sobre concursos. Acho importante manter uma atitude equilibrada, pois é necessário um pouco de descanso, lazer e interação social.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Ariel: Sou solteiro, não tenho filhos e nem relacionamentos. Acho que o maior apoio que minha família me deu (em especial minha mãe) foi pelo exemplo e claro, apoio financeiro, quando necessário. Minha mãe, voltou a estudar depois de mais velha, se qualificou profissionalmente e passou num concurso municipal há mais de 10 anos. Como meus pais são funcionários públicos, eles compreenderam bem a rotina de estudos e dedicação do concurseiro.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Ariel: Eu sempre estabeleci como alvo atuar em minha área de formação, afinal foram 5 anos de muita labuta. Depois, o foco foi em prefeituras e universidades, pois sempre gostei do ambiente acadêmico. Acho a agenda educacional uma das mais importantes do país. Claro, o sonho continua sendo as duas casas legislativas: Senado e Câmara, onde estagiei por 3 anos. Acho incrível o trabalho que as bibliotecas fazem nos bastidores para o andamento do processo legislativo que afeta a vida de milhões de brasileiros.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Ariel: O meu foco no final de 2019 era a UFF (Universidade Federal Fluminense). Em maio de 2020 entrei num grupo de estudo com foco neste concurso. O grupo foi de grande ajuda, pois era um incentivo para continuar estudando e fiz grandes amigos ali também. Nos reuníamos toda a segunda-feira para discutir o conteúdo e realizarmos questões. Como eu estava focado em universidades, e os editais são um pouco parecidos, neste meio tempo, fiz o concurso da UFMT e acabei passando em 1º lugar. Fiz o concurso da UFF no final de setembro, porém o resultado ainda não saiu.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Ariel: Sei que não é o recomendado, mas estudei para os concursos mencionados após o edital. Claro que a situação excepcional da pandemia – com os concursos suspensos por mais de 1 ano – permitiu um longo período para estudar com edital aberto. Aproveitei a excepcionalidade do momento e a oportunidade ímpar para estudar.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Ariel: Pesquisando sobre concursos para a área de biblioteconomia, encontrei a entrevista da profª Ana Patrícia falando sobre sua aprovação em 1º lugar no IPHAN. A partir daí, passei a segui-la, adquiri o curso de Biblioteconomia Regular para concursos de 2019 do Estratégia, ministrado pela professora Ana Patrícia.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Ariel: Além do curso mencionado em PDF, aproveitava as aulas ao vivo da profª Ana Patrícia no canal do YouTube do Estratégia e o farto material que vocês disponibilizam: direito administrativo com o maravilhoso professor Thales e português da competente professora Adriana. Acho que pra mim funciona conteúdo em texto para minha área e para áreas que eu não domino, videoaulas. Sem esquecer, claro, da resolução de questões. Nestes quase 2 anos de estudo, resolvi mais de 7 mil questões.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso?
Ariel: No começo eu queria estudar uma matéria por vez, mas vi que isso não seria possível. Assim, estudava matérias diferentes em dias alternados. Eu tinha uma planilha com toda a bibliografia que eu precisava cobrir para o concurso. Lia o material, fazia resumos e apresentava esses resumos no grupo de estudo (com Powerpoint e tudo), como se tivesse dando uma aula sobre aquele tema. Dizem que uma das melhores formas de você aprender e fixar algo é ensinar aquele conteúdo a outra pessoa. Após isso, partia para questões sobre aquele tema específico. Não conseguia estudar muitas horas por dia, em média, estudava umas 3 horas por dia. Mas, sempre com constância.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Ariel: Português sempre foi e ainda é um entrave para mim, em especial a parte gramatical. Porém, com as aulas da profª Adriana do Estratégia, meu rendimento melhorou. A resolução de questões foi de grande ajuda.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Ariel: Na reta final me dediquei a reler meus resumos e fazer questões. Na véspera, descansei, pois tive que viajar mais de 500 km para fazer a prova.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Ariel: O maior erro foi querer abranger todo o conteúdo do edital. Percebi que é muito difícil conseguir isso e acabei perdendo tempo com conteúdo que acabou nem sendo cobrado na prova. Com certeza o maior acerto foi o grupo de estudo. Morando sozinho e confinado devido à pandemia, sentia-me bem solitário e às vezes desmotivado para estudar. O apoio do grupo de estudo foi essencial para manter a rotina de estudos.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Ariel: Com certeza a incerteza da pandemia e de se e quando os concursos voltariam foi bem desanimador. Além disso, quando percebi que quase inexistiam oportunidades para um recém-formado na minha área, vi que a única opção seria o concurso público, caso quisesse atuar como bibliotecário.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Ariel: Além de exercer minha profissão – que já havia me feito largar meu emprego público em São Paulo e mudar para Brasília -, com certeza conseguir a independência financeira e parar de depender da família. Daqui pra frente eu quero ser um membro útil para ajudá-los.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Ariel: Antes de tudo, precisamos entender que no Brasil, um dos meios de mobilidade social existentes ainda é o concurso público. Acho essa uma motivação a se levar em conta. Diria que é um projeto de médio a longo prazo, mas que o final será bastante recompensador. Com o mercado de trabalho tão instável, o concurso público ainda representa um bom investimento para quem busca segurança, estabilidade, mas sem esquecer claro, que devemos contribuir, com nossa mão-de-obra qualificada, para o progresso e o desenvolvimento do país.
